Behing Fame

3. Family Complications


Eu não tive tempo de responder pois Luke apareceu atras de nós. O grande sorriso em seu rosto me deixa culpada

— Hey, Harry! - ele abre os braços e Harry se levanta para abraça-lo. Luke é uns 10 centímetros mais alto do que Harry, e é engraçado vê-lo ter que se esticar para abraçar alguém. - Parabéns cara. É uma grande festa - eles se largam e Luke vem para o meu lado e coloca a mão em cima do meu ombro. Harry fica tenso e contrai o maxilar, mas tenta disfarçar tomando um gole de sua bebida.

— Obrigada, na verdade eu nem queria essa festa, mas Niall me convenceu - ele olha em volta e depois rapidamente pra mm - mas esta muito bom até agora. - ele nos lança um sorrisinho de canto.

— O resto da banda esta aqui também? - Luke pergunta animado - adoraria revê-los - Sinto meu coração acelerar. Olho para Harry e faço em leve movimento com a cabeça, avisando-o para não dizer nada.

Eles me reconheceriam e iriam comentar sobre meu namoro com Harry e isso estragaria tudo. Mas Harry sabe disso.

— Ah, estão sim. - ele ponta para trás de si - eles estão la no fundo, se preparando. Nós vamos cantar daqui a pouco -

Arregalo os olhos. Eu estava prestes a inventar uma mentira absurda para conseguir sair dali, mas não foi preciso.

— Harry! -

Todos olhamos para o lado e damos de cara com Kendall vindo em nossa direção. Seu vestido prateado com um decote em V até a metade da barriga é vulgar e sua maquiagem não combinou com o penteado do cabelo, mas eu nunca fiquei tão feliz em vê-la. Kyle vinha logo atrás.

— Eu vou falar com Kyle, quer vir? - pergunto para Luke, já me levantando do banco e ficando de costas para Harry para não ter que vê-lo a abraçando.

— Vou em um minuto, primeiro quero dar um 'oi' para o pessoal a banda. - ele pega a minha mão - tem algum problema? -

— Não, é claro que não - desde que eu não vá junto não tem nenhum problema.

Nós seguimos caminhos diferentes, e quando chego perto de Kyle ela me pega pela mão e me puxa para o outro lado da festa. Lanço um olhar na direção de Harry a tempo de vê-lo colocar o braço ao redor da cintura de Kendall.

— Eai, o que ele disse? - ela estava com um vestido parecido com o de Kendall, porem vermelho e comprido.

— Nada de muito importante - disse. Mas imagem de sua mão na cintura dela ainda estava fresca em minha mente. - Vem, eu preciso de uma bebida - eu a puxo para o bar oposto ao de Harry e peço uma dose de vodka

— Como assim 'nada de muito importante'? - ela joga o cabelo loiro para trás do ombro, deixando a mostra a marca do biquíni.

Depois de mais uma dose eu conto sobre para ela. O colar, a conversa, deixando de lado a pergunta sobre ama-lo mais do que a Harry. Ela escuta tudo com atenção, sem dizer nada, apenas tomando um martíni. Quando termino de falar ela me olha seria e diz:

— Você é uma piranha sabia? - Nos duas começamos a rir alto, fazendo algumas pessoas olharem em nossa direção

— Eu? Como assim? -

— Fala serio, Amelia! Você tem dois caras muito gatos e famosos apaixonados por você. Se fosse eu, ficaria com os dois - ela me dá uma piscadinha e toma mais um gole da bebida.

— Acho que a piranha aqui é você - disse rindo, e ela me da um tapa no ombro - mas, agora falando serio, eu não posso deixar que Harry se aproxime de mim novamente, não agora que estou tão bem com Luke - olho por cima do ombro e consigo ver Harry tirando fotos com um grupo de pessoas no meio da pista.

— Amiga - Kylle coloca um mão em cima da minha - ele já se aproximou - olhei bem no fundo dos olhos dela e soube que era verdade. Eu conheço Harry, e ele não para até conseguir o que quer. E eu não posso deixar que isso aconteça.

— Amy -

Me viro e vejo Luke vindo em minha direção.

— Eles vão começar a tocar - ele estende a mão para mim e sorri - vem dançar comigo -

Pela primeira vez naquele dia eu percebo o quanto ele está bonito. Usando um suéter branco e uma calça jeans azul, tão casual mas tão... ele. O cabelo, os olhos, a pulseira de couro, o percingir, tudo parece favorece-lo. Dou uma piscadinha para Kylle e vou para a pista de dança com ele.

