BitterSweetheart

Capítulo 18 – E finalmente...


Carla

– De onde tirou isso? Você vem comigo. – Diego tentava de qualquer forma controlar Anne. Ela soltou-se da mão dele e Diego parecia cada vez mais desconfortável e constrangido pelo comportamento da amiga.

– Eu só vou com a Carla e pronto. Ela vai me levar em casa.

Gui percebeu a cara de Mai e tentou ajudar.

– Se você não quer ir com o Diego, eu te levo Anne. Você já está ficando inconveniente.

– Não é que eu não queira ir com o Diego. Eu só vou com a Carla.

Olhei apreensiva para a Mai. Eu sabia que isso se tornaria um problema dos grandes.

– Eu não posso te levar hoje, Anne.

– Por quê? Você tem outro encontro?

– O que deu em você? Essa não é você, loira.

Anne segurou meu queixo e me fez olhar em seus olhos.

– Pare de fingir que não sabe o que está acontecendo, Carla. Pare de fingir que não tem nada rolando. Você sabe que tem.

Mai se levantou e se despediu de todos depois se voltou para mim.

– Leva sua “amiga” em casa antes que ela fique pior. Boa noite, Carla. – A ênfase irônica na palavra amiga somada ao olhar pesado e cheio de veneno de Mai me deu arrepios. Eu estava muito fodida.

Diego e eu colocamos Anne em meu carro. Ela estava muito bêbada. Deixei Guilherme em casa e depois levei Anne. Subi com ela até seu apartamento porque ela provavelmente não acertaria o buraco da fechadura nem em um milhão de anos. Fiz-lhe um café e dei um remédio para ajudar a curar a bebedeira e a ressaca que a loira teria. Depois levei Anne para tomar um banho. Ela parecia um pouco melhor, mas ainda precisava de água para voltar a si.

– Tome banho até ficar bem, sua bêbada.

– Você não vai embora, não é? – Anne me olhou com um olhar tão pidão que eu nunca conseguiria resistir.

– Vou esperar você acabar. – Deixei a loira no banheiro, mas voltei correndo logo depois. Ouvi um barulho e tive certeza que ela caíra. Entrei correndo no banheiro.

– Anne está tudo bem?

– Aham. Só derrubei essa porcaria aqui. Não sei de onde tirei a idéia de colocar essa prateleira cheia de coisas dentro do boxe. Que coisa idiota.

Respirei aliviada por saber que Anne estava bem. Só então reparei que ela estava completamente nua. Era a visão mais perfeita que já tive. O corpo dela era maravilhoso. Cada curva me tirava a respiração. Os seios eram redondos e perfeitos, do tipo que se encaixa exatamente na boca. Senti um calor repentino. Estava suando, mas não conseguia desgrudar os olhos daquele corpo. Desci os olhos pela barriga de Anne e tive um desejo enorme de mordê-la. De apertar aquelas pernas. E é melhor nem comentar o que tive vontade de fazer quando subi um pouco mais os olhos.

Anne

É claro que percebi o quanto mexi com ela. Então resolvi fazer algo que estava louca para fazer a muito tempo, mas não tinha coragem. Puxei Carla até a pia do banheiro e me sentei lá. Puxei-a até que seu corpo se encaixasse entre minhas pernas e passei as mãos por seu rosto.

– Gostou do que viu? – Sussurrei bem baixinho em seu ouvido

– Anne você está bêbada. – Como Carla conseguia ser tão chata sempre?

