POV BEN

Estava andando pelos jardins para espairecer, não conseguia dormir, pois martelava em minha mente o ocorrido na manhã. Esbarrei em alguém e ao olhar vi a pessoa que não me deixava dormir. Involuntariamente abri um sorriso para ela que não me olhou apenas se desculpou e saiu andando. Segurei seu braço e notei ao olha-la que estava chorando. Não pensei no que estava fazendo quando o fiz, mas o fiz, eu a abracei e comecei a tentar acalma-la, dizendo que tudo ficaria bem e afagando seu cabelo. A garota do meu sonho gostava disso e vi que ela também, pois após uma grande crise de choro começou a se acalmar.

— Quer conversar? – perguntei segurando seu rosto para olha-la, senti que ela estava em duvida, achei que não iria aceitar, mas deu um pequeno sorriso e aceitou meu convite.

A levei aonde nos encontramos a primeira vez em meus sonhos, quando nos esbarramos a primeira vez. Ela olhou o lugar como se reconhecesse e deu um leve sorriso.

— O que foi? Porque deu esse sorriso?- perguntei esperançoso para que ela também soubesse o quanto aquele lugar era especial.

— Não é nada. Só.. deixa pra la. – disse, mas eu sabia que ela sentiu algo com o lugar, eu senti isso em meu coração.

Nos sentamos na grama e começamos a olhar as estrelas, com a minha garota dos sonhos era fácil iniciar uma conversa, com essa Mal não, eu não conseguia enxerga-la direito, parecia que um muro tinha se criado especialmente para mim e eu não deixaria de tentar ultrapassa-lo.

— Quer me contar porque estava chorando?- perguntei e ergui a mão para toca-la, mas parei no meu do caminho, ela poderia achar estranho.

— Eu não sei, é difícil de explicar. – disse dando um meio sorriso triste, conhecia esse sorriso, toda vez que nos despedíamos ao amanhecer e ela saia dos meus sonhos. – Mas então, porque decidiu trazer os filhos dos vilões para Auradon? Não tem medo de nós? – mudou de assunto e notei que ela tentava me sondar.

— Na verdade não, acredito que nossos pais fizeram a escolha deles, serem bons ou vilões, mas nós? Nós temos a nossa chance de escolher e eu quis que o povo da ilha também tivesse essa chance. – respondi sinceramente pra ela, nos nossos sonhos sempre falamos sobre escolhas, sempre.

— Você acredita que cada um trilha seu destino e faz suas próprias escolhas, não nascendo nem bom, nem mal. – ela disse, não me perguntou, apenas disse me olhando como se me entendesse. Ficamos nos olhando por um tempo ate que ela quebrou o contato e fez uma pergunta inesperada para mim. – Você acredita que eu possa ser boa?

POV MAL

Eu perguntei, eu precisava saber o que ele achava de mim, o que achava do meu povo, do lugar que vim. Eu não sou santa, não sou uma pessoa boa, não sei se serei, mas por ele eu sempre tentaria.

— Eu acho que é só uma questão de escolha. Você quer ser boa? – ele me perguntou, nunca deixando de olhar diretamente nos meus olhos e eu fiquei envergonhada e olhei para o chão. Ele tocou no meu rosto e uma carga elétrica me atingiu onde ele estava me tocando, ergueu meu rosto para olha-lo. – você não me respondeu. Você quer ser boa? – eu senti que ele precisava dessa resposta, ele nem respirava e nem eu.

— Eu... Eu cresci num lugar diferente, vivi uma vida diferente. Não sei como ser boa. – respondi a verdade, porque eu realmente não sabia. Ele voltou a respirar e me deu um sorriso sem deixar de me tocar.

— Eu aprendi que devemos sempre ouvir nosso coração e eu acho que só pela sua resposta você é boa. Mas se quiser, posso te mostrar e deixar você ver com seus olhos como é ser uma pessoa boa. – me disse. Sinceramente eu vou beija-lo, eu quero beija-lo, eu preciso beija-lo.

E quando estávamos assim quase nos beijando o que você acha que aconteceu? Começou a chover e isso me fez soltar uma lufada de ar revoltada, ele se levantou sorrindo e me puxando junto e com isso corremos para nos abrigar. Como não sabia como agir eu me despedi rapidamente e voltei para meu quarto para tentar dormir e sonhar com ele.

Acordei no outro dia sorrindo, pela primeira vez eu não acordei desesperada e chorando. Não sonhei com ele essa noite e algo me diz que não voltarei a sonhar, mas eu estive com ele, tivemos um momento juntos e eu estava mais que feliz.

Me levantei e encontrei Evie pronta para a aula, ela me encarou como se tentasse entender porque estava sorrindo e fechei minha cara na hora. Não posso ficar agindo que nem uma idiota, ele estava sendo gentil apenas isso. E eu tenho trabalho a fazer.

Me aprontei e fomos para nossa aula de bondade, foi uma aula simples e fácil, eles não entendem que é só fazer o contrário do que nos ensinaram na ilha, simples, mas tive que explicar isso, já estava ficando de saco cheio e por isso comecei a desenhar a varinha da fada madrinha nas minhas folhas. Como disse desenhar me acalma.

Após a aula resolvi buscar alguns spray para mudar um pouco a cara do armário e quando estava finalizando o desenho aquele-ser-que-não-deve-ser-nomeado apareceu a tiracolo com a namorada que se despediu dele com um selinho (que notei que ele ficou sem graça) e um apelido ridículo, serio como ele aguenta? Aff a odeio, mas voltando, pois estava divagando sobre meu ódio. Ele veio até mim olhando meu desenho e vi que gostou.

— Devia levar esse seu trabalho para sala de artes. Tenho certeza que vai gostar. – ele me disse

— Acho que sim, não sei, talvez. – respondo como se não quisesse nada, pois eu ainda estava brava, sim eu sou muito ciumenta, mesmo ele não sendo nada meu.

— Esta tudo bem? – ele me pergunta um pouco preocupado, prefiro desviar dessa pergunta que foi feita apenas porque ele esta sendo gentil, quando vejo a Jane filha da fada madrinha, ela estava na sala quando tivemos nossa aula. Acho que posso ver sobre a varinha agora e deixo ele e minha raiva pra lá no momento.

— Aham, claro, to indo, tchau. – digo já saindo e encontrando a Jane no banheiro, espero um pouco me raiva passar e converso com ela, utilizei um dos feitiços do livro da minha mãe por ser coisa simples e deu certo, o cabelo dela ficou lindo, agora é esperar que ela consiga convencer a fada madrinha a usar a varinha e ai, tomamos ela.

Vou para meu quarto e resolvo ficar por la, eu tento mas não consigo segurar as lágrimas que insistem em sair, eu o amo tanto e sinto tanto ciúmes dele, ainda mais aqui perto e ele não pode ser meu. Eu me lembro novamente... EU SOU PODRE POR DENTRO!