Paramos em um lugar com uma vista bem ampla do palco. Estão todos lá em cima, Niall, Liam, Harry e Louis da esquerda para a direita. Ainda é bem estranho não ver Zayn ali entre eles. Harry pega o microfone e da duas batidas nele, fazendo o barulho chamar a atenção e todos de virarem para eles.

— Bom, hoje é meu aniversario, como todos sabem, então eu decidi comemorar fazendo o que eu mais gosto de fazer - seus olhos encontraram os meus por um momento, mas eu desvio. - que é cantar.

Eles começam a tocar Temporary Fix. Sim, eu ouvi o CD deles. Mas foi só uma ou duas vezes, mesmo eu tendo gostado bastante das musicas. Estávamos dançando tranquilamente, até chegar no solo de Harry. Fazia muito tempo que eu não o ouvia cantar ao vivo, sua voz fica ainda mais rouca ao vivo. Me viro discretamente para o palco, apenas para vê-lo olhando para mim.

— Let me be your good night -

Ele cantou aquilo olhando bem no fundo dos meus olhos, passou as mãos pelos cabelos e lambeu os lábios.

Você não presta, Harry

Me viro de frente para Luke novamente, até passa pela minha cabeça começar a dançar colada nele, de um jeito sensual, mas eu não preciso disso, Luke é meu namorado e eu não tenho mais 16 anos para ficar fazendo ciume nos outros.

A música acaba e outra começa, e assim por diante. Dançamos mais um pouco e então sentamos no bar para tomar algumas bebidas. Estava tudo indo muito bem, até que uma mão toca o meu ombro.

— Posso falar com você um segundo? -

Olho para o lado e vejo Kendall com aquele decote gritante me olhando. Tenho que me forçar muito para não manda-la embora. Digo á Luke que não demoro e a sigo para um canto afastado do saguão, perto do elevador.

— Escuta, eu sei que você não gosta de mim - ela começa e eu concordo com a cabeça - eu não me importo, você pode me odiar o quanto quiser, mas eu só tenho um recado para você -

— Estou ouvindo - inclino a cabeça para o lado e coloco uma mexa de cabelo atras da orelha. Ela revira os olhos e responde com impaciência

— É obvio que você e Harry tiveram algo no passado, mas eu estou a muito tempo trabalhando nele, e não vou deixar que uma recaída, de qualquer uma das partes, estrague o meu lance com ele. Então mantenha distancia, Amelia - ela termina de falar e fica me olhando

Eu começo a rir, o que a deixa irritada

— É serio que você me chamou aqui para isso? - respiro fundo e paro de rir - eu e Harry não temos mais nada, eu estou com Luke agora, então não se preocupe comigo, ele é todo seu. - eu coloco as mãos para o alto, me rendendo.

— Não é com você que eu me preocupo - ela se vira e vai embora, me deixando sozinha.

O resto da festa ocorre normalmente, passo o tempo todo com Luke e Kylle, evitando contato visual com Harry. Luke bebeu muito pouco, já que teria que dirigir, mas eu bebi pelo menos quatro doses de Vodka e um ou dois copos daquela bebida colorida. Quando já são duas e meia da manhã nós decidimos ir embora, Luke queria se despedir de Harry mas eu inventei uma dor de cabeça e fomos embora rápido.

Passamos o trajeto de volta todo falando mal das roupas das pessoas que estavam na festa. No meio da caminho começo a ficar enjoada.

— Amy, você esta bem? - ele coloca uma mão em cima da minha perna

— Eu acho que eu bebi demais - coloco a mão sobre a boca quando o carro passa por cima de um quebra-molas. Meu estomago começa a revirar, Luke percebe isso e para o carro no acostamento. Abro a porta e fico de joelhos no asfalto. Luke sai do carro correndo e fica atrás de mim, segurando meu cabelo enquanto eu vomito. Paro de vomitar e limpo a boca com a mão.

— Você esta bem? - ele faz um coque desajeitado no meu cabelo e me olha preocupado

— Ah, eu to otima, não se preocupa. - Digo, mesmo que tudo estivesse girando ainda. Luke suspira e da um beijo em minha testa. Me puxa para cima, me apoia em seu ombro e me coloca de volta no carro. - Vamos, amor, vamos para a casa. - Ele liga o carro e volta a dirigir. Então tudo fica preto.

