Big Feelings

Capitulo 2 - Dance, motherfucker


A atmosfera no ginásio era eletrizante, com a arquibancada repleta de alunos e pais ansiosos para acompanhar a seletiva das novas ginastas. Optei por um collant preto com lantejoulas prateadas. Havia sido o último collant que minha mãe havia me presenteado, segundo ela, combinava com a minha personalidade. Não sei se minha intenção era buscar transmitir confiança e determinação diante do desafio, mas com toda certeza a escolha não havia sido em vão, tudo tinha um propósito. Cada ginasta teria seu momento no solo com um aparelho de escolha, onde seriam aproximadamente 3 minutos por apresentação com um aparelho de escolha, num total de doze competidoras, seguidos de 3 minutos de apresentação livre.

Enquanto aguardava minha vez, observava atentamente as apresentações das competidoras que me antecediam. O coração batia acelerado no peito, uma mistura de ansiedade e determinação. Verifiquei mais uma vez se tudo estava certo com a minha fita de cor vermelho sangue, precisaria dela para causar o impacto que planejava.. A tensão aumentava a cada segundo que se passava, embora vez ou outra fosse substituída pela calmaria do caos.

As performances das demais ginastas foram verdadeiramente espetaculares, cada uma demonstrando sua habilidade e graciosidade no solo. Apesar de alguns erros notáveis aqui e ali, nada que diminuísse o brilho do evento aos olhos daqueles que não entendiam profundamente do esporte. Eu observava cada movimento, absorvendo cada detalhe, enquanto me preparava mentalmente para minha própria apresentação.

Aleksander’s POV.

Quando o nome de Willow ecoou pelo ginásio, uma atmosfera de expectativa e tensão se instalou, silenciando os murmúrios das fofocas. Sua reputação era tanto um motivo de especulação quanto de admiração, e sua imprevisibilidade no tablado era tema de conversas entre os espectadores, como sempre. No entanto, havia também um respeito silencioso, quase reverencial, por Will.

A luz do sol que entrava pelas janelas do ginásio, atingia o tablado em um brilho dourado que destacava a figura esguia de Willow. Vestida em seu collant impecável, ela emanava uma determinação feroz, seus músculos tensos e os olhos focados. O coque apertado que prendia seus cabelos acrescentava uma aura de seriedade à sua postura, enquanto ela se preparava para dominar o solo com sua fita.

Ao som de "Trececerotres" de Daniela Lalita, Willow iniciou sua apresentação com uma calma calculada, mas logo seus movimentos se tornaram poderosos e enérgicos. Cada passo era marcado por uma força interior indomável, e a fita se tornava uma extensão natural de seu corpo, manipulado com habilidade e destreza.

Seus giros e saltos eram executados com uma precisão assombrosa, desafiando os limites da resistência e da força humanas. A fita cortava o ar com uma velocidade impressionante, envolvendo-a em uma aura de poder e determinação. A música impulsionava seus movimentos, enquanto ela expressava uma mistura de emoções intensas.

À medida que a música alcançava seu ápice, Willow atingia o seu próprio clímax, realizando acrobacias impressionantes que desafiavam a gravidade. A fita serpenteava em torno dela, acompanhando cada movimento com uma graciosidade surpreendente, criando uma apresentação hipnotizante para todos os presentes.

Quando a música finalmente diminuiu, Willow encerrou sua apresentação com um gesto final poderoso, exalando uma mistura de exaustão e triunfo. A multidão irrompeu em aplausos ensurdecedores, reconhecendo a incrível exibição de força e habilidade que acabaram de testemunhar.

Enquanto deixava o tablado, Willow não ostentava um sorriso de satisfação, mas sim uma expressão de determinação contida. Era típico dela, mesmo após realizar uma das apresentações mais extraordinárias de sua vida. Ao acenar para ela timidamente, vi um lampejo de gratidão em seu olhar antes que desaparecesse na multidão.

Minha vontade era correr até lá e dar um abraço nela, dizendo o quão incrível havia sido. Meus pensamentos foram interrompidos pela Lilah, que chorava copiosamente ao meu lado.

