Better Than Revenge.

Capítulo 9 - Meu jogo, minhas regras!


Nós nos afastamos aos poucos, mas ele continuou com as mãos na minha cintura, senti meu rosto corar... Sabe quando você quer falar algo, mas não consegue? Seu celular tocou e eu me afastei um pouco.

–É a Priane - Ele disse surpreso.

–Atende. -Eu disse e foi o que ele fez.

–Oi.

....

–Ela tá comigo sim.

....

–Calma Pri. Conta o que houve?

...

–Estamos indo aí. Fica calma. -Ele desligou e me fitou.

–O que houve com a Priane? -Perguntei chocada.

–O Carlos foi atrás dela, e ela fica mal sempre que isso acontece.

–Você sabe dela e do Carlos? -Disse séria e ele riu.

–Sei, acabei virando amigo da Priane. Teu irmão queria que a gente ficasse e tal.

–Bom saber. -Ergui as sobrancelhas.

–Ciúmes? -Arthur disse se divertindo com a situação.

–Não. - Falei dando os ombros.

–Tá, vamos? - Disse ele me fitando.

–Sim. -Ele entrelaçou suas mãos nas minhas.


(...)


–Ei... -Eu disse apoiada sobre as minhas pernas e agachada enquanto Priane chorava com ás mãos no rosto, sentada em um sofá e o Arthur estará ao seu lado.

–Desculpa atrapalhar a noite de vocês. -Ela disse.

–Não se preocupe minha noite já está ganha. -Arthur disse e me fitou por alguns instantes com um sorriso na face.

–Eu não aguento mais isso! Parece que nunca vou ter paz, e o pior a Roberta não pode descobrir se não vai me matar. -Ela disse chorando.

–Erro feio, eu sempre te disse isso... -Arthur disse.

–Arthur. -O repreendi.

–Ele está certo. Eu me sinto uma vadia... Troquei uma provável amizade por um canalha!

– Ás vezes nós, fazemos escolhas erradas e isso nos ensina a crescer. Todo mundo te disse que ficar com ele era uma péssima ideia, mas você não acreditou. O que eu quero dizer é que ás vezes só enxergamos o que queremos e temos que quebrar á cara e enxergar com nossos próprios olhos. -Eu disse.

–Dorme aqui hoje Windy? -Priane disse.

–Claro. -Sorri.

Ficamos conversando mais um pouco e ela se acalmou, Arthur foi embora e assim que ele saiu, Priane pulou do sofá e se sentou mais perto de mim.

–Rolou algo entre vocês? -Ela perguntou e eu assenti. -Como assim? Conta.

–A gente se beijou. -Disse com um sorriso largo e sabia que tinha corado.

–Cuida bem dele hein. Ele é um amor. -Pri disse sorrindo.


(....)


Cheguei a minha casa e eram 08h24min. Tirei os saltos e entrei de fininho, mas uma luz se ascendeu e a minha mãe surgiu da escuridão com os cabelos bagunçados e com uma cara de sono.

–Chegando essa hora? - Ela perguntou e esfregou os olhos.

–Eu estava dormindo na casa da Priane. -Ela me fitou e deu uma gargalhada.

–Você acha que irei acreditar nisso? Mas tudo bem, o Arthur é um garoto de ouro.

–Ainda bem que você intende mãe. Bem, vou subir.

Subi as escadas e fui para o banho. Minha mãe não acredita em mim, que lindo isso. Deixei a água escorrer pelo meu corpo e minha mão tocou meus lábios.

Lembrei automaticamente do beijo, do seu corpo próximo ao meu, do seu sorriso hipnotizante e do seu perfume... Ah o seu perfume.

Saí do banho e passei hidratante pelo meu corpo e peguei um vestido florido no closet e uma sapatilha e coloquei. Desci as escadas e me sentei á mesa com o Dan e a minha mãe.

–Bom dia. -Eu disse sorrindo.

–Bom dia. -Dan respondeu. -E esse bom humor? -Ele perguntou.

–Está muito bem, obrigado. -Respondi e peguei um pedaço de bolo e um suco de laranja.

–A noite foi boa. -Minha mãe disse rindo.

–Mãe. - A repreendi.

–Dormiu em casa? -Dan perguntou.

–Não, na Priane.

–Ah sei... -Dan riu. -Arthur rapidinho.

–Dan. -Minha mãe o repreendeu com um tapa no braço.

–Eu não dormi com o Arthur. Pergunta pra ele para você ver. -Eu disse bufando.

–Vou perguntar mesmo. Bem gostaria de continuar aqui falando a vida sexual da Windy, mas tenho aula então tchau. -Dan disse e saiu de casa.

