Belo Desastre
Capítulo Sete
POV BRUCE
Estou nervoso, mas não demonstro.
Depois de quatro anos sem vê-la, eu ainda ficava nervoso. Acho que isso nunca iria passar, mas pelo menos eu sei o que eu sinto e não fico enrolando as pessoas, como Diana estava fazendo. Quatro anos tinham se passado, para que eu pudesse me permitir gostar de uma mulher novamente e eu tinha que me apaixonar logo por uma que não sabia o que queria da vida.
Eu não tinha sorte mesmo.
Selina Kyle tinha feito um estrago em minha vida e eu não podia mais ficar com ela, não depois do que fez comigo.
E ela me lembraria, porque eu não podia em confiar em mais ninguém, a não ser em mim mesmo.
*FLASHBACK ON*
Eu iria surpreender Selina hoje e chegaria mais cedo em casa.
Por um instante o anel de casamento que estava em meu bolso pesou.
Fazia um ano que estávamos juntos e felizes e eu sabia que ela era a pessoa certa para mim, Selina me completava e me fazia muito feliz e eu queria que isso fosse para sempre. Eu precisava me casar com essa mulher e quando ela disser que quer o mesmo, serei o homem mais feliz do universo.
Chego em casa e tudo está escuro.
Hoje é o dia de folga de Alfred e só Selina que está em casa.
Subo as escadas nervoso e finalmente chego ao corredor e vejo que a porta do meu quarto está encostada. Me aproximo em silencio do quarto, pois Selina deve estar dormindo e eu não quero acordá-la agora.
Quando abro a porta, vejo uma cena que me perturba.
Selina está dormindo nua, nos braços de um cara.
— QUE PORRA É ESSA? – grito alto.
Os dois acordam assustados e quando Selina me olha, sinto uma enorme repulsa.
— Bruce... – ela tenta dizer enquanto levanta.
— Cala a boca! – grito com raiva.
O rapaz se veste rápido e não diz nenhuma palavra.
Selina está enrolada na coberta e tenta se aproximar de mim.
— Bruce... Eu posso explicar. – diz ela.
— Eu não quero ouvir nenhuma palavra. – digo.
Ela se aproxima de mim e eu a empurro para longe.
— Não encosta nela. – diz o rapaz.
Olho para ele furioso e me aproximo dele.
— Não vou encostar mais nela, mas em você eu vou bater. – digo lhe dando um soco na cara.
O sangue escorre da boca dele e ele não revida.
Ótimo.
Soco de novo a cara dele e dessa vez eu consigo quebrar o seu nariz.
— Chega Bruce! – Selina grita.
Olho para ela e não consigo enxergar a mulher que eu amo.
Quem era ela?
Por que estava fazendo isso comigo?
— Eu pensei que você me amasse. – digo.
Ela me olha triste.
— Eu te amo ainda. – ela diz.
Rio debochadamente.
— Bela maneira de demonstrar que me ama. – cuspo as palavras.
Eu não tenho estruturas para aguentar isso. Sinto como se eu tivesse levado um tiro no coração. Não consigo mais olhar para ela.
Saio do quarto e ando rapidamente pelos corredores.
Selina me segue até a escada e eu desço correndo.
Porém, logo paro quando eu ouço que ela escorregou e que está rolando a escada.
— Selina! – grito desesperado, para que ela acorde.
Pego ela no colo com cuidado e ando rapidamente até ao meu carro.
O rapaz grita atrás de mim e eu o ignoro.
Coloco Selina cuidadosamente no banco de trás do carro e fecho a porta. Corro para entrar logo e dirigir, mas o rapaz bate na porta do carona.
— Me deixe ir com você. – ele pede.
— Vai à merda. – respondo ligando o carro.
— Ela está grávida do meu filho. – ele fala.
Meu coração se despedaça mais e eu sinto uma vontade enorme de morrer.
Abro a porta do carona e o levo para o hospital junto comigo.
Eu nunca mais quero saber da existência desses dois, de agora em diante Selina Kyle está morta para mim.
*FLASHBACK OFF*
Selina chega atrasada, o que foi bom, porque me deu tempo para pensar no que falar para ela.
Quando nossos olhares se trocam, sinto meu coração bater mais rápido que o normal e eu me odeio por isso.
Ela se aproxima devagar e abre um pequeno sorriso quando me vê.
Me levanto e puxo a cadeira para ela sentar.
— Obrigada. – ela diz.
Fico em silêncio e volto ao meu lugar.
— É bom te ver Bruce. – ela diz.
— Queria poder dizer o mesmo. – falo.
Ela fecha a cara.
— Pensei que você tivesse me chamado aqui para que eu pudesse me desculpar. – ela fala.
Seguro a vontade de rir.
— Desculpar você? – pergunto debochando.
