Não houve lágrimas, gritos ou teimosia que demovessem Clopin: Esmeralda e Miro eram ambos seus tutelados, e obedeceriam a suas ordens, quer gostassem ou não. Assim, aquele foi o casamento mais estranho que a Corte dos Milagres já presenciara: sem festa nem alegria, com uma noiva emburrada e um noivo de má vontade, que repetiram o votos mecanicamente, apenas o fazendo por não terem outra alternativa. Miro apenas concordara com aquilo tudo por saber que Esmeralda precisava ser protegida. Quanto a Esmeralda, simplesmente não concordara com aquilo, mas seu pai adotivo e chefe de seu clã dera uma ordem, e esta deveria ser obedecida.

Foi assim que, no vestido vermelho que pertencera a sua mãe, bela o bastante para que todos os homens de Paris invejassem Miro, a jovem cigana tomou por esposo aquele que fora seu amigo desde a infância. Este jurou protege-la e provê-la, cuidando de seu bem-estar e sendo-lhe fiel. Ela lhe jurou – de muito malgrado, é certo – obediência, fidelidade e adicionou as próprias palavras, dizendo que o protegeria de todo e qualquer mal. Inusitado, sim, mas ela não aceitaria tudo aquilo sem causar um mínimo de surpresa a todos.

Uma vez que não haveria festa ou celebração – O jovem casal o exigira, para aceitar tal união – o casamento se encerrou brevemente, e as costumeiras brincadeiras maliciosas foram desencorajadas e impedidas mesmo por Clopin, Alba e Diogo, enquanto o jovem casal ia para o carroção de Esmeralda – o maior, com capacidade para abrigar duas pessoas confortavelmente.

Entraram no vagão e fecharam a porta, a escuridão quebrada apenas por uma vela acesa sobre um caixote. Havia tensão e constrangimento no ar, e a garota se encolhera sobre o colchão, sentada junto à parede; Miro pensou em se aproximar dela e conversar – coisa que não haviam tido chance de fazer, naquele dia – mas, no momento em que se ajoelhou, Esmeralda sacou o pequeno punhal que sempre levava amarrado à perna:

— Nem ouse pensar que vai consumar este casamento, Miro. – disse, em tom ameaçador – eu não pude fugir ao casamento, mas ninguém decidirá a quem entrego meu corpo.

— Você está louca se acha que eu tenho qualquer desejo por você, Esmeralda! – protestou o rapaz – o vinho que bebeu a deixou fora de si deste modo, a ponto de achar que eu iria... Tocar em você? Francamente, nós somos como irmãos!

As palavras dele a pegaram de surpresa, e ela percebeu que fizera um papel um tanto ridículo: afinal, aquele era Miro! Seu melhor amigo, seu irmão!

— Perdoe-me, Miro... Eu só não queria estar nesta situação. – respondeu ela, dando de ombros e guardando a faca. Ele deu um sorriso triste, sentou-se ao lado da amiga e a abraçou pelos ombros.

— Eu também não queria, Esme... Mas estamos casados, de um modo ou de outro, e pretendo cumprir as promessas que fiz: protege-la e provê-la. Cuidar de você.

— Não preciso que cuide de mim.

— Não é o que tenho feito por toda uma vida? Assim como você cuidou de mim. Se os outros pensam que o status de casados mudará algo entre nós, deixe-os pensar. Mas nada mudará. – ele ficou sério – mas teremos de entrar num acordo quanto a esse seu desaparecimento... Clopin está furioso, e disse que, agora, é meu dever manter você junto ao clã.

— Clopin está obcecado, isso sim! – protestou a garota – sim, eu cometi um erro ao sumir por três dias, mas... Olhe, não vai acontecer outra vez. Eu juro. E você sabe que uma promessa minha jamais é quebrada.

