Beat!

26. Final Chapter: A new future. Let's live new adventures!


01/02/2013 – 9 meses depois

Passaram-se 9 meses após a batalha final contra Koen. Nós 3 retornamos as nossas atividades normais e passamos por diversas mudanças. Logo que retornamos, tivemos de repor os 4 meses de aulas que perdemos durante as férias e nele, a nossa escola nos aplicou um teste vocacional para ver a nossa aptidão.

Meu teste 90% para direito, 85% para medicina e 70% para as profissões de comunicação social. O de Miki deu 97% para medicina, 85% para educação física, 80% para química e biologia e de Toramaru deu 95% para Engenharias (Mecatrônica, Mecânica e Elétrica). Parecia que agora as nossas metas haviam mudado e tinham deixado de ser a de salvar a minha mãe, derrotar os guardiões demônios e seu Rei e impedir a explosão de um universo.

Concluímos o 1° do ensino médio e então ingressamos no 2° ano. As coisas estavam muito diferentes. Sem que percebêssemos, estávamos mais altos e mais encorpados. Antes ninguém olhava para mim, por ser aparentemente estranha, mas agora só falta estender um tapete vermelho. Até porque o real motivo de tudo ter acontecido foi que eu conjurei um feitiço que abriu um portal do inferno para o meu mundo, mas isso não vem ao caso...

Eu fiquei parada na porta da sala esperando Miki e Toramaru até que então um garoto passou por mim e assoviou e me olhou com um olhar malicioso e então logo falei:

— Um ano atrás você passava por mim e me ignorava e agora, você só falta lamber o meu sapato.

— É, o tempo passa e as garotas crescem... Em tudo... Altura, corpo, peitos... – Disse ele me encarando.

— Não pense que você é o primeiro a me dizer isso e que acha que eu não sei lidar com homens dessa laia. – Falei me aproximando.

Cheguei próximo a ele e então empurrei-o contra parede, passei minha mão com a aliança no dedo com as iniciais Y&Y de Yuki e Yasha em seu rosto pálido e então cheguei próximo a seu ouvido e lhe dei um ultimato:

— Na próxima vez que me assediar, eu quebro seu braço e coloco a sua cabeça na privada junto.

Ele sorriu e então escapou de saiu correndo e logo em seguida ouvi a voz de Miki e Toramaru.

— Dizem que você é a Frozen Girl com esse cabelo branco e esse jeito grosso de dar foras. – Falou Miki rindo.

— É eu não tenho culpa se eles não compreendem que agora eu sou noiva. – Respondi.

— Quem era dessa vez? Era o Osaka Martin? KiyamaShane? – Perguntou Toramaru.

— Acho que era o Martin. Eu não sei o nome deles. Vocês estão atrasados. – Falei abraçando os dois. – Agora eu quero que vocês me contem como foi as férias do mais recente casalzinho dessa escola nas Ilhas do Caribe.

— Também estávamos com saudades de você! – Falaram eles. – Nós temos muito que contar, principalmente das brigas que nos metemos...

O meu cabelo branco já não era novidade e eu gostei ter de deixar ele branco permanente... Uma vez a guerreira da neve... Sempre a guerreira da neve.

Entramos na sala e nos sentamos na janela um ao lado do outro e então eles começaram a me contar de como foram a viagem ao caribe. (Apesar de nunca ser mencionado, a cidade onde a história se passa é no interior do Japão).

Enquanto conversávamos, o novo professor entrara na sala. Ele parecia ser um cara legal, vestia um terno de alta costura e tinha uns óculos muito sensacional. Ele se apresentou e seu nome era Freed Ninearms...

— Ele disse Ninearms ou estou ficando doida?– Perguntei.

— Sim, ele disse Ninearms, mas isso não pode ser possível... – Falou Miki.

E então ele explicou que Ninearms era apenas um apelido dele e aquilo já acalmou os nossos corações, mesmo assim foi assustador...

1 hora depois a assistente da coordenação bateu em nossa sala e duas pessoas estavam atrás dela. Logo eles entraram e o professor se prontificou:

— Turma, quero que deem boas vindas aos nossos novos colegas de classe os irmãos Joanne Marie Ivy Santanna e Joan Gael Mark Santanna. Eles não são do nosso país e sim da Inglaterra.

— Opa, então temos estrangeiros em nossa turma? Que legal! – Falou Toramaru.

Todos nós demos saudações aos nossos novos colegas de classe. Assim que ambos entraram, eu senti vindo deles uma forte pressão, só que era uma pressão de energia positiva, eles emitiam uma aura de poderosa.

Joanne era é alta, tinha cabelos loiros, olhos verdes, e estava usando um sempre de vestido florido. Ela me direcionou um sorriso e eu logo retribuí. Já o outro garoto Joan, é alto como Joanne, tinha cabelos vermelhos, olhos azuis com as pontas e raízes loiras, vestia uma camiseta de uma banda de rock na cor preta, estava com um jeans desbotado e em seu braço direito, vi uma tatuagem com a bandeira LGBT.

Logo que Joanne se adiantou pra ir para a carteira e Joan logo seguiu atrás. Ele parecia ser tímido e também uma pessoa gentil,então o nosso dia seguiu. Eles não falaram nada a aula inteira, apenas anotaram tudo e ficaram na deles o tempo todo.

Quando a aula acabou fomos falar com eles para tenta-los conhecerem melhor.

— Olá, com licença, tudo bem? É, meu nome é Himesamui Yuki e estes são meus amigos Janguruno Toramaru e Tsuyoidesu Miki. – Falei Sorrindo.

— Olá, é um prazer conhece-los. Meu nome é Joanne Marie Ivy Santanna e esse garoto tímido ao meu lado é o meu irmão mais novo, Joan Gael Mark Santanna. – Falou Joanne se levantando.

— O-olá pessoal! - Falou Joan cabisbaixo.

— Ei não precisa, ficar com medo. Nós não mordemos haha. – Ironizou Miki.

— Ele é assim no início, depois ele se solta. Vamos Joan, levante-se e recomponha-se. – Falou Joanne puxando Joan.

— Então, vocês já conhecem a cidade? – Perguntou Toramaru. - Podemos mostrá-las pra vocês e ai nós conhecemos melhor uns aos outros.

Eles olharam um para o outro e então fizeram um sinal com a cabeça e aceitaram.

Saímos da sala e partimos para fazer um tour pela cidade. Eles não ficaram espantados com as tamanhas inovações com a cidade. Paramos em frente a um estúdio de tatuagem e então Joan que estava todo encolhido na sua soltou sua voz.

— EI JÔ, OLHA ESSE ESTÚDIO DE TATUAGEM! PARECE MUITO COM AQUELE QUE EU FIZ A MINHA! – Gritou ele.

— Sim, parece mesmo... Acho que são da mesma franquia. – Falou ela olhando para a placa.

— Vocês gostam de tatuagem? – Perguntei.

— Ele pelo menos gosta, eu não sou muito fã. – Falei.

— Tatuagens são coisas importantes, se eu pudesse, eu faria várias, mas por enquanto eu só tenho essa aqui... Papai me deixou fazer uma só. – Falou ele levantando o braço.

— Que linda! Doeu muito? – Perguntou Miki.

— Doeu um pouco mas valeu a pena... E eu escolhi fazer essa tatuagem pois eu finalmente pude me encontrar. – Respondeu ele. – Eu tenho certeza de que ela estaria orgulhosa de mim hoje...

Os olhos de Joan brilhavam quando ele falava da tatuagem, mas no fim sua expressão caiu quando ele falou de uma tal mulher. Apesar disso, ele parecia deve ter passado maus bocados, mas ele aparenta estar bem feliz com essa tatuagem.

Prosseguimos andando e então comecei a fazer algumas perguntas básicas... Parecia uma interrogadora.

— Então, como vocês vieram parar aqui em Victória? – Perguntei sorrindo.

— Bom, nos mudamos para cá já tem uns 2 meses, foi logo após a morte de nossa mãe... – Respondeu Joanne fitando o céu.

— Sinto muito... – Falei abaixando a cabeça.

— Não sem problemas, nós já superamos. Enquanto tivermos um ao outro, ficaremos bem não é Joan? – Perguntou ela.

— Sim... – Respondeu ele.

Continuamos com a nosso tour. Fomos no shopping, compramos algumas roupas (por sinal estava precisando de novas... Passei tanto tempo lutando que havia esquecido como era ser uma garota normal) e então sentamos para comer.

Joanne e Miki foram pegar a comida e então ficamos a mesa, eu, Toramaru e Joan. Eles estavam conversando e lentamente Joan ia se abrindo para Toramaru e depois de um tempo pareciam até melhores amigos.

Miki e Joanne estavam com duas bandejas cheias de hambúrgueres e batata frita. Cada um pegou o seu e então começamos a comer. Caiu ketchup na roupa de Toramaru e Miki foi tentar limpar e acabou sujando mais e caímos na gargalhada.

Nunca pensei que voltaria a sentir momentos de paz como esse... Mesmo após 9 meses de tudo que aconteceu, é a primeira vez que fazemos isso sem ter nada para nos preocuparmos.

Yasha ainda não viera me visitar, acredito que ele deveria estar ocupado demais com a reconstrução do inferno e não teria tempo, mas ele cumprindo a promessa estaria tudo certo.

