Belo Desastre

Capítulo Cinco


POV BRUCE

Diana entrou desesperada na casa e eu fico em alerta esperando até que ela volte. Não devia ter deixado que ela entrasse ali sozinha, tinha que ter ido atrás. Mas se eu tivesse entrado junto com ela, não iria poder cuidar da garotinha que não parava de chorar logo após que Diana entrou na casa.

A garotinha fala comigo, mas eu não consigo entender o que ela fala.

— Ela está preocupada com Diana e sua irmã. – diz Xena.

Olho para a garotinha e digo que vai ficar tudo bem e que Diana é forte e esperta, mesmo que ela não entenda nenhuma palavra do que eu estou falando.

— Eu vou entrar e ajudar Diana. – diz Xena e eu fico com raiva.

— Você não vai a lugar nenhum, eu que vou. – digo irritado.

O interesse de Xena por Diana me deixava completamente furioso esse joguinho que estávamos fazendo estava começando a me deixar irritado. Talvez, esse não era o jeito certo de saber os sentimentos de Diana, talvez eu devesse simplesmente perguntar para ela e tudo iria se esclarecer.

— Você precisa ficar com a garotinha e eu vou lá ajudar ela. – Xena insiste.

Reviro os olhos e deixo a garotinha com uma das mulheres.

— Eu tenho experiência e você... – tento dizer, mas sou distraído por uma explosão.

A casa que Diana estava tinha acabado de explodir.

— DIANA! – grito desesperado e saio correndo em direção aos escombros.

Deus, por favor, proteja Diana.

Reviro os escombros desesperado na tentativa de achar Diana no meio deles.

Olho para trás e Xena está parada olhando para mim.

— VENHA ME AJUDAR!! – grito.

Ela sai correndo e me ajuda a procurar.

Vejo algo brilhando em minha frente e corro até onde brilha.

E é ai, que eu a vejo.

— Diana! – falo e tiro os escombros de cima dela e de uma garota.

Xena me ajuda e tiramos Diana e a garota do meio das cinzas.

A garotinha que estava chorando em meus braços segundos atrás vem correndo em nossa direção e se joga ao lado de sua irmã e começa a chorar.

Xena fica com elas e me olha triste.

A garota não tinha sobrevivido.

Olho para Diana em meus braços e sinto dor.

Ela estava toda machucada, grandes hematomas percorriam pelo seu corpo e sua cara estava inchada.

Checo seu pulso e vejo que está fraco.

Eu precisava salvá-la.

Me levanto com ela no colo e começo a andar até a nave.

— Bruce, aonde você vai? – pergunta Xena.

— Vou salvá-la. – respondo.

— O único jeito de salvar Diana é levando ela para casa. – diz Xena séria.

— Então eu levo. – digo.

— Homens não pisam em Themyscira. – diz ela.

— Eu não ligo! – grito.

Xena se aproxima de mim e eu sinto que se ela chegar mais perto eu vou perde o controle dos meus atos.

— Cada minuto que a gente discute, Diana morre. – diz Xena chegando perto o suficiente para agredi-la – Eu posso levar ela e você cuida dessas mulheres e assim que acabar você nos encontra na entrada de Themyscira. – diz ela com calma.

Eu tinha me esquecido das mulheres que tínhamos salvado.

De repente, elas não eram tão importantes.

Mas, Diana era.

— Temos pouco tempo Bruce. – Xena fala.

— Tudo bem. – digo e entrego Diana para ela.

Xena a pega com cuidado e meu coração enfraquece.

Eu que tinha que salvar ela, eu que tinha que estar do lado dela quando ela acordasse e não Xena.

Xena corre até a nave e eu fico com as mulheres.

Peço ajuda a Clark e torço para que tudo isso acabe rápido, para eu ver Diana logo.

*

POV XENA

O jeito que Bruce olhava para Diana, era do mesmo jeito que eu olhava para Gabrielle no passado. E eu sabia que ele sentia algo por Diana, mas não queria admitir isso para mim mesma, pois eu também estava sentindo coisas por ela e sabia que estava em desvantagem. O motivo de eu ter aceitado entrar para a Liga da Justiça, era porque eu queria ficar mais perto de Diana e me redimir pelo passado, eu não esperava sentir coisas por ela, como eu já senti uma vez. E agora, eu vejo que estou sobrando como Diana já sobrou uma vez.

Eu tinha que fazer a coisa certa agora.

*

POV DIANA

Acordo confusa e assustada.

Olho ao meu redor e vejo que estou no meu quarto antigo em Themyscira.

O que eu estava fazendo ali?

Tudo tinha sido um sonho, ou, tinha sido real?

Tento me levantar, mas sou impedida pelos fios que estão no meu corpo. Estou sendo monitorada e isso me deixa nervosa.