O cigano sorriu e se deitou no colchão de palha, puxando Esmeralda consigo. Quantas vezes já não haviam dormido assim, de frente um para o outro, conversando até que o sono lhes pesasse nas pálpebras? Fitando o rosto tão bela de sua esposa, declarou:

— Se você o diz, acredito. Mas entenda que é tudo por amor e preocupação. Não suportaríamos perde-la, Esmeralda. Você é nossa rainha, nossa santa, nossa alegria... Só queremos seu bem.

— Eu sei. – ela se aninhou contra o peito do amigo, que a abraçou, mas então se afastou – preciso trocar esse vestido... Vire-se para lá. – e como já haviam feito, ele se virou para a parede, esperando que Esmeralda se trocasse. Foi só quando ela permitiu que ele se voltou, vendo-a com um vestido solto, de algodão cru; foi a vez de Esmeralda se virar, para que seu “esposo” pudesse trocar os trajes do casamento por roupas mais confortáveis, e só então voltaram a se sentar juntos no colchão. Ele tomou a mão de Esmeralda na sua, girando no dedo pequeno o anel de prata que lhe dera:

— Não o tire, está bem? Os homens tendem a respeitar mais uma mulher casada do que uma jovem solteira.

— Respeitam mais uma mulher armada – riu-se ela – mas não vou tirar. – a jovem acariciou o rosto de seu “marido” – dentre todas as pessoas com quem Clopin poderia ter me casado, certamente prefiro que seja você.

— Estou lisonjeado. Sei que sou bonito, mas não pensei que o era tanto! – riu o moço, irônico, o que lhe rendeu uma cotovelada da “esposa”:

— tonto! Quero dizer é que você é alguém a quem amo, ainda que como irmão, e em quem confio. Acho que é a única pessoa sobre a qual posso dizer isto. – ela tombou a cabeça contra o ombro dele – perdoe-me por colocar você nesta situação. Sei que está gostando tanto quanto eu...

Miro segurou a mão da jovem e beijou o topo de sua cabeça; realmente, não gostava nada daquela situação, mas preferia que fosse ele a se casar com a moça, em vez de qualquer outro, pois ao menos tinha certeza de ela estar em boas mãos. Contudo, havia uma questão que persistia em sua mente, a qual precisava ser feita:

— Esmeralda... Nós dois sabemos por que Clopin exigiu esse casamento.

— Sim. Porque desapareci por três dias. – o jovem ficou frente a frente com ela e tomou seu rosto nas mãos, sério:

— Quero que seja sincera comigo, em nome de nossa amizade: quem era este homem a quem você foi ajudar, Esmeralda?

— Por que me pergunta, Miro?

— Porque o único homem exposto na berlinda, no dia em que você desapareceu, foi A Sombra. – ele pareceu levemente irado – foi este o homem que você ajudou?

— Não exatamente. – respondeu ela, levantando-se – eu ajudei Aaron, o organista da Catedral, um artista, músico, pintor. A Sombra é só uma máscara, um nome que lhe deram.

— Você está louca? – ele se levantou e confrontou a garota – deixou-nos em desespero para cuidar de um assassino? De um inquisidor? Sabe quantos dos nossos ele matou?!

Esmeralda revirou os olhos, mas sentia que, no fundo, devia uma resposta a Miro. Assim, contou toda a história, desde que conhecera Aaron, na Catedral, até o momento em que fugira pelas catacumbas.

— E você está apaixonada por ele?! – o moço não conseguia ser menos incisivo?

— É claro que não! – negou a jovem, revoltada. Afinal, como poderia estar apaixonada por alguém a quem mal conhecia?

— Não minta, Esmeralda! Estou vendo em seu rosto como se tomou de amores por ele! – Ele segurou rudemente o pulso da amiga – está traindo seu povo!

— Não ouse julgar minhas ações, Miro! Aaron me protegeu de Frollo, disse mesmo que cortava ali qualquer laço que tivesse com o juiz!