Nos levantamos e então fomos embora. Nos separamos na metade do caminho e então Joan falou:

— M-muito obrigado pelo dia! Vocês foram muito legais conosco.

— Não precisa agradecer, vocês também foram legais conosco. – Respondeu Miki sorrindo.

— É hora de ir irmãozinho, já está na hora e você sabe que o papai não gosta de atrasos. – Falou Joanne. – Bom nos encontramos amanhã na escola?

— Sim! Então até amanhã. – Respondi.

Joan e Joanne seguiram a rua e foram embora para sua casa. Nós 3 seguimos por outro caminho passando pelo parque onde encontrei Yasha pela primeira vez e então me encostei na parede e falei:

— Posso estar ficando doida, mas vocês também sentiram algum tipo de energia neles?

— Sim, achei que era só eu. Não é que nossos poderes voltaram, mas talvez tenhamos ficados sensíveis a essas coisas e acabamos despertando essa habilidade latente. – Falou Miki.

— Isso não é a primeira vez que isso acontece. Enquanto estávamos no Caribe, sentimos a aura das pessoas ao nosso redor, era estranho, mas esquecemos o fato que lutamos contra o Rei dos demônios e seus servos. – Falou Toramaru.

— Sim... Por enquanto vamos aproveitar as coisas. Por acaso o Yasha já apareceu? – Perguntou Miki. - Ele poderia explicar maior clareza e certeza o porquê de estarmos sentido isso nas pessoas.

— Eu não o vejo desde que nós nos despedimos ano passado, se ele decidir aparecer novamente como o prometido, eu aviso. – Falei.- Por enquanto, vamos levar as coisas numa boa sem fazer alarde nem nada.

Eles fizeram um sinal positivo com a cabeça e então nos despedimos e fomos para casa. Assim que cheguei em casa, tirei a roupa e fui tomar um banho pois eu estava acabada.

No dia seguinte, chegamos na sala de aula e ambos já estavam lá e tinha guardado lugar para nós.

— Bom dia pessoal! – Falou Joan.

— Bom dia... - Respondi com uma voz de cansada.

— Ei Yuki, é só o segundo dia, é muito cedo pra morrer ainda. – Ironizou Miki.

— Que aulas temos hoje? – Perguntou Joanne.

— As duas primeiras são de biologia, seguido de química, história, o intervalo, mais uma de história, filosofia e literatura estrangeira. – Respondeu Toramaru.

— História é a minha matéria favorita. – Falou Joan.

— A minha também depois de física é claro. – Continuou Toramaru.

Enquanto eles falavam, percebia o quanto ausente nós estivemos. Falando sobre a aula e besteiras, sem se preocupar em derrotar os demônios... Parecia mesmo era que eu estava sentido falta da agitação e da emoção que era lutar.

— Ei Yuki, o que está acontecendo? Você parece meio inquieta. Quer me dizer algo? – Perguntou Miki.

— É que eu estou sentido falta de lutar, daquela aventura e do Yasha... – Respondi.

— Eu te entendo, mas tudo isso já passou e não da pra voltar... Vamos seguir em frente. – Respondeu ela.

De fato, eu estava inquieta com essa calmaria, mas era o que o destino tinha para nós. Os dias, as semanas e os meses foram passando e quando fomos perceber já era Natal.

Era dia 24 de dezembro e eu me via deitada em minha cama, esperando que o papai Noel me trouxesse algum presente. Minha casa estava cheia dos meus familiares e amigos da minha mãe, inclusive os pais de Miki, Toramaru e o pai do Joan e da Joanne.

Os 4 subiram ao meu quarto e me encontraram deitada parecendo alguém que tinha saído de um velório.

— Ei que desanimo é esse? É Natal, vamos festejar e ficar bêbados. – Falou Miki pulando na minha cama.

— Isso é verdade, hoje está liberado! Todos nós fomos bons o ano todo. – Falou Joanne ascendendo as luzes.

— Eu sei pessoal, mas eu não estou no clima. – Falei me virando pra parede.

Meu vestido já estava todo amassado de tanto que eu havia rolado na cama. Toramaru e Joan estavam com duas camisetas brancas, bermudas vermelhas e gorros de papai Noel na cabeça acompanhado de dois copos bem cheios de Champagne.

— Não ligue para eles, já estão bêbados há tempos... – Falaram Miki e Joanne revirando os olhos.

— Hahaha eu percebi. – Falei.

Miki e Joanne estavam com dois vestidos brancos com as bordas amarelas e sandálias que iam até o calcanhar. Estavam tão cheirosas que meu nariz parecia que ia explodir.

— Vamos descer, sair dessa cama! – Falou Miki.

— Eu não vou. – Falei.

— Ah você vai sim! – Retrucou ela.

Joanne e Miki se olharam então, uma delas me agarrou e a outra começou a me fazer cocegas. Estava chorando de rir devido a isso mas, a minha real intensão era de dar um chute e um soco nelas.

— Tudo bem vocês ganharam... Eu vou agora deixem me trocar de roupa. – Falei. – Joan, Toramaru fora!

Eles estavam tão bêbados que mal conseguiam andar pelo meu quarto até a porta sem tropeçar e derrubar algumas coisas.

— Então Yuki, o que você pediu de natal. – Perguntou Joanne.

— Eu não pedi o que e sim alguém... – Respondi.

— Começa com Y de Yasha acertei? – Perguntou Miki.

Eu a fuzilei com o olhar e ela deu risada. Por fim, troquei meu vestido surrado por um que era tão vermelho quanto sangue, um batom escuro com um ar sexy e um pouco de blush para realçar. Descemos para a sala e todo mundo me viu descendo e olhavam para mim como seu eu fosse uma Deusa.

Fui até a cozinha e peguei uma taça de Champagne e então a campainha tocou e fui atender. Quando eu abri a porta, eu tive uma grande surpresa tanto que deixei meu copo cair e eu dei um grito.

— Yoo...Há quanto tempo não nos vemos, Yuki...- Falou Yasha sorrindo.

Meus olhos se encheram de lagrimas, meu batimento cardíaco acelerou demais e logo pulei em seus braços.

— POR QUE VOCÊ DEMOROU TANTO? – Perguntei abraçando-o.

— Eu tive uns problemas, mas então eu finalmente pude vir te ver. – Falou Yasha.

Miki e Toramaru passaram atrás de mim e também gritaram ao ver Yasha e então eles correram até nós e acabamos todos caindo na porta.

— Ei pessoal, eu senti saudades de vocês também. - Falou ele.

— Eu disse que não seria um adeus! – Rebateu Miki.

— Ei não se esqueçam de mim aqui ó. – Falou Renji.

— Quando você chegou aqui? – Perguntou Toramaru.

— Junto com Yasha, mas vocês só tiveram olhos para o Reizinho aí, não é? – Falei.

Demos risada e então por fim nos levantamos. A nova forma humana de Yasha estava totalmente diferente: Seu corpo já era praticamente de um homem de 30 anos, com uma barba bem desenhada e alinhada, o cabelo estava castanho e estava vestindo um belo terno apesar de não ter ninguém de traje formal na festa de Natal.

Meus familiares e os amigos olharam para Yasha sem saber o que estava acontecendo. Minha mãe veio até a nós e então abriu o berreiro.

— Finalmente vocês vieram hein! – Falou ela sorrindo.

— Tivemos um contratempo... Problemas no reino e por aí vai... – Explicou Yasha.

— Pelo menos eu vim te visitar várias vezes Sami♥. – Interrompeu Renji.

Sami? ... Velho tarado. – Falei. – É bom te ver mesmo você vindo a minha casa e nem se quer falar comigo.

— Hahaha me perdoe por isso, mas o Yasha pediu para não falar que eu estava vindo aqui. – Explicou ele. –

Joan e Joanne se aproximaram de nós e então um tipo de choque se formou no ar. Uma leve pressão pairou sobre nós e então Renji e Yasha se olharam e em seguida ambos me fitaram.

— Então você é o famoso Heiwana Yasha? – Perguntou Joanne. – Prazer, sou Joanne Santanna e este bêbado aqui ao meu lado é o meu irmãozinho Joan Gael Santanna.

— Olá, sou sim. E por quê famoso? – Perguntou ele. – Parece que eu sou bastante bem falado por aqui não é Yuki?

— É que eu não pude conter a emoção e você também demorou todo esse tempo para vir me ver! – Falei emburrada.

Ficamos conversando que nem tinha visto a hora passar. Já se passara da 00h e ainda nem tínhamos gritado feliz natal uns aos outros. Não sabia se os demônios comemoravam o natal, mas acho que isso não vinha ao caso.

Descaradamente, peguei Yasha e fugi de todos levando-o para o meu quarto.

— Ei... O que significa isso? – Perguntou ele. – Você não pode fazer assim com o Rei.

— Então vossa majestade que tal você vir matar a saudade de vossa futura esposa e o amor da sua vida que não vê há quase dois anos? – Perguntei.

Ele abriu um sorriso e então se aproximou e me beijou lentamente. Beijar sua boca foi como um turbilhão de sentimentos explodindo dentro de mim. As lagrimas caíam do meu rosto sem para e ele parava de me beijar e as enxugava com as mãos.

— Ei o que foi? Não está feliz? – Perguntou ele.