– Não. Quero dizer, estou, mas isso não importa. O álcool não me faz falar coisas que eu não quero. Só me da coragem para fazer o que eu tenho vontade. – Passei o dedo pelos lábios de Carla, contornei aquela boca perfeita e depois fiz o contorno de seu rosto com o polegar. Rocei meus lábios pelo pescoço da morena. Eu podia ver Carla se arrepiando com cada toque, sua respiração acelerava a medida que eu descia as mãos por seu corpo e, aparentemente, isso fez com que eu vencesse algum bloqueio que Carla tinha em relação a mim. Ela começou a entrar no meu jogo e, devo dizer, ela sabia muito bem como jogar. Acho que ela tinha perfeita consciência do efeito que seu corpo tinha sobre mim. Carla se aproximou ainda mais, grudando nossos corpos. Subiu as mãos por minhas pernas, passando-as por sua cintura. Acariciou de leve o meu rosto e tirou meu cabelo para o lado, olhando-me fixamente. Desceu as mãos até meu colo, me causando arrepios e me fazendo estremecer involuntariamente. Carla subiu novamente as mãos e contornou meus lábios com um dedo, sem desviar seu olhar do meu. Meu corpo fervia com os carinhos dela e eu podia ver em seu olhar o desejo que ameaçava explodir. Pude finalmente ver com clareza que ela sentia por mim o mesmo desejo que eu sentia por ela. A vontade de beijar aquela linda boca já era incontrolável. Finalmente fui aproximando meu rosto do dela devagar, até quase tocar nossos lábios. Passei as unhas levemente por suas costas, que se entregava cada vez mais.

– Anne você...

Coloquei um dedo nos lábios de Carla.

– Não diga nada, Carla! Dessa vez não. – Não quis dar muito tempo para que alguma de nós pensasse no que viria depois ou ficaríamos com medo. Toquei seus lábios com os meus. Sentia a respiração quente de Carla se misturando com a minha e aquilo já era tortura demais para nós duas.

Carla falou baixinho roçando seus lábios nos meus.

– Eu só ia perguntar algo que quero saber a muito tempo. Você gosta de mim, Anne?

Não pude deixar de sorrir abertamente com a pergunta. Tudo bem que eu não acredito que depois de tudo ela ainda não havia percebido isso, mas eu sonhava há dias com uma oportunidade de responder essa pergunta.

– Eu amo você, Carla Tavares.

– Era tudo o que eu queria ouvir. – Ela abriu o sorriso mais lindo que pode existir no mundo. Eu juro. Nada pode ser tão lindo quanto o que vi em seus olhos naquele momento. – Eu também amo você, Anne. Amo demais. – Depois de alguns segundos que pareceram infinitos ela falou novamente. – Eu quero arriscar.

– Eu também quero. É o que mais quero. – Ok! Assumo. Ouvir essas palavras provavelmente me deixou com a maior cara de idiota. Mas não ligo. Eu estava tão feliz que achava tanta felicidade não coubesse dentro de mim. Eu precisava extravasar. Passei minha boca na de Carla. Ela me deu um selinho e foi abrindo sua boca lentamente. Invadi a boca dela com minha língua, explorando cada parte daquela boca que tanto desejara. Carla me apertou mais ainda contra seu corpo. Segurava meu rosto e acariciava com o polegar. O beijo, inicialmente carinhoso, foi se enchendo com todo o desejo guardado até agora e tomando um ritmo frenético. Nossas línguas se tocavam loucamente e ambas estávamos totalmente entregues àquele momento mágico. Perdidas naquele beijo quente e tão esperado. Cada toque dela fazia tremer meu o corpo todo.

Parei o beijo com vários selinhos e abri os olhos para olhar Carla, sem desgrudar meus lábios dos dela e sorrindo como boba.

– Eu sonhei tanto com esse beijo. – Ainda não consigo acreditar que ela está finalmente me dizendo essas coisas.

– Eu sonhei mais. E você beija bem melhor na realidade do que nos meus sonhos. E eu achava que isso era difícil.

– Nos seus sonhos eu beijava bem?

– Muito bem.

– Você me conhece melhor do que eu imaginava, Anne.

– Convencida. – Tem como não amar a Carla?

Ela riu e me beijou novamente.

– Nos meus sonhos você também era uma delicia, Anne. – Ela colou os lábios em minha orelha. – Em tudo. Tenho que descobrir agora se eu estava certa.

– E ainda é safada. – Dei um selinho nela. – Eu não vejo a hora de te mostrar isso.

Carla

Fui levando Anne para o quarto, sem parar de beijá-la. Parecíamos grudadas. Aquele era o momento mais mágico da minha vida. Eu nem acreditava que aquilo realmente pudesse estar acontecendo.

