Beacon People Story

Capítulo 16 - Correndo Atrás: Parte 2


— Bom. — Começa Stiles. — Cara disse para o meu pai que nada do que ela viu ajudou a encontrar a garota. Tirando dois detalhes relevantes como o fato dela ter passado mal em uma festa coincidentemente durante a Lua Cheia, e também com quem ela estava quando desapareceu.

— Ou seja, tudo isso foi em vão. — Concluí Lydia.

— Não exatamente, nada é em vão. Foi alguma coisa.

— Tá e o que viemos fazer aqui? — Pergunta Isaac.

Stiles, Scott, Lydia e Isaac estavam parados em frente a um armário de um dos corredores.

— Nós? Procurar por pistas. A ficha diz que este é o armário dela. — Comenta Stiles. — Só que aqui não diz a combinação.

Isaac tira Stiles da frente do caminho em um empurrão e com suas garras ele destrói a tranca do armário de Brittani.

— Ou isso. — Diz Stiles com um olhar reprovador para Isaac.

O armário era típico de uma garota adolescente com algumas maquiagens, um caderno pequeno com um elástico o fechando, uma bolsa bem pequena com um zíper, perfume e alguns livros. Stiles foi logo pegando a pequena bolsa com zíper mas Lydia a tira da mão dele.

— Hey!

— Confie em mim, Stiles. Quando uma garota carrega uma bolsa desse tamanho, com certeza não terá coisas sobrenaturais guardadas aí.

Scott pega o delicado caderno pequeno de capa preta e um elástico o prendendo. Na capa estava entalhado o Sol com um desenho de Lua dentro. Logo na parte interna da capa havia uma frase em uma caprichada letra cursiva. “Três coisas não podem ser escondidas...”. Scott ficou curioso mas deixou de lado. Ele pegou um cachecol que estava pendurado.

— Lydia consegue sentir alguma coisa?

Lydia pega o cachecol e o coloca na altura do seu nariz.

— Sim! Ela tem um bom gosto para fragrâncias suaves. Pena que eu já enjoei desse perfume.

Scott revira os olhos. Stiles olha mais a fundo na estrutura do armário.

— Ah, pessoal. Desde quando nossos armários têm uma textura fosca por dentro?

Todos olham para dentro do armário.

— Desde nunca. — Responde Isaac.

Lydia passa sua unha no canto da parede com o fundo e puxa uma placa que cobria o fundo verdadeiro do armário, revelando marcas profundas de garras.

— Ao menos que tenham atacado ela, acho que temos mais um Shapeshifter nessa história. — Comenta Stiles.

~ ~ ~

Scott organizou uma equipe para tentar achar Brittani pelo olfato. Scott iria pilotando sua moto, Isaac acompanhado de Lydia que dirigiria e por fim Stiles acompanhado de Malia. Scott passou o cachecol nas mãos de Malia e logo que ela pegou, tentou concentrar no cheiro da garota.

— Isaac, fique com o cachecol dela e vai guiando Lydia. Se tivermos que nos separar, siga os seus instintos, não me siga.

Isaac não deixava de olhar Scott profundamente em seus olhos castanhos. Ele acena com a cabeça para Scott que se afasta lentamente dele.

— Vamos! — Disse Scott brilhando seus olhos de lobo para todos. Scott lidera o caminho seguido de Lydia e do Jeep de Stiles.

~ ~ ~

Malia se apoiava com a cabeça um pouco para fora da janela.

— Malia eu acho que não estamos no caminho certo. — Comenta Stiles após alguns minutos de silêncio.

— Shhh. Eu preciso me concentrar.

— Por que nós não pedimos ajuda ao Derek? Ele é melhor nisso.

Malia se ajeita no banco e encara Stiles com uma expressão que pode ser traduzida em " Você quer dizer que eu não sou boa sendo uma loba?".

— Você quer dizer que eu não sou boa sendo uma loba?

Stiles arregala os olhos percebendo a gafe e o mal entendido.

— Não! Não. Definitivamente eu não quis dizer isso. Jamais. — Stiles fica com o rosto corado. — Eu só quis dizer que poderíamos usar de mais ajuda.

— Caso você não saiba ele e Peter foram numa jornada envolvendo algum assunto da família. Melhor não nos metermos já que não somos da família Hale.

Stiles sente um gelo subir por sua coluna, o silêncio fica um pouco pesado e logo ele diz:

— Não é bem assim.

— Como não? — Responde ela colocando a cabeça para dentro do Jeep novamente. Ele leva um tempo para pensar na resposta.

— O que eu quero dizer é que, todos nós somos uma família bem grande e unida. Scott é como um irmão de pais separados, Peter o titio doido. Cada um tem sua função e... Você está me ouvindo?

— Shhh. Escuta.

— O que? Malia eu não tenho superaudição. Qual o problema de vocês?

— É o Isaac.

— Hã? Como assim?

~ ~ ~

— Lydia! Aonde estamos indo?

— Eu não sei!

Lydia joga o carro para o lado e entra em uma bifurcação deixando Scott, Stiles e Malia em outra direção.

— Não é por aqui, o rastro da garota é pra lá.

Lydia não responde nada, ela estava dirigindo por puro instinto, cantando pneus, sem se preocupar com o que Isaac dizia.

— Me escuta! Por favor!

Lydia acelera o carro assim como sua respiração fica acelerada.

~ ~ ~

— Ué mas a direção que Scott está indo não é essa. — Observa Stiles.

Malia dá de ombros e comenta:

— Scott disse para cada um seguir o próprio instinto então o do Isaac deve estar indicando aquela direção.

— Você tem certeza? Por que já perdemos eles de vista.

~ ~ ~

— LYDIA! Me escuta. Não. É. por aqui. Aaah.

Isaac percebe que junto ao volante, Lydia segurava o cachecol pendurado na altura do pulso esquerdo. O carro balançava bastante até que Isaac puxa o cachecol dela.

— Lydia me escuta.

— O que? — Ela retoma a consciência.

— Pare o carro!

— Aaah! Tá bom!

O freio é bruscamente acionado e o carro derrapa um pouco. A inércia acaba jogando os dois para frente. Isaac ofegava profundamente e ele havia cravado suas garras na porta do passageiro. Lydia ainda segurava fortemente o volante com ambos os braços rígidos e olhava estática para o para-brisa.

— O que deu em você?

Lydia se manteve em silêncio.

— Lydia!

— Eu não sei tá legal? Só não grita comigo. — Diz ela ofegando. Ambos se acalmam.

— Onde estamos? — Pergunta Isaac.

Ela vira bruscamente na direção dos olhos azuis dele e o agarra pelo braço. Ele se assusta com os movimentos bruscos dela.

— Eu não sei, Isaac, mas é aqui. Brittani está aqui. Eu sinto isso.

A estrada era cercada por mata e mais mata tirando um cercado para algumas propriedades privadas. Isaac não conhecia direito essa região afastada de Beacon Hills.

— Vou chamar o Scott.

— Não! Calma Isaac. — Isaac arregala os olhos. — Digo, chame o Scott mas também vamos chamar outra pessoa.

~ ~ ~

— TIM. Abra uma visão de satélite daquela região. — Pede Cara.

— 87% carregado. A conexão estabelecida não passa de 15mbps, o sistema de Voip pode falhar.

— Continue TIM. — Cara tentava coordenar todos ao mesmo tempo. Ela voltou para o esconderijo deles mantendo contato com Scott e Lydia por telefone.

— *Stephen. Você os achou?*

— *Sim, estamos nos carros na frente do lugar que ela disse. E agora?*

— *Agora é esperarmos as imagens mostrarem o tamanho dessa base operacional do Ultra.*

— Imagens de satélite 100% carregadas na melhor resolução possível. — Diz TIM do computador.

Cara olha estagnada para a tela com uma expressão confusa.

— Temos um problema! Lydia está ouvindo?

— Sim, mas tá falhando um pouco. — Responde Lydia.

— Você tem certeza que esse é o lugar?

— Não exatamente mas senti algo muito forte vindo do cachecol de Brittani e do colar de Ruby juntos.

— Lydia, das imagens de satélite eu só observo um casebre velho e abandonado. O que seria impossível ser uma das bases operacionais deles.

— Impossível? — Comenta Lydia.

— *Stephen. Tente usar a telepatia para achar alguém.*

— *Pode deixar.*

Stephen se teleporta para perto da cerca cuidadosamente e ao longe percebe que há um casebre bem simples lá mesmo. Ele fecha os olhos se concentrando em todas as energias telepáticas que ele conseguia identificar mas não conseguiu sentir nada e pela distância notava-se que o lugar estava abandonado mesmo. Ele se teleporta para dentro do carro de Lydia novamente e balança a cabeça negativamente.

— Não pode ser. Eu tenho certeza. — Exclama Lydia. Ela sabia que não estava louca.

— Espere um segundo. — Disse Cara.

Ao olhar melhor para o mapa, retirando o Zoom, Cara percebe que na propriedade, o casebre não é a única coisa por lá. Mais ao norte há uma lagoa de proporções medianas e Cara pensa em algo.

— É isso! Ou talvez seja isso.

— O que? — Exclamou Lydia.

— Vocês conseguem ver da cerca algum tipo de lagoa?

— Não. Não mesmo. — Responde Scott pela linha dele. Ele estava dentro do jeep de Stiles.

— Na verdade. — Diz Stiles tomando o telefone da mão de Scott. — Eu lembro dessa propriedade de relance em um dos registos da delegacia e existe sim uma lagoa, onde encontraram um corpo nela, mas ela fica numa parte mais depressiva do terreno.

— Tá mas o que a lagoa tem a ver com eles? — Pergunta Malia.

— A água, ela bloqueia nossas habilidades telepáticas ao ponto de criar uma perfeita barreira, ou um esconderijo. — Diz Stephen.

— Então há uma chance da base deles estar escondida sob a lagoa.

— Mas qual deve ser a entrada? — Questiona Lydia quase para si mesma.

— Não é óbvio? — Intervêm Isaac.

— Não! — Diz Scott, Stiles e Stephen quase que em sincronia.

— O casebre é a porta de entrada.

— Isaac, que absurdo. — Exclama Stiles.

— Não é um absurdo tão grande se você notar que próximo do teto de uma casa abandonada há uma câmera de vigilância.

Ao ouvir aquilo pelo telefone, Stiles olha na direção do terreno procurando a câmera que Isaac reparou. Stiles praticamente não vê nada. A posição dele é de difícil visualização.

— TIM? — Diz Cara.

— Já fiz o rastreamento e para sua surpresa ou não, a câmera está em funcionamento, tentei entrar nos sistemas de registro de IP mas meu software não está amplamente sofisticado para esse processo.

— Obrigada TIM.

— É relativamente desnecessário ser cordial com uma máquina como eu.

— Se vocês pensarem em algum motivo para protegerem uma casa abandonada com uma câmera tão recente, me avisem. — Debocha Isaac.

— Issac pode estar certo então. — Finaliza Stephen.

— Obrigado.

— Então... Qual é o plano?

— Esperem. Do outro lado do lago há uma pequena porta redonda, não tenho certeza. Acho que é mais a tampa de um bueiro. Sem dúvidas tem algo sob a lagoa. — Disse Cara. Ela exala, bufa e pensa em algo. — O plano será o seguinte então: Scott, Russel, Isaac e Stephen irão pelo portão principal que fica no lado leste do terreno, um pouco mais longe do casebre. Vocês entrarão com tudo indo na direção do casebre para chamar a atenção deixando Kira, Malia e Lydia para verificarem o bueiro.

— É, pra mim parece um bom plano. — Comenta Scott.

— E eu? Comenta Stiles.

— Você Stiles? — Cara pensa em algo. — Bom você não tem os três T's... Muito menos se transforma em algo. Mas eu preciso de alguém livre pro transporte.

Stiles até que levou numa boa o julgamento prático de Cara. Ele tinha noção do que estava em jogo.

— Transporte?

— Sim. Creio que há bastantes prisioneiros lá.

— Mas eu vou dirigir o que?

— Hmm boa. *Russel*!

— *Aaah, você me fez errar a tacada!*

— *Você saiu de novo pra beber e jogar?*

— *Talvez...*

— *Não importa. O que você consegue me arranjar de transporte pra muitas pessoas?*

— *Hmm, talvez um ônibus. Serve?*

— *Vou ver.* Stiles ainda está aí?

— Sim. — Responde Stiles sem entender o silêncio repentino de Cara.

— Sabe dirigir um ônibus?

— Como assim!? O que?

— Pelo visto não. Pensando melhor um ônibus não é muito discreto. Já sei. *Russel. Traga um caminhão de mudanças. Com um logotipo bem grande nas laterais.*

— *Pode deixar maninha.*

— Pessoal. — Cara fala para todos que estão escutando. — Precisamos ser rápidos nisso. Só esperar a noite cair e aí atacamos.

Todos concordam com o plano. Mas de alguma forma Lydia não se sentia bem com isso. Como se algo pudesse de alguma forma... Dar errado.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.