Believe

Capítulo 1-Helcome your new home


Acho que a felicidade não existe. Quer dizer...claro que ela existe, mas por pouco tempo. Nada é infinito. Nada é definitivo. Nós podemos nos iludir com essa idéia de que haverá um felizes para sempre. Mas não há.

E é por isso que eu estou aqui!
Não há finais felizes. Se houvessem não eu não teria sido mandada para cá.

Podem achar que é drama, mas, quando era pequena sempre me imaginei morando com meus pais, e me casando com um príncipe encantado.

Amo meus pais, e faria de tudo por eles. Mas eu sei que eles só me mandaram para cá porque eu sou uma adolescente rebelde e que não tenho limites.

Mas eu posso explicar isso. Quando tinha doze anos descobri que era adotada. E aquilo por algum motivo desconhecido me fez mudar. E então de lá pra cá, eu sou assim. Respondo professores, fujo de casa, falo palavrões, brigo, e até arrumo encrenca com a polícia.

Não que eu me orgulhe disso! Eu até pedi desculpas ao policial. Mas isso não justifica a decisão deles de me trazer para cá.

E afinal eu nem conheço a minha tia. E na verdade ela nem é minha tia, bom, pelo menos não biologicamente.

Olho para a janela, na intenção de talvez parar de pensar nisso. Desde que desembarquei do avião estou toda ansiosa. Normalmente não sou tão ansiosa. Talvez porque eu não queira conhecer o filhinho dela. Minha mãe disse que ele é mais velho. Ou seja, com certeza ele irá ficar no meu pé. O que é um saco. Não quero ter ninguém como um irmão mais velho.

─Moça?─Ouço a voz do motorista do táxi, não lembro do seu nome. Na verdade não consigo lembrar do nome de ninguém. Olho para ele─ Nós já chegamos.

Que legal. Chegamos a onde eu não gostaria de estar. Agradeço ao taxista, o pago e saio do carro. Fito a casa em minha frente. Ela é consideravelmente maior do que a que eu morava, tem uma piscina, um jardim e tudo mais. Respiro fundo e vou em direção a porta. Bato nela três vezes, e ninguém atende. Suspiro e bato nela novamente, dessa vez mais impaciente.

Não quero ficar aqui. Vai por mim, minha vida em Los Angeles era bem legal. Eu fazia tudo o que quero, saia e voltava tarde, isso quando voltava, bebia, cabulava aulas e tudo mais. E Não me arrependo.

Bato mais uma vez na porta, mais impaciente do que nunca. A porta se abre rapidamente, um garoto me atende. Ele é loiro, e tem olhos cor de mel. Ele me olha confuso, e parece querer se lembrar de mim.

Bufo irritada e cruzo os braços. Esse idiota vai me deixar entrar ou não?

─ Licença.─ digo irônica.─ Eu quero entrar.

Ele me encara outra vez e então diz:

─ Eu te comi ontem?

Ah pelo amor de Deus. Esse garoto só pode estar tirando onda comigo. Como assim me comeu ontem? Eu não sou nenhuma das piranhas com quem ele deve sair. Sinto meu rosto esquentar, mas não de vergonha de raiva.

─ Olha aqui seu imbecil─ começo─ eu não sou nenhuma dessas vagabundas com quem você passa a noite, e exijo respeito.─ descruzo os braços e me aproximo mais dele, que me olha surpreso.─ E agora, me dê licença, pois quero falar com minha tia Pattie.─ Digo o empurrando, fazendo com que ele se afaste.

Acabo entrando na casa como uma intrusa, mas fazer o que?

Sigo andando até a cozinha, que por sinal, é bem grande. Olho para os lados e não encontro Pattie. Eu já tinha visto algumas vezes. Não muitas, já que minha família não se reúne muito.

─ Ela não está! ─ tomei um susto ao ouvir a voz. Olho para trás, e vejo o garoto que me atendeu. E então eu percebo que ele está sem camisa. Olho para seu abdômen definido, e meu deus, o que é isso?─ Ouviu? ─ele pergunta, me tirando daquele transe esquisito. Olho para ele, que parece calmo.

─Você. Já. Pode. Ir. Embora. ─ ele diz pausadamente, como se eu fosse uma criancinha de cinco anos e não entendesse o que ele falava.

─ Me obrigue ─ Digo sorrindo ─ Bom, acho que você não sabe mas, eu sou Hailey, e a partir de hoje eu irei morar aqui com a minha tia Pattie. ─ cuspo as palavras. ─ E então se me der licença, tenho mais coisas para fazer do que ficar olhando pra essa sua cara. ─ Ele me fuzila com o olhar.

Ouço um barulho vindo da porta e em seguida ouço a voz de uma mulher.

─ Justiiiin ─ Reconheço a voz, como a de Pattie. Por mais que eu só tenha a visto algumas vezes, por algum motivo me apeguei a ela.─ Justin, por que você não lavou a louça?─ ela pergunta olhando para baixo enquanto entra na cozinha.

Ela levanta o olhar e me vê e arregala os olhos.

─ Meu Deus ,Hailey?─ ela pergunta e eu assinto sorrindo─ Já chegou? Nossa você cresceu tanto─ ela diz se aproximando de mim. Ela me abraça e me dá um beijo na bochecha.

─ Mãe? Você conhece ela?─ o garoto que me atendeu diz, incrédulo.

Vai me dizer que ele pensou que eu estava mentindo?

Pattie se recompõe e o fita.

─ Justin.─ Ela diz─ Essa é Hailey─ ela olha para mim─ E Hailey, esse é Justin, meu filho.─ Ela olha para ele.─ Ah─ ela bate na própria testa.─ Esqueci de lhe avisar, ela vai morar conosco.─ diz calma e Justin arregala os olhos, mas logo se recompõem.

Ele se aproxima de mim e sorri irônico.

─ Tanto faz.

E então ele sai.

Argh. Que garoto idiota.

Depois que Justin saiu, finalmente consegui matar a saudade que tinha de Pattie, claro que também levei umas broncas por causa do meu comportamento, mas quem liga?Pattie preparou o almoço, e também se desculpou por não ter me recebido, estava resolvendo alguma das rebeldias que Justin andava fazendo ultimamente, preferi não perguntar o que era, esse garoto não vai com a minha cara.

Assim que terminamos de comer, Pattie me levou até o meu quarto, que, por uma ironia do destino, fica bem na frente do quarto de Justin. Pattie disse que posso arrumar as coisas amanhã, a agradeci a ela por me deixar ficar aqui. Claro que eu preferiria estar em Los Angeles a essa hora, mas eu realmente gosto muito da Pattie.

E bom, talvez esse tempo que eu passe aqui me ajude a tomar jeito.

Ou não.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.