Blazel
O ritual
POV- NICKY
– E essa é...? – Perguntou o homem com a cicatriz no pescoço, em cima da cadeira mais alta. Tinha uma voz amedrontadora.
– Sabemos que seu nome é Nicoly, senhor. – Disse um dos homens que estava atrás, com muitas folhas na mão. – Não sabemos seu sobrenome. Ela estava hospedada na casa de Charlie McMillan.
– Sei, sei... A do dragão de fogo. E ela está ferida?
– Não, senhor.
– Certo. E os outros?
– Estão todos em boas condições, senhor.
Ele falava como se as pessoas fossem produtos para serem usados.
– Traga-os aqui, Kristhy. – Ele disse para a mulher que havia buscado Nicky na cela.
Alguns momentos depois, ele trouxe Jake e Daniel que se sentaram em suas respectivas cadeiras.
– Daniel McMillan e Jake Jansen, senhor. – Disse o mesmo rapaz.
– Queridos, – O homem com a cicatriz começou falando- Lamento a indelicadeza com a qual foram trazidos para cá. – Ele levantou-se e ficou parado na frente de Charlie – Sabe por que está aqui, McMillan?
Charlie não respondeu.
– Eu não te quero aqui. – Ele falou com uma cara de nojo. – Também não te quero aqui, Jansen! – Ele disse, apontando para Jake.
O fato de ele chamar as pessoas pelo sobrenome era estranho. Ele prosseguiu:
– Mas, – Ele falou mais alto – vocês têm uma coisa que eu quero. - Ele olhou fixamente para Nicky. – Cada um de vocês tem um elemento fundamental, em forma de dragão.
Charlie fez uma cara de confuso.
– Sem ela, - Ele apontou para Nicky – Vocês não estariam aqui. – Ele deu uma risada que fez Nicky sentir calafrios. – Sem ela vocês não teriam o último elemento, e eu não iria me interessar. Mas com um dragão de fogo, e todos os outros, – Ele apoiou as mãos na mesa- vocês não tem noção de quanto poder se pode ter. – Ele sorriu. – Você, querida... – ele tocou os cabelos de Nicky – Você tem que morrer.
Ele falou a palavra ‘morrer’ bem devagar para dar ênfase.
– Vocês todos tem que morrer. – Ele riu. – E sabe por que, Jansen?- Ele falou outra vez com Jake. – Você já sabe, não é? Eu sei que você é muito inteligente.
Ele fez uma pausa e continuou:
– Se eu tentar juntar seus dragões em um só e formar um super dragão mais poderoso do que todos, não vai dar certo. Sabe por quê? Porque um dragão só obedece a um dono. E juntar dragões com donos diferentes é impossível. Mas, se eu matar seus donos, e fizer com que eles obedeçam a mim... É um plano genial, não é? Oh, querida! – Ele foi até Luna. – É claro que deve estar se perguntando o que faremos com você. Você não tem dragão, não é?
Luna estava séria e parecia não ter medo.
– Mas, você, é uma privilegiada! Você vai ficar viva. Eu preciso de você viva para concluir o processo, entende? Você, que tem magia nas veias, é fundamental. Mas chega de papo! – Ele falou alto – Vamos começar logo com isso!
Todos estavam pálidos e Leah chorava.
Os homens que estavam atrás foram arrastando-os através dos corredores e os levaram para um pátio.
Lá estavam todos os dragões de todos eles, acorrentados.
O homem pôs Luna no meio do pátio, em um círculo. Ela continuava sem expressão. Ele começou a falar palavras sem sentido, e os dragões começaram a se agitar.
Um dos homens pegou uma faca. Nicky sentiu a faca em seu pescoço.
Em um movimento rápido, Luna tomou a faca das mãos dele. Ela falou diretamente para o homem, que ainda recitava as palavras:
– Você por acaso sabe o que acontece quando se interrompe um ritual mágico bem no meio?
Ele parou e fez uma cara confusa que logo passou para uma cara apavorada.
– Peguem ela! – Ele berrou.
Nicky não estava entendendo nada. O homem que segurava Nicky correu para pegar Luna, derrubando Nicky no chão.
Todos começaram a correr, e quando Nicky se levantou, viu Luna no chão, caída. Ao seu redor, havia uma poça de sangue e a roupa dela estava manchada. Sua mão ainda estava na faca, que perfurava diretamente seu pulmão.
Nicky ficou tonta e quase vomitou ali mesmo.
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