BitterSweetheart

Capítulo 13 – Domando a fera


Carla

Fui para casa e segui o conselho de Mai, me joguei na cama e dormi muito para me recuperar do cansaço da noitada de ontem. Quando o interfone tocou, eu demorei alguns segundos para realizar o que era e onde era aquele barulho que se repetia insistentemente dentro da minha cabeça no fundo de um sonho. Eu tinha mesmo que acordar? Parece que acabei de deitar a alguns minutos. Levantei xingando até a oitava geração de quem fosse que estivesse me acordando.

– Não me deixam em paz mesmo, viu. Se for a Claudinha eu mato. – Atendi o interfone. – Sim?

– Tem uma mulher procurando pela senhora.

– Ai. É uma morena baixinha?

– Não. É uma morena, mas não é baixinha. É um mulherão. Muito gostosa. Sério, Carla, meu sonho é pegar umas minas com metade da beleza que as que você pega.

– Nem em sonho, Pedro. Eu sou demais, pegar como eu pego é quase impossível. – Eu ri da minha própria piada idiota e, sim, eu dava toda essa intimidade para o porteiro. Sempre o adorei e ele me ajuda sempre que eu preciso de uma mãozinha para escapulir de alguma maluca perseguidora ou de alguma menina inconformada. – Mas não sei quem é essa, Pedro. Pergunte o nome, por favor.

Esperei por um instante ouvindo apenas o silêncio enquanto a tal morena se identificava.

– Ela disse que o nome dela é Maitê. – Engasguei na mesma hora. Foram exatamente essas as palavras do Pedro. O nome dela é MAITÊ. E eu só conhecia uma Maitê. Que porra a chefona estava fazendo em minha casa? Aquela mulher era louca?

– Manda subir, Pedro.

Abri a porta ainda sem acreditar de verdade no que estava acontecendo. Mai encontrava-se encostada no portal, com um vestido preto muito decotado. Os seios fartos quase pulando para fora. As curvas generosas dela estavam muito acentuadas pelo vestido. Quase não usava maquiagem, o que deixava nítida a sua beleza natural. Ela estava simplesmente estonteante e eu não consegui nem disfarçar que estava babando nela, que riu com gosto.

– Não vai me convidar para entrar?

– Ah! É verdade. Desculpe-me, eu... Entra Mai.

Ela entrou e se sentou no sofá sem cerimônias. Cruzou as pernas, o que levantou seu vestido um pouco e deixou à mostra aquelas coxas perfeitas. Ela fingia estar tão distraída analisando meu pequeno apartamento que não percebia esse detalhe. Sim fingindo, eu tenho certeza que ela fez de propósito. E como era de se esperar, eu mal conseguia fechar a boca. Quem dirá parar de olhar. Mai sabia usar todo seu charme, com certeza.

– Você está péssima com essa cara amassada de sono. Já te vi mais bonita do que isso. Tome um banho e se arrume. Eu te espero aqui. Só não demore muito.

Eu não sabia por que não conseguia me manifestar. Eu não estava acostumada a não ter o controle das situações, mas Maitê tomara totalmente o controle e aquilo estava de algum modo se tornando excitante para mim. Obedeci e fui tomar um banho. Claro que eu decidi que dois podiam jogar aquele jogo, então caprichei em cada detalhe, queria mostrar que podia usar meu charme para dominar da mesma forma que ela estava fazendo. Passei meu melhor perfume e travei um pouco na hora de escolher uma roupa. Não gostava muito de vestidos, mas eu sabia que podia ficar deslumbrante mesmo sem eles. Acabei me decidindo por uma blusinha bem decotada que deixava meus seios muito definidos, um short curto valorizando as pernas, que era uma das coisas que eu mais gostava em mim. Fiz uma maquiagem mais pesada que a de Mai, mas que somente valorizava meus traços. Demorei uma hora para ficar pronta. Ela estava sentada no sofá, bebendo um champanhe que havia trazido e ouvindo minhas músicas.

– Gosta de Imagine Dragons? – Eu tinha que fazê-la me olhar, confesso que se ela gostava ou não da música pouco me importava. Eu queria mesmo estudar as suas intenções no olhar que ela jogaria sobre mim e o resultado não poderia ter sido melhor. Quando me olhou foi sua vez de ficar hipnotizada. Ela corria os olhos por cada parte do meu corpo, abrindo cada vez mais a boca. Percebi que ela deu atenção especial às minhas pernas e sorri. Como vale à pena conhecer seus pontos fortes!

– Você demorou muito, mas valeu à pena esperar. Você está linda.

– Obrigada. Você também está. Aonde vamos?

– Na verdade eu pensei em beber com você e ficar aqui mesmo. Que tal?

– Não é má idéia, mas você se arrumou tanto para ficar em casa?

Mai pegou minha mão e me puxou para mais perto. Serviu-me uma taça e apagou a luz. Esperou educadamente enquanto eu provava o champanhe e me puxou para o centro da sala. Trocou a música para alguma que eu não conhecia, provavelmente ela havia trazido, até porque eu nunca teria músicas que parecem feitas para strip-tease em casa. Mai colou-me contra seu corpo e começou uma dança sensual, deixando seu corpo roçar no meu às vezes, me levando à loucura. Eu apenas acompanhava a dança com os olhos, provocando Mai de volta quando conseguia me lembrar de fazê-lo, mas o restante de sanidade e controle que me restava ela levou embora quando falou baixinho no meu ouvido.

– Eu não vim linda assim para sair. Eu vim assim para você.

