Após ter passado o dia todo aguentando as provocações da menina que mais tarde descobri que era a mais popular da escola, fui para quadra para ter a última aula. Pensei que me veria livre daquele fantasma chamado Jeniffer, mas foi só uma ilusão.

Durante os treinos tive de aguentar mais um pouco, pois estava começando a doer profundamente.

- Pega logo essa bola sua molenga. - Jeniffer disse jogando a bola com toda força em minha direção. - Nem pra isso você serve.

Fui para a infermaria com o rosto inchado e com sangramento no nariz. Nesse momento desejei que todos os descendentes dessa coisa denominada de Jeniffer, meu pior pesadelo, morrecem de um mal ereditário.

Me senti mal por ter desejado o pior a alguém, enquanto estava saindo da efermaria vi um menino vindo em minha direção. Alto, mais alto do que o normal, cabelos negros cacheados, óculos escuros, jaqueta de couro, todo "bad boy".

- Você está bem? - Ele me perguntou.

Em um momento pensei que ele não estivesse falando comigo, olhei para os lados discretamente, e quando não vi ninguém me senti feliz por responder.

- Fora o sangramento exagerado, estou bem. - sorri ao terminar e ele retribuiu.

- Que bom que está bem, pois minha irmã pega pesado as vezes. - ele disse levantando os óculos o suficiente para eu enxergar o olho roxo.

"Como uma 'coisa' como aquela poderia ser irmã de um garoto, aparentemente, tão educado?", pensei.

- O que ela fez com você?

- Só posso contar se você sair comigo.

- Hoje não posso, tenho que ir à biblioteca, prova de história amanhã. - lamentei pela meia mentira.

- Então acho melhor eu ir com você, vai que minha irmã resolve aparecer e lhe jogar um livro na cara?

Não recusei, mais nem o nome dele eu sabia, "porque o professor adiou a porcaria da prova?".