— Sim, é que eu nunca tinha passado por isso sabe? Nossa história começou com um ritual que abriu um portal para o seu mundo e olha o que aconteceu e onde acabamos... É surreal. – Respondi sorrindo.

— Agora não é mais surreal e sim real. Estamos juntos aqui e agora e se isso está acontecendo é porque o universo e o destino nos querem juntos, então pra que contrariar?

Eu coloquei o dedo em sua boca e ele logo entendeu e então me abraçou fortemente. Me pegou pelo colo e então me deitou sobre a cama e começou a beijar minha boca, seguido do pescoço, clavículas até que então alcançou meus seios. Retirei minha roupa e então ele fez o mesmo.

Para um demônio transformado em um humano, Yasha tinha um corpo muito quente e definido. O toque de suas mãos e sua boca nunca fora tão suave, sua respiração estava tão serena e calma quanto uma noite de verão.

Ele seguiu descendo pela a minha barriga e quando estava perto de minha virilha, me bateu um choque de realidade e eu percebi que iriamos transar...

Quando Yasha estava sobre mim, eu me sentia em outro patamar na vida. Segurava sua cabeça com as mãos e depois as passava em seus cabelos, seu rosto suado devido o quão quente e abafado estava lá dentro.

Meu corpo estava tão quente a lava e a sensação desse calor não era algo ruim, era algo bom e antes de prosseguir Yasha parou e me olhou.

— Você tem certeza de que quer fazer isso? – Perguntou ele. – Se quiser podemos parar por aqui.

— Não... É a minha primeira vez e eu sei como o sexo funciona, mas nunca fiz... Mas não precisa parar se eu falar. Pera... O que eu quis dizer... – Me embolei.

— Hahaha fica tranquila, vai dar tudo certo, apenas confie em mim, okay? – Perguntou ele.

— Okay e me desculpe Hahaha. – Respondi pegando em sua mão.

As coisas foram ficando cada vez mais quentes. A minha noção sobre sexo mudou completamente com Yasha... Quando eu e Yasha nos tornamos um só completamente, senti que minha alma saísse de meu corpo e a dele junto e ambas se misturaram dando vida a um novo ser.

Meu momento com Yasha estava perfeito, porém estava sendo meio que interrompido pelos gritos de Toramaru e Joan no fundo do meu quintal, que por sinalaparentemente estavam completamente bêbados, dizendo que iam acender fogos de artificio e explodir como pó mágico.

Embora isso, quando os fogos alcançaram o céu e explodiram virando brilho, eu finalmente pude me conectar 100% com ele. Estava sentada em seu colo enquanto os fogos rugiam cada vez mais altos. Minha voz que brevemente foi reduzida a gemidos e sussurros de Yasha se completavam cada vez mais... Esse ato era a realização do meu sonho que tive há muito tempo com Yasha e foi o melhor presente de natal.

Aproximadamente umas 06h depois, eu acordei abraçada junto Yasha.

— Bom dia, futura esposa Heiwana Yuki. – Falou ele.

— Bom dia, futuro esposo Heiwana Yasha. – Respondi.

Ele me deu um beijo e virou se para o lado e ficou me admirando, passando a mão em meus cabelos, alisando meu rosto... Aquilo era divinal.

— Eu fui bem ontem? Você gostou? Eu te machuquei? – Perguntou ele.

— Não, não... Foi maravilhoso. – Respondi. -Eu agora preciso lhe perguntar uma coisa.

— Fale. – Disse ele.

— Ontem, quando vocês chegaram... Vocês fitaram meus amigos Joan e Joanne. O que aconteceu? Eu pude sentir o choque da presença sabia? – Perguntei.

— Você sentiu o choque? Então,aquilo está latente em você... Como Renji havia me falado, vocês ainda estão sensíveis ao poder de seres não humanos. – Explicou ele.

— Aquilo? E como assim sensíveis? Explica tudo certinho, agora. – Exigi.

— Vejamos, a batalha já acabou há mais de um ano e vocês deram os seus poderes para conterem a explosão. O mais certo que aconteceu é que vocês desenvolveram o que chamamos de sensibilidade mística, que é a capacidade sentir a aura dos seres humanos, demônios, criaturas místicas, feras, anjos e até deuses que tenham algum fragmento de poder. – Explicou.

— Quer dizer que os dois não são humanos? – Perguntei confusa.

— Sim, eles são humanos, porém eles têm uma aura diferente... Eles têm aura de seres do Mundo Divino... Sendo mais claro, eles têm a aura de Semideuses. — Respondeu fechando os olhos.

— Semideuses? Isso realmente existe? – Perguntei atordoada. – E mais uma coisa, quando encontramos eles pela primeira vez, eu senti a mesma energia que quando Koen surgiu pela primeira vez...

— Isso quer dizer que eles têm o poder do Slayer. — Falou ele. – Mas aparentemente, eles não sabem quem são, então é melhor manter eles por perto.

— Precisamos avisar a Miki e o Toramaru. – Falei.

— Pode avisar. Pedirei a Renji me mantenha informado e eu preciso retornar agora. – Falou ele se levantando.

— Más já? – Perguntei fechando a cara.

— Se você soubesse o quão difícil que é reconstruir um reino, cuidar da população e mais uma burocracia do caramba não é fácil. Eu e Renji estamos exaustos, por isso que não tive tempo de visita-las antes. – Falou ele sorrindo. - Ainda mais, preciso lidar com os rebeldes que não me querem no poder estão formando um exército... Acho que está na hora de recrutar novos guardiões para o reino.

— Bom, você disse que seria um bom Rei e está sendo. Construindo um futuro com as próprias mãos... Não se preocupe, você vai se sair bem.- Falei sorrindo. - O quê? Exército Rebelde?

— É uma longa história, mas está tudo sob controle. – Pode ser que não nos vejamos por algum tempo, mas até lá você promete que vai ficar bem?

— Eu prometo e continuarei esperando você... ♥. – Respondi.

Levantei e abracei Yasha com todas as minhas forças e ele me deu um beijo na testa e então saímos do meu quarto e ficamos parado no corredor observando a bagunça que estava minha casa.

— Onde está o Renji? – Perguntou ele.

— Segunda porta depois da escada a direita... Bata na porta. – Falei abaixando a cabeça. – Eu te espero lá em baixo.

Enquanto descia as escadas, ouvi uns barulhos na cozinha e então fui até lá para ver o que era... Ou melhor quem eram: Toramaru e Joan só de cueca deitados no chão da minha cozinha.

—MAS O QUE ACONTECEU AQUI? – Perguntei.

— Ah Yuki... Bom dia... Feliz natal. – Falou Joan dando um sorriso.

— Ei White Hair, nos ajude a levantar e feliz nat... – Falou Toramaru, mas não concluiu porque vomitou na perna de Joan.

— LIMPEM ESSA MERDA E VÃO SE VESTIR! – Gritei.

Voltei a sala para procurar Miki e Joanne me deparo com Yasha com os olhos arregalados.

— Você viu algo que não queria, não é? – Perguntei.

— Sim... Aquele velho... – Respondeu. – VAMOS EMBORA RENJI!

Alguns minutos depois Miki e Joanne apareceram na sala. Elas estavam todas descabeladas como se tivessem participado da zona junto com Toramaru e Joan.

— Cadê eles? Eu vou chutar aqueles dois até a lua. Minha cabeça tá doendo até agora. – Reclamou Miki. – Eu nunca mais vou beber do mesmo copo que eles novamente.

— Eu nunca mais vou beber desse jeito. – Completou Joanne.

— Bom dia para vocês duas e poderiam me explicar o que aconteceu? – Perguntei.

— É uma longa história, mas tudo começou quando você sumiu com o Yasha pra transar. – Falou Miki rindo.

— Como você sabe que isso aconteceu? – Perguntei.

— Não vai nem negar Yuki? Foi tão bom assim? – Rebateu Joanne.

— Yasha me ajude! – Falei fitando-o.

Yasha estava tão envergonhado que parecia um ratinho acuado.

— A sorte era que os fogos de Toramaru e Joan estavam fazendo um som altíssimo, pois vocês dois estavam numa selvageria... – Falou Miki.

— JÁ CHEGA DESSA PALHAÇADA! – Gritei.

Eu juro que naquele momento eu só queria morrer. Em seguida, minha mãe e Renji saíram do quarto e ambos estavam com cara de quem se divertiu a noite toda.

— Podemos voltar Yasha? – Perguntou Renji.

— Sim... A reconstrução do reino não pode se terminar sozinha. – Falou ele.

— Reino? - Perguntou Joanne.

— Não, estava falando sobre a minha futura casa. Eu e o meu tio estamos reconstruindo ela e então a chamo de Reino. – Falou Yasha com um sorriso nervoso.

— Tio? – Falou Renji fitando Yasha seriamente.

Quando Yasha falou reino, todos nós o fuzilamos com o olhar. Eu havia esquecido que Joanne não sabia sobre as nossas aventuras e nem que o Rei dos demônios estava em sua frente e então pisei logo em seu pé e ele liberou um pequeno.

— Joanne, faz um favor pra mim? Vai na cozinha e veja se seu irmão e o Toramaru estão bem? Eles estavam vomitando... – Perguntei.

— Sim, é claro... JOAN, TORAMARU SEUS DESGRAÇADOS! – Gritou ela.

