Black And Pink

Capítulo Único


Eu já estava de saco cheio. A Universidade me cobrava cada vez mais, minha família perguntando quando eu tomaria vergonha na cara e arrumaria um homem, meu ex, Finn, me perseguindo. É muita coisa para uma pessoa só, e é por isso que estou aqui, na porta da maior balada GLS da cidade. Chamei minha amiga Iris para vir comigo, vamos arrasar nessa boate. Eu usava um vestido branco curto, com uma camada de tecido e outra de renda por cima, com exceção de uma faixa na cintura onda havia apenas a renda, mostrando minha pele branca, quase rosada de pouco pegar sol, e o cabelo pintado de rosa preso em um rabo de cavalo alto. Iris estava chamativa como sempre, uma cropped preta, saia no meio da coxa com estampa florida e meia arrastão, com o cabelo colorido solto. Ambas de salto alto preto e bolsas onde só cabia dinheiro, batom e o celular.

Depois de quase meia hora na fila finalmente conseguimos entrar. O lugar estava cheio, a música perfeita para dançar a noite inteira. Fomos direto ao bar, a ideia é beber até esquecer meu nome. Três doses de tequila e nos dirigimos à pista de dança segurando uma garrafa de cerveja. Perdi a conta de quantas músicas dancei e quantas outras cervejas tomei. Quando Iris começou a dançar colada com uma ruiva bonitinha eu fui comprar uma água, e foi aí que minha noite passou de incrível para perfeita.

Assim que pedi a garrafa uma garota chegou ao meu lado pedindo uma dose de vodka ao barman. Em meus 27 anos, nunca tinha sentido tanto tesão por alguém só de olhar uma vez. Os longos cabelos negros cobriam a nudez nas costas que o curto vestido vermelho deixava à mostra, as botas de salto alto deixavam suas coxas torneadas ainda mais deliciosas, os olhos negros bem delineados se encontraram com os meus e, após fazer em mim a mesma análise que fazia nela, um sorriso sacana apareceu nos lábios pintados de vermelho. Devolvi o sorriso antes de tomar um gole da água na minha frente, assim como ela tomou sua vodka ainda me olhando. Quando me virei para voltar à pista ela apenas me puxou pela mão até o meio das pessoas.

Ficando atrás de mim, colou nossos corpos e começamos a dançar no ritmo da música, que agora era um pouco mais lenta, o suficiente para rebolar sentindo o corpo uma da outra. Suas mãos, antes na minha cintura, desciam vagarosamente pelo meu quadril, me apertando cada vez mais contra si. Puxei meu cabelo para um dos ombros, deixando um lado do meu pescoço a mostra que logo foi atacado pela sua boca e seus dentes. Uma de minhas mãos segurou seus cabelos, mantendo a cabeça onde estava, e a outra desceu para seu quadril, a puxando contra mim, como se ainda houvesse algum espaço entre nossos corpos.

Seus beijos subiram para minha orelha, onde pude sentir seus dentes testando minha sanidade. No segundo em que senti sua língua no lóbulo desisti de tentar manter qualquer pensamento racional. Deitei a cabeça para trás, encostando em seu ombro e lhe dando mais acesso ainda. Ainda nos esfregávamos uma na outra, uma de suas mãos em minha cintura e a outra em meu queixo, mantendo-me parada enquanto seus dentes me deixavam ardendo de vontade de tê-la em uma cama. Perdendo a paciência ela me virou de frente e atacou minha boca, voltando a pressionar nossos corpos. Puxei seu cabelo e foi minha vez morder seus pescoço, tenho quase certeza que deixei diversas marcas na pele sensível. Como não usava sutiã foi possível perceber seus mamilos enrijecendo, e claro que eu não ignoraria isso. Desci o rosto, afundando-o entre seus seios, enquanto meus dedos atiçavam mais os mamilos, e logo senti suas mãos em meu cabelo, forçando mais minha cabeça em seu corpo. Ela me puxou para cima e me beijou com ainda mais voracidade e desejo do que antes.

— Vamos sair daqui - falei em seu ouvido, seguido de uma leve mordida, que segui dando por toda a linha do maxilar.

Após um rápido selinho a garota saiu me puxando em direção à saída. Peguei o celular para avisar minha amiga, mas vi uma mensagem dela que havia chego há alguns minutos: “Miga. Desculpa mesmo. Mas aquela ruiva tá me levando pra casa dela. Hoje vou me dar bem *-* “. Ri para mim mesma enquanto minha desconhecida chamava um táxi. Após dar o endereço para o motorista voltamos a nos beijar com fogo no banco de trás. Sorte do pobre senhor que a viagem foi rápida, pois quando o carro parou em frente à um prédio grande e bonito eu já estava pronta para me ajoelhar entre as pernas da morena.

Foi só quando passamos pelo porteiro que descobri seu nome, pois como todo bom senhor ele a cumprimentou “Boa noite, senhorita Marceline”. Marceline é um nome bonito.

— Bom, agora que sabe meu nome não acha que eu devia saber o seu? Gosto de gemer o nome certo na cama - ela disse ao meu ouvido quando entramos no elevador, a voz gostosa e o sorriso malicioso quando se afastou fizeram meu corpo se arrepiar e minha intimidade se contrair em excitação.

— Jujuba - assim que disse pude ver o riso de incredulidade se formando nos lábios completamente borrados pelo batom -, eu sei, bizarro. Mas minha mãe teve muito desejo por jujubas enquanto estava grávida, e quando nasci foi o primeiro nome que ela pôde pensar.

Fomos rindo e saindo do elevador. Ela me puxou pela mão até uma das portas, e no segundo em que entramos, ela a fechou e me pressionou contra a parede. Nos beijando e caminhando aos tropeços até o sofá, eu soube que não chegaríamos até a cama e seria a noite mais quente da minha vida.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.