— Eu sei que o que eu fiz foi errado e eu sinto muito por isso. – Selina fala olhando para as mãos.
— Selina, eu não quero ouvir suas desculpas. – digo.
— Depois de todo esse tempo, eu ainda penso em você Bruce. – ela fala me olhando nos olhos.
Me sinto desconfortável e desvio o olhar.
— Eu não penso em você Selina, eu te odeio. – digo seriamente.
— Eu sei. – ela responde.
— Como vai o bebê? – pergunto.
Ela me olha triste.
— Eu perdi o bebê naquela noite. – ela fala.
Droga.
— Sinto muito. – digo.
— Quando eu acordei no hospital, e me disseram o que tinha acontecido... Eu... – ela fala olhando para o prato vazio que está sobre a mesa – Eu só pensava no quanto eu queria você ali comigo, para poder me confortar. – ela fala e eu fico sem reação.
— Não era a minha obrigação ficar. – digo friamente.
— Bruce...
— O filho não era meu Selina.
— Mas eu queria que fosse. – ela diz.
— Como está o rapaz com que você me traiu? – pergunto.
— Não o vejo desde aquela noite. – responde.
Sinto raiva.
— O filho da puta te abandonou? – pergunto com ódio.
— Mais ou menos isso. – diz.
Tudo poderia ter sido diferente, se ela não tivesse me traído.
Agora ela tinha colhido o que tinha plantado.
— Como você está Bruce? – ela pergunta.
— Estou bem. – respondo.
— Está namorando? – pergunta.
— Eu não cometo um erro duas vezes. – digo.
— Bruce, você não pode ser assim só por causa do nosso passado. – Selina fala tentando tocar as minhas mãos, mas eu as retiro antes que ela me toque.
— Você é um lembrete vivo de que eu não posso me apaixonar. – falo.
Vejo seus olhos se encherem de lágrimas e eu me sinto estranho.
— Eu sinto muito Bruce. – ela diz.
— Eu também. – falo.
Ela se levanta e a gente nem jantou ainda.
Não tinha clima para isso e eu também tinha perdido a fome.
Ficar aqui com ela era muito doloroso e me lembrava de uma época em que eu tinha sido feliz e enganado. Não queria mais passar por isso.
Me levanto também e andamos em silêncio até a saída.
Meu carro chega e Selina pede um táxi.
— Eu poderia até te oferecer uma carona, mas isso seria muito doloroso para mim. – digo sincero.
— Eu vou de táxi. – ela diz tentando dar um sorriso.
— Boa noite Selina. – digo.
Ela se aproxima de mim, passa os braços em volta do meu pescoço e eu fico sem reação.
— Eu sempre vou te amar Bruce, mesmo que você me odeie e que eu não tenha mais chances. Eu sinto muito por tudo e eu não queria ter feito aquilo, me arrependo tanto do que fiz... – ela diz olhando nos meus olhos.
Meu coração está batendo rápido demais e quando eu me recupero, Selina me beija.
Fico sem entender o que está acontecendo e logo depois ela me solta.
— Até um dia Bruce. – ela diz.
Selina se vira e anda até o táxi.
Aquele beijo tinha sido uma despedida e não tinha significado nada.
Eu não sentia mais nada por Selina, só fiquei nervoso pois eu não a via faz anos e então era normal me sentir assim.
Sentir os lábios de Selina contra os meus, só me fazia lembrar o quanto eu queria estar beijando Diana agora.
Diana Prince, o que você está fazendo comigo?
*
POV DIANA
Sinto meu coração se despedaçar, quando eu vejo Bruce beijando outra mulher.
Por que ele fazia isso comigo?
Me dava esperanças e logo depois as tirava.
Eu tinha conseguido fugir de Themyscira para poder me encontrar com ele, para que eu pudesse dizer o que eu sentia. Eu o amava e queria passar toda a minha vida com Bruce, mas vejo que ele não sente o mesmo por mim.
Burra! Burra! Burra!
Enxugo as lágrimas e voo pelo céu, até poder me sentir melhor novamente.
Eu não quero mais saber de Bruce Wayne ou do Batman.
*
POV BRUCE
Chego em casa com uma sensação de vazio e com um nome na cabeça: Diana.
Alfred me recebe e eu me sento no sofá.
— Como foi a noite Patrão Bruce? – pergunta.
— Desgastante. – respondo.
— A Srta. Prince apareceu aqui procurando o senhor. – ele diz.
Me levanto rapidamente do sofá.
— E para onde ela foi?
— Eu disse que o senhor tinha ido ao restaurante e ela foi atrás de você.
Maldição!
Será que tinha sido ela que eu vi voando no céu?
Será que ela tinha visto meu beijo com Selina?
A noite não podia ficar pior.
Continua...
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