Acordo com um gosto horrível na boca. Estou deitada na cama, só com a minha lingerie de renda branca. Luke não está no quarto e esta tudo escuro, só umas frestas de luz entrando pela cortina fechada. Minha cabeça esta latejando e eu não lembro de quase nada da noite passada. Eu não deveria ter bebido tanto. Me sento na cama e espero a tontura passar, levanto e vou caminhando com as mãos na frente do corpo para não esbarrar em nada, mas acabo batendo com o pé na cadeira da penteadeira. Finalmente abro a porta e pisco os olhos varias vezes para me adaptar a luz. Pela claridade do sol já deve ser de tarde. Desço as escadas e quando sinto o ar gelado atingir minha pele desprotegida me arrependo de não ter colocado um roupão.

Já no pé da escada eu ouço vozes, uma é de Luke, a outra... Não, não pode ser.

Me viro na direção da cozinha e dou de cara com uma pessoa nem um pouco bem vinda.

— O que você esta fazendo aqui? - me encosto na parede fria e cruzo os braços.

— Eu estava com saudades da minha irmãzinha - ela coloca uma mexa loira atras da orelha e sorri para mim

— Eu acho que... -

— Você não é bem-vinda aqui Rebecca - digo, interrompendo a frase de Luke. Ela coloca a mão sobre o peito, fingindo-se de ofendida.

— Estamos nos tratando pelo nome completo agora? - ela balança - Você não mudou nada, Amelia. - ela pega uma xicara da bancada e toma um gole. Eu não acredito que ele fez chá para ela. — Acho melhoR você colocar uma roupa, esta um pouco frio...

— O que você esta fazendo aqui? - eu pego o casaco de lá cinza de Luke que estava atirado em cima do sofá e o visto. Está quentinho e vai até quase o meu joelho. - E não adianta dizer que é saudade por que eu não sou idiota - caminho em sua direção e sinto seus olhos cor de gelo me encarando com cautela. - O que você quer, Rebecca? — Ela toma mais um gole de chá e me olha.

— Eu... eu preciso de dinheiro -

Começo a rir.

— Eu sabia! É só pra isso que você me procura, não é mesmo? - eu aponto o dedo para ela - Só porque eu sou sua irmã não significa que eu tenho que te sustentar. Você já é bem grandinha, e não é minha culpa se você não consegue arrumar um emprego, mas eu tenho o meu, e eu não vou gastar todo ele pagando as suas drogas! - respiro fundo e tento me acalmar. Pelo canto do olho vejo Luke sentado do outro lado do balcão olhando para baixo

— Já acabou? - Rebecca cruza os braços olha em volta - Você tem uma bela casa Amy, e eu sei que ela foi comprada com o seu sagrado dinheiro, então acho que não te faria falta algumas notas de cem. Mas... esse não é o problema, nunca foi. O problema sou eu, você preferiria dar dinheiro á um mendigo do que a mim. - seus olhos demonstram ressentimento, mas eu não posso mais cair nessa.

— Sim, e você sabe muito bem o porque. Você vai querer se aproximar de mim, e eu vou deixar, então quando eu menos esperar você vai tirar tudo de mim como você fez da ultima vez. - meus olhos ardem, mas não posso chorar, não na frente dela.

— Eu mudei, Amy. Eu juro que mudei. - o desespero é evidente em seu rosto.

— Quando foi a ultima vez que você fumou maconha? - pergunto, isso a pega de surpresa.

— Ah um mês e meio, eu acho. - Não posso deixar de reparar na vermelhidão em volta dos olhos e que ela não para de tremer a perna e esfregar as mãos

— E a quanto tempo você esta desempregada? -

— Eu não sei acho que uns dois meses também. - Ela engole em seco, já sabe onde eu quero chegar

— Então a dois meses atrás você perdeu o emprego, consegui comprar maconha por mais um mês e pouco, ai o dinheiro apertou e quando você não aquentou mais ficar sem as suas ervinhas veio correndo pra mim, não é mesmo? - cruzo os braços esperando pela resposta, mas ela não vem, minha irmã apenas abaixa os olhos.

— Vai embora da minha casa, Rebecca, por favor -

— Mas... eu não tenho onde ficar - ela tenta pegar minha mão, mas eu me afasto. Ela olha para Luke procurando ajuda, vejo em seus olhos que se não fosse por mim ela ficaria, mas então ele me olha e sai da cozinha, indo se encostar na parede de vidro.

— Mamãe me entenderia. - ao dizer isso, eu olho bem em seus olhos. Azuis muito claros, as rugas nos cantos da boca e olhos mostrando que seus 30 anos estão chegando. O cabelo loiro e os ombros largos, a cintura fina... Igual a nossa mãe. Totalmente diferente de mim, que sou muito parecida com meu pai, com cabelos caramelo e olhos cinza e não muito alta.