— Meras palavras lançadas ao vento! Pensei que você fosse mais inteligente do que isso, Esmeralda, e não uma tola que crê nas palavras de um torturador e assassino!- aquelas palavras enfureceram a garota, que empurrou Miro para trás. Ele a segurou por ambos os pulsos, e sibilou – agora sou seu marido, e você vai me obedecer: proíbo-a de tornar a ver este homem, sob qualquer hipótese!

— Não vai me dizer o que fazer, Miro! Não pode me dar ordens!

— Prefere que Clopin fique sabendo de seu caso amoroso? – a simples ideia gelou a alma da moça: ela poderia até mesmo ser banida do clã! Não! Seu pai JAMAIS poderia saber! Foi assim que, com olhos em chamas, ela rosnou:

— Isso foi um golpe sujo.

— Não me importo, conquanto a mantenha segura. E segura você ficará, Esmeralda, junto ao seu clã e família, fora dos muros de Paris, a menos que queira ter seu pequeno escândalo exposto. – ele falava sério, e ela podia ver não apenas zanga, mas decepção e preocupação em seu semblante. Por outro lado, era impossível não sentir raiva do golpe baixo que ele lhe aplicava, e ciciou:

— Está me tratando como uma prisioneira!

— Antes minha prisioneira, do que da Inquisição. – ele tentou acariciar o rosto de sua “mulher”, mas ela o repeliu com um safanão. Assim sendo, o moço apenas falou – vamos dormir. – e indicou o colchão – você do lado da parede, apenas por precaução.

Sem escolha, ela se deitou junto à parede e sentiu o marido se deitar ao seu lado; mesmo sabendo que ele não a tocaria como mulher, alertou como forma de vingança:

— Só uma lembrança, Miro: eu durmo com uma faca. Se sentir mãos curiosas em mim, você perderá uma importante parte de sua anatomia, fui clara?

— Como água. – respondeu ele, jogando um cobertor sobre ela e outro sobre si mesmo, deitando-se de costas para a cigana. Já não conseguia confiar nela, ao saber que sua amiga de tantos anos estava apaixonada por A Sombra. Afinal, pessoas apaixonadas cometiam tolices... E pessoas apaixonadas por alguém tão sombrio, cometeriam loucuras. Quanto ao cigano, estava firmemente decidido a manter sua Esmeralda bem longe daquele ser perverso, não importando quais meios tivesse de usar.

Encolhida em seu lado da cama, a cigana trincava os dentes de raiva: confiara em Miro, contara a ele seu segredo, e ele retribuía daquele modo? Sim, compreendia a intenção dele de protege-la, mas não tinha o direito de decidir por ela aonde e com quem deveria ir! Mas o que mais doía, e ela não compreendia muito bem o motivo, era saber que não conseguiria ver Aaron por um bom tempo.

*

Três meses depois

— O que houve, Aaron? – perguntou Grigoire, ao ver o amigo sentado numa das gárgulas, falando baixinho com esta. Aquele fora um hábito nunca perdido pelo organista, que preferia a companhia das pedras à das pessoas. Ao ouvir o outro chamar seu nome, o homem de olhos dourados se voltou para ele:

— Por que pergunta?

— Porque já faz um mês que você parece se arrastar pelos cantos, como uma lagarta. Quando não está tocando nas missas, simplesmente vegeta por aí. – e ante a falta de resposta do amigo – é por causa dela, não é?

— Três meses se passaram, e nenhuma notícia de Esmeralda. Nada de seu canto e sua dança, nem mesmo um breve vislumbre de sua figura, nas ruas... – ele suspirou – encontrei nela uma inspiração como nunca havia tido, e agora ela se foi...

Grigoire não disse nada: sabia como o amigo se sentia, mas nada havia que pudesse falar, ou fazer. Talvez o clã dela houvesse partido, ou talvez ela houvesse sido punida com a reclusão por seu desaparecimento. Quem poderia saber?

— Pelo menos você se livrou do Santo Ofício. Isso deveria te alegrar.