Joanne saiu da sala e então voltamos a falar:

— Você quer que eles descubram tudo? – Perguntei seriamente.

— Escapou... Bom, precisamos ir. – Falou Yasha abrindo a porta. – Diga pro Toramaru que eu o mandei se ajuizar.

— Melhor querida, eu vou indo, mas, logo estarei de volta para mais uma aventura. – Disse Renji.

— Oh my Darling, estarei aqui te esperando meu bravo mago místico. – Falou minha mãe.

— Que nojo! Velho tarado. – Falou Miki.

— É bom ver você também. – Rebateu ele.

Renji saiu de minha casa e então abriu um portal e logo entrou nele. Yasha esperou mais um pouco e então voltou, me beijou e pulou para dentro do portal.

— Você realmente ama ele, não é? – Perguntou Miki me abraçando.

— Você não tem ideia. – Respondi.

— Você tem muito que me contar hein! – Disse ela.

— Se eu não falar, você vai me forçar a falar, não é? Hahaha. – Ironizei.

Fomos para cozinha e então vi que Joanne estava limpando o vomito de Toramaru e que Joan estava no quintal recolhendo o lixo ainda de cueca. Na parte da tarde, comemos o que sobrou da ceia de natal e dormimos durante a tarde.

A noite fazia residência e então Joan e Joanne pegaram suas coisas e foram embora para sua casa, mas disseram que no ano novo estariam de volta para mais uma dose de festança e bagunça.

Ficamos sentados na sala de estar conversando, vendo TV e beliscando alguns salgados.

— Nem acredito que esses dois, mesmo com tantos problemas como a perda da mãe e ausência do pai são tão felizes. – Falei.

— É por que eles têm um ao outro. – Respondeu minha mãe. – Eu tenho você, Miki e Toramaru tem você e agora eles têm a todos nós.

— Ela está certa... Meu estomago está doendo... Isso dói mais do que apanhar de Koen. – Resmungou Toramaru.

— Nós quase morremos contra ele, como pode comparar uma ressaca a isso? – Perguntei.

— Por que é o mesmo nível de dor... Joan é um doido. Ele bebe demais, ele trouxe uma vodca e um whisky de Londres e misturou com o Champagne e fui na sua onda... Estava delicioso, mas o teor alcoólico era letal. – Explicou Toramaru.

— Bons meninos, eu vou me deitar, fiquem a vontade. – Falou minha mãe.

Ela pegou um copo de água e então foi para seu quarto.

— Então Yuki, quais as novas? – Perguntou Toramaru.

— Bom, primeiramente sobre o que nós sentimos é chamado de Sensibilidade Mística,que é a capacidade sentir a aura dos seres humanos, demônios, criaturas místicas, feras, anjos e até deuses. – Expliquei.

— Então ainda temos nossos poderes? – Perguntou Miki.

— Não, isso pode ser considerado um resquício de poder, mas não é ele e mais uma coisa. – Respondi.

— Nossos amigos não são deste mundo, ou pelo menos uma parte deles. – Complementei.

— Eles são demônios? Centauros? Anjos? – Perguntou Toramaru.

— Semideuses. - Respondi fitando o teto.

— COMO ASSIM? AQUELES DOIS SÃO FILHOS DE DEUSES? – Gritou Toramaru.

— Então quer dizer que corremos perigo? – Perguntou Miki.

— Não, eles parecem não saber sobre quem são, que é uma coisa boa para nós, porém Yasha vai ficar de olho neles... Além do mais ele está tendo problemas com um exercito rebelde. – Respondi.

— Exercito Rebelde? Nós derrotamos o maior tirano da história dos demônios e o cara não querem o salvador como Rei? – Perguntou Toramaru enfurecido.

— É isso. Existem pessoas ingratas e esses rebeldes são elas, mas nós no momento não podemos fazer nada a não ser seguir nossas tediantes vidas. – Responde Miki.

— Ano que vem temos vestibular, precisamos de uma profissão para podermos viver. – Falei.

— É por hora, vamos curtir nossas férias e planejar a festa de aniversário de 17 anos da White Hair! – Falou Miki sorrindo.

— Sem festas, não quero! – Falei fechando a cara.

— Veremos, venha Toramaru me ajude a convencer essa garota de que festa é bom. – Falou Miki pulando em cima de mim.

Eles me prenderam e começaram a fazer cocegas. Eu não conseguia conter o riso e então seguimos brincando de guerra de travesseiros.

A festa de ano novo chegou, Joan e Joanne voltaram e estavam mais alegres do que nunca. A noite de foi muito divertida com uma saudável queima de fogos anunciando o início de 2014.

Aceitei fazer a festa de aniversário que por sinal se tornou algo muito legal. Miki e os outros preparam uma balada eletrônica para mim no fundo do nosso quintal, com muitas luzes de neon, tinta que brilhava no escuro e muita bebida inglesa que foi presente de Joan e Joanne. Esse com certeza tinha sido o melhor aniversário de todos os tempos. (Apesar de não ser dito quando, o meu aniversário é no mesmo dia do que o do autor... 21/01... Estranho, não é?)

A época das aulas finalmente voltou e as nossas vidas escolares voltaram ao normal, porém de modo diferenciado, com apostilas imensas cheias de exercícios pré-vestibulares.

O primeiro trimestre passou num piscar de olhos. Após o segundo teste vocacional, eu decidi fazer direito e iria prestar prova para estudar em uma universidade de renome em Londres junto com Joan. Miki decidiu que iria fazer medicina nos Estados Unidos, Toramaru iria para Tokyo estudar engenharia mecânica e Joanne escolheu estudar biologia marinha em Portugal.

Sem que percebêssemos, já estávamos no segundo semestre e a época dos vestibulares chegou e todos nós estávamos aflitos. Tivemos de ir aos nossos respectivos países para fazer as provas e em dezembro teríamos o resultado. Nesse meio tempo, eu não havia visto mais Yasha, mas via Renji de vez em quando lá em casa com minha mãe... Aquele namoro deles já não era algo mais tão absurdo, ela estava feliz depois de tanto tempo que meu pai se foi...

Por coincidência a minha viagem, e a de Toramaru, Miki e Joanne estavam marcadas para o dia 15/08, o mesmo dia que o meu e de Joan. A data da nossa prova era dia 22/08 na sexta-feira.

O dia da viagem havia chegado e logo partimos para o aeroporto. Ao chegar lá minha mãe e o pai de Joan choravam ao ver que os filhos estavam criando asas para o mundo. Miki e Toramaru já tinham pego seus aviões e provavelmente já estavam a caminho de seus destinos.

— Minha filha parece ontem que você estava nascendo... Aí eu não sei se vou aguentar ficar longe de você de novo. – Disse minha mãe chorando.

— É só uma semana, fica calma, nós não vamos morar lá ainda. – Respondi.

— Ai Deuses, não tenho emocional para isso. – Falou ela.

— O tio Renji vai vir lhe fazer companhia. – Informei-a.

Ela logo abriu um sorriso indiscriminado na cara.

— Meu filho, tem certeza que esta tudo bem voltar para lá? Não quer que eu vá junto? – Perguntou o pai de Joan.

— Não se preocupe pai, eu estou bem além do mais, ela estaria orgulhosa de mim por estar seguindo o mesmo caminho que ela. – Respondeu ele.

O pai de Joan era muito parecido com ele e a Joanne. Ele vestia um terno preto de uma marca cara e tinha um óculos escuros com bordas aurificadas.

— Joanne já embarcou para Portugal, ela vai chegar lá amanhã. – Falou ele.

— Ótimo, em uma semana estaremos de volta. – Rebateu Joan.

O pai de Joan virou de costas e então começou a chorar e minha mãe foi consola-lo. Nos despedimos de nossos pais e então fomos despachar a bagagem e ir ao portão de embarque.

Era a primeira vez que eu andava de avião, estava voando, apesar de ter cortado os céus com minhas asas.

Joan segurou em minha mão e então senti um choque. Pude sentir todos os seus sentimentos sendo transferidos para meu corpo.

— Seu pai está preocupado com você não está? – Perguntei.

— Sim... É a primeira vez que nos separamos depois de tanto tempo. – Respondeu.

Joan se virou de lado e então fechou os olhos e não soltou minha mão.

Quando chegamos em Londres no outro dia, eu não imaginava que fazia tanto frio mesmo não sendo inverno. Eu trouxe poucas roupas mas, parecia que iria ter de comprar um outro casaco.

As ruas de Londres eram limpas, mas a poluição era grande. Não imaginava que eram desse jeito. As pessoas se vestiam de modo tão fino e tradicional que eu me sentia uma desqualificada.

O taxi nos deixou na porta de um hotel e então nós subimos e deixamos nossas malas.

Tomei um banho e Joan foi logo em seguida. Ele parecia ter mudado depois que chegou a Londres. Nós deitamos um pouco na cama e então começamos a conversar, mas acabamos caindo no sono e só acordamos na segunda-feira de tão cansados que estávamos.

Pela parte da manhã, tomamos café no restaurante do hotel e então decidimos passear por Londres. Joan era um excelente guia turístico. Mostrou-me a velha Londres e a nova Londres, o comércio, as arquiteturas, museus, o castelo da realeza. Participamos de um tour por dentro do castelo e pude ver a Rainha.