— Eu não sou a mamãe - é tudo que digo. Ela de levanta e pega a bolsa que estava no chão, olha para trás, em direção a Luke, mas ele não retribui o olhar. Caminha em direção a porta e vai embora.

— Você não precisava ser tão dura com ela. - Luke se desencosta do vidro e vem em minha direção.

— Eu não acredito que você deixou ela entrar - meu sangue ferve, e eu estou realmente me controlando para não gritar com ele. Respiro fundo e continuo - Depois de tudo o que ela fez... -

— Ela ainda é sua irmã - a calma em seu rosto me faz ficar ainda mais irritada

— Não interessa! Ela acabou comigo no ano passado, ela quase te tirou de mim! - agora eu estava gritando, minhas bochechas queimam

— Mas eu ainda estou aqui, não estou? - ela abre um sorrisinho e passa a mão no meu rosto. Isso me acalma, como sempre. Encosto minha cabeça em sua mão e ele me puxa para um abraço. Ele apoia o queixo no topo de minha cabeça e eu me concentro no cheiro em sua camisa, o seu cheiro, cheiro de Luke. Seus braços me envolvem enquanto ele acaricia minhas costas.

— Eu te amo - ele cochicha em meu ouvido, então me beija. Um beijo profundo, sua boca esta com gosto de café, sua barba faz cócegas em meu pescoço quando ele deposita beijinhos em baixo da minha orelha.

Minhas mãos vão em direção ao seu cabelo e se grudam nele. Ele deslisa o casaco pelos meus ombros e ele cai aos meus pés. Luke coloca as mãos em baixo das minhas coxas e me puxa para cima. Eu entrelaço minhas pernas em volta da sua cintura e ele começa a subir as escadas em direção ao nosso quarto, me atira na cama e fecha a porta.

***

Quando acordo Luke não esta mais na cama. O céu cinza indica que já deve estar escurecendo. Me levanto e coloco a lingerie e meu roupão vermelho de sempre. Chamo o nome dele mas ele não responde. Não está no andar de baixo nem do de cima, então vou até a escada no segundo andar que dá para a cobertura, e lá esta ele, sentado na beira da piscina só de calça e falando ao telefone.

— Não tem problema, Becca, me procure sempre que precisar - ele se despede e desliga o celular. Luke ainda não me viu, está de costas para mim, então também não viu minhas lagrimas.

— Vocês se merecem - minha voz sai junto com um soluço. Ele olha assustado para trás, tenta vir atras de mim mas eu saio correndo e me tranco no quarto. Luke bate varias vezes na porta, chamando meu nome, dizendo que tem como explicar, mas eu não dou ouvidos, vou até o guarda roupa e coloco um jeans com uma blusa de manga comprida cinza e um tênis, prendo o cabelo em um coque e abro a porta

— Me deixa explicar... - ele olha para minha roupa e franze a testa - onde você vai? -

— Vou sair, preciso esvaziar a cabeça. - Passo reto por ele desço as escadas.

— Ela não tem aonde ficar, eu só estava arrumando um lugar para ela... - ele puxa meu braço e me vira em sua direção

— Ah, não? - eu solto meu braço e pego meu celular na mesinha de centro da sala - e qual o lugar que você arrumou para ela? Aposto que foi seu antigo apartamento, que esta vazio desde que você mudou para cá. Estou certa? - Olho para ele e o seu silencio só confirma o que eu já sabia.

Pego a chave do carro em cima da estante e saio para a garagem. Entro no carro e olho no espelho para ver se ele vem atras de mim, quando vejo que não, lagrimas enchem o meu rosto e é horrivel, mas só leva alguns segundos para eu me recompor e começar a dirigir.

Ligo o radio e está tocando Jet Black Heart, uma das minhas músicas favoritas da banda. Dou uma batida forte no aparelho e ele desliga.

Meu celular vibra, fico com medo de ser Luke me pedindo desculpas ou Rebecca me enchendo o saco, mas não, era alguém pior.

"Me encontra no Plaza, quarto 25B no 15° andar, diz que eu te deixei subir, é importante. H"

Por um momento me lembro do aviso de Kendall, naquele estilo se afaste dele ou eu faço da sua vida um inferno essas coisas. Adoraria contraria-la

Você não poderia ter escolhido hora melhor para chamar, Harry. Você sempre sabe a hora de me chamar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.