Noite sem dormir, recordações e Kim.

Cheguei em casa fui direto para o computador. Tirei a roupa da escola e coloquei um vestido largo de listras pretas e brancas que avia ganhado do meu pai a pouco tempo. Esperei a Kim entrar, mas nada dela. Depois da janta fui tentar dormir como de costume... Mas não deu muito certo.

Não sei o que deu em mim, se era insonia ou se era o Lee Shin. Acho que foram os dois fatores. Fiquei olhando para o teto, com a lembraça do seu sorriso, como se fosse uma imagem na minha cabeça.

Até meu relógio despertar e fui tomar banho. Missão do dia, fazer uma amiga. Pelo menos uma, que fosse legal e louca o suficiente para andar com a anti aqui. Abri a gaveta, para pegar o uniforme limpo e encontrei a caixinha de recordações da minha mãe.

Faz tempo que não abro isso aqui. Ok, nunca abri desde que o pai me deu. Sentei-me na cadeira do computador e abri a caixinha. Vi uma foto da minha mãe com uma outra garota, quando elas tinham mais ou menos minha idade. E outra foto das duas com crianças no colo. Logo suspeitei que eu era a garotinha, com um bico enorme e cara de choro no colo da minha mãe. E não fazia idéia de quem seria o garotinho me dando um pirulito, para ver se eu parava de chorar.

Fiquei reparando em cada detalhe da foto, até que percebi que o meu estava no chão. Awm, por que esse garoto não poderia aparecer novamente?

Terminei de me vestir e coloquei uma tiara vermelha no cabelo. Peguei minha mochila e fui até a cozinha, onde com certeza meu pai estaria fazendo algo muito bom.

— Bom dia pai.

Disse não muito animada, me sentando na cadeira e fitando meu prato vazio.

— O que ouve? — Disse ele chegando mais perto e colocando a panqueca no meu prato. Levantou o rosto e me fitou por um instante. Colocou a mão no meu queixo e levantou um pouco mais meu rosto. — Isso são olheiras??

Sem brincadeira, ele conseguia ver tudo. Fisicamente é claro, porque na maioria das vezes que eu estava triste e sorria alegremente ele não notava, ou fingia não notar. Assim como com certeza, ele fingia estar feliz para não me ver triste.

— Não pai, bobeira. É que não dormi bem na noite passada..

— Pesadelo é? Porque não chamou o papai?

Dei uma risada alta. Meu pai força a barra as vezes. Comi metade da minha panqueca e deixei a outra para ele comer. Não estava com fome.

— Não é nada disso. Estou indo pra escola, tenha um bom dia.

Dei um beijo em sua bochecha e sai em rumo ao ponto de ônibus.

Entrei nele e vi alguns veteranos da escola lá atrás, os reconheci só pelo uniforme. E julguei que eles são veteranos pois 3 dos 6 tinham cara de serem mais velhos do que eu.

— Ohayo!

Disse numa tentativa de me comunicar com alguém da escola. Dois deles sorriram pra mim.

— Good morning!

— Ohayo.

Disseram, primeiro a garota que estava no telefone. Ela parou de falar com quem sei lá que seja, só para me dar bom dia. Me senti especial. *-*

Devo adimitir que ela é muito bonita, deve ser uma das populares. O garoto ao dizer "ohayo" deu um sorriso que até me deixou em duvida, se o sorriso dele, ou o do Lee Shin era mais bonito.

Me sentei em um dos bancos vagos, bem na frente deles. Lá longe. E disquei o numero da Kim.