Fizemos algumas compras de roupas e chapéus (Que por sinal as roupas eram maravilhosas, mas se continuasse a comprar as roupas, não iria ter dinheiro nem para comprar uma água.)

Joan me mostrou o famoso Big Ben e a roda gigante de Londres. Eu nunca estivera em uma antes, era emocionante e apaixonante... Quando eu me casar, vou querer vir aqui com Yasha.

A noite caiu lentamente e então voltamos e o corpo padeceu. Deitados na cama do hotel comecei a conversar com Joan:

— E então Joan, o que você fazia quando morava aqui para se divertir? – Perguntei.

— Eu ia pro parque com a minha irmã e às vezes ia com o Albert aos cinemas, baladas... – Falou ele fitando o teto.

— Quem é Albert? – Perguntei. – E como um garoto de 15 anos ia para balada?

— Meu falecido ex-namorado... Você quer saber toda a minha história? Eu nunca contei para ninguém.... – Perguntou ele.

— Sim, por favor, eu adoraria. – Respondi

A partir deste momento começa um flashback da vida de Joan.

Outubro de 2010

Eu estava no meu 8° ano da escola e eu era um garoto sozinho e sem amigos que vivia na sombra da irmã. Os garotos da minha sala me ridicularizavam porque eu não era como eles, não gostavam das mesmas coisas, mas eu seguia em frente porquê minha mãe estava lá. Todos os dias que eu ficava triste, ela vinha falar comigo e me dar motivação para não desistir. “Sempre avante meu cavaleiro, a vida é uma só para se chatear o tempo todo. Não deixe que pisem na sua cabeça, você é o meu herói e heróis não podem ter a cabeça pisada não é mesmo?”Era o que ela sempre me dizia.

Novembro de 2010

Faltando um mês para o fim das aulas, nossa escola recebeu uma transferência de um garoto vindo de Bristol e seu nome era Albert Spring. Ele era um garoto normal, moreno, alto e usava óculos e tinha um cabelo meio enrolado. Mesmo no fim do ano, Albert foi bem recebido pela turma e pelos professores. No ultimo dia de aula, eu fui o ultimo a deixar a sala de aula e então Albert veio falar comigo pela 1° vez.

— Ei, qual é o seu nome? – Perguntou ele.

— M-meu nome é Joan Gael Santanna e o seu. – Respondi.

Lógico que sabia seu nome, mas eu perguntei por educação.

— Albert Spring e por quê está triste? Desde que cheguei, você é o único dos garotos com quem eu não falei e está sempre sozinho. – Perguntou.

— E-eu não estou triste... Eu sou assim oras... – Respondi olhando pro teto.

— Você está mentindo. Sua voz é de tristeza. Vamos me conte. – Falou ele me puxando.

Albert me puxou da cadeira e me arrastou pelos corredores até o parque da escola. Naquele dia a neve caia fortemente e estava um mega frio.

— Venha, vamos fazer um boneco de neve juntos e ai você me conta. – Disse ele ajuntando a neve com um enorme sorriso.

— Tudo bem... – Respondi.

Comecei a ajuntar a neve junto de Albert e contando a minha história para ele e era todo ouvido para mim. Com o tempo, Albert passou a ser o meu melhor amigo e meu companheiro.

Fevereiro de 2011.

O inicio do meu ano letivo foi totalmente diferente do ano passado. Eu me via mais alegre o motivo dessa alegria era o Albert. Eu passei a conversar com os garotos da sala e eles começaram a me tratar melhor e novamente era feito de Albert.

Um dia convidei ele para ir a minha casa jogar vídeo game e ele foi. Passamos a tarde toda junto jogando, comendo e vendo vídeos musicais. Ele era fã da cantora pop Lady Gaga e eu acabe gostando dela também a minha preferida era a Katy Perry.

Abril de 2011.

Chegaram se época das primeiras provas e então estudamos juntos o tempo todo. Joanne no início achava Albert metido, mas no fim ela se apaixonou pelo seu jeito legal e por me tirar da solidão e da tristeza.

Outubro de 2011.

Durantes as semanas de férias de outono, Albert disse que iria retornar a cidade natal Bristol e perguntou seu eu podia e queria ir com ele.

Pedi a para meus pais para que deixassem e depois de muita insistência, eles cederam, mas só se Joanne fosse junto. Durante a viagem a Bristol, eu não havia entendido do que estava acontecendo comigo. Joanne estava na janela do lado direito do carro, Albert no meio e eu na outra janela e então ele pegou no sono dormiu em meu Braço. Os pais de Albert estavam atentos a estrada ouvindo suas músicas folk.

Olhando para a janela do carro, eu sentia sua respiração quente e suave percorrendo meu braço como se fosse sangue. Estar ao lado de Albert me fazia bem, eu sentia uma paz interior perto dele. Eu acho que estava começando a gostar dele. Eu não podia estar gostando dele... Tipo ele era um garoto... Eu podia negar tudo menos o meu sentimento por ele.

Ao chegarmos a sua casa em Bristol, seus pais nos acomodaram e então eles decidiram que iriam ao mercado e perguntaram se nós queríamos ir junto porém, eu e Albert recusamos e Joanne foi com eles e então ficamos sozinhos na casa.

Albert pegou o controle do som e ligou bem alto a musica Poker Face da gaga e começou a dançar pela casa só de meia.

— Vamos Joan, vamos dançar, sentir a musica! – Falou ele pulando.

— Ah por favor não... – Respondi me sentando.

— Anda logo! – Falou ele me fitando.

Acabei cedendo e comecei a dançar com ele. Nosso ritmo e sincronia era perfeita. Eu dançava me entrelaçando com ele e nossos olhos se cruzavam diversas vezes.

Quando percebemos, estávamos todos suados e logo precisaríamos de um banho. Ele me mostrou o banheiro da suíte do quarto dele e ele iria no outro banheiro.

Tinha uma banheira lá e eu logo aproveitei. Acabei ficando 20 minutos e estava tão bom mas, não podia ficar lá para sempre. Assim que sai do banho, me vesti e assim que retornei ao quarto, flagrei Albert sem roupa na cama dele.

— Ei, você ta pelado! Se vista. – Falei colocando as mãos no rosto.

— Ah para de graça. Até parece que você nunca viu outro garoto pelado. – Respondeu logo.

— Eu nunca vi. – Rebati.

Tirei as mãos do rosto e Albert estava parado na minha frente sem roupa ainda. Ele estava tão próximo que pude ouvir a sua respiração se misturando com a minha.

— O que foi Joan? Por que está tão nervoso? – Perguntou ele.

— E-eu nervoso? I-imagina. – Gagejei.

— Você não sabe mentir Joan. – Falou ele colocando suas mãos em meus ombros e se aproximando.

— O que você está fazendo? – Perguntei.

— Joan, não precisa fingir! Eu sei o que você está sentindo, e eu posso lhe garantir que eu acho que sinto o mesmo. – Respondeu.

O meu coração acelerou com as palavras de Albert. Meu rosto ficou tão vermelho quanto um pimentão e meu corpo tremia demais.

Ele se aproximou do meu rosto e então me abraçou. A tremedeira em meu corpo passou na hora e eu logo respondi esse abraço.

— M-mas como você sabia? – Perguntei.

— Você é o meu melhor amigo... E eu gostei de você desde o primeiro momento que eu lhe vi sozinho na sala. – Respondeu ele.

Albert se virou e então foi fechar a porta do quarto e então a trancou. Se aproximou novamente e então segurou a minha mão e continuou a falar.

— Além de meu melhor amigo, você é o meu companheiro, você é a pessoa que eu sempre esperei encontrar...

— E-eu não sei o que lhe falar, eu só sei que eu estou feliz e estar com você aqui...

Antes que pudesse completar a frase, Albert me beijou e esse beijo representaria o inicio das nossas vidas e do nosso amor.

Ele tirou a minha roupa de novo e me levou pro banheiro e então abriu as torneiras para a banheira se encher.

— Mas eu acabei de tomar banho. – Falei.

— Não quer tomar banho comigo? – Perguntou.

— É claro que quero. – Falei emburrado.

Ele me deu um sorriso e então a banheira já estava quase cheia. Ele entrou primeiro e depois me puxou para dentro. Fiquei no meio de suas pernas enquanto me abraçava. Sua respiração ofegante no meu pescoço junto de suas mãos entrelaçadas as minhas era algo inexplicável.

— Ei, vamos fazer um promessa? – Perguntei.

— Sim, o que você sugere? – Respondeu.

— Não importa a situação, seja de vida ou morte, vamos sempre ficar juntos?

Ele se aproximou do meu ouvido e então disse: Para todo sempre.

Janeiro de 2012

Alguns meses depois de tudo, eu e Albert firamos o nosso relacionamento e o mantemos as escuras com medo da reação de nossos pais. Minha irmã descobriu 1 mês depois que voltamos da viagem de Bristol quando estávamos nos beijando no meu quarto.

A reação dela foi uma surpresa para nós dois. Achamos que ela ia gritar conosco, mas pelo contrário ela nos abraçou fortemente e começou a agradecer Albert infinitamente.