Era só o que faltava para me enlouquecer. Passei o braço pela sua cintura e apertei seu corpo contra o meu, deslizando as mãos pelo rosto da morena. Aproximei nossos rostos e rocei meus lábios nos dela, desviando o caminho e percorrendo seu rosto, permitindo apenas um leve contato dos meus lábios com sua pele até chegar ao seu ouvido. Dei uma mordida de leve que fez o corpo da chefinha estremecer.

– Você é linda demais.

Mai apertou minha nuca e pressionou mais ainda seu corpo ao meu.

– Cale a boca e me beije, Carla.

E para que é que se precisa de cérebro em uma hora dessas? Pensar era a última coisa que eu queria fazer, apenas colei minha boca na dela e a beijei com desejo. Parecia desesperada para fazer aquilo. Fui passando a mão pela cintura dela e já percorrendo todo seu corpo. Que me desculpem as contidas e as corretas, mas eu sou assim, não perco tempo, principalmente quando o sexo sobe à minha cabeça. Quando voltei a mim novamente, Mai já estava deitada no sofá em baixo de mim. Eu chupava seus seios com vontade, um de cada vez. Ela apertou as minhas pernas e gemeu em meu ouvido. Essa mulher realmente sabia como me excitar. E o melhor é que era tão desinibida quanto eu na cama, ou no sofá nesse caso. Senti meu corpo todo se contrair de tesão quando ela falou ao meu ouvido com a maior cara de sem vergonha.

– Eu já estou toda molhada. Faça algo quanto a isso. – E colocou minha mão dentro de sua calcinha.

Preciso dizer que eu delirei? Sentei-me sobre ela e arranquei minha roupa e a dela em seguida. Assim que a vi livre das roupas cai com a boca em seus seios. Mordi, chupei, lambi, fiz o que tinha e não tinha direito ali e ela só respondia com gemidos cada vez mais intensos, manhosos e altos.

– Carla... Não me torture assim.

– O que você quer? Eu só faço se você pedir.

Ela me olhou com um olhar assassino.

– Você gosta de se sentir no comando, não é?

– Eu adoro. Pede e eu te dou o que você quiser. – Mordi e puxei o mamilo dela fazendo-a soltar um gemido alto e perder o controle.

– Me chupa, Carla. Eu não agüento mais, preciso sentir você em mim. Quero trepar com você desde a primeira vez que te vi.

Meu Deus! Você já trepou à lá filme pornô? Ouvir sacanagem ao pé do ouvido me deixou descontrolada de tesão. Passei a língua pela barriga da mulher que estava ali toda entregue em minhas mãos, arrancando mais suspiros dela. Apertei suas coxas e abri suas pernas, parando para observar cuidadosamente seu sexo, passei um dedo por ali bem de leve e fui lambendo sua perna, subindo bem devagar. Encontrei sua virilha e mordi, ela gemeu alto.

– Carla eu já mandei parar de me torturar, me come logo, cacete. – Eu já mandei! Cara eu ia ficar louca com ela, que mulher... Ela manda até na hora de me dar.

– Pede mais. Isso me excita.

– Chega dessa brincadeirinha de controle. Me come logo porque eu não vou pedir mais.

Ta, eu também não sou de ferro. Por mais que seja gostoso provocar, eu não agüentei mais e devorei seu sexo, brincando com a língua ali. Aos poucos aumentando o ritmo e chupando com mais vontade. A gostosa não parava de gemer e chamar pelo meu nome, então resolvi atender aos seus pedidos e penetrei dois dedos de uma vez e quanto mais ela gemia, mais fundo eu ia e mais a chupava. Não demorou muito para que ela soltasse um grito de prazer, e ficasse repetindo com uma respiração ofegante que tinha tido o melhor orgasmo de sua vida. Sorri ao ver o que eu podia fazer com aquela mulher, seu corpo todo tremia e suava. Era lindo e incrivelmente excitante dar tanto prazer assim a alguém. Mai me puxou e me beijou com carinho. Ficamos abraçadas por um tempo, enquanto ela mexia em meu cabelo, então, de repente, a louca se levantou e começou a se vestir.

– Aonde você vai?

– Para casa. Meu marido fica todo irritado quando eu chego tarde. – Puta que pariu por essa eu não esperava. Tudo bem que eu sabia que ela era casada, mas não era necessário trazê-lo para a conversa agora, não é?

– Tudo bem. Boa noite Maitê. – Ela ainda sentou ao meu lado com toda a cara de pau do mundo e me beijou. Que mulher mais filha da puta. Estava me usando como um brinquedo sexual.

– Não fique zangada comigo. Tem que ser assim. Nos vemos amanhã depois do trabalho.

– Eu vou ser seu caso agora? – Ela riu. Cheguei a comentar que ela não vale nada? Pois é, estou repetindo.

– Se você não quiser da próxima vez é só dizer. – Ela pegou a bolsa e saiu do apartamento.

Joguei-me no sofá, exausta por dois dias intensos assim, desejando que Mai desaparecesse e me odiando por saber que se ela entrasse pela porta amanhã, eu faria tudo de novo. O sono começou a me pegar e meus devaneios foram ficando cada vez mais distantes e incontroláveis. Sabe aquele instante de limbo entre sonhos e realidade em que ficamos alguns segundos antes de dormir? Nesses segundos eu pensei em Anne e tive vontade de chorar. Somente o rosto dela povoava minha mente e eu tive a nítida sensação de que a amava, então porque eu não conseguia deixar meu orgulho de lado e me arriscar ao menos uma vez? Se eu tinha certeza que só Anne podia me fazer feliz, por que sempre que uma mulher bonita aparecia, eu me esquecia de tudo por alguns momentos? Adormeci no sofá, com esses pensamentos torturantes. Sonhei a noite toda com Anne naquele sofá, fazendo as coisas que Maitê fizera.