Jon e Daenerys foram a clareira do Septo para que Drogo, Rhaegal e Viserion, pudessem pousar. Chegara a hora de Jon conhecer seus dragões. Os três voavam no céu, enquanto Rhaella e Ned os viam, maravilhados. Era de cores diferentes e gostavam de se imaginar neles. Viserion parecia ter os notado ao longe, pois passou muito perto da janela, e eles ficaram eletrizados com o grandioso dragão de cor creme passando tão perto como nunca fizeram antes. Sabiam que um dragão só podia ter uma ligação e sabiam que provavelmente sentia em um deles algo especial.

Drogon parou perto da mãe e Rhaegal logo em seguida, perto do Jon. Quando o dragão de escamas esverdeadas parou a sua frente e lhe sentiu o cheiro, Jon sentiu uma expectativa e ao mesmo tempo o sentimento de medo. Eram feras gigantes, não sabia o que fazer e como controlar um bicho tão grande.

— Ele pareceu gostar de você, é um excelente começo. - Dany sorriu.

— Ele é … interessante. - Disse ele ainda um pouco assustado.

— Não creio que Jon Stark está sentindo medo. - Ela zombou.

— Não é medo, mas como vou controlar a ele lá em cima?

— Precisa pensar com o coração e não somente com sua cabeça, os dragões podem sentir seus sentimentos, os mais profundos e eles sabem quem você é, antes mesmo de qualquer pessoa saber, inclusive você.

— Não duvido que saibam, meu amor, porém ainda sim, nada o impediria de me jogar de lá de cima.

— É só ser bonzinho com ele, meu bem. - Soltou um risinho e montou Drogon. - Vamos, marido, monte em Rhaegal. Porém antes converse com ele. Grandes acordos são feitos a partir da confiança, afinal foi assim que o fez com um outro dragão. - Piscou para ele.

— Realmente, ela era muito mais feroz. - Daenerys o fuzilou com os olhos. - Estou brincando, meu amor. - Sorriu.

— Ande, monte antes que peça para Rhaegal o transformar em um assado como prometi.

— Você não faria isso, não é mesmo, amigo?! - Ele acariciou o focinho do dragão que suspirou. - Está vendo? Ele já nem pode te obedecer.

— Deve ser algo de família, pois seu charme é realmente irresistível. - Viu Jon montar a cabeça de Rhaegal. - Pronto? - Ele assentiu ainda sem ter tanta convicção. - Ótimo. Seus filhos vão adorar ver isso.

— Sabe o porque Viserion tanto rodeia aqueles dois?

— Creio que achou algo especial em alguém, mas não sei quem seria, se Ned ou Rhaella.

— Quem sabe, Rhaella? - Ele olhava em direção a janela. - Ela se parece tanto com você.

— Ou Ned, muito responsável e ama os dragões. - Como seria se um de seus filhos se aventurassem a montar Viserion, perguntava-se. Não queria pensar, era cedo demais.

Levantaram vôo e Jon pode sentir pela primeira vez o gosto da liberdade. Estava voando rápido e intensamente, precisou se segurar firme, pois Rhaegal parecia voar a esmo no céu, morria de medo de cair de tão alto, porém lembrou-se do que Dany lhe disse. Respirou fundo e tentou-se imaginar livre como uma pena ao vento. Como se o ele apenas o fizesse voar para longe.

Logo percebia que o vôo estava mais proveitoso, e até arriscou passar bem perto das árvores.

Era uma emoção indescritível da qual nunca esperava sentir antes, nem mesmo perto da morte, quando esteve na pele de Ghost, por algum tempo. O ventos frios no rosto lhe lembravam a Muralha, a solidão, e a sensação do dever que deveria ter. Era a única coisa que lhe sobrava daquele tempo. Hoje muito mudou em seu coração. Especialmente pelo fogo do amor que tomara conta de si. Rhaegal parecia estar também se divertindo com ele, apesar da impetuosidade com a qual voava sobre o céu de nuvens cinzas, estavam tão alto e não sentia medo, sentia-se livre e pulsante. Por um momento sentiu-se misturar com a energia dele, como se sentisse sua soberania sob muitas das criaturas daquele universo, que apesar de velho, apesar de duro, ainda lhe era novo, passível de emoções.

Daenerys emparelhou com ele e lhe sorriu, o olhar era de amor, de cumplicidade e aquele seria seu novo mundo para sempre.

Pousaram novamente na Clareira de Baelor e desceram para estarem nos braços um do outro, entre beijos apaixonados.

— Foi a coisa mais incrível do mundo. - Disse Jon ainda extasiado.

— É algo que você não consegue mais parar de fazer.

— Disso eu entendo. - A olhou nos olhos. - Entendi assim que te vi e não consegui deixar de amar você. - Beijou-a novamente, apertando-a forte nos braços. - Saiba que serei um rei melhor por você, porque seu amor faz essa força em mim. Por nossos filhos. Vamos lutar para voltar, eu prometo. - Ela lhe sorriu e o beijou novamente.

Os filhos viam de longe os pais e os dragões juntos, querendo poder voar também, querendo um dia estarem vendo tudo de cima, tudo bem pequenininho.

— Calma Ella. - Chamava a irmã carinhosamente. - Lembre-se que mamãe disse que um dia o dragão nos levaria para conhecer todas as terras que são nossas, pode imaginar por quantas passaremos?

— Mas você se pudesse, iria agora. - Disse com teimosia.

— Iria sim, mas nosso tio é quem diz que precisamos ter paciência. - Essa é a maior virtude de um bom rei, e uma boa rainha claro.

— Quando eu for rainha, vou montar o dragão todos os dias. Colar o Trono de Ferro nas costas dele e viajar.

— Ella! - Bufou o irmão. - você precisa montar um dragão, não colocar um trono sobre ele.

— É mesmo, sabichão? - Ralhou a menina.

— Sim. - Disse ele todo pomposo. - E se lesse, saberia.

— Mas você não lê ainda! - Acusou-o.

— Estou aprendendo. - Fechou os olhos.

— Você sabe demais, sempre assim. - Cruzou os braços. Sempre mostrava-se teimosa as adversidades impostas pelo irmão, já havia virado costume.

— E você gralha como um corvo da muralha. - Ele levou um beliscão no braço. - Ai!

Rhaella correu sorrindo e Ned foi atrás, muito bravo com a atitude dela. Correram tanto que chegaram até a Sala do Trono, com crânios gigantes dos antigos dragões da casa Targaryen. Ficavam sempre apaixonados em ver todas elas e sonhavam com o futuro onde voariam pelos céus, tão impetuosamente quanto os pais.