Albert tinha tirado toda a energia ruim e a tristeza da minha vida. Minha mãe percebeu que após eu começar a me relacionar com Albert, eu estava mais alegre. A frase que ela sempre me falava dessa vez tinha um outro peso.

Abril de 2012.

Estávamos há 7 meses juntos e nosso relacionamento estava cada vez mais forte. Tive a minha primeira relação sexual logo no inicio das aulas do 1° ano. A nossa turma era maior agora e os garotos que me excluíam, hoje estavam me respeitando e eles perceberam que o Albert e eu tínhamos algo, mas não se atreveram a nos dizer uma palavra no intuito ofensivo.

Nosso aniversário de namoro era dia todo dia 10 e nós decidimos sair para comemorar. Na época, Joanne namorava um cara chamado Jimmy Kentwell, um atleta e veterano do 1° ano.

Foi um ótimo encontro e toda aquela noite tinha sido maravilhosa, mas ai quando chegamos em casa a situação toda mudou. Meus pais estavam sentados na sala e então minha mãe iniciou a conversa.

— Meu filho... Percebemos ultimamente que você anda feliz demais, você não tem algo para nos contar? – Perguntou minha mãe.

Meu corpo tremeu na hora que ela perguntou.

— S.Sim... – Respondi.

Joanne estava do meu lado o tempo todo segurando a minha mão.

— Eu estou namorando... Estou namorando um garoto e esse garoto é o Albert. – Continuei.

Os olhos da minha mãe se encheram de lágrimas e meu pai que então não tinha aberto a boca para falar nada, se levantou e alterou sua voz em um tom agressivo:

— Você tem a coragem e a pouca vergonha de vir nos dizer que está namorando e ainda está namorando um homem? – Perguntou ele. – VOCÊ NÃO TEM VERGONHA? IR CONTRA OS VALORES ÉTICOS E MORAIS DA FAMILIA?

— Vergonha? Por quê? Eu não fiz nada de errado. Eu apenas gosto do Albert e nós estamos namorando. – Respondi surpreso.

Meu pai estava com um copo de Whisky na mão ele atacou copo em minha direção e Joanne entrou na frente atingindo sua perna.

— VOCÊ NÃO VAI ENCOSTAR UM DEDO NELE! – Gritou ela.

— JOANNE NÃO! – Gritou minha mãe. – MATTHEW SEU MALDITO! ESTÁ QUERENDO MATAR NOSSOS FILHOS?

— EU NÃO CRIEI ELE PARA ELE NAMORAR COM UM HOMEM,VOCÊ É A DECEPÇÃO DA FAMÍLIA. – Gritou meu pai. – VOCÊ VAI VER O QUE É BOM PARA TOSSE, SEU MERDINHA COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COMIGO?

— Corre Joan, corre. – Falou Joanne com a perna sangrando.

— M-mas...

Eu não pude terminar e então sai correndo. Minha mãe estava tentando segurar meu pai e Joanne com a perna machucada estava tentando também. Meu pai quando bebe fica fora de controle, uma vez ele já atacou minha mãe e Joanne foi para cima dele e ele acabou batendo nela, mas eu nunca o vi ele desse jeito... Parecia estar possuído.

Peguei meu celular e liguei chorando para o Albert.

— ALBERT! – Gritei.

— O que está acontecendo? Está tudo bem? – Perguntou.

— MEU... MEU PAI SURTOU... JOANNE ESTÁ FERIDA... ME AJUDA... – Gritei.

— Aonde você está? Estou indo para sua casa. – Perguntou.

— Eu estou na rua perto do posto de gasolina... Venha logo.

Albert demorou 20 minutos e sua mãe o trouxe e me acharam na rua chorando na porta da casa de uma vizinha nossa. Quando ele chegou, o meu mundo que tinha desmoronado e estava prestes a sumir, parou quando ele me pegou e colocou em seu colo.

— Está tudo bem, fique calmo. – Falou ele passando a mão em meus cabelos.

— Você quer que eu chame a polícia? – Perguntou a mãe de Albert.

— Não tia Lilian, não precisa. Eu quero saber de Joanne, ela está machucada? – Respondi.

Pude ver minha mãe correndo na rua atrás de mim e então a tia Lilian acenou para ela.

Minha mãe me abraçou tão forte que senti que fosse explodir e em seguida ela abraçou Albert.

— Obrigado Albert. – Falou ela.

— Não há de que tia Eillen.- Respondeu ele.

Voltamos para minha casa e ela estava toda bagunçada. Parecia ter ocorrido mais discussão depois que eu sai correndo. Meu pai estava no quarto fazendo curativo na perna de Joanne enquanto ouvia sermão dela.

Eu ficara traumatizado com aquele incidente. Albert queria dormir lá em casa, mas sua mãe não deixou e disse para dar um tempo para ele se acalmar. Minha mãe me colocou para dormir e então ficou comigo passando as mãos em meus cabelos.

— Você não é a decepção, você é o meu herói, você é o meu cavaleiro... Eu tenho muito orgulho de você independente da sua sexualidade... Eu te amo de todas as formas. – Falou ela. – Quanto a seu pai, de um tempo para ele.

Os 2 primeiros meses após meu pai descobrir foram um inferno. Ele brigava comigo todos os dias por qualquer motivo e me proibia de ver Albert aos finais de semana. Minha mãe o contrariava,mesmo assim ele não cedia.

Tudo parecia estar tão bem por um lado, mas estava tão ruim por outro...

Outubro de 2012.

Após 6 meses, as coisas finalmente pareciam ter se normalizado. Meu pai veio me pedir desculpa pelo surto que durou todo esse tempo e que não era ele quem estava falando. Ele também pediu desculpa para Albert e assim as coisas pareciam ter entrado nos trilhos.

Faltava 2 dias para o dia 10, ou seja, faltavam 2 dias para que nós comemoraríamos 1 ano de namoro, 1 ano juntos. Eu estava tão feliz na que tamanha emoção mal cabia em meu peito. Juntei todas as minhas economias para comprar as alianças e colocarem as nossas iniciais nelas.

Minha irmã sorrateiramente, preparou um jantar especial para nós em casa. Meus pais não estavam pois nos queriam dar espaço.

— Sua irmã nos deu um belo presente. – Disse ele comendo.

— Ela sabe cozinhar, e eu também, mas ela sabe mais e então decidiu dar o jantar de presente. – Falei.

— Eu estou muito feliz sabe? Nunca pensei que estaria aqui numa situação como essa ainda mais com meu melhor amigo. – Falou ele.

A cada palavra, a cada letra que saia de sua boca era como se elas preenchessem e percorressem meu corpo com seu amor. Eu me levantei e então cheguei mais perto dele e ajoelhei.

— O que significa isso? – Perguntou ele.

— Isso não significa nada... É apenas uma demonstração do quanto eu gosto de você... Tu foi a minha luz no fim do túnel, foi a chama do meu sol que estava quase se apagando, foi o meu big bang do meu universo... Humildemente eu venho aqui lhe entregar essas alianças para firmamos o nosso amor.

Eu só podia ver as lagrimas correndo pelo rosto de Albert e ele vindo me abraçar.

— MUITO OBRIGADO. – Gritou ele.

Depois de colocarmos a aliança um na mão do outro demos um grande beijo e então ficamos abraçados ouvindo Poker Face da Lady Gaga que passou a ser a nossa favorita....

Na manha seguinte, Albert apareceu lá em casa e me chamou para darmos uma volta e me colocou uma venda nos olhos. Fui guiado pela sua voz o tempo todo e quando retirei a venda, estava dentro de um estudo de tatuagem muito irado.

As paredes tinham quadros pretos uns com desenhos de tatuagens e outros as tatuagens feitas na pessoa e o tatuador junto.

— Essa é a meu presente para você! – Falou ele.

— Um estúdio? – Perguntei.

— Não seu bobo, tatuagens. Vamos fazer uma, juntos e você pode escolher ela. – Respondeu ele.

Eu não hesitei na hora da escolha da tatuagem e escolhi a da bandeira LGBT e ele logo sorriu de imediato. Parece que ele sabia que eu ia escolher aquela... Mas o que eu me perguntava era como ele conseguiu convencer o tatuador fazer tatuagem em dois menores de idade...

A tatuagem doeu muito, mas valeu a pena, tinha feito junto de Albert e então se ele estava feliz eu estava feliz.

Aquela bandeira não só representava o nosso orgulho de sermos quem somos, mas também o nosso amor, se não fossemos agraciados com o dom de gostar de garotos, talvez jamais teríamos nos conhecido e nos apaixonados.

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Quando eu achei que as coisas tinham se acertado... Aconteceu o acidente. – Disse Joan colocando as mãos sobre o rosto.

— Eu estou chocada com toda essa linda história de amor. – Falei pegando em sua mão.

Meus olhos já estavam cheios de lágrimas e já tinha usado todo o rolo de papel higiênico.

Dezembro de 2012.

Bom o mês passou e então veio as férias de dezembro... Era dia 05 e então os pais de Albert me convidaram para passar as férias em Bristol com eles. Meu pai aceitou e minha mãe disse que iriam juntos pois, queriam conhecer Bristol.

— Já fez um ano que fomos a Bristol não é? – Perguntei

— Sim... O tempo voa meu amor... – Falou ele olhando a janela e segurando a minha mão.

