Era tarde da noite e ele estava ali perdido em suas palavras cruzadas queria que o tempo passasse era mais um dia em que ele se perdia ali para tentar esquecer-se dela... Suspirava a cada palavra achada e às vezes até sorria que destino era aquele sem a mulher amada? Como podia viver daquele modo? Buscou mais algumas palavras quando o nome dela apareceu... "Victória" ele circulou com calma e sua mente vagou até o momento em que a perdeu...

(...)

− Você, não podia ter feito isso comigo! – tinha os olhos cheios de lágrimas enquanto o encarava.

− Eu... – ele nem sabia o que dizer.

Victória avançou aos socos contra o peito dele não era possível que ele não podia nem se desculpar ou se justificar o silencio dele era mais que uma prova de que ele a tinha traído.

− Eu te ódio! – soluçava seu choro e ele a agarrou.

− E eu te amo, Victória, te Amo! – falou rasgado de sentimento.

− Não diga o que não sente! – o empurrou. – Me traiu e ainda vai dar um filho a ela? – nos olhos a decepção de ter que deixar seu homem para outra.

− Você também espera um filho meu! – falou com desespero e ela limpou os olhos.

− Não espero nada teu! – se afastou mais. – Eu o perdi essa manhã no momento em que ouvi de Leonela que você vai dar um filho a ela, como pode dormir com nos duas ao mesmo tempo? Ela era minha amiga e dividia o apartamento comigo, Heriberto.

− Me perdoe... – ao terminar de falar sentiu sua face arder. – Não faça isso, Victória.

− Saia daqui! – gritou com ele. – Você me deu tudo e me tirou na mesma proporção eu vou te odiar para sempre!

Heriberto não tinha o que fazer ali e apenas saiu da casa dela e se foi deixando uma Victória arrasada no chão da sala...

(...)

Heriberto caminhou até a varanda e ali olhou o céu sem nenhuma estrela e respirou fundo o céu estava como seu coração sem vida alguma e ele disse baixinho.

− Me perdoe Victória... – palavras que se repetiam toda noite para aliviar seu coração mais não tinha...

Do outro lado da cidade parecia que o sono não conciliava com as lembranças de um passado tão distante que não tinha porque estarem ali novamente 17 anos havia se passado e novamente ele estava ali em seus pensamentos...

(...)

Era noite de festa dos universitários e lá estava ele entre os mais populares não era de sorrir para muitas era muito diferente dos demais que ali estavam ele queria apenas tomar de sua cerveja e curtir a noite enquanto os amigos pegavam mulheres a torto e a direito. Caminhava entre as pessoas sendo observado por um par de olhos verdes até que ele sumiu entre as pessoas e ela ficou de pé sabia que ele não era para ela, mas mesmo assim queria uma chance ao menos de estar perto dele.

− Me procurando donzela? – riu dela pulando para frente. – Calma!

− Você me assustou. – levou a mão no peito e olhou para os lados não queria ser alvo de comentários.

− Vamos ali... – puxou ela pela mão e a levou para o andar de cima.

− Pare! – soltou-se dele. – Eu, não vou transar com você!

Ele parou e riu a olhando.

− Nem eu com você! – voltou a segurá-la pela mão e a levou para dentro de um dos quartos e a soltou. – Aqui tem a melhor vista de todo quarteirão. – caminhou para a varanda e ela o seguiu.

− Meu Deus... – ela falou sorrindo e o olhou. – Que maravilhoso.

Ele a olhou e se aproximou mais dela.

− É a visão que vai marcar nosso primeiro beijo, aqui nessa varanda e a lua será testemunha! – e sem mais ele a puxou para ela e a beijou na boca.

Victória até tentou se livrar dele mais era ela quem o queria quem o olhava a todo momento e porque não aproveitar aquela única chance de sua vida, mas o que ela não sabia que a partir dali sua vida mudaria radicalmente...

(...)

− O beijo que desgraçou a minha vida e que nunca vou perdoar... – os olhos negros de raiva era o que carregava junto com seus outros sentimentos. – Nunca irei te perdoar Heriberto!