— Você viu, Alek? Foi lindo! Muito lindo. — Limpou o catarro com a manga de seu casaco gigantesco. Meu olhar se cruzou com o de Benjamin, que também queria rir, mas sabia que se fizesse isso estaria encrencado. — Isso sim é arte.

— Sim, Lili, foi lindo. — Concordei antes que voasse catarro em mim.

Deixei Ben confortando o problema dele e desci a arquibancada em busca da Will, precisava de uma desculpa para conversar com ela. Haviam me proibido de conversar com ela durante todo o dia, eu precisava da minha amiga.

— Onde pensa que vai, Sr. Haddington? — Disse a treinadora June, me parando no caminho.

— Prestar apoio moral pra Willow. — Sorri convencido. Ou tentando convencer, não sei.

— Ela parece estar precisando de apoio moral? — Apontou para ela, que parecia estar extremamente calma.

— Qual é, Sra. Gibbs, 5 minutinhos… Por favor.

— Cinco minutos e eu estarei contando.

Não perdi tempo e corri até Willow, que abriu o maior sorriso do mundo quando me viu. Nos abraçamos e ao separar do abraço, depositei um beijo em sua testa.

— E ai, preparada pra amassar essas garotas na modalidade livre?

— Shhh… Não precisa falar assim. — Olhei ao redor e pude ver alguns olhares de reprovação.

— Foi mal ai, galera.

— Como você conseguiu vir até aqui?

— Ah, a Sra. Gibbs me deu cinco minutos. — Ela continuava parada no mesmo lugar, mas desta vez de braços cruzados observando com atenção a série de uma garota novata. — Acho que se eu ficar aqui quietinho ela me deixa ficar mais tempo.

— Está fugindo de algo? — Ela me conhecia bem demais.

— Lilah está de TPM. Está chorando desde que acabou a sua apresentação. — Apontei para minha irmã no meio da plateia.

— Ah, não.

— Ah, sim. Deixei o Ben cuidando do problema dele e vim atrás do meu. — Acho que acabei falando demais.

— Então eu sou um problema? — Questionou, me olhando com uma das sobrancelhas arqueadas.

— Tu me entendeu, pequena. Meu problema foi chegar até aqui. — Boa saída talvez?

— Vou deixar passar pela sua criatividade. — Mas não 100%, pois me deu um soco no braço.

— Me arrependo do dia em que te ensinei a se defender. — Falei passando a mão onde doía. —Caralho, viu.

Antes que o papo ficasse mais interessante, um segurança veio me escoltar a pedido da treinadora, informando que a Willow precisaria se preparar para a modalidade livre. Quando estava prestes a me levantar, senti sua pequena mão segurar a minha e puxar o braço no qual havia me batido, depositando um beijo no local. Quando já estava um pouco distante, pude vê-la agradecer.

Willow’s POV.

Ultimamente, estar próximo de Aleksander tem tirado um pouco do peso dos meus ombros. Temos passado mais tempo juntos, fazendo coisas diferentes, como por exemplo, ele achou uma boa ideia me ensinar a andar de skate. Agora, todos os dias durante a tarde, temos o compromisso de ir ao parque para fazer o dever de casa e andar de skate.

De acordo com o quadro de pontuações, as que obtiveram as melhores pontuações seriam as últimas a se apresentar na modalidade livre. Olhei ao redor do ginásio e vi algumas garotas acenando para seus pais, talvez isso tenha me causado sentimentos conflitantes. Sequer havia perdido meu tempo comentando sobre o evento com meu pai, pois quando tive a oportunidade, ele me informou que não o esperasse para o jantar, pois levaria Camila para almoçar em um restaurante na cidade vizinha e possivelmente ficariam por lá para turistar durante todo o fim de semana.

Esperei pacientemente para que minha hora chegasse, enquanto prestigiava minhas adversárias. Vez ou outra trocava olhares com Aleksander na plateia e não pude deixar de notar que agora Cassidy, minha rival de tablado, estava abraçada em seu pescoço sussurrando algo. Faltando pouco para que fosse a minha vez, levantei-me e iniciei minha pequena rotina de alongamentos, pois precisaria de todo o meu corpo para esse momento. Por dentro, uma mistura de nervosismo e excitação tomava conta de mim, enquanto me preparava para dar o meu melhor na apresentação.

