Black Butterfly

Cap. 14: Kiss, Kiss and KISS!


Acordei com os primeiros raios de sol que atravessavam a entrada da nossa “caverna” e atingiam meu rosto. Olhei para o lado e vi Daniel, bem próximo a mim. Seus olhos estavam fechados e sua respiração era tranqüila. Dormia como uma pedra. Seus dedos da mão estavam entrelaçados aos meus, de modo que podia sentir o calor de sua mão na minha. Inclinei meu corpo para frente e pude ver uma faixa em sua perna. Mais a frente, Alice e Rodrigo dormiam, esta encima do peito de Rodrigo. Sorri ao ver a cena. Eles formavam um bonito casal...

Voltei-me para Daniel e fiquei encarando seu rosto. Sua respiração, suas sobrancelhas definidas e sua pele clara. Ele era perfeito. Nunca havia namorado, mas acho que ele seria um bom namorado para mim. Ergui minha mão e passei meus dedos levemente por sua bochecha. Sua pele era macia e boa de acariciar.

Sempre que estava com ele, meu mundo parava. Por um instante, era só eu e ele. Não como namorados, mas como amigos, ou talvez um pouco mais que isso... Será que ele sentia o mesmo? Aquela leve sensação de flutuar enquanto vê o amado ou a amada. Aquele sentimento que te aquece e te faz sorrir por nada... Era o que estava fazendo agora, sorrindo que nem boba.

Seus olhos piscaram. Recolhi minha mão e fechei meus olhos como de quem dorme. Demorou um tempo então senti...

Seus dedos escorregaram levemente por minha face. Senti sua pele quente encostar na minha e levei um levíssimo choque. Como ele, pisquei poucas vezes e abri meus olhos devagar. Mas, ao contrário de mim, ele não recuou a mão. Continuou com ela em meu rosto, encarando-me. Também o encarava, aqueles olhos verdes profundos, que me faziam, como já havia dito, flutuar... Ele também me encarava, com um brilho nos olhos. E assim ficamos: sua mão em meu rosto e nós nos encarando. Até que ele começou a inclinar o rosto para frente e eu também. Às vezes, hesitávamos, mas sempre continuávamos. Até que finalmente nossos lábios se encontraram...

Fechei meus olhos. Sentia sua mão ainda em meu rosto. A outra, ainda estava entrelaçada com a minha. E minha outra mão, se encontrava parada, como se tivesse sido imobilizada. Aquele beijo, meu primeiro, foi o melhor. Sentia sua respiração leve em meu rosto. Não nos movíamos, ficamos parados.

Logo, depois de curtos 3 minutos, recuamos. Ele sério e eu também. Até que no canto de nossas bocas surgiu um leve e agradável sorriso. Durou pouco, mas afinal tudo o que é bom, dura pouco...

----Mais Tarde-----

Depois daquele acontecimento, ficamos bobos. Quando nos encontrávamos, sorriamos. E quando não, sentíamos saudade! Mas era bom se sentir bobo assim. Sentia-me um boba-feliz!

Nosso dia foi normal. Instalamos-nos na “caverna” até o dia seguinte, em que iríamos seguir o mapa e ultrapassar fronteiras. Mas antes tínhamos de achar mais comida e pegar água. Isso foi o que fizemos durante aquele dia. Além de claro, observar para ver se outros alunos apareciam. Mas nada.

Quando o sol estava se pondo, resolvi me sentar em uma pedra e observar este por brechas das árvores. Isso acabava dando-lhe um efeito bem bonito. Enquanto o vento ultrapassava meus cabelos, Daniel chegou e sentou-se ao meu lado.

-Tudo bem? – perguntou ele.

-Sim, e com você? – perguntei, mas uma vez sorridente.

-Também. – respondeu ele, sorridente.

-Está com medo? – perguntei. Aquela questão estava entalada em minha garganta. Sentia nós no estomago só de pensar em ter de matar ou algo do tipo.

-Não sei. E você, está com medo? – perguntou ele, encarando-me.

-Acho que sim. Mas não medo de ter que sair daqui, e sim de ter de matar ou... morrer. – meus olhos marejaram.

-Ei, se tiver de fazer isso vai ser por uma boa razão. Matar por uma boa razão. – falou ele, passando o braço sobre meu ombro.

-É o que espero... – respondi, secando lágrimas traiçoeiras.

-Sem contar que estarei lá para lhe proteger. – falou ele, sorridente e dando-me um leve selinho.

-Vou te chamar de Batmam. – falei, dando-lhe outro. Caímos na gargalhada.

-A AMIZADE É LINDA!-gritou Rodrigo, para nós.

Rimos dele e Daniel me beijou novamente. Um beijo suave, mas gostoso. Logo, dormimos cedo, pois amanhã seria uma longo dia...