— Nem tanto... Frollo veio aqui algumas vezes, exigir que eu retornasse. Neguei em todas elas, é claro... Mas sinto certa culpa por isso, garoto. Afinal, Claudius foi meu pai. Eu não estaria vivo, se não fosse por ele... Sinto como se o estivesse traindo.

— Foi ele quem o traiu, armando aquela emboscada e deixando que o humilhassem e ferissem daquele jeito. Quando Esmeralda trouxe você, jurei que estava morrendo, de tanto sangue e tantas bolhas...

— Grigoire, falar de esmeralda não está me ajudando. – interrompeu o artista – perdoe-me, mas quero ficar sozinho.

O moço loiro apenas meneou a cabeça: seu amigo parecia ser alguém marcado pela má sorte... A felicidade nunca durava muito tempo, para ele. Primeiro nascer com aquele rosto horrível, do qual todos sempre haviam escarnecido... Depois haviam vindo todos os horrores que presenciara, obrigado por Frollo a trabalhar para o Santo Ofício, e sempre tão atormentado pela ideia de pecado! Afinal, quando parecera que Esmeralda surgira para trazer certa leveza e paz à vida do homem, a cigana desaparecera sem deixar rastros! Não podia culpa-la, é claro... Mas, por outro lado, gostaria que ela nunca houvesse cruzado o caminho de Aaron.

Enquanto o sineiro ia cuidar dos próprios afazeres, Aaron continuou onde estava, sobre a gárgula, pensando. Uma parte sua desejava intensamente rever Esmeralda, ressentindo-se do modo como ela desaparecera; outra parte, porém, era grata à cigana, onde quer que ela estivesse... Pois sem ela, jamais teria tido coragem de se esquivar ao jugo de Frollo. Para o bem ou para o mal, por mais triste que estivesse com a falta da jovem, sentia um sabor de liberdade que nunca houvera antes, em sua vida!

— O que faço de minha vida, Hugh? – perguntou à gárgula na qual estava sentado. Aguardou um pouco, como se ouvisse a resposta da criatura de pedra, e então respondeu – eu sei que preciso continuar minha vida, mas... Como? Quer dizer, continuo tocando órgão e lendo, mas não tenho inspiração... Como se houvesse experimentado um pedaço do paraíso, e agora o mundo normal parecesse insosso e sem-graça.

Mais um período de pausa, e ele riu consigo mesmo:

— Devo estar ficando cada dia mais louco... Continuo a fazer o que fazia quando menino... – de repente algo chamou sua atenção: um lampejo colorido, um vestido decorado por moedas douradas, cabelos negros esvoaçantes... Uma pele morena a brilhar sob o sol! Poderia ser?! Ah, Deus!

De imediato seu coração se encheu de alegria e, sem sequer parar para pensar um segundo, saltou da gárgula para o passadiço, e desceu as escadas da torre de dois em dois degraus. Cruzou a nave vazia como uma flecha, chegando à porta da Catedral; para sua infelicidade, porém, não havia sequer sinal de Esmeralda. Eram apenas algumas jovens ciganas, nem de longe parecidas com a jovem que tomara seu coração.

Desolado, inconformado, ele voltou para dentro da Catedral; não podia ter se enganado! Tinha absoluta certeza de se tratar de Esmeralda! Como pudera se confundir? Não! Tinha certeza de que fora ela quem vira!

Porém, o restante daquele dia foi passado como todos os anteriores e, depois da última missa, o músico subiu as escadas até o campanário e se jogou em sua cama, num sono que tinha a ver antes com a decepção do que com cansaço.

*

Ele estava num campo florido, um lugar mais bonito do que jamais vira; grama macia e flores coloridas e perfumadas o cercavam, exalando um odor delicioso a cada passo! Era dia, mas o Sol não era forte, e sim, agradável, e mais adiante ele ouvia o som de água corrente. Suas roupas não eram fechadas e escuras, mas de algodão leve e tingidas de vermelho, contrastando com sua pele branca. Os pés estavam descalços, e os cabelos, soltos. Nunca antes se sentira tão bem em sua vida!

