Beacon People Story

Capítulo 1 - Deixando Storybrooke


O clima em Storybrooke está fechado como se uma tempestade estivesse prestes a chegar. Há uma garota jogada na mata semi-inconsciente. Semi, pois ela começa a acordar. Ruby é seu nome e ela se sente perdida. Ela não sabe exatamente o que aconteceu com ela nos últimos dias. A época é de lua cheia e algumas vezes podem acontecer certos apagões e ela perder o controle de sua transformação, independente da lua aparecer no céu ou não. Ela estava acostumada. Isso sempre acontecia na Floresta encantada, mas aqui no mundo real é mais complicado.

Ela senta-se no chão apoiando-se numa árvore e leva a mão a cabeça se sentindo um pouco zonza. Ela faz um esforço para se levantar e se equilibrar. Olha para os lados e grita por alguém, mas ninguém responde e então resolve usar o faro para alcançar o centro da cidade. É uma longa caminhada, algumas vezes tropeçava em um galho ou outro, ou em uma raiz mas não perdia o equilíbrio. Logo Ruby alcança a cidade que parece abandonada e uma certa ventania esquisita começa a assoprar. Ruby olha para o céu, atrás uma nuvem verde vem se alastrando pela cidade. Ela começa a correr para longe da neblina verde e ao mesmo tempo procura por ajuda. É a magia agindo mais uma vez sobre Storybrooke mas Ruby não consegue ver ninguém na cidade. Aonde estão todos?

Perto do limite da cidade, o temido limite aonde por alguns tempos atrás, cruzá-lo seria fatal, todos de Storybrooke estão juntos. Regina lidera o grupo, eles estão se despedindo de Emma e de Henry. Os únicos que foram feitos para morar no mundo real. O fusca amarelo de Emma segue pela avenida principal enquanto a magia se alastrava destruindo a cidade. Pouco antes de Regina quebrar a maldição alguém no grupo se manifesta.

— Ruby? Alguém viu minha neta? — Grita Granny em um tom de desespero.

— Não podemos ir atrás dela. — Regina responde. — A cidade já deve estar destruída numa hora dessas.

— Mas ela está lá, eu sinto que ela está.

Regina mantém um olhar concentrado no feitiço que levará eles de volta para a Floresta Encantada. Ela torna a olhar para Granny que parece estar aflita. Regina rasga a maldição e leva suas mãos até a altura dos lábios e sussurra algo. Um globo de energia roxo e lançado para o alto.

— Regina o que você fez?

— Um feitiço que vai tirá-la de lá. Não garanto que ela irá conosco, mas, pelo menos, ela não estará mais lá quando a cidade explodir do mapa.

Regina fecha os olhos e diz algumas palavras e sela o feitiço na neblina verde que se torna roxa fazendo todos desaparecerem de volta para a Floresta Encantada. A neblina torna-se mais densa para Ruby farejar algo. Aliás, está até difícil para ver. Ruby se sente perdida e agora para piorar, o chão começou a tremer fazendo Ruby perder o equilíbrio e cair no chão. Ela tenta olhar para cima e ver algo e o chão começou a se desfazer nos pés dela. O desespero toma sua voz, e ela percebe algo vindo na sua direção. Um globo luminoso roxo, ela não sabe ao certo e quando aquela energia mágica a atinge tudo em volta dela começa a girar e rodopiar como se estivesse caindo infinitamente e do nada, blackout.

Ruby acorda em outra floresta mas dessa vez, de noite e está três vezes mais frio. Ela não está tão desnorteada quando a última vez. Ruby se abraça na tentativa de se aquecer. E agora? Ela não tem a menor noção. Será que ela está na Floresta Encantada? Ruby olha para as suas roupas, sujas de terra, e percebe que não está com o seu capuz vermelho, ou seja, ela ainda está de alguma forma no mundo real. Mas aonde? A floresta é densa com muitas folhas secas no chão. O vento gélido atravessa entre as árvores carregando um cheiro bem característico. Ela decide andar um pouco e explorar o lugar cuidadosamente. Após alguns metros caminhando Ruby tenta gritar perguntando por alguém e logo escuta uns barulhos de galhos quebrados logo atrás dela, o que a deixa assustada, fazendo com que ela vire-se para trás e ande de costas dando passos lentos. Ela não percebe nada de errado, o silêncio da mata se resume a barulhos aleatórios de animais pequenos, mas ainda sim consegue sentir que tem algo a seguindo. E de trás de uma árvore um coiote surge e começa a se aproximar de Ruby lentamente.