Após ele falar isso, eu não sabia que aquela seria a sua última frase que eu escutara antes de tudo acontecer. Estava chovendo forte e a estrada com muita neblina. Os pais de Albert foram em outro carro e nós 5 fomos em outros Meus pais tomavam cuidado com a estrada pois aquela rodovia era traiçoeira com suas curvas.

Um tempo depois, um caminhão desgovernado veio na direção do carro dos pais de Albert a colisão foi terrível e logo nós fomos atingindo com tudo por trás por outro caminhão.

Minha mãe estava agarrada a mim e eu a Albert, mas, quando vi os pais de Albert dentro do motor do caminhão, minha mãe com um cano de metal atravessado no peito e Albert com o rosto todo sujo de sangue com o nariz e o braço esquerdo quebrados, Joanne e meu pai desacordado... Daquele acidente ali eu fui o único sobrevivente.

Eu acabei perdendo a consciência e acordei em um hospital local de uma cidade pequena. Não conseguia falar devido ao tubo na minha garganta e logo me desesperei e então comecei a ter uma parada cardíaca.

Só pude ouvir o barulho da máquina apitando e os médicos e as enfermeiras tentando vir me socorrer e então apaguei de novo.

Quando acordei, estava sem o tubo na garganta e meu pai e a Joanne estavam sentados no sofá.

— Ei, o que aconteceu? Onde estamos? Cadê a mamãe? Cadê o Albert? – Perguntei desorientado.

Os dois vieram me abraçar... Joanne não parava de chorar...

— NÃO... NÃO ISSO NÃO É POSSIVEL!!! O QUE ACONTECEU? – Gritei desorientado.

— Foi um acidente. Um caminhão bateu de frente com o carro deles e outro com o nosso... Os pais de Albert foram triturados pelo motor do caminhão a mamãe... Não sobreviveu ao acidente. A barra de ferro que estava alojada em seu peito comprometeu todo o seu sistema respiratório foi danificado e depois entrou em choque séptico... – Explicou meu pai.

— Já tem uma semana que isso aconteceu... – Completou Joanne.

— E-EU NÃO POSSO ACREDITAR NISSO!!! NÃO É REAL... E POR FAVOR ME DIGAM SE ELE ESTÁ VIVO! – Gritei aos prantos.

Eu mal conseguia raciocinar direito. Eu juro que naquela hora, tudo o que eles me falaram não passasse de um pesadelo.

— Albert esta na UTI, porém inconsciente. Ele teve traumatismo craniano. – Falou meu pai chorando.

A morte da minha mãe foi a pior coisa que podia ter me acontecido até aquele momento... Eu segurei as minhas lagrimas pois eu sei que ela não gostaria de ver o bravo cavaleiro dela chorando.

Pedi para que me levassem para ver Albert e então cheguei lá tinham dois médicos. Eles balançaram a cabeça com um sinal negativo e representava que Albert não tinha mais salvação. Seu corpo estava vivo mas, seu cérebro estava morto.

Aquele foi o pior segundo momento da minha vida em menos de 40 minutos... Perdi as duas pessoas mais importantes da minha vida... Desta trágica tragédia eu fui o único sobrevivente.

Eu fiquei 2 semanas comer e sem beber nada. Meu pai estava sem condições de cuidar de mim e então Joanne passou a cuidar de mim como minha mãe... Minha nova mãe e então decidimos que não queríamos mais ficar em Londres e foi então que meu pai vendeu a casa aqui e nos mudamos para Vitória no Japão e então onde conhecemos vocês...

A história de Joan me penetrou de uma forma inimaginável. Eu não sei o que faria se tivesse perdido minha mãe, meus amigos, Yasha para Koen. Eu não consigo imaginar a frustração e a dor de Joan e de Joanne, mas dele principalmente por perder a mãe o Albert.

— E por quê você decidiu fazer direito? – Perguntei.

— É por causa deles. Minha mãe era advogada e Albert queria ser juiz. – Respondeu ele.

— Agora consigo entender, então não é só por você, mas por eles também. - Falei

— Sim, eu sinto que o espirito deles está dentro de mim e acredito que eles não gostariam que eu lamentasse vossas mortes. – Disse ele.

Eu passei a ver Joan com outros olhos e respeita-lo muito. Assim como eu, ele passou por maus bocados, só que eu estava lutando contra demônios reais e ele contra seus demônios e a vida.

A semana passou e chegou o dia de nossa prova. Eu estava totalmente nervosa e então eu me acalmei e pensei nas coisas que me fariam me sentir bem como o Yasha e o pessoal... Eles eram o meu porto seguro.

Joan e eu fizemos a prova e no fim da prova voltamos ao hotel e fizemos o check-out e fomos para o aeroporto. Se passássemos, viríamos morar aqui e meu medo era que ele não aguentasse a pressão. Pedimos um taxi e ficamos sentados na porta do hotel esperando ele chegar.

— Yuki, eu creio que nós vamos passar nesse teste e quando viermos morar aqui, eu quero que você conheça onde morei, onde era a casa de Bristol e onde foi o acidente. – Falou ele. – Eu nunca contei essa história a ninguém e se eu contei, é porque você me transmitiu segurança e confiança.

— M-mas Joan, isso não te machuca? – Perguntei. – Muito obrigado pelo carinho.

— Eu já superei e estou bem, além do mais, eu não estou mais sozinho e nem a Joanne, nós temos vocês ao nosso lado. – Respondeu ele.

O nosso taxi chegou e nos deixou no aeroporto em 30 minutos. Fomos fazer o check-in e despachar as bagagens... Lá estava cheio e nós nos perdemos lá dentro e quase perdemos o horário do nosso voo.

Chegamos de Londres era 09h da manhã do sábado. Minha mãe e o pai de Joan estavam no esperando. Eles pareciam estar mais amigos pois estavam dando risada juntos.

Encontramos com Miki e Toramaru no aeroporto e eles contaram que a prova deles foi muito mais difícil do que eles pensavam. Mais tarde Joanne se juntou a nós. Ela trouxe presentes de Portugal, que era lindos por sinal e nos no fim nem acabamos comprando Nada de presente.

Nos despedimos no aeroporto e então fui para casa. Minha mãe estava me contando como o pai de Joan havia ficado viúvo e eu lhe disse que Joan me contou sua história também, só não sei se se lá sabia da parte do Albert.

Cheguei em casa, larguei as malas pelos cantos e cai na cama. Ao arrumar meu travesseiro, havia um barulho estranho dentro e então meti a mão lá dentro pra ver o que era. Tinha uma carta lá dentro e então abri pra ler.

“Querida futura esposa, parabéns pelo primeiro passo para o futuro. Nosso reino está crescendo e prosperando. Já consegui conter o exército rebelde e estamos organizando o torneiro de poder para decidirmos o primeiro guardião. Estamos ansiosos pois depois de quase dois anos as coisas estão dando certo 100% e eu recebi um presente da sua mãe, um aparelho de telefone celular, não sabia o que era até ela me mostrar. Aqui segue meu número e quando quiser falar comigo e só me chamar e estou aprendendo a usar isso é muito divertido, cheio de jogos e tem algo chamado redes sociais como Facebook é Instagram. Enfim, estou bem e logo vou lhe visitar, com amor, Heiwana Yasha”

Eu comecei a rir quando ele falou do telefone celular. Yasha era muito fofo e cada dia que passava eu sentia mais sua falta e amava-o cada vez mais.

Eu abri o WhatsApp e fui ver se Yasha tinha um perfil. A foto era de um cachorrinho demoníaco... Não creio que precisaria ensinar o demônio a usar celular.

Na segunda feira, voltamos a aula normal. Todos estavam comentando sobre as provas no exterior e estavam ansiosos com os resultados. Por algum motivo eu não conseguia parar de pensar em Albert desde que voltamos. A história de amor deles era tão linda e eu queria poder fazer de tudo para que eles ficassem juntos novamente.

Eu fiquei sonolenta a manhã toda e acabei dormindo à tarde toda assim que voltei pra casa. Miki apareceu lá em casa e então ficamos conversando.

— E como foi lá em Londres? Se divertiu muito? - Perguntou ela.

— Sim, eu e Joan nos divertimos e eu adorei a cidade. Tudo acabou ocorrendo bem sabe. - Respondi.- E como foi nos EUA? Qual lugar você foi mesmo?

— Fui para Seattle. Lá e bem divertido, conheci o hospital e a faculdade de medicina onde iríamos estudar e depois fazer a residência cirúrgica. Tinha vários médicos e os equipamentos eram de primeira mão. Eles mostraram o prédio da cardiologia, que incrível! - exaltou ela.

— Parece que você se divertiu hein? - Perguntei- quem diríamos que até um tempo atrás éramos adolescentes imaturos que acabaram no interno lutando contra demônios... Hoje estamos falando sobre nossa vida futura... – Rebati.

— Sim, eu tudo muito rápido e muito incrível, mas agora nossas metas são outras... Você vai se tornar a melhor advogada, eu a melhor médica cirurgia cardíaca – Disse ela com orgulho.

— Ui, futura cirurgiã cardiologista. Estou impressionada! – Completei.

— Tem que ter objetivo não é!? Respondeu ela.