Quero saber sobre a garota que eu tinha salvado, se ela tinha encontrado sua irmã.

Minhas memórias estavam confusas e eu não sabia direito o que tinha acontecido.

Alguém bate em minha porta e eu deixo entrar.

Gabrielle entra em meu quarto e eu fico irritada.

Ela ainda estava por aqui?

— Como você se sente Diana? – ela pergunta.

— Bem. – respondo sem vontade.

— Você teve vários ferimentos graves. – ela diz preocupada.

— O que aconteceu comigo? – pergunto.

— Você não se lembra? – pergunta.

— Se eu me lembrasse, não estaria perguntando. – digo começando a me irritar por não saber respostas.

Gabrielle percebe que eu não estou com paciência e começa a me contar o que tinha acontecido.

Parece que houve uma explosão e eu não consegui escapar e Xena me trouxe aqui para que pudessem me ajudar.

— Cadê o Bruce? – pergunto.

— Está com Xena. – ela diz.

— Gabrielle, o que aconteceu com a garota que eu salvei? – pergunto temendo pela sua resposta.

— Isso, eles vão te explicar. – ela diz checando os monitores.

Ela se afasta e anda em direção da porta.

— Por que você está aqui? – pergunto.

— Não tem mais nada para mim lá fora. – ela responde.

— E Xena? – pergunto.

— Nós não estamos mais juntas. – ela diz.

Isso era meio óbvio, afinal Xena estava dando em cima de Bruce. Gostaria de saber o motivo do término, eu até perguntaria, mas a cara de Gabrielle não estava muito boa e por um instante eu senti pena dela.

— Sinto muito. – digo.

— Não precisa. – ela diz e sai do quarto.

Precisava sair dessa cama e falar com Xena e Bruce.

Só de saber que os dois estão sozinhos, me dá raiva.

Tiro todos os fios que me prendem e me sento na cama.

Fico um pouco zonza, mas não ligo.

Quando eu ia me levantar, alguém entra no quarto e me assusta fazendo com que eu caia no chão.

— Diana! – Bruce fala e vai correndo até mim.

Ele me pega no colo e meu corpo todo se derrete com o seu toque. Era tão bom estar em seus braços.

— Eu estou bem. – digo.

— Você quase morreu. – ele diz.

— Mas não morri, então...

Ele me olha por um longo tempo e sinto que Bruce quer falar alguma coisa, mas não fala.

Deixo ele ter o seu momento e logo depois o puxo para perto de mim.

— Deita aqui comigo. – peço.

Ele concorda meio nervoso.

Bruce passa os braços em volta de mim e eu me aconchego em seus braços. A sensação era tão boa, queria ficar assim para sempre.

— Eu quase te perdi. – ele fala.

Meu coração acelera e eu me aperto mais nele.

— Foi tão doloroso Diana... – ele me aperta – Senti como se eu estive vivenciando de novo a morte dos meus pais, só que com você. – ele diz.

Olho para ele e vejo que seus olhos estão cheio de lágrimas.

— Bruce... – digo e lhe dou um beijo.

— Diana... Eu... – ele tenta falar, mas é impedido pela porta que se abre.

Xena entra e eu fico com raiva, por ela estragar o momento.

Mas, depois eu me sinto um pouco culpada por estar deitada aqui com Bruce e ela me vendo. Me sinto entranha e isso não era bom.

— Desculpe interromper. – ela diz.

Bruce se levanta e eu me ajeito na cama.

— Como você está se sentindo? – ela me pergunta.

— Estou bem. – respondo.

Ela sorri para mim.

— Obrigada por me trazer aqui. – digo.

— Não precisa agradecer. – ela responde.

Sorrio para ela e logo depois fica um silêncio perturbador.

— Como está a garota? – pergunto.

Os dois se olham e logo eu sei.

— Ela morreu. – digo triste.

Eles assentem.

— Droga. – digo chorando.

Não era para ser assim.

Eu tinha que ter conseguido salvá-la. Era a minha obrigação e dever ter feito isso e eu tinha falhado com ela e com sua irmã.

— Não é culpa sua Diana. – diz Xena.

— É sim. – respondo.

Bruce me olha e sei que ele quer se aproximar de mim. Mas ele não faz isso e fica parado ali e eu não entendo o por que.

Queria estar em seus braços de novo, será que ele não percebia isso?

— Diana, tem uma coisa que a gente quer falar com você. – diz Bruce sério.

— Podem falar. – digo.

— Não aguentamos mais viver nesse triângulo amoroso. – diz Xena.

— O que?

— Diana, você vai ter que se decidir. Eu ou Bruce. – Xena fala.

Olho para Bruce e ele parece estar triste.

Isso não estava acontecendo.

Não pode ser.

Hera me ajude!

Continua...