Ouvindo o barulho da água, foi em direção a ele; subiu uma pequena colina e, ao galgar o topo, sorriu ante a cena que se descortinou diante de si: à margem de um regato, Esmeralda tinha as saias erguidas até as coxas, o vestido molhado enquanto a jovem se refrescava na margem; foi impossível não pensar nas lendas sobre sereias... Pois ela bem poderia ser uma!

Parecendo saber que ele a observava, ela ergueu o rosto e sorriu para ele, chamando-o:

— Aaron, venha! A água está deliciosa!

Com uma alegria ímpar, ele desceu rapidamente a encosta, indo se juntar à cigana, que se erguera. Ele a envolveu nos braços e girou-a no ar, selando seus lábios com sofreguidão.

— Senti tanto sua falta, Esmeralda... – sussurrou ele, entre um beijo e outro, cingindo-a com força pela cintura enquanto as mãos pequenas se entrelaçavam a seus cabelos e os lábios com gosto de mel capturavam os seus, em meio aos risinhos de alegria dela.

— Eu amo você, Aaron. – sussurrou ela, enfim, quando interromperam os beijos. Os olhos cor de mar capturaram os dele, misteriosos e serenos – venha, meu amor: vamos entrar na água! – e com essas palavras, selou seus lábios aos dele, outra vez, os dedos pequenos e delicados desfazendo o laço que fechava seu colete. Com naturalidade, ela se afastou e puxou o colete e a camisa pela cabeça do homem, deixando-o de torso nu. Ele se sentiu levemente constrangido, mas os beijos dela dissolveram a timidez, despertando uma chama até então desconhecida nele...

Sem saber ao certo o que fazia, ele se deixou guiar pelos próprios instintos, percorrendo com as mãos o corpo dela, encontrando o fecho das vestes e o abrindo. Queria descobri-la, precisava senti-la, e queria-a completamente sua, toda a beleza que o vestido ocultava revelada aos seus olhos! Suas mãos ficaram mais ousadas, mais exigentes e, finalmente, já não havia nenhuma peça de roupa a cobri-los. Ela fez menção de lhe tirar a máscara, mas ele a impediu:

— Não, Esmeralda. Não precisa ver isso.

— Eu quero ver – respondeu ela, beijando-o com paixão enquanto tirava a peça que cobria a deformidade do homem. E para sua surpresa, no rosto dela não havia asco ou horror, mas apenas aquele amor e desejo que ele experimentava pela primeira vez!

Seus corpos nus se buscaram, abraçando-se, explorando a carne um do outro, trocando beijos sôfregos, descobrindo um o outro com mãos e lábios, deixando escapar pequenos gemidos... Aaron já não consegui esperar mais, mas receava machucar Esmeralda: ela era tão pequena! Como poderia sequer deitar-se sobre ela?

A jovem compreendeu o receio dele – talvez fosse também o dela – e o empurrou de costas na grama, beijando-o, montando sobre seus quadris... O calor do corpo dela o envolveu numa onda intensa de prazer, enquanto se moviam juntos numa cadência rítmica de prazer. Em êxtase, ele sussurrava o nome dela, no momento mais feliz do toda a sua vida!

De repente, porém, tudo se distorceu, a escuridão reinou por instantes, e ele sentiu como se estivesse sendo bruscamente puxado para trás.

*

- Esmeralda... – sussurrava repetidas vezes o homem adormecido. Não queria deixar seu sonho, mas um par insistente de mãos o sacudiu, e ele acordou enfim. Despertou irado, pensando tratar-se do sineiro – Mas que maldição, Grigoire, o que... – Porém, ver a pessoa que ali estava causou um turbilhão de incontáveis sensações! Pois diante de si, linda em seu vestido verde, os olhos brilhando à meia-luz como os de um gato, estava Esmeralda. Ela tinha um sorriso maroto, talvez com um toque de malícia quando perguntou:

- Então, Aaron, quer dizer que você sonha comigo?