“ Willow Hawkings, tablado dois” Disse a voz no sistema de som.

O ginásio novamente estava mergulhado em um silêncio. No centro do tablado, eu me posicionei e aguardei até que pudesse ouvir as primeiras notas de Dance for me Wallis de Abel Korzeniowski. Meus passos eram leves e calculados, cada movimento carregado de uma emoção palpável. É comum que pessoas com traumas busquem algum tipo de terapia ou atividade para liberar energia negativa do corpo, e acredito que era isso que a dança representava para mim. Inicialmente, era apenas um hobby para gastar energia acumulada, mas percebi que podia canalizar momentos tristes em movimentos e música, expressando o que não conseguia verbalizar. À medida que a música ganhava intensidade, meus movimentos também se tornavam mais complexos. Procurei executar giros fluidos e saltos graciosos, sempre demonstrando uma flexibilidade impressionante. Dance... Dance como se o mundo fosse acabar hoje, dance como se seus pés estivessem em chamas, dance como se apenas eu e minha dor existissem no ginásio. Expresse o infinito através de seus movimentos, revele quem você é... E era isso o que eu fazia. Cada movimento era carregado de emoção, como se eu buscasse contar uma história sem dizer uma palavra. Meus braços se estendiam em gestos expressivos, com os olhos transmitindo uma gama de sentimentos, desde a alegria até a tristeza, em um piscar de olhos. Tudo isso me fazia sentir mais viva. A melodia parecia fundir-se ao meu corpo, facilitando a fluidez de movimentos em perfeita harmonia. Era como se eu estivesse em transe, perdida em seu próprio mundo de expressão artística. E então, num momento de pura vulnerabilidade, encerrei minha rotina com um salto final, que me levou a uma estratégica posição de acolhimento.

O ginásio irrompeu em aplausos e gritos, foi necessário pedir silêncio diversas vezes. Reverenciei o público, sentindo uma mistura de euforia e alívio pulsando em minhas veias, e me retirei do tablado, tentando processar a avalanche de emoções que me envolvia. Mas, para minha surpresa, a treinadora June estava me aguardando, com o rosto vermelho e repleto de lágrimas.

— O que houve? — Corri até ela e a abracei, preocupada. — Alguma coisa deu errado?

— Como assim o que houve, Willow?! — Questionou incrédula, ainda com a voz embargada. — Você não faz ideia do que acabou de fazer ali em cima?

— Fiz a minha série. — Respondi, confusa e tentando entender a gravidade da situação.

— Foi mais que uma série… Olhe ao seu redor.

Assenti e, então, observei a comoção que se desdobrava na plateia. Ainda havia pessoas aplaudindo, mas o que mais me surpreendeu foi ver diversas delas chorando. Algumas lágrimas eram contidas, outras escorriam livremente pelos rostos. E não se limitavam apenas aos pais; alunos, garotas, garotos, todos pareciam profundamente tocados pelo que acabara de acontecer. Eu não fazia ideia do impacto que havia causado. Procurei Delilah e Aleksander na multidão, e novamente vi suas expressões carregadas de emoção. Delilah chorava, parecendo incapaz de conter as lágrimas, enquanto Ben limpava os olhos discretamente. Já Aleksander estava paralisado, com os olhos vidrados em mim, não consegui localizar Cassidy. Era como se todos ali pudessem sentir minha angústia, sem saber os motivos, mas para Alek era diferente. Ele conhecia meus demônios e sabia o que aquilo significava para mim.

Aleksander’s POV.

Não podia me mexer, temendo que qualquer movimento me levasse a derramar mais lágrimas do que Lilah. Aquilo havia sido mais do que uma mera apresentação; fora uma manifestação da alma, uma entrega de paixão e dor ao mundo. Por alguns preciosos minutos, Willow se permitiu ser vulnerável diante de todos. Seus olhos e movimentos eram transbordantes de emoção, como se estivesse compartilhando um pedaço profundo de si mesma com cada espectador.