Ao ser pega de surpresa acaba tropeçando no que parecia ser uma árvore grande, mas só existe por lá uma base e as raízes, e bem no meio há uma rachadura profunda. Algo estranho acontece. Do pedaço da árvore certos pontos brilhantes saem da principal rachadura. São vaga-lumes. Mas Ruby não tira os olhos do coiote, ela não tem medo. Logo seus olhos se tornam amarelos e Ruby começa a grunhir. Algo naquele pedaço de árvore fez Ruby conseguir usar algumas habilidades de lobo sem ter que completar a transformação. Sem ter que esperar a lua cheia. Afinal Ruby só conseguiria se transformar em lua cheia e quando não possuía o capuz. O coiote ao perceber algo estranho em Ruby se afasta um pouco e assume uma expressão normal, sem toda aquela agressividade. Quase como uma expressão de curiosidade. Ruby ficou sem entender o que estava acontecendo ao perceber que os olhos do coiote estavam azuis, assim como os seus estavam amarelos. O coiote sentou-se perto do que uma vez foi uma grande árvore, depois levantou-se sobre as quatro patas e se aproximou de Ruby para farejá-la. Ruby aproximou sua mão sobre o coiote e quando estava prestes e coçar a orelha dele, o coiote saiu correndo floresta adentro. Ruby ficou sem entender o que estava acontecendo, fez uma careta rápida e se levantou para olhar melhor a tal árvore cortada e se perguntou por qual motivo deixariam apenas as raízes e a base da árvore daquele jeito e o que saiu da árvore naquele instante? Foi magia? Ruby ouve um barulho de um galho sendo quebrado e ao procurar o barulho percebe que o coiote retornou a observá-la.

— Escuta... — Disse Ruby se sentindo muito idiota ao conversar com um coiote mas lembrando que já fez isso antes com Pongo e deu certo. - tem alguma forma de sairmos daqui?

O coiote aparentou entender o que Ruby disse, levantou-se do chão e começou a correr. Ruby também começou a correr atrás do coiote e o mais rápido que ela conseguisse para alcançá-lo, mas depois de alguns segundos Ruby perdeu o rastro do coiote. E então começa a cheirar o ar percebendo que o coiote escalou uma montanha de altura mediana, o suficiente para Ruby subir também. Ela se ajeita pisando sobre uma pedra e se lança o suficiente para alcançar um galho de um arbusto. Com muito esforço ela vai se puxando e subindo. Ao alcançar o local aonde o rastro do coiote fica mais forte, Ruby percebe uma pequena caverna, ou uma toca, ela não tem certeza. Ruby teme entrar e encontrar uma matilha de coiotes famintos mas eles não seriam páreos se ela completasse sua transformação. Infelizmente não é lua cheia. Ruby lentamente se esgueira pela entrada da toca e ao olhar bem, não tem nada lá além de objetos estraçalhados. Mas ela percebe que o Coiote está num canto, e está puxando um pedaço de pano com a boca. Ruby logo fica chocada pois o coiote cai no chão e começa a se contorcer. E de seus pelos, uma tonalidade rosada surge, algo próximo ao tom da pele humana. Era uma garota, completamente nua, debruçada no chão da toca. Longos e ondulados cabelos castanhos descem suavemente pelo seu rosto. Ruby se apressa para alcançar a garota e cobri-la com o pedaço grande de pano que ali perto estava. A garota se apoia na parede se sentindo um tanto zonza, põe a mão na cabeça e com seus olhos castanhos passa a olhar diretamente para Ruby que estava estupefata com o que viu.

— Não achei que haviam outros lobisomens por aqui neste mundo. — Disse Ruby

— Eu não sou exatamente um lobisomem, sou algo mais para um coiote humano. Meu nome é Malia.

Ruby se ajeita na caverna enquanto observa Malia se cobrir com outras roupas que estavam jogadas ao longo da toca.

— Eu não entendo. Já vi de tudo na Floresta Encantada. Mas um coiote? Bem. Meu nome é Chapeuzi... Ruby. Meu nome é Ruby. E eu não sei aonde eu estou. Mas provavelmente sei como cheguei aqui.

— Bom você está em Beacon Hills, Boston. E eu nunca vi alguém como você por aqui. E olha que eu já vi diferentes shapeshifters.

— Desculpe-me mas eu não sei o que é isso.

— Bem eu sou um coiote e você? Mulher-Poodle?

— Como você sabe que eu me transformo?

— Quando você tropeçou perto do Nemeton e caiu sobre ele, seus olhos brilharam numa cor amarela. Então eu suponho que você seja um lobisomem também.

— Aquele pedaço de árvore tem um nome? — diz Ruby um tanto impressionada — É eu sou sim um lobisomem e eu só me transformou durante a lua cheia quando estou sem meu capuz vermelho. Mas não sei por que, eu senti que minhas habilidades de lobo estavam mais apuradas sem que eu precisasse me transformar.

— Por aqui sempre chegam as coisas sobrenaturais. De onde você veio? Surgiu do nada? – Malia começa a coçar atrás da orelha com as unhas.

— Não estranhe mas, sim, eu apareci do nada. - logo Ruby começa a lembrar de onde ela realmente esteve— Essa não, o feitiço! — Malia a encara com uma expressão curiosa e diz:

— Que feitiço?

— Longa história, poderia virar um livro infantil se você quisesse. Mas eu acho que minha... Família, se é assim que posso chamá-los, voltaram para a terra deles e eu não consegui alcançá-los a tempo.

— E por isso eles a largaram aqui?

— Não sei exatamente o que aconteceu— Disse Ruby um pouco confusa.

— Algo me trouxe para cá antes que eu evaporasse junto com a cidade.

Malia solta um leve riso abafado e diz:

— Bem eu não sei quanto a você mas eu posso viver aqui na mata por muito tempo. Eu acho melhor te levar a algum lugar mais agradável para sobreviver a essa noite. — Ruby acena com a cabeça enquanto Malia termina de vestir algo.