Empurrei Anne para dentro do quarto. Fechei a porta com o pé e coloquei Anne contra a parede. Voltei a beijá-la, passeando as mãos por seu corpo todo, chupando seu pescoço e arrancando suspiros da minha loira. Eu a beijava com tanto desejo que acho que cheguei a colocar força. Desci a boca até os seios de Anne e comecei a chupá-los. Mordi seus mamilos, passei a língua entre seus seios e percorri todo o caminho até os mamilos de novo. Já seria impossível conter meu desejo, eu sabia que amava Anne e vê-la totalmente entregue, arranhando minhas costas com força e gemendo em meu ouvido me dava a certeza de que ela quis tanto aquilo quanto eu. Anne tentou dizer algo, mas as palavras não saíram. Ela parecia sem ar, quase perdendo a consciência de tanto tesão. Ela descolou os lábios dos meus e segurou com força em meus cabelos, abaixando meu rosto para alcançar meu ouvido e sussurrar.

– Se continuar com isso, eu serei capaz de gozar aqui sem que você nem mesmo me toque.

Aquilo acabou comigo. Se eu já estava maluca antes, pense depois de ouvir isso. Prendi minha perna entre as de Anne e beijei todo seu pescoço, dando chupões que certamente deixariam marcas. Subitamente ela rasgou minha blusa e a arrancou de uma vez. Esse era um lado dela que eu não conhecia, sexy e selvagem... E acho que amo esse lado. Vê-la excitada daquela forma me excitou mais que qualquer outra coisa já o havia feito na vida. Desci a mão até sua intimidade e apertei forte, o que a fez cravar as unhas em minhas costas e gemer alto, me deixando maluca de desejo ao percebê-la totalmente molhada.

– Você não sabe o quanto desejei isso... – Sussurrei ofegante entre um beijo ao mesmo tempo em que deitava Anne na cama. Ela correspondia a todos os meus toques e balbuciava entre gemidos coisas que eu não conseguia entender.

Eu acariciava e tocava cada parte do corpo dela como se aquele fosse o último instante de minha vida. Anne me olhava mordendo os lábios e contorcendo o corpo com chamas saltando de seus olhos.

– Você me enlouquece, Carla. – Ela bem que tentava falar, mas praticamente só saíam gemidos. Se ela soubesse o quanto gemidos mexem comigo! Por um momento parei tudo que estava fazendo e apenas olhei aquele corpo perfeito, admirando cada parte de seu corpo. Eu queria gravar em minha mente cada detalhe daquela obra de arte.

Deitei-me novamente sobre ela e olhei em seus olhos.

– Hoje você vai ser minha de uma forma que nunca foi de ninguém... – Beijei seu corpo e enquanto abria suas pernas. Subi minhas mãos acariciando as pernas da loira, meu desejo era maior que tudo que sentira com qualquer outra mulher. Anne já estava completamente entregue, gemia e pedia que eu continuasse.

Resolvi obedecer e a toquei devagar, deitando meu corpo sobre o corpo dela, colocando lentamente um dedo. Anne estremeceu o corpo inteiro em baixo de mim e agarrou meu corpo com força. Comecei a movimentar lentamente meu dedo, beijando o pescoço de Anne e sentindo seu corpo tremer mais a cada investida. Anne se prendia ao meu corpo com as pernas, gemendo em meu ouvido e levando-me a loucura, o que me fez acelerar os movimentos. A minha loira lado selvagem rebolou intensamente nos meus dedos. Eu sentia o quanto ela estava entregue, nossos corpos já estavam suados e deslizavam um pelo outro. Anne, já completamente louca, chegou ao orgasmo e foi relaxando seu corpo, soltando lentamente suas mãos das minhas costas, agora muito arranhadas. Beijou a testa dela e senti que brotavam lagrimas em meus olhos. Tentei esconder, mas Anne percebeu.

– Ta chorando por que, Carla?

Como eu poderia explicar aquilo sem parecer a maior panaca apaixonada que já existiu? Não dava. E quem liga? Ela merecia saber como me sentia.

– Porque você é a pessoa mais perfeita desse mundo Anne. Porque eu nunca me senti assim com ninguém. Juro que estou escutando sininhos e sentindo borboletas no estômago e toda essa parada besta.

Ela abriu o sorriso mais sincero e mais lindo que eu já vi. Fez menção de se virar sobre mim para beijar-me, mas eu sorri e segurei seu corpo na cama.

– Quem disse que eu acabei?

Anne me olhou com a maior cara de safada e eu não resisti. Comecei tudo novamente.