Sentei-me novamente no banco da arquibancada e limpei uma lágrima teimosa que escapara de meus olhos antes que Lilah pudesse notar e zombar de mim. Desde o dia em que Willow me contou a verdade sobre o que realmente estava acontecendo em sua vida, especialmente em relação à sua mãe, algo dentro de mim despertou. O desejo de protegê-la tornara-se mais forte do que tudo. Eu não podia fraquejar; precisava ser uma fortaleza para ela. Willow necessitava de alguém que fosse resistente o suficiente para cuidar dela.

Apesar de ser um desfecho previsível, a ansiedade enquanto esperávamos pelos resultados era insuportável. Passara-se uma eternidade desde o fim das apresentações até que os nomes das quatro selecionadas fossem anunciados no pódio. Ben, Lilah e eu estávamos próximos à saída do pódio, aguardando ansiosamente o resultado final.

"EM QUARTO LUGAR, CALLIE NELSON."

À medida que os nomes eram anunciados, a plateia vibrava em êxtase.

"EM TERCEIRO LUGAR, BROOKE LOPEZ."

O nome de Lauren Moore fora pronunciado em segundo lugar, e sua reação ao anúncio deixara claro que era uma competidora reconhecida por muitos.

"EM PRIMEIRO LUGAR, WILLOW HAWKINGS."

O anúncio do nome de Willow ecoou pelo ginásio como o gol decisivo na final da Copa do Mundo. A explosão de comemoração foi ensurdecedora, com abraços e gritos de alegria por todos os lados. Até mesmo os que não foram selecionados para a equipe pareciam celebrar a vitória dela. A treinadora Gibbs não conseguia conter as lágrimas.

Demorou um pouco, mas finalmente conseguimos resgatar Willow sã e salva no vestiário. Embora muitas pessoas quisessem parar para parabenizá-la, no fundo eu sabia que ela só desejava sair dali, e assim fizemos.

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Willow’s POV

Cheguei em casa exausta, acompanhada por Alek, Ben e Lilah. Sabia que meu pai não estaria em casa naquela noite, então seria o momento perfeito para uma pequena social. A pedido meu, não havíamos convidado mais ninguém, embora Aleksander insistisse que eu deveria chamar algumas garotas do time de ginástica. Eu sabia das intenções dele.

— Estou cansada demais para convidados, Haddington. — Joguei minha mochila na cama e me deixei cair entre os travesseiros.

— E quando você não está cansada? — Ben questionou, lançando um olhar perspicaz.

— Tenho um argumento melhor: Que tal não colocar minha casa e família disfuncional em exposição, quando já sou a fofoca do semestre? — Reconheci que talvez tenha sido um pouco pesada. Os três ficaram em silêncio, ponderando minhas palavras. — Talvez eles possam notar que as fotos com minha mãe sumiram, ou perceber que meu pai saiu em um momento crucial e não foi para uma viagem a trabalho.

— Ah, Lilo. — Aleksander se aproximou e me acertou com um dos travesseiros. Fazia tempo que ele não me chamava dessa maneira. — Você sabe como estragar uma festa.

— Não é uma festa. Só quero ficar bêbada o suficiente, dançar e esquecer.

— Ouçam, garotos. — Lilah disse, enquanto acariciava meus cabelos soltos, que agora caíam como uma cascata sobre o lençol púrpura. — Sem convidados.

Deixei-os debatendo sobre o que constituiria uma verdadeira festa e acabei adormecendo mais rápido do que imaginava.

Delilah’s POV.

Enquanto os garotos debatiam os níveis de socialização de Willow, continuei acariciando seus cachos. Desde que chegou em casa, parecia exausta, o que não me surpreendeu. Sua seletiva começou pontualmente às sete da manhã e se estendeu até próximo das três da tarde. Desde criança, sabia que Willow não conseguia dormir antes de qualquer apresentação, por menor que fosse. Era uma novidade vê-la adormecer logo após chegar em casa.

