– Filha, eu sei que é difícil ter que ver o Rafael sempre. No início eu não queria que seu irmão o trouxesse aqui. - Minha mãe disse enquanto mexia nos meus cabelos, eu estava deitada no sofá no seu colo e ela sentada fazendo cafuné em mim.

–Tudo bem. -Eu disse.

–Prometa que não vai aprontar nada? -Ela perguntou.

–Sim. -Menti, mas por uma boa causa.

–Eu me preocupo com você. -Ela disse.

–E deve, você é a minha mãe. -Disse rindo. Logo a porta se abriu e o Dan entrou, acompanhado do Arthur e do filho do Arthur.

–Trocou de melhor amigo é? -Minha mãe falou e eu levantei-me do seu colo e me sentei para vê-los. Dan apenas riu.

–Fez uma bela troca. -Minha mãe disse sorrindo e encarando o Arthur. -E esse pequeno? -Ela disse olhando para o filho do Arthur.

–Sempre aprontando. -Arthur disse pegando a criança no colo.

– Bem, vou dar uma saidinha. Se comportem, crianças. -Minha mãe disse se retirando.

–Vou lá pegar o notebook pra gente fazer o trabalho. -Dan disse e saiu deixando eu e o Arthur a sós. Ele me olhou por alguns segundos, mexeu nos cabelos e por fim, sentou-se ao meu lado.

–Sabe... Eu estava pensando se... -Ele disse e eu o encarei seus lábios, prestando atenção nas palavras que sairiam dali.

–Se? - Eu perguntei distraída.

–Está afim, de sair comigo qualquer dia desses? -Ele disse finalmente e corou.

–Claro. -Respondi e ele abriu um sorriso.

–Então... Eu posso te ligar pra marcar? -Ele perguntou acanhado.

–Sim. Se você tiver o meu número. -Sorri.

–Eu pego com o Dan. - Ele disse.

–Ouvi meu nome?! -Dan disse invadindo o cômodo com seu notebook nas mãos.

–Bem, vou pro meu quarto. -Eu disse. - Até depois. -Retirei-me da sala. Entrei no quarto e o meu celular estava tocando, me joguei na cama e para atendê-lo.

–Windy.

–Priane?

–Sim, topa ir numa festa comigo? -Ela questionou.

–Em pleno domingo? -Respondi com outra pergunta.

–Ah vamos. - Choramingou.

–Está bem. - Ela soltou um "yes", se sentindo vitoriosa.

(...)

–Olha lá a Roberta e o Carlos. -Priane disse me puxando para o lado oposto deles.

–Dá pra ver que ele não gosta dela. -Eu disse segurando uma garrafa de ice, me sentindo uma alcoólatra.

–Você acha? -Priane perguntou.

–Acho não, tenho certeza. Coitada da Roberta, eu gostei dela. - Disse sinceramente.

–Ela era minha amiga, sempre gostei do Carlos e ele sabia. Quando eles começaram a namorar eu me afastei. -Ela disse com uma expressão triste.

–Ela sabia que você gostava dele?

–Não. - Ela suspirou. - Olha quem tá vindo pra cá... - Pri disse apontando pro Rafael.

–Oi. -Rafael disse.

–Oi Rafa. -Priane disse e deu dois beijinhos no seu rosto, revirei os olhos.

–Podemos conversar? -Rafael perguntou voltado a mim.

–Não. -Respondi.

–Windy. -Ele bufou.

–Vai lá garota. -Priane me empurrou fazendo com que eu quase caísse, mas Rafael me segurou.

–Vamos? -Ele perguntou me soltando, revirei os olhos, mas assenti.

Ele me puxou até o pátio, onde estava mais calmo. Tinha umas pessoas se beijando, outras conversando e também outros, indo mais além.

– Fala. - Eu disse apressando esse "papo".

–Tudo bem. Não vou ficar enrolando. -Ele disse enquanto prensava meu corpo contra a parede. Colocou as mãos sobre a mesma e aproximou nossos lábios, senti a sua respiração e o calor do seu corpo. Tentei fingir que não estava me abalando, coloquei a mão no seu peito e o afastei de mim.

–O que você quer? -Disse ao ver ele me fitando.

–Você. - Ele disse devagar, e selou nossos lábios. No começo foi algo meio romântico, mas depois o beijo se transformou uma pura malicia.

Priane.

–Fala Dan.

– Viu a Windy por ai? -Ele perguntou e eu comecei a procurá-la pelo pátio. Logo meus olhos se fixaram nela aos beijos com o Rafael.

–Sim, está ficando com o Rafael. - Eu disse rindo.

–O QUE? -Dan gritou. - Tem certeza?

–Ai, não grita e sim, tenho. - O Dan desligou na minha cara.

–Eita, mal educado. -Disse para mim mesma, logo voltei para a festa.

Fiquei escorada na parede observando algumas pessoas.

–Saudades de mim? -Carlos disse com as mãos apoiadas na parede e me fitando.

–Não, pra ser sincera você está poluindo meu ar. -Disse me preparando para sair dali.

–Sério? -Ele disse. -Não é isso que seus olhos e seu corpo dizem. -Sussurrou no meu ouvido.

–O mundo gira, a fila anda! -Disse saindo, só queria me livrar de Carlos. Surgiu um garoto em minha frente e pra ser sincera nem vi seu rosto.

O agarrei e dei um beijo na sua boca. Iniciamos um beijo lento e a surpresa veio quando nos afastamos.

(...)



–Você beijou o Cadu? -Windy disse rindo, estávamos no meu carro voltando para casa.

–E você o Rafael. -Bufei, e ela automaticamente parou de rir.

–E o Carlos? -Windy perguntou.

–Nem sei, fiquei tão chocada e sem jeito que a única coisa que vi foi o Cadu com aquela cara de surpreso dele.

(...)