Nascido em uma família rica e importante, mas desde pequeno sem se importar muito com as coisas materiais. Em um ambiente rígido, tentava ser o mais leve possível. Onde o dinheiro comprava a maioria do que desejava, aquilo que realmente queria esteve fora de seu alcance durante muito tempo. Sua infância fora cercada de mimos sem sentimentos, a atenção que a mãe lhe proporcionava não era nada além de cobranças para que não envergonhasse o nome Oyamada. Manta queria apenas ser aceito como era, não desejava que o aceitassem pela riqueza de sua família e sim pelo garoto tímido, hora extremamente animado e hora apavorado, e gentil que realmente era.

Estava cansado de falsidade, cansado de pessoas sendo suas amigas apenas pelo dinheiro. Cansado de ser incompreendido, cansado de que abusassem de sua gentileza, dos colégios onde apenas a riqueza era importante, resolveu tentar uma vida um pouco mais simples e normal. Entrou para um colégio mais simples e se surpreendeu ao ver que os colegas eram sinceros e brincavam com sua baixa estatura. Mesmo ainda não sendo verdadeiros amigos, os dias começaram a se tornar melhores. Começou a fazer cursinho, planejando manter o mesmo nível que sempre teve, seus colegas continuavam a falar e implicar com ele, como se fosse um garoto normal, sem todo o dinheiro.

Numa família quase sempre dividida, já não se importava mais com a falta de atenção do pai, que vivia pelo trabalho com a desculpa de que era pelo bem do garoto e de sua irmã, nem com as futilidades de sua mãe, que queria manter a “perfeição” de sua família. Sua irmã sempre seguindo a mãe, em silencio, era a que Manta mais desejava o bem, mesmo que ela nunca ficasse muito com ele. Se não fosse por sua irmã também passar algumas coisas do que passava estaria sozinho naquela família.

Quando pequeno descobriu que conseguia enxergar muitas coisas que mais ninguém conseguia, muitas vezes tentou mostrar o que via para outros e nunca conseguiu. Graças a esse “dom”, foi chamado de esquisito por sua mãe e começou a se afastar ainda mais de todos. Durante muito tempo considerou aquele dom uma maldição, nunca havia pensado nele como algo bom, afinal até aquele dia em nada ele lhe foi útil, em nada lhe ajudou, apenas lhe trouxe mais problemas. Problemas que teria de enfrentar sozinho como sempre, pois apenas um amigo de verdade o ajudaria, coisa que era o que mais desejava, mas nunca teve, até aquele dia.

Conheceu o garoto no cemitério, um estranho garoto cercado de espíritos e que parecia não se importar com isso. A princípio Manta pensou que ele também não enxergava, mas quando percebeu o garoto falando com o grupo assustador que o cercava, se surpreendeu. O encontro deles foi um mero acaso naquela noite, mas o dia que se seguiu já havia se tornado destino.

Estavam destinados a se conhecerem, estavam destinados a verem espíritos e estavam destinados a se tornarem melhores amigos. Incrível como o destino resolveu ser tão bom com o Oyamada. Manta não conseguia acreditar em tudo aquilo. Na verdade, mesmo depois de anos ainda não consegue se convencer da rapidez com que se tornaram amigos.

No principio era apenas uma questão de confirmar se o garoto transferido para seu colégio era o mesmo do cemitério, para isso Manta o seguiu. Ele queria apenas confirmar sua suspeita, não imaginava que viveria tantas aventuras ao lado daquele misterioso e tranquilo garoto. Manta o seguiu sem pensar duas vezes, e depois dessa vez, sempre pensou duas vezes.

Quando Yoh falou que iria pegar a Harusame do museu, Manta tentou convencê-lo do contrário, mas de nada adiantou. Manta acabou indo junto com o garoto, assim como foi junto com o Asakura entregar a espada ao espírito e explicar à Amidamaru a demora do ferreiro Mosuke. A partir daquele momento, daquela interação mais profunda com Asakura Yoh e os espíritos, Manta entendeu que não conseguiria mais voltar a ter uma vida normal.

Manta estava intrigado, era curioso e estudioso, estava gostando de aprender sobre aquele universo, sobre aquele mundo novo onde shamans e espíritos viviam em harmonia. Manta conheceu o lado bom dos shamans através de Yoh e seu primeiro contato com a escuridão que cercava essas pessoas especiais foi através de Tao Ren, mas o pior foi quando encontrou Faust e o perigo se mostrou ainda mais real quando a Shaman Fight se iniciou e o verdadeiro vilão se mostrou: Asakura Hao.

Muitos dos inimigos acabaram se tornando amigos, Ryu, Ren e Faust eram ótimos exemplos, afinal a personalidade pacífica e tranquila de Yoh acabou quebrando as correntes que ligavam os três à escuridão. Manta admirava Yoh por essa personalidade. O que ele não percebia, era que ele era o juízo e a razão daquele grupo de amigos. Ele era o elo à realidade, à normalidade. Manta sempre fora o mais realista e sensato, era ele que acabava explicando coisas simples aos olhos comuns, mas preciosas para os shamans.

Manta teve seu mundo mudado, teve seu destino ligado a um mundo de fantasia e espíritos, mas assim como os shamans – especialmente Yoh – mudaram sua vida, o jovem Oyamada também havia mudado a vida dos shamans. Afinal, a roda do destino que fazia história desse jovem e dos shamans andar talvez nunca tivesse ativado o tear que tecia aquela aventura. Afinal, Manta e Yoh estavam destinados a se encontrar, estavam já com a amizade escrita nas estrelas que tanto gostavam de admirar juntos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.