Voltei minha atenção para a conversa dos dois quando ouvi nomes conhecidos. Ao que parecia, meu irmão queria convidar uma garota que não frequentava nossa escola, o que estava dentro dos limites estipulados. Cassidy estudava na West Bridge, que ficava a alguns quilômetros da Riverview High School. WB e Riverview eram rivais declarados quando o assunto era esporte, e não sei se era uma boa ideia convidar a rival de Willow para comemorar sua seleção. Não sabia onde Aleksander estava com a cabeça.

— Ela não. — Interrompi. — Qualquer uma das suas garotas, menos a Cassidy.

— Tenho certeza de que Willow não vai se importar, afinal, já está acostumada com a Cassie. — Ele tentou argumentar.

— Alek...

— Deixa de ser chata, Delilah. — Ele encerrou a conversa abruptamente.

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Nos preparativos para a pequena reunião, subi ao sótão, onde os antigos tesouros de decoração estavam guardados. Entre caixas empoeiradas e memórias antigas, encontrei o que procurava. Havia uma caixa marcada com letras desbotadas, mas ainda legíveis: "Decorações de festa - Não mexer". Abri a caixa cuidadosamente e ali estavam os tesouros do passado.

Dentro da caixa, encontrei balões de diferentes tamanhos e cores, mas foquei nos roxos, a cor favorita de Willow. Peguei os balões, certificando-me de que estavam todos em bom estado, e coloquei-os em um cesto para levá-los para baixo.

Além dos balões, achei algumas tiras em tons de roxo e prata. Com essas tiras, poderíamos fazer enfeites suspensos ou guirlandas para dar um toque especial ao ambiente. Guardei as tiras com cuidado, garantindo que não se rasgassem. Com os materiais em mãos, desci as escadas do sótão e encontrei Ben, pronto para ajudar. Expliquei a ele o plano de decoração e começamos a trabalhar juntos. Enchemos os balões com cuidado, amarrando-os com fitas para pendurá-los em diferentes lugares ao redor da sala. Em seguida, começamos a pendurar as tiras,, combinando diferentes tons de roxo para criar um efeito visual impressionante.

Enquanto trabalhávamos, cada detalhe era discutido meticulosamente, garantindo que tudo estivesse perfeito para receber os convidados e proporcionar uma noite memorável para Willow. Entre risadas e conversas animadas, transformamos o ambiente em um verdadeiro refúgio de boas energias e alegria.

— Obrigada pela ajuda, amor. — Agradeci, observando Ben pendurar mais um fitilho lilás.

— Tudo por você. — Ele sorriu, seus olhos brilhando com determinação. — Me passa a fita adesiva?

— Se dependesse do Aleksander, teríamos paredes vazias e dois cigarros. — Meu tom estava um pouco emburrado.

— Amor, ele foi comprar bebidas. — Ben tentou me acalmar. — Mais fitas, por favor.

— Depois que ameacei cortar os cabelos dele! — Admiti, com um sorriso nos lábios.

— Mas foi, não? — Ben provocou, provocando uma risada de ambos.

Nesse momento, Aleksander entrou, carregando diversas sacolas, interrompendo nossa conversa.

— Pra onde? — Alek perguntou, curioso.

Willow’s POV

Acordei ao som de "TAPANÁ!" do KARAN! tocando ao fundo, uma batida envolvente que invadia o quarto. Certamente, era obra do Benjamin no controle do cabo auxiliar; músicas brasileiras sempre foram sua escolha favorita. Embora eu não entendesse uma única palavra do que a música dizia, ele já havia me apresentado anteriormente, tentando explicar diversos motivos pelos quais eu deveria usá-la em uma apresentação. Devo admitir que a batida era de outro mundo e que talvez eu devesse considerar a ideia. Fiquei imóvel por alguns minutos até decidir tomar um banho antes de descer.

Já havia lavado meus cabelos no vestiário após a seleção, então não demorei muito. Optei por vestir uma calça cargo de moletom preta e um cropped branco, uma escolha confortável para a ocasião. Descendo as escadas, deparei-me com a sala decorada em tons de roxo e prata, certamente obra da Lilah.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.