Behind Blue Eyes
Fechei a porta atrás de mim, e nem me dei o trabalho de acender a luz, sentei ali mesmo no chão frio, abracei minhas pernas e chorei baixinho. Naquele momento era tudo que eu podia fazer.
— Lupus Wild.
Não há nada em mim que valha a pena salvar.
— Lass Isolet.
Era manhã e era horrível estar acordado, era horrível ver o sol e ouvir o canto dos pássaros, para o loiro aquelas mínimas coisas apenas faziam-no odiar ainda mais a vivacidade das pessoas cruéis que o cercavam que continuavam com suas vidinhas medíocres enquanto seu irmãozinho, uma pessoa boa e que não merecia tudo o que estava acontecendo, sofria novamente,
Lupus ainda se lembrava das imagens nas câmeras de segurança que a policia lhe pediu para ver a fim de identificar os causadores do atual estado critico de Lass; e ele o fez, identificou o casal com uma facilidade surpreendente.
Amy e Jin havia feito seu irmão sofrer uma overdose maçante de um tipo desconhecido de morfina, o casal agora era procurado pela policia e o jovem albino encontrava-se inconsciente mais uma vez, lutando pela vida mais uma vez.
Rangendo os dentes o loiro deixou o corpo escorregar pela porta do quarto – o quarto de Lass, não o seu – a angustia rasgava sua garganta e as lágrimas já escorriam desesperadoras por seu rosto cansado. Já não suportava mais sentir tanta impotência enquanto via tudo desmoronar pedaço por pedaço; era desesperador vivenciar tudo aquilo, pior ainda era pensar que aquilo era um jogo, por que era isso que parecia, um jogo terrível e distorcido de deus para consigo.
Edel se foi e seu irmão Adel não suportou perder a irmã e embarcou no mesmo caminho que ela. Dois primos, duas facadas.
Lire fora encontrada morta dias atrás. Esquartejada em seu próprio quarto.
Elesis tentara se matar e Dio estava longe de ser são novamente, o loiro já poderia imagina-lo tirando a própria vida caso a ruiva viesse a falecer.
Eacnard não estava a vista, tal como Mari.
Amy e Jin desaparecidos.
E o resto... Só deus para dizer.
Lembranças do passado, da infância, que todos compartilhavam iam e vinham na mente do loiro, todas as brincadeiras e jogos infantis, a inocência que fora usurpada facilmente, afogada junto ao corpo do mais jovem Sieghart.
Uno Sieghart fora o estopim de toda catástrofe e sua morte sequer havia ido a publico ainda.
E com uma risada que não lhe pertencia, Lupus ergueu-se, seguindo para a mesa de estudos do irmão. Uma caneta e papel fora o que precisou e todos os acontecimentos do passado foram depositados naquela folha em branco.
Aquilo mudaria tudo.
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