Ficamos falando de várias outras coisas até tarde e por fim ela acabou dormindo lá. Estava chovendo na hora em que acordamos e deu a maior preguiça de levantar. Fui checar meu celular e lá tinha uma mensagem de Yasha... Eu ainda não me conformara que o Rei demônio estava usando celular.. E espera um pouco... Tem Wi-Fi no inferno? QUE LOUCURA.

— Ei que horas são? – Perguntou Miki. – Ah, o Yasha me mandou uma mensagem de bom dia.... Demônios estão usando celulares sabia?

— 06h45, vamos levantar. Você precisa passar em casa para pegar o uniforme. – Respondi indo ao banheiro. – É muita informação para minha mente a essa hora.

Fui tomar um banho e me arrumar... O vapor quente do banho era a única coisa que me fazia relaxar após acordar e claro melhorava o meu humor. Miki entrou logo em seguida no banho e fiquei me arrumando e conversando com Yasha. Ele me mandava umas fotos dele no trono, era engraçado e que Renji também estava usando um celular.

Miki saiu e se trocou rapidamente. Passamos em sua casa e ela trocou de roupa. Enquanto esperava ela se trocar, Toramaru apareceu por lá para ir busca-la debaixo da chuva.

— Você é muito cavalheiro sabia? – Perguntei.

— O que o amor não faz não é? – Respondi com outra pergunta.

— Seu amor está construindo um reino para vocês poderem casar lá e eu venho aqui e busco minha namorada na chuva. E você viu que ele tem um celular agora? Ele fica me mandando mensagens e fica me perguntando como mandar áudios. - Respondeu Toramaru.

— Eu estou inconformada e feliz ao mesmo tempo... Demônios usando celulares hahahahilário.- Falei.

— Não se esqueça que fizemos o impossível tá? Ganhamos poderes e salvamos o mundo. – Acrescentou ele.

Dei uma risada e então Miki surgiu na sala. A mãe dela estava na cozinha tomando café e ela disse que ira nos dar uma carona para a escola.

Chegamos em cima da hora na aula, o professor de literatura quase não nos deixou entrar. Joan e Joanne estavam lá com cara de sono nos esperando.

—Demoraram... – Reclamou Joanne.

— Foi culpa da Miki. – Respondi.

— Ei hahahaha, ninguém mandou me chamar pra ir pra casa da amiga e ficar até tarde conversando. – Rebateu ela.

O professor estava nos encarando no intuito de nós nos tocarmos e que era para sentar... Esse vai e vem das aulas finalmente estava acabando e um piscar de olhos, dezembro chegou...

As notas das provas saíram e todos ficaram em um fervo. Eu e Joan tínhamos passado empatados em 5° lugar e então isso significaria que iriamos morar em Londres. Miki, Toramaru e Joanne também passaram em seus vestibulares.

Eu não tinha noção do quão caro seria morar no exterior para estudar. Minha mãe estava fazendo as contas e viu que o juntamos durante anos + a pensão do meu pai não seria o suficiente para me manter lá, porém Yasha apareceu e me fez uma surpresa.

— É isso mesmo, sua faculdade, moradia, alimentação e outras despesas em Londres para você e seu amigo estão pagas. – Falou ele.

— Mas como você fez isso? É muito caro. - Perguntei.

— Acho que ouro ainda é valioso no seu mundo certo? Estamos expandindo o reino e achamos uma mina de ouro que estava sendo explorada na época de Koen. Conseguimos fazer o reino crescer mais e ainda sobrou muito ouro e então decidi fazer lhe essa surpresa. Agradeça a sua mãe também por me informar. - Explicou ele. – Enquanto não nos casarmos, isso é o máximo que o posso lhe fazer.

— VOCÊ NÃO EXISTE! – Gritei.

Eu estava tão feliz com isso que tamanha emoção não cabia no peito. Dia 20 de dezembro foi a nossa formatura e todos estavam lá para nos ver. Meu pai que eu não via há anos apareceu também com outra mulher e um filho... Eu tinha uma meia irmã de 5 anos de idade mas isso não vem ao caso agora.

A colação de grau foi muito extensa e ainda fomos para o baile depois dela. Todos nós estávamos muito felizes e bem bêbados. No meio do baile, eu reuni todos os meus amigos para fazermos um juramento.

— E-ei seus bêbados, vamos fazer um juramento! – Falei.

— Opa, só se for agora. – Disse Miki.

— Eu juro ser a melhor advogada de todos os tempos e ser a melhor amiga de vocês até o fim! – Falei.

— Eu juro ser a melhor médica cirurgiã cardíaca de todos os tempos e a ser a melhor amiga de vocês até o fim! – Disse Miki sorrindo.

— Eu juro ser o melhor engenheiro de todos tempo e ser o melhor amigo de vocês até o fim! – Falou Toramaru.

— Eu juro ser o melhor advogado de todos os tempos e ser o melhor amigo de vocês até o fim! – Disse Joan chorando.

— Eu juro ser a melhor bióloga marinha de todos os tempos e ser a melhor amiga de vocês até o fim! – Finalizou Joanne.

Depois juntamos nossos copos e fizemos um brinde e fomos dançar e nos divertir. Tive de dançar bêbada junto de Yasha... Que momento de vergonha, quase cai do salto.

Miki e Toramaru estavam dançando agarradinhos e juntinhos. Joanne havia tirado para dançar o representante de sala, o nerd Dioga Yamamoto e Joan estava sentado sozinho. Pedi licença a Yasha e fui falar com ele.

— Ei, anime-se. – Falei.

— Estou tentando... – Rebateu.

Sua voz era desanimadora.

— O que houve? – Perguntei.

— É que eu lembrei do Albert... Em dos meus anseios que nunca pude lhe dizer era que gostaria de dançar no baile de formatura com ele. – Respondeu chorando.

— Hoje é um dia de alegria e Albert não gostaria de te ver sentado aqui chorando. Tem um menino da nossa sala muito gato que está te olhando há um tempinho, por quê não vai lá falar com ele? – Perguntei.

— Mas o Albert... – Falou ele.

— Joan, está na hora de abandonar o passado... É complicado, eu to tentando abandonar as minhas antigas experiências incríveis que eu tive mas, agora o foco da minha vida é outro e acho que o seu também deve ser. Acredito que ele não iria gostar de ver você chorando no seu baile. Vai la conversar com o menino e arrasa! – Falei.

Joan me deu um sorriso e então me abraçou e foi conversar com o garoto. Yasha se aproximou de mim e então me tirou para dançar.

— Sabia que você fica muito linda de vestido? – Perguntou.

— E você fica muito lindo de terno...- Respondi.

— Mas ficaríamos ainda melhor com a roupa de nosso casamento. – Falamos juntos.

Depois daquilo simplesmente encostei em seu peito, fechei os olhos e dancei lentamente com ele aproveitando esse momento que poderia ser o último antes de eu ir para a faculdade.

As festas de Natal e ano novo se passaram e 2015 finalmente chegou. Em janeiro, as coisas estavam muito agitadas, precisava regularizar a documentação e comprar mais malas.

Yasha já tinha voltado pro Makai e eu ainda não tinha falado com ele sobre a tecnologia que ele parecia não ter limites. As aulas começavam no meio de fevereiro e eu já estava toda nervosa. Eu nem tive tempo de fazer uma festança de 18 anos.

O mês passou voando e já era dia 10 de fevereiro, a data da minha viagem. Eu já havia me despedido de Miki que foi no dia 01 para Seattle, Toramaru que foi para Tókio no dia 02 e Joanne que foi para Portugal no dia 07. Agora só restava eu e Joan para irmos embora.

Nossos pais estavam no aeroporto e foi um mar de lágrimas.

— Yuki minha filha, eu vou sentir tanto a sua falta, mas saiba que eu estou muito orgulhosa e feliz de você estar indo conquistar novos rumos. – Disse ela chorando.

Abracei ela tão forte que quase matei-a. Ia sentir falta dela, ficamos tão próximas depois do incidente com Koen que me separar dela era como perder metade da minha alma mas ela poderia concluir suas pesquisas e trabalhar em paz.

Joan e seu pai estavam conversando e eles pareciam estar super bem. Olhar o pai de Joan naquele estado de calmaria, me fez imaginar como ele estava no dia do incidente.

— Pai, eu vou ficar bem... A Yuki está comigo e nós vamos nos virar. Eu mandarei foto de tudo. – Falou ele.

— Meu filho... Sua mãe e o Albert estariam orgulhosos de você te vendo dar este grande salto! Vá viver sua vida, meu pequeno cavaleiro... Ou melhor meu caro e grande cavalheiro. – Disse o pai de Joan.

Joan lhe desferiu um abraço e então despencou no choro.

— Vamos Joan, vamos perder o voo. – Falei.

— Avisem quando chegarem! Já estamos com saudade. – Disse minha mãe chorando.

Mandei um sorriso e um sinal positivo para ela e ela o agarrou e guardou no peito.

Essa não foi a pior despedida da minha vida, mas sim o início de uma nova. Já era hora de eu seguir em frente e começar uma nova vida, sem batalhas contra monstros e um núcleo pronto para explodir.

Joan segurou a minha mão até o avião e assim que nos sentamos fechei os olhos e me imaginei como uma advogada no tribunal com um grande caso nas mãos...

E assim marca o fim de um ciclo e o início de outro.

Vejo vocês em breve!


CONTINUA NA 2° TEMPORADA.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.