Os três primeiros avançaram na direção de Batman, armas em punho. Ele recuou, e se viu encurralado quando a ponta de seu pé encontrou o vazio que a porta aberta oferecia. Então, avançou. Derrubou o que segurava o taser, atirando-o em uma caixa. Jogou o homem em um dos dois que seguravam facas. Virou e viu o líder, John, pronto para disparar. Rapidamente, agarrou a arma e o braço do criminoso, puxando-os por cima do ombro e derrubando-o no chão de metal. Então, ouviu uma lâmina cortando o ar.
Um grito de dor veio do Morcego, que caiu de joelhos. Ele passou a mão no corte rente às costelas, vendo o sangue, vermelho e pegajoso, entre seus dedos. Olhou para seus agressores, e viu um deles se levantar. O homem o puxou pelo braço, e aplicou-lhe uma gravata.
John ergueu-se do chão do caminhão, olhou para Batman e disse:
—Ha. Como você se sente agora, Morcego? Não se preocupa, a gente não vai te matar, mesmo que você mereça.
John pegou o taser da caixa.
—Só temos ordens de torturar você...
Ele ligou o taser e eletrocutou Batman, bem rente à ferida.
—AAAAAARRRRGH!- gritou Bruce. Percebeu que enquanto gritava, puseram uma pílula em sua boca. E o fizeram engoli-la.
—... e te pôr pra dormir.
O corpo de Bruce ficou mole. Ele ainda conseguia ver, mas não controlava seus movimentos. Estava imobilizado.
—Chefe, pegamos ele- disse John, pelo rádio.
Outra voz respondeu:
—Ótimo. Apliquem o soro nele e deixem ele inconsciente.
—Pode deixar.
Bruce sentiu um arrepio. Reconhecera a voz do rádio, como um de seus adversários mais ardilosos, que era o único em Gotham que dominava a arte do Batman melhor que o próprio... a arte do medo.
Um dos capangas de John pegou uma seringa e um estilete. Cortou uma parte do braço do uniforme, expondo a pele e as veias embaixo dela, e injetou o soro diretamente em uma delas.
Instantaneamente Batman começou a sentir dor extrema por todo o corpo. Seu coração batia mais rápido, ele temia cada coisa ao seu redor. Sentiu um medo que nunca sentiu antes.
Sua cabeça pendeu para o lado, e ele começou a apagar. Ouviu uma risada demoníaca, bem baixinho, em seu ouvido. E enquanto adormecia, seus olhos encaravam uma caixa. A caixa que continha o soro do Gás do Medo do Espantalho.
—Bons sonhos, morceguinho- disse um dos homens. E enquanto o mundo escurecia, Batman sentiu-os levantando-o, e atirando-o do caminhão.

...

Batman abriu os olhos. Estava num beco escuro, sem ninguém ao redor. E perdido; estaria ainda em Springwood?
—HAHAHAHAHAHA...
A risada não passou despercebida por Bruce, por mais baixa que estivesse. Virou-se para a parte escura do beco, oposta à parede de tijolos que antes encarava. Mas não havia nada além de escuridão.
Até que um poste acendeu ali. Ele viu algumas pessoas: um homem armado e um casal bem vestido.
—Não...
Os tiros ecoaram pela noite. E Bruce tombou, de joelhos, do mesmo jeito que seus pais tombaram, mortos, no chão.
—NÃO!...
Antes a metros de distância, agora Bruce se encontrava debruçado em cima dos corpos. O ladrão fugiu, mas não tinha diferença: era apenas uma memória.
Bruce inclinou-se sobre seus pais.
—Mãe... pai... não...
—Hahahahaha...
Bruce não ouviu a risada, agora mais próxima que antes. Mas percebeu o homem de chapéu, suéter e luva, sorrindo ao ver a cena.
—Seu maldito...
O homem só olhava, zombeteiramente.
Então, uma música começou a tocar:
Um, dois, o Freddy vem te pegar...