–Se preveniu filha? -Minha mãe disse.

–Tchau mãe. -Ouvi o telefone tocar e era da universidade. Passei no vestibular e precisava ir até lá fazer a tal matricula.

(...)


–Só aguarde um segundo. -A mulher disse e se retirou, fiquei esperando ela voltar para saber quando começara minhas aulas.

Fiquei esperando no balcão, brincando com os meus dedos, virei e avistei o Ricardo ao meu lado.

–Ricardo. -Eu disse o fitando e sorrindo. Ele se virou e me fitou retribuindo o sorriso.

–Oi Windy. Milagre a gente não se esbarrar ou você atirar sorvete em mim... -Ele disse debochando.

–Ou você jogar cerveja em mim. -Bufei e ele riu. -Enfim... Preciso da tua ajuda, topa?

–Para matar quem? -Ele perguntou e eu sorri.

–Suas aulas começam dia primeiro de março. -A moça disse me entregando meus documentos e um papel que eu soquei na bolsa.

–Obrigada. -Disse para ela. -Te espero ali na rua ok? -Disse para o Ricardo que assentiu.

Confesso que eu não gostava muito dele, o seu jeito super cínico e irônico despertava uma fúria em mim. Em alguns momentos ele se parecia com o Rafael, mas sim eu precisava de sua ajuda.

–Windy?! -Uma voz atrás de mim soou rouca. Virei-me para fitá-lo e era o Rafael.

–Aff... Você. -Eu disse e revirei os olhos como uma reprovação.

–Quando vamos repetir a dose? -Ele sussurrou próximo ao meu pescoço.

–Nunca. -Virei-me de costas na esperança do mesmo me deixar em paz, mesmo sabendo que ele nunca faria isso. Rafael tinha o prazer de me torturar e me provocar. Respirei fundo, crente que ele havia saído de trás de mim.

–Windy. -Me virei já irritada com a situação.

–Vai pro infer... -Travei ao ver os olhos de Arthur e seu sorriso me fitando. Ele coçou a cabeça e eu sorri fraco.

–Achou que fosse quem? -Ele perguntou.

–Rafael. -Falei mais aliviada.

–Ele anda te perseguindo? -Arthur disse erguendo as suas sobrancelhas.

–Você acha que um dia ele vai me deixar em paz? -Perguntei.

–Quando ele te vê com algum outro alguém talvez a ficha caia. -Arthur disse colocando os seus braços em volta de minha cintura e me aproximando de seu corpo, dando um leve selinho nos meus lábios.

–Eu preciso entrar, aula e tudo mais. -Arthur disse fazendo biquinho.

–Tudo bem, vai lá. -Dei um selinho nele que logo saiu me deixando sozinha novamente.


(...)

–Qual o seu plano maligno Windy que de santa só tem a cara. -Ricardo disse irônico.

–Porque você acha que eu tenho um plano maligno? -Disse com as mãos na cintura.

–Você tem cara de má e tudo mais...

–Está bem, você é bom nessas coisas de computação, não é? -Perguntei.

–Claro, não sei se você lembra, mas estou aqui me matriculando para isso...

–É bom em montagens de fotos? -Perguntei.

–Sim, barbada. O que quer? -Tirei meu pen drive da bolsa e o meu tablet, liguei o mesmo e mostrei para ele a foto. Expliquei tudo para ele que sorriu satisfeito.

–Então eu saquei... Eu te ligo assim que estiver pronto e nós nos encontramos. -Ele sorriu enquanto brincava com o meu pen drive girando-o nos seus dedos.

–Tente fazer o mais rápido possível.

–Provavelmente amanhã estará pronto. -Sorri satisfeita e percebi que começará a chover, me despedi de Ricardo e entrei no carro. Ao chegar à minha casa, coloquei um casaco, pois havia esfriado. Desci até a cozinha e vi a Zilda fazendo algo.

–Está fazendo o que Zilda? -Perguntei sentindo o cheiro de biscoitos vindo diretamente de dentro do forno.

–Biscoitos assando, e bolo de cenoura com calda de chocolate. -Ela respondeu sorrindo.

–Posso ajudar? -Perguntei.

–Claro querida. Venha.


Priane.


Estava saindo da faculdade, peguei a chave do carro dentro da minha bolsa e ouvi alguém chamar-me. Virei-me e encarei todo o campus e logo meus olhos se fixaram no Cadu que andara sorrindo em minha direção.

–Priane... -Ele disse parando em minha frente. -É que o Carlos veio perguntar se estamos juntos. -Ele colocou a mão na sua nuca, e eu fiquei roxa de vergonha.

