Haddonfield, Illinois.
O homem de sobretudo estava na casa de uma família que se mudara para lá recentemente, realizando um exorcismo. Na cidade, sentira uma aura maligna e fora investigar. Pelo que descobriu, em 1978 uma série de assassinatos ocorreu, e o lugar ficou assombrado pela alma do homem, que agora, possuiu o filho mais velho da família, de 18 anos. Então, nosso exorcista/mago/detetive entrou em ação.
Murmurou algo em uma linguagem antiga, e um círculo de luz se formou em torno do possuído, que estava preso em uma maca e se debatia loucamente. Conseguindo se soltar, ele desceu da maca, mudo, e encarou o loiro, que tirava algo do bolso. Era um pequeno saco, do qual ele pegou um punhado de pó. O garoto tentou sair do círculo, mas não conseguiu. Jogando o pó sobre ele, John Constantine falou em voz alta:
—Seu espírito maldito! Deixe esse jovem em paz!
As mãos do jovem começaram a tremer. Algo semelhante a fumaça começou a sair delas. E então, John terminou:
—Volte para onde você veio. Saia desse corpo, Myers!
O garoto começou a gritar enquanto a família, que assistia a tudo aterrorizada, se afastava do círculo. Uma luz emanou dele, consumindo tudo ao redor. Quando a luz cessou, John olhou para ele, inerte no chão. Virou-se e ordenou à família:
—Mantenham-se afastados.
Olhando de novo, viu o garoto se levantar. E, com a voz dura, perguntou:
—Quem é você?
Mas o jovem, surpreso, devolveu:
—Eu que pergunto! E por que diabos você tá na minha casa, cacete?
—É ele mesmo, não?- disse John, mais suavemente, para a família. O pai assentiu. -Muito bem. Então meu trabalho por aqui terminou.
O pai estendeu a mão e o mago a apertou. Então saiu da casa, ouvindo os pais explicando ao filho quem ele era e o que fazia ali. Deu um sorrisinho de satisfação. Andando pela cidade, sacou do bolso uma caixa de cigarros, pegou um e o acendeu, entrando num beco e encostando na parede.
Então ouviu alguém chamar:
—Ei, você!
Virando-se, viu um homem se aproximar com uma faca na mão direita.
—Passa o que tiver, agora.
John suspirou.
—Está se metendo com o cara errado.
Quando ele chegou perto o suficiente, John acertou-lhe um soco no rosto e o derrubou no chão. O bandido revidou com a faca, e a fincou no antebraço dele, que soltou um berro de dor. John saiu de cima dele, e o criminoso se levantou sacando uma arma. Quando John se virou, encontrou o cano encostado em sua testa.
O homem sorria.
John suava.
Ele sabia que, se falasse algo ou fizesse qualquer movimento, o homem puxaria o gatilho. E ele já estava puxando, quando...
—Mas que porra?!
O homem aplicou uma gravata no mago, apontando a arma em sua têmpora, mantendo-o refém perante a figura de roupa azul e capa vermelha.
— O Super... olha, se você fizer qualquer coisa, eu estouro os miolos dele!
—Eu não farei nada- disse o Homem de Aço.- Mas meu amigo vai.
O homem só teve tempo de se virar e soltar duas palavras antes do punho enluvado acertar seu nariz e quebrá-lo.
—O Morcego...
O homem tombou no chão, soltando o mago. Que simplesmente ajeitou a roupa.
—John Constantine- disse Batman.
—Sr. Wayne. A que devo seu resgate/visita?
Bruce deu um olhar de "vou ter mesmo que fazer isso?" para Clark, ao que o kriptoniano assentiu. Respirando fundo, respondeu:
—Preciso de sua ajuda. Quero eliminar um demônio.
Constantine ponderou um pouco.
—Que tipo de demônio?
—Ele invade os sonhos e mata as pessoas enquanto dormem.
—Conheço esse tipo. Pra matar é foda, mas eu consigo. Mas só uma coisa: você tem o nome dele?
—Freddy Krueger.
O mago pareceu um pouco desnorteado. Superman olhou-o, com um quê de preocupação.
—Desculpe, como é?
—Freddy. Krueger.
—O Freddy Krueger, de Elm Street?
—Ele mesmo- disse Superman.
—Então é difícil. Não dá pra matar o cara, ele é imortal nos sonhos...
—Não quero matá-lo- interrompeu Bruce.- Só preciso derrotá-lo. E garantir que ele nunca mais mate ninguém.
—Claro! É óbvio, que burrice a minha, podemos derrotar ele, levar ele no Dr. Phil e convencer o cara a parar de matar por diversão!- ironizou Constantine.- Se quisermos acabar com ele de vez, ele tem que ser trazido para o mundo real.
—E como faço isso?
—Você teria que agarrar o cara, que nos sonhos é escorregadio feito manteiga, e ainda por cima acordar por conta própria. Quase impossível, porque quando você sonha com ele, seu corpo fica num sono tão profundo quanto as Fossas Marianas. Pra você acordar, só com uma magia muito poderosa, mas eu sozinho não consigo realizá-la.
—Não decidimos ir só atrás de você- interveio Kal-El.- Você só teve sorte de ser o primeiro de uma lista de magos que foram cogitados para formar uma equipe inexistente.
—Se você concordar em vir, então partimos para o resto.
Constantine pensou. O homem no chão se mexeu, ameaçando levantar, e ele chutou seu rosto com força. Finalmente, disse:
—O que eu ganharia com isso?
Clark e Bruce responderam ao mesmo tempo:
—O que precisar.
—Não ter sua cara arrebentada por mim.
—Prefiro a proposta do Superman. Mas de qualquer forma, eu topo.
Ok, disse Bruce a si mesmo. Menos um na lista, faltam três.
—Quem você planeja visitar agora?
O mascarado pegou uma foto dos arquivos e a mostrou a John.
—Ela.
—Por quê não foi vê-la primeiro? Ela era a pessoa mais próxima de você, está trabalhando num clube em Gotham!
—Não sei, mas pode nos levar até lá?
—Posso.- ele afirmou, e murmurou alguma coisa em latim. Então um portal surgiu, e um camarim era visto do outro lado.
—Ainda quer ajuda, Bruce?- perguntou Superman.
—Acho que posso assumir daqui, Clark.
—Boa sorte então.- Ele foi na direção de Bruce e apertou sua mão, fazendo o mesmo com Constantine. -Adeus!
E saiu voando.
—Vamos então?- perguntou John.
Batman assentiu enquanto John entrava no portal. Então, seguiu-o.
Quando atravessou, estava no camarim que via no portal,numa área sombria. De novo, Constantine sacou um cigarro e acendeu.

—Apague isso- ordenou Batman.-Se alguma pessoa indesejável entrar aqui, vai ver o cigarro no escuro ou sentir o cheiro da fumaça.

—Vai te catar, Wayne- foi a resposta.

—Estou começando a repensar minhas escolhas para essa equipe.

Foi quando alguém entrou pela porta; era um homem, baixo e careca. Pelo que dizia seu crachá, era o dono do clube. E quase teve um ataque quando viu a silhueta do Morcego nas sombras.

—Ah, meu Deus... é o... é o Bat...

—Sr. Winston- cortou Bruce, com sua grossa voz modificada. -Gostaria de falar com ela.

Ele mostrou a foto da mulher para ele.

— A-a senhorita Zatara? Ela está trabalhando, a casa está cheia por causa dela...

—Por acaso parece que nos importamos?- disse John, saindo das sombras assim como seu acompanhante fizera. -É um assunto sério, