Amy queria matar quem inventou parentesco.

Ela simplesmente não aguentava mais olhar para árvores genealogicas tentando contar em quantos graus ela tinha de parentesco com Ian e Natalie.

Pelo amor dos deuses, ela já estava na décima oitava geração e não havia encontrado nenhuma ligação.

Tão atenta ao seu trabalho, Amy mal notou quando alguém adentrou pela porta aberta de seu quarto, escorando-se nela e batendo duas vezes para atrair sua atenção.

— Toc, toc — Dan imitou o som, sorrindo para Amy. O cabelo louro sujo do que Amy pensou ser tinta colorida. Ele não esperou autorização para entrar e muito menos parecia incomodado em retirar-lhe a atenção dos estudos. Não que Amy não estivesse de saco cheio daqueles papeis. — Você está bem? Que livros empoeirados são esses? Estamos entrando em um culto?

Amy abriu um sorriso diante a piada, uma parte de seu cérebro perguntando-se por quê era mais fácil rir na presença dos Starling do que na de Dan.

— São árvores genealógicas, Daniel. — Amy sempre amou a maneira como o nome de Dan era lindo, simplesmente “macio” de se pronunciar. — E outra, se eu entrasse em um culto, por que você, necessariamente, teria que entrar também?

Dan sentou-se na cama queen size centralizada no quarto, na beirada perto da escrivaninha, fazendo Amy girar sua cadeira de rodinhas em sua direção, ficando frente-à-frente com ele.

— Ué, somos irmãos. Nós supostamente deveríamos fazer tudo juntos. — Dan parecia achar aquilo tão simples, tão fácil... Amy tentou não se sentir culpada por ter se afastado do seu irmão, mas como tudo na sua vida, ela sentiu. — E se você entrou no culto ele deve ser muito bom, para convencê-la...

Desta vez Amy riu, levemente, mas uma risada verdadeira.

— Tem algo útil para fazer aqui ou apenas veio atrapalhar meus estudos? — Perguntou, desta vez brincalhona.

— Para ser sincero, tenho. Mas estou tão encantado com o som da sua risada que simplesmente me esqueci do que era. — Dan brincou, se inclinando na direção de Amy. — Posso?

Ele tinha a mão estendida em sua direção, como se procura-se autorização para fazer algo. Amy leu em seus olhos, como sempre conseguirá fazer, o pedido mudo para tocá-la... Ela via isso em Dan às vezes, mas nunca havia realmente considerado. Ela nunca havia deixado qualquer um chegar muito perto desde o acidente com seus pais. A última vez que havia abraçado Dan... Bem, fazia anos.

Naquele momento ela viu a irmã que poderia ter sido e nunca fora. A irmã presente e compreensiva. Alguém onde Dan buscasse apoio quando precisasse. Mas durante toda a sua vida, apenas ela havia utilizado Dan como apoio.

— Claro. — Ela sorriu, sentando-se ao lado e deixando-o brincar com seus cabelos ruivos. A maneira como um frio tomou seu estomago foi rápida, mas ela conseguiu superar após algumas respiradas fundas. Ela não ia afastar seu irmão novamente. — O que queres comigo?

— Ahn, eu quase havia me esquecido. — Dan falou, sorrindo carinhosamente para a irmã. — Esta tarde Alistair me informou que teremos visitas pela manhã.

— Mais? — Amy se sentiu apavorada subitamente, afastando-se de Dan como se ele tivesse disparado um choque elétrico em sua direção.

Dan tentava lê-la, sem sucesso. Ele geralmente sentia que esse “poder” de ler os olhos do outro funcionava muito melhor nele do que para ele. Suspirando frustrado, ele respondeu:

— Sim, os Holt estão na cidade. Alistair disse que eles desejam ver os “primos perdidos”. — Dan vez aspas no ar. — Já avisei Natalie e Ian, embora não saiba exatamente como vamos explicar esse caso para os Holt...

— Eles provavelmente já sabem. — Amy disse, tentando controlar o pânico.

— Enfim... Acho que você devia saber... — Dan olhou-a com um olhar dolorido e saudoso. — Nellie está com eles.

Bleeding Out

Nellie Gomez foi a au pair dos irmãos Cahill durante toda sua infância.

Hope, a mãe dos irmãos Cahill, costumava dizer que fora Nellie que ensinara toda a bondade e coragem para Amy e o espirito brincalhão e cuidadoso de Dan. A garota dos cabelos escuros e curtos era muito querida por toda a família Cahill.

Grace Cahill havia lhe dado tantas bolsas de estudo, entre elas seis línguas diferentes e um curso de pilotagem de avião e direção evasiva, que transformaram Nellie na pessoa mais apta para virar uma agente secreta do que qualquer outro ser na face da terra. Além disto, quando a jovem fez 18 anos e se formou na escola básica, sendo nada mais anda menos que a aluna nota A, Arthur lhe conseguiu uma admissão na faculdade Havard antes mesmo das inscrições abrirem, embora Nellie tenha desistido da faculdade para cursas culinária e cuidar dos irmãos Cahill.

Quando Amy tinha nove anos, os Holt, amigos e parentes (segundo seus pais, embora deveriam ser tão parentes como os Kabra, e Amy tinha 18 gerações para provar que isso estavam longe) da família, vieram a cidade, apavorados por seus três filhos, o mais velho Hamilton e as gêmeas Madison e Reagan, se comportarem como simples animais.

Hope e Arthur concordaram que seus filhos não precisavam mais de Nellie, já que estavam mais que educados naquela altura, e “cederam” Nellie aos Holt.

Nem Amy, nem Dan – mesmo pequeno – aceitaram muito bem aquela separação, Nellie sempre estava presente! Mas após um tempo se acostumaram. Ela era boa demais para ficar cuidando de um casal de irmãos educados, mesmo que Dan aprontasse aqui e ali.

Quando seus pais morreram, Nellie enviou uma mensagem perguntando se os dois a queriam de volta. Porém Amy não conseguia aguentar a imagem da antiga amiga de sua família, então declinou.

Após isso, nunca mais ouviu falar de Nellie.

Bem, estava sendo uma semana bem agitada para Amy mesmo.

Bleeding Out

— Que prazer vê-los novamente! — Dan praticamente gritou de tão animado ao ver os Holt entrando pelo elevador particular.

Amy e ele estavam posicionados no centro da sala, parados de pé lado a lado desde que o porteiro avisou que subiam. Dan estava arrumado porém casual, com uma camiseta verde escura que realçava seus olhos e uma calça jeans folgada mas não atirada, ou seja, estava presa em sua cintura e não caindo pelos seus joelhos como alguns... Ahn, jovens usam hoje em dia. Amy, no entanto, havia escolhido um blusão de lã fina três quartos que lhe mantinha perfeitamente aquecida e viva para o outono de Boston, uma calça jeans clara e um coturno fofinho nos pés. Além disso, ela havia pego alguns acessórios que Janet sempre deixava no seu closet, que era renovado pela mesma a cada seis meses, embora ela nunca tenha usado, um conjunto de colares, de diversos tamanho e três pulseiras de couro com algum detalhe em prata. O chapéu preto e pequeno do outro dia adornava sua cabeça dando-lhe um ar mais estiloso, como se ela soubesse o que estava fazendo quando na verdade temia estar parecendo uma palhaça.

Ian e Natalie estavam sentados nas poltronas, olhando para o elevador, quando Amy desceu para a sala.

— Tudo certo? — Ela perguntou para o irmão que se encontrava na cozinha terminando um copo d’água.

— Tudo perfeito. — Dan disse, saindo de cozinha e sorrindo para ela. — Estava tão acostumado a vê-la descendo de pijamas que é quase assustador vê-la vestida.

Amy corou um pouco, e quis matar Dan por falar aquilo de forma que Ian e Natalie pudessem ouvir.

— Amy é tão preguiçosa assim? — Natalie perguntou, rindo.

— Só nos dias de semana. — A ruiva falou, tentando descontrair e lançando um olhar irritado para o irmão, que devolveu com um dar de ombros.

— Tenho certeza que não é só nesses dias — Ian comentou, levantando-se e vindo para perto de Amy, enquanto Dan se jogava no sofá ao lado de Natalie e comentava algo que havia feito a morena rir. — Você está bem.

Aquilo não fora uma pergunta.

— Você também. — Amy respondeu, e o viu fazendo uma careta como se ela não entendesse. Embora ela entendesse bem demais. O garoto estava fazendo uma referencia ao dia em que eles acordaram no mesmo quarto, com ela sangrando e ele sujo do seu sangue. Cena maravilhosa.

— Entendeu o que eu quis dizer.

— Perfeitamente. — Amy respondeu rápido, colocando uma mecha de seu cabelo ruivo atrás da orelha.

A ruiva parou ao lado da grande janela de vidro, observando Boston lá embaixo. Tantas vidas acontecendo sem dar a minima importância para a dela. Afinal, era isso que era. Só mais uma vida no meio de um mar delas, apenas mais uma.

— Isso pode soar indelicado, então, por favor, perdoe-me qualquer coisa — ele parou para pensar um segundo. — Embora eu saiba muito bem que você é de comentar quando alguém é intrometido. — Brincou ele, piscando para a garota corada. — O que fez ontem, eu digo, o dia inteiro?

Amy tentou retirar o sorriso de sua face. Ela não deveria achar graça. Ela deveria mandá-lo cuidar da sua vida, como já fizera anteriormente, mas a garota não conseguia deixar de achar algo de fofo na maneira como ele falava.

— Eu estivesse estudando, — respondeu, afinal, não era uma inverdade. — não é porque terminei o ensino básico que posso me dar ao luxo de ser desleixada.

Ian riu, porém parecia satisfeito por obter uma resposta e não um “vai pastar”.

— Amélia Cahill, que pessoa entediante você é.

Porém antes que Amy pudesse responder, o interfone tocou anunciando a chegada de seus visitantes.

Os Holt entraram na sala como um batalhão entra em um combate. Organizados e disciplinados. Amy não deixou de perguntar-se como aquelas pessoas tiveram problemas com seus filhos, tantos anos atrás.

Mary-Todd e Eisenhower vinham a frente. Ambos grandes e ágeis. Amy lembrou-se que havia uma época onde ela tinha medo dos Holt, embora isso fosse a longo tempo atrás. Como a família inteira era totalmente dedicada a esportes não era de se estranhar o tamanho deles.

Hamilton vinha em seguida, os cabelos louros e olhos escuros eram facilmente esquecidos quando ele adentrava em algum lugar, pois seus músculos eram terrivelmente salientes e chamavam muita atenção.

Reagan e Madison terminavam a família, e, embora mais “normais” que o resto da família, e drasticamente mais femininas do que a mãe, elas ainda tinham alguns bons músculos em seus braços. Amy lembrou que as irmãs eram famosas por realizarem esportes menos, como dizer, “agressivos”. Elas realizavam concertos de balé ao redor do mundo e possuíam três medalhas olímpicas em ginastica desde a última vez que Amy checará.

Mais atrás, sendo a última pessoa a sair do elevador, Nellie Gomez com suas tradicionais mechas coloridas e o cabelo negro curto, se aproximava quase sem jeito. Era claro para qualquer um que olhasse que ela não fazia parte da família. Não era grande ou atlética como os Holt, e, embora Reagan possuísse um cabelos castanho escuro, Nellie tinha os cabelos negros e a pele branca como uma italiana nativa, embora Amy lembrasse que ela era francesa por parte de mãe.

Ao vê-la, e principalmente o tradicional piercing de cobra que Grace havia lhe dado como presente de despedida, o coração de Amy ficou pequeno. As lembranças daquela noite ameaçaram adentrar por sua cabeça e ela olhou desesperadamente para o lado, como se tentasse fugir.

Porém o que seu olhar captou não lhe deixou mais tranquila.

Ian Kabra lhe encarava como se ela fosse a coisa mais fascinante do mundo. E o seu olhar não a deixava exatamente consternada, mas sim curiosa.

Aqueles lindos olhos âmbar lhe fitavam como se tentassem desfazê-la por inteiro, camada por camada, para entender como eram formadas.

Amy se pegou presa naquele olhar, embora não conseguisse entender o por quê. Por que Ian Kabra mexia tanto com ela? Por que, só de olhá-lo, ela já sentia como se houvesse esquecido todos os seus problemas? E, céus, por que ele não parava de encará-la?

— O prazer é certamente nosso, Daniel. — Amy foi despertada de seu transe pela voz de Eisenhower. Ela retirou seu olhar do de Ian, corando as bochechas e fitando a frente. Dan já havia tomado a dianteira e estava caminhando de mãos estendidas para o patriarca da família. — Como você cresceu menino.

Eisenhower apertou a mão estendida de Dan, para um segundo depois puxá-lo para um abraço de urso, o que era realmente perigoso sendo que quem o dava era um Holt.

— E não podemos nem expressar como você está magnifica, Amélia! — Mary-Todd cantarolou em sua voz não exatamente afinada vindo na direção da ruiva. Amy sentiu um pânico ligeiro quando viu a grande mulher vindo em sua direção, mas tentou lembrar-se de ser educada e gentil. Afinal, aqueles eram os antigos amigos dos seus pais.

— Mary-Todd, que prazer revê-la. — Amy respirou fundo, sorrindo amavelmente, ou o melhor que ela conseguia no determinado momento. — Sinto que Alistair não possa estar conosco, in fact, ele saiu faz poucos minutos.

— Ah, sempre ocupado ele, não? — Eisenhower disse, soltando Dan para ir até Amy e girá-la no ar. Amy tentou manter os pensamentos claros, mas ela quase conseguiu ver uma mancha escura se formando na sua visão. Quando sentiu novamente seus pés fixos no chão teve que se segurar para não procurar a parede para se apoiar. — Estávamos ficando com muitas saudades de vocês, não é mesmo meninos?

Eisenhower se manteve do lado de Amy, com Mary-Todd ao seu lado. Amy respirou fundo três vezes, tempo suficiente para perder o que Hamilton dissera, antes de conseguir se acalmar. Quando sua visão finalmente clareou percebeu que três pessoas lhe lançavam um olhar preocupado, Dan, Ian e Nellie. Amy tentou não se encolher ao notar o olhar dos últimos dois.

— Mamãe sempre fala que eu e Reg temos que ser mais como a nossa prima, Amélia Cahill, mas somente agora posso entender porquê — Madison disse, sorrindo amigavelmente para Amy, que pensava no que aquelas duas garotas maravilhosas tinham que melhorar? Ou pior, ficarem parecidas com ela. Com a rainha problema? Acho que não.

Madison era loura, tinha olhos azuis e era incrivelmente maravilhosa. Se movia com gentileza e doçura, e, embora parecesse uma Barbie, dava para ver o brilho de personalidade em seu olhar. Reagan, por outro lado, era morena de olhos verdes! Só isso lhe garante o título universal da beleza, não que Amy achasse esse tipo de coisa muito importante, mas, por favor, ela era linda. Parecia levemente tímida, como Amy e diferente de sua irmã, mas quando deu um passo em frente para falar, Amy percebeu que era apenas impressão.

— Definitivamente, Maddie! Amélia, você parece a filha mais nova da rainha da Inglaterra, por céus, onde você aprendeu? — Reagan parecia realmente impressionada, mas Amy apenas sabia corar enquanto pensava em uma maneira de deixar de ser o centro das atenções, o que parecia que não seria tão fácil já que todos lhe encaravam.

— Certamente é gentileza de vocês. — Amy sorriu para as gêmeas, sua cabeça girando enquanto gastava todos as reservas de força que tinha para tentar passar a atenção para outra pessoa. — Hamilton, ouvi dizer que entrou para a liga de futebol americano, meus parabéns!

E com um simples olhar desesperado para Dan, Amy viu a atenção daquela pequena reunião mudar o foco enquanto Dan incentivava os Holt a ficarem falando de si mesmos.

Apenas uma atenção não estava voltada para as conversas. Nellie, que havia sido treinada pelos pais de Amy para ler pessoas e pela avó dos Cahill para sempre saber como seus netos estão, andou devagar até Amy.

— Amélia. — Nellie chamou, enquanto observava o susto aparecer no rosto da criança. Aparentemente Amy não esperava que alguém prestasse atenção nela naquele momento.

Amy virou devagar para Nellie, tentando, acima de tudo, bloquear as lembranças que mais aquele rosto familiar lhe trazia.

Nellie viu nos olhos de Amy, como Sinead, tudo o que a ruiva tentava esconder a todo custo. Nellie viu a dor, a luta, o luto. E novamente se xingou por não ter voltado mesmo contra a vontade dos irmãos Cahill quando Hope, Arthur e Grace faleceram. Nellie sabia que tinha que estar lá. Sempre soube.

— Eu vou buscar um copo d’água para você. — Nellie falou carinhosamente, virando de costas e indo em direção a cozinha. Ela lembrava do apartamento dos Cahill como se fosse o seu, afinal, passara muito tempo ali.

Ela deu graças aos céus por Dan estar conduzindo a conversa e retirando a atenção da irmã. Nellie não conseguia deixar de pensar o quão orgulhosa estava dos Cahill. Eles cresceram, se tornaram pessoas incrivelmente educadas e gentis, mesmo contra todas as alternativas, ninguém, exceto talvez Nellie e alguns outros parentes e conhecidos, teria apostado nessa alternativa.

Quando voltou para a sala, percebeu que Amy havia se sentado casualmente em uma das poltronas, o olhar ainda perdido no horizonte.

Nellie lhe entregou o copo sem falar nada, sentando-se no sofá de frente para ela. Dan estava mostrando a piscina para os Holt e os Kabra pareciam felizes em observá-los da porta da sacada, ninguém estava realmente prestando atenção nas duas.

— O-obrigada. — Amy falou, fraca. Ela não se culpou desta vez, parecia meio impossível ver Nellie e os Holt e continuar forte. Ela tinha que aproveitar aqueles pequenos segundos enquanto os Kabra não estavam lhe fitando para cair e se juntar. Não havia nenhuma outra alternativa.

— O prazer é todo meu. — Nellie esperou, vendo pouco a pouco a vida voltar para o rosto pálido de Amy. E esperou mais um pouco até achar que a garota estava pronta para ouvir suas palavras. — Amy... Posso chamá-la assim? Amélia me parece tão fora do contexto quando se referem a você... — Amy apenas concordou com a cabeça. — Obrigada. Então, Amy, eu sei que talvez você fique brava comigo por dizer isso, provavelmente você ainda esteja brava comigo por ter ido embora, mas eu estava morrendo de saudades de vocês dois. E, sabe, eu não sou de falar isso com muita frequência, não combina comigo essas melosidades toda. E...

Amy viu a mulher dos cabelos coloridos se complicar toda para falar. E abriu um pequeno sorriso.

— Está tudo bem, Nellie. — A garota falou com carinho, embora estivesse tentando manter certos pensamentos longe de sua cabeça. — Eu também senti saudades.

E sem dizer mais nada, Nellie levantou e abraçou a ruiva. Com todo o carinho e amor que conseguia. Nellie não havia mentido, ela não era de demonstrar sentimentos, mas estava totalmente abalada com a presença dos irmãos Cahill.

E dentro do abraço protetor de Nellie, Amy percebeu que tudo ia ficar bem. E como com os Starlings ela percebeu, toda vez que pensou que sua família havia sido reduzida a ela e o Dan ela mentira para si mesma, sua família era muito maior do que ela poderia pensar.

E eles estavam todos voltando para casa.