–Desculpa... É que ele apareceu do nada lá em casa e eu... Eu só queria que ele me deixasse em paz. -Falei gaguejando e gesticulado, eu não deveria ter metido ele nessa situação.

–Só acho que se for pra fingir é melhor fazer bem feito. -Ele disse com um sorriso malicioso nos lábios e olhou de canto para o Carlos que andara de mãos dadas com a Roberta na nossa reta. Roberta falava algo para Carlos que nem estará prestando atenção e seus olhos, se manterá fixos em mim e no Cadu.

–Como assim? -Entortei os lábios.

–Assim... -Ele disse puxando-me pela cintura e juntando nossos lábios. Nós nos afastamos por falta de oxigênio e só então percebi que a Roberta nos observara.

–Mais um casal... Só falta o Thiago agora. -Roberta disse rindo e o Carlos bufou ao seu lado. Cadu me pressionou contra seu peito e abraçou-me.

–Como assim? E o Arthur? -Cadu perguntou confuso.

–Está digamos... "Enrolado" com a Windy. -Roberta falou se divertindo com a situação.

–Vamos? -Carlos disse meio irritado.

–Calma. Amor... -Roberta o respondeu.

–Vamos. Já vi o suficiente por hoje. - Carlos saiu e Roberta balançou a cabeça.

–Bem, então tchau. -Ela disse e correu até o Carlos, ela parecia que estava brigando com o mesmo. Soltei-me dos braços de Cadu e bufei.

–De nada. -Ele disse com as mãos no bolso.

–Tá maluco é? O que deu em você? -Disse e ele me fitou.

–Você que fica com um cara que tem namorada e eu que sou maluco. -Cadu disse.

–Vai me dar lição de moral agora? -Perguntei o fitando.

–Não mais você acha que o Carlos iria acreditar que estamos juntos sem nem ver nós juntos? -Cadu disse rindo.

–Não, ele não ia acreditar, mas... -Cadu me interrompeu.

–Mas nada, quem faz as regras sou eu... Você precisa de mim então só cumpra as mesmas. -Ele saiu com um sorriso vitorioso nos lábios que me causava enjoo.


(...)

A chuva caia, e eu saí da faculdade, direto para a casa da Windy.

–O que? Ele te beijou? -Windy disse com um sorriso completamente malicioso.

–Ai Windy para! Que ódio desse garoto. -Disse me jogando sobre sua cama.

–Ódio pode virar amor. -Ela disse.

–Se fosse verdade esse caso, você e o Rafael já estariam casados. -Disse sem pensar, e quando me toquei do que havia dito era tarde demais.

–É diferente. -Ela murmurou sem jeito, enquanto mexia em um urso que estará no seu colo.

–Desculpa. -Eu disse arrependida.

–Vocês irão fingir que estão juntos? -Perguntou-me mudando de assunto.

–Não sei... -Respondi com as mãos no rosto.

–Como assim? -Ela perguntou.

–Ele disse algo como: "Eu crio as regras e você segue." -Disse, imitando a sua voz que fez a Windy rir.

–Você está literalmente nas palmas das mãos dele. -Ela disse fazendo biquinho.

–Normal, um dia eles me matam... -Eu disse a fitando.

–Eles quem? -Windy ergueu as sobrancelhas.

–Os homens. -Respondi.

–Então imagine o que sobra para mim. -Ela disse sorrindo.

–Ah, não faz drama. Você está bem é só levar o Arthur a sério como ele te leva.

–E se eu não quiser levar a sério? -Ela perguntou e eu me levantei.

–Não... Não... Você não está pensando em não ficar com ele... Ou está? Devia ter pensado nisso antes de beijar ele e dar esperanças.

–Calma Priane. -Ela disse fazendo-me sentar novamente. -Eu gosto dele! -Ela disse e eu respirei fundo.

–Mas? -Eu perguntei.

–Acabei de voltar para o Brasil, acabei de terminar um namoro, acabei de fixar meus pés no chão... -Ela disse.

–Não está pensando em dar um fora nele? Você nunca vai achar alguém como ele Windy!

–Eu sei, e não estou pensando nisso. -Ela engoliu seco. -Não agora... É que eu estou com outros planos.

–Quais? -Eu disse e ela não respondeu. A porta se abriu e o Arthur a fitou com um sorriso bobo.

–Oi Arthur. -Nós falamos no mesmo tempo.

–Oi. -Ele respondeu olhando para a Windy.

–Bem, eu vou para casa. Beijo para vocês e juízo. -Eu disse e me retirei do quarto, segurar vela não é comigo.