Be Mine - Terminada

I can up without your love?


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Eu acordei um pouco atordoada, mas fiquei feliz ao perceber que estava deitada em minha cama, na minha própria casa. Minha mãe estava sentada me olhando preocupada. Quando abri os olhos de vez ela soltou um guinchado de alegria.

-Você não sabe a preocupação de me causou! O que aconteceu afinal Jacque?

-A pressão que a sociedade joga sobre mim... Não é satisfatória. – disse tentando me levantar.

-Querida... Estive pensando... Faz um tempo que você não vai visitar os seus tios na Califórnia... E se formos para lá? Uma semana longe de suas preocupações? O que me diz?

Meus olhos se iluminaram na mesma hora. Era tudo o que eu precisava! Além de não agüentar mais a escola e todo aquele drama de inclusão social, tinha uma pessoa que estava na Califórnia, e eu daria minha própria vida para vê-lo.

-SIM! Mãe você é a melhor! – disse, abraçando minha mãe, ligeiramente assustada com a minha reação.

-Ok então... Partimos no mês que vem, está bem?

-Sim.

Ela me deu um beijo no alto da cabeça e me deixou sozinha no quarto mal iluminado. Ele estava lá. E dessa vez, eu tinha fortes possibilidades de encontrá-lo. Não sei por que isso ainda passava pela minha cabeça, mas... Tudo o que eu mais queria era sentar no meu computador e ficar olhando todas as fotos dele na praia. Assim o fiz, e acabei adormecendo com a cara nos teclados do computador.

Minha mãe me deixou faltar na escola no dia seguinte, compreendeu que a humilhação ainda estava muito fresca na memória de meus colegas. Então comecei a navegar na internet, como consolo da chuva que caia lá fora, e algo me chamou atenção. Era uma foto magnífica de uma bailarina. E tive lembranças de quando tinha oito anos, e fiz a minha primeira aula de balé... Gostei tanto que só parei quando fiz 14 anos e ainda me pergunto o porquê de ter parado de dançar. Além de eu ser a melhor aluna da classe, aquilo me fazia tão bem... E, talvez por ironia do destino, o panfleto da academia de dança de Hip Hop que tem perto de minha casa entrou voando pela janela do quarto. Aulas de dança... Voltar a encontrar quem eu sou... Aquilo fazia todo o sentido, e de repente eu sabia exatamente o que eu tinha que fazer. Eu precisava ir até aquela academia e me matricular nas aulas de Hip Hop, e não sei o motivo, aquilo me lembrava o Justin tão explicitamente que era impossível ignorar o impulso de me trocar e ir correndo até o lugar.

-Olá... Queria falar sobre as aulas de Hip Hop. – falei para uma mocinha com ar simpático atrás de um balcão de mármore.

-Aaah, pode tirar as dúvidas comigo mesmo querida. Como se chama? E qual a sua idade? – disse, esboçando um enorme sorriso.

-Sou Jacqueline, mas me chame de Jacque, por favor. E tenho 16 anos.

-Então, Jacque, as aulas de Hip Hop para meninas da sua idade, é todas as segundas, quartas e sextas, das duas até as cinco e meia, é uma aula bem puxada. Saem exatos 30 reais. Você quer se matricular?

Pensei por um segundo. Eu tinha uma certeza tão convicta de que era isso o que tinha que fazer para ajeitar a minha vida. Assenti com a cabeça para a atendente.

-Então preencha está ficha de inscrição aqui, e pode fazer a primeira aula hoje mesmo. O primeiro pagamento pode ser até o fim do mês.

-Muito obrigada...

-Eleanor.

-Sim, muito obrigada Eleanor.

Sentei-me em um dos bancos da recepção, e comecei a preencher os dados pessoais necessários e as perguntas. Deparei-me com uma que fez meu coração dar um pequeno salto no peito. ‘Porque quis começar a fazer aulas de dança, o que te levou a querer dançar?’, e sem pensar muito no que escrever, minha caligrafia decorou as linhas. “Para conseguir encontrar quem eu sou e fazer com que a minha vida tenha o mínimo sentido.”.

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Depois que voltei do meu pequeno passei de carro, Scooter me encurralou fazendo perguntas muito fora do meu interesse, me dizendo coisas como ‘ Estou muito preocupado com você, está muito depressivo ultimamente moleque.’. É claro que eu não me dei o trabalho de responder a suas insinuações sem fundamentos. Voltei para o aconchego do meu quarto, e fiquei nele até o dia amanhecer.

A Califórnia tinha belas manhãs, com a luz levemente alaranjado colorindo os traços ainda escuros do quarto eu acordei me sentindo menos revoltado do que no dia anterior.

-Bom dia Scooter.

-Parece que alguém acordou bem humorado. – disse em som de aprovação. – Então terá tempo para avaliar isto.

Ele me entregou um panfleto colorido com os seguintes dizeres : CONCURSO DE DANÇA DE JUSTIN BIEBER! Quer ser o novo dançarino do astro teen? Então venha para a Califórnia tentar a sorte!!! O concurso será iniciado no mês que vem! NÃO PERCAM!

Eu tinha que admitir que o trabalho tinha sido feito muito bem. O panfleto estava alegre e eu concordava com tudo o que estava escrito nele.

-Ok, então se prepare, porque pode durar o mês inteiro. – falei com uma risada irônica.

-Como assim o mês inteiro?

-Você sabe, as garotas vão fazer fila, apenas para rebolar na minha frente.

Scooter estava pasmo, mas ele sabia que era verdade. Quem sabe eu até não dava alguns beijinhos em umas fãs que mandassem bem? Estava me sentindo confiante aquele dia, mas sabia que era questão de tempo até meu humor mudar novamente.

-Bom, tanto faz garoto. Mas só vamos aceitar as fichas de quem tiver alguma experiência real em dança.

-Tipo, anos em academias? – falei mastigando minhas panquecas.

-Sim, senão, nós sabemos que vai virar uma festa, e provavelmente não vamos encontrar ninguém.

-É, você tem razão.

Continuei com o meu café da manhã bem humorado. O resto do dia foi tranqüilo, eu só precisava fazer alguns testes de voz para o dia seguinte, aonde iria para uma rádio local da Califórnia fazer uma divulgação.

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-Onde você esteve Jacqueline?! – minha mãe falou em tom acusatório.

-Não fique preocupada mãe! Eu fui fazer a melhor coisa que podia ter feito em toda a minha vida!

-O quê?

-Me matriculei em uma academia de dança!

-Vai... Voltar a dançar? – ela falou, com uma súbita mudança de humor. – Isso é ótimo!

-Eu sei! Vou tomar um banho e me preparar para a aula.

Coloquei o CD do Justin, My World 2.0 , para tocar no rádio enquanto tomava um banho maravilhoso, pensando em tudo o que iria me acontecer de bom naquele dia. Aquela tinha sido a minha melhor idéia! Ainda não conseguia me conformar.

Enquanto caminhava pelas ruas pensava em tudo o que podia dar errado naquela aula, como eu não conseguir pegar os passos, ou não me inturmar com as pessoas, e até mesmo ter uma professora horrível... Então comecei a me sentir apreensiva e muito nervosa. Será que ia ser ruim? A minha melhor idéia?

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Pra vocês terminarem de ler felizes, aqui está!

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