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Capítulo 15 - Tudo tão perfeito...


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Tudo tão perfeito...

— Como assim você vai pagar? José, eu já cancelei seu cartão há anos!
— Acontece que eu estou aqui e não vou deixar você pagar, ok? Não teime comigo porque não vai adiantar! — peguei o telefone discando para o restaurante.

Ela cruzou os braços no peito e bufou, com sua cara de irritada, ela virou-se para a janela. Eu falava ao telefone aos sorrisos, me contendo para não rir da graça que ela estava ao meu lado. Assim que terminei de falar, desliguei e me virei para ela, que nem me olhava. Legal José!

— Vai ficar brava comigo? — ela não me respondeu — Estou falando com você, linda! — vi ela dá um sorriso de canto e morder o lábio — Eu vi, ok?
— José para de tentar me agradar!
— Ei, eu falei sério. Você é linda! — ela sorriu — Agora você quer pagar? Depois não se arrependa...
— Não. Pode ser um cavalheiro.
— Eu sou um. E você vai ver! — ela me desafiou com o olhar

Me virei para frente e liguei o carro. Vi, do canto do olho, que ela se virou para a janela de novo. Que aflição! Será que ela ficou mesmo brava comigo? Ou será que aquele telefonema era tão grave? Eu não sei do que se tratava aquele telefonema, mas eu realmente tinha a impressão que era muito grave em relação à nós dois. Só espero que não seja algo que nos leve para longe um do outro! Não quero ficar longe dela nem mais um segundo.
Mas...Como vou dormir sem ela? Ela vai ter que ir para casa e eu irei passar horas sem ela. Se eu pedisse, ela dormiria comigo?
Olhei para ela, e ela continuava bem pensativa olhando pela janela. O que ela tanto pensava?

— Babi...
— Oi — ela me olhou sem sorrir. Que falta o sorriso dela me faz...
— O que está acontecendo? Me diz quem era no telefone e o que aconteceu.
— Eu te digo no restaurante, ok? — assenti. Ela passou o braço por trás da minha cabeça, me fazendo carinho e, aí sim, eu pude ver seu sorriso!

O resto do caminho, ela passou me olhando, sorrindo e fazendo carinho na minha cabeça. Se eu dormisse, a culpa era dela!
Assim que chegamos, desci do carro, dei a volta e abri a porta dela, segurando em sua mão para que descesse. Eu falei que seria cavalheiro, e vou ser! Entrelacei minha mão à dela e fomos em direção a porta. Entreguei minha chave aos rapazes responsáveis em guardar os carros dos clientes e entramos. O dono nos esperava no balcão e assim que me viu, veio com o maior sorriso, na minha opinião muito falso, em nossa direção.

— José Medeiros, quanto tempo! — ele apertou minha mão livre — Está com ela?
— Com certeza, Matthews. Babi Lopes... — Babi estendeu a mão livre a ele que a pegou e deu um leve beijo. Larga ela!
— A mesa já está pronta?
— Como você pediu. A mais longe que consegui foi perto da varanda, algum problema?
— Todos! — respondi ríspido e Babi se assustou ao meu lado
— Não há nenhum problema. Creio que a vista deve ser linda... — Babi sorriu para Matthews que me olhava esperando uma aprovação
— Tudo bem. Vamos ver a mesa! — Babi deu uns pulinhos ao meu lado e eu fiquei feliz.

A mesa não era em um lugar nada ruim. Sua vista era maravilhosa e Babi ficou encantada quando chegou. Claro que Matthews continuou me olhando com medo de uma negação do local. Assenti a ele, que sorriu se retirando.
Puxei a cadeira para Babi e ela estava tão distraída com a vista que não percebeu. Raspei a garganta e ela acordou do seu sonho, sorrindo e se sentando. Dei a volta na mesa e me sentei a sua frente.
O local não era iluminado demais, havia apenas um tipo de abajur no centro da mesa que deixava o lugar agradável. A mesa era cobrida por um pano de seda, muito macio por sinal! Estava completamente arrumado!
Algum tempo depois que nos sentamos, um garçom chegou com vinho e colocou a garrafa na mesa. Babi me olhou reprovando.

— Você não bebe?
— Não e você está dirigindo! — ela me alertou
— É verdade. Garçom! — o chamei antes que saisse. Pedi que nos trouxesse algo que não contivesse álcool. Assim que ele saiu, toquei no assunto do telefonema — Quem era no telefone? — ela segurou minha mão por cima da mesa e encarou o pano de seda
— Era Michael, meu ex-namorado. Assim que vi que você havia me esquecido, eu parti para outra — ela me encarou — Não iria ficar te esperando para o resto da vida e você não voltar. Mas eu não conseguia te esquecer do mesmo jeito! Voltando ao Michael, ele sempre foi apaixonado por mim, mas nunca passou de um amigo para mim. Durante o tempo que namorei com ele, eu pensei ter me apaixonado por ele, mas não, eu continuei apaixonada por você. Até hoje pela manhã, antes do telefonema, eu ainda namorava ele e por isso Greg falou que eu namorava. Ele se referiu ao Michael! — Como fui tapado! — Você não percebeu isso, o que foi um alívio para mim. Só que Michael me ama e quando eu terminei com ele pelo telefone, ele simplesmente não quis acreditar. Não sei o que ele vai fazer com isso, mas eu não o quero mais e isso é um fato.
— Ele pode nos separar?
— Eu sei lá. Nunca vi Michael fazer nada de ruim com um inseto quanto mais com uma pessoa, ou duas. Michael é legal, acredite! Só que ele me ama e, bem...eu não sei o que ele pode ser capaz de fazer. Se é que ele faria alguma coisa!
— Tudo bem. Nós vamos para os Estados Unidos assim que eu falar com seu pai — sua mão gelou na minha — Não quer que eu fale com seu pai?
— Eu...tenho medo. Só isso!

O garçom chegou com um tipo de macarrão italiano e nos serviu. Babi encarou aquilo por um tempo e quando eu ri, ela se ligou no tempo. Assim que terminamos, ficamos algum tempo com as mãos dadas por cima da mesa, conversando. Ela me parecia preocupada em relação à Michael.

— Esse garoto não vai estragar nossa felicidade, ok?
— José...Como você consegue ser tão perfeito? — dei uma risada — Tirando o fato te ter me deixado por 3 anos, você é perfeito!
— Durante esses 3 anos, eu deixei de ser perfeito?
— Bem, você continuou sendo perfeito, mas não comigo.
— Eu não faço nada para ser perfeito. São apenas os seus olhos! — ela riu e acabei rindo também. Que brega!
— Que ridículo, José! — ela chegou seu rosto para frente e me debrucei na mesa, acariciando sua bochecha — Com você, tudo é tão perfeito. Eu nunca me senti assim...Como se fosse uma boneca!
— Mas você é! A minha boneca — ela sorriu e me beijou

Ainda seria a minha vez de perguntar: Como ela consegue ser tão perfeita?