Sempre seguiu corretamente as ordens de Hao, sua fidelidade seria eterna para o shamã do fogo. Desejou ser reconhecido por seu mestre, fez de tudo para isso acontecer. A alegria em ser chamado por Hao sempre fora ocultada com sua obediência, somente seu guardião a conhecia.

Sempre lutou para ser mais forte, sempre esteve junto de Siegfried, lutando para ser o melhor. Lutou para ser um bom shamã, lutou quando conheceu Asakura Hao, lutou para estar na Shaman Fight, lutou para ser reconhecido por seu mestre, lutou para continuar ao lado do futuro Shaman King e morreu lutando, tentando provar ao Asakura que Yoh era fraco e não merecia a atenção dele. Morreu lutando para ser aceito por Hao como um servo fiel.

Siegfried sempre o apoiou, sempre esteve ao seu lado protegendo-o. Ashiru estava sempre com seu guardião, dividia tudo com ele, suas tristezas e alegrias eram as do guerreiro robô, assim como o contrário também era válido. Shaman e espírito ligados até o fim, protegido e guardião sempre juntos e ainda agora mais unidos, unidos pelo trágico fim do humano, que fora assassinado por pessoas que diziam ser protetoras do mundo, seguidores de uma “santa”.

Siegfried sempre seguiu Ashiru, sempre quis ver o amigo bem e depois daquele fatídico dia jurou permanecer ao lado do garoto para que nenhum dos dois jamais voltasse a ficar sozinho, esperaria e procuraria a eternidade que fosse para reencontrar seu protegido e melhor amigo e sabia que seria aguardado. Ashiru não conseguiu dizer nada além do nome de seu mestre em seu fim, nunca imaginou que morreria de forma tão cruel e rápida e se arrependeu por ser fraco enquanto dizia suas últimas palavras. O garoto queria terminar com tudo rapidamente, para descobrir se poderia voltar logo a ficar ao lado de Siegfried e de Hao, mesmo que como um espírito.

Apenas Siegfried conhecia o passado de Ashiru, o garoto nunca o partilhou com mais ninguém a não ser o guerreiro robô. Enquanto vivo Ashiru foi feliz, feliz por ter seu espírito sempre ao seu lado, feliz por ter conhecido e servido Asakura Hao e imensamente feliz por lhe ter sido útil. Tudo com o que Ashiru sempre sonhou para seu futuro apenas Siegfried conhecia e era o guardião do garoto que sempre estava ao seu lado em cada um de seus sonhos, em cada pensamento para o futuro que nunca chegaria.

Logicamente Siegfried sofreu ao presenciar a morte do protegido e estar incapacitado de evitar, porém mais do que sofrer se sentiu inútil por estar ao lado de Ashiru e não conseguir impedir o triste fim do amigo. O espírito desejou poder voltar no tempo, desejou de forma egoísta que Ashiru nunca tivesse conhecido Hao, pois acreditava que dessa forma talvez nunca teria entrado na luta dos Shamãs e não seria assassinado tão cedo. Siegfried desejou a morte do futuro Shaman King ao perceber a indiferença ao saber da morte de seu protegido, ficou imensamente irritado pela atitude indiferente dele, mas acabou por se controlar por Ashiru, afinal com o carinho e gratidão que o garoto sentia por Hao com certeza ele o perdoaria pela falta de tato do Asakura. Siegfried não tinha ideia de como estava certo.

Ashiru, de onde estava, conseguiu sentir a perturbação de seu guardião e iria ficar extremamente triste se Siegfried seguisse o caminho da vingança para Hao. Se fosse com seus assassinos não se importaria, mas Hao não tinha culpa de sua morte. Ashiru havia escolhido agir da forma que agiu, ele tinha escolhido obedecer ao Asakura, sem se importar com as consequências. Ashiru havia sido fiel ao seu salvador e mestre até o ultimo momento e estava feliz por isso. Siegfried e ele iriam estar juntos eternamente, finalmente se tornariam mais parecidos com irmãos, e ele estava imensamente agradecido por isso.

Ashiru foi assassinado por Marco, que não pensou duas vezes antes de destruir um seguidor de Hao. Siegfried não pode impedir e se culparia eternamente por isso até ouvir de seu amigo e protegido que tinha sido perdoado. A “suavidade” e a “paz vitoriosa” estariam juntos eternamente após aquele instante, nunca iriam ficar sozinhos e continuariam a ser melhores amigos eternamente.

Ashiru era a suavidade que acalmava Siegfried, desejando que o espírito fosse feliz e tranquilo. Siegfried queria ser a paz vitoriosa para Ashiru, protegendo-o sem que o garoto tivesse que se machucar. Ambos se protegiam, ambos estavam felizes com a companhia um do outro, e agora ambos estariam eternamente juntos, não mais como shamã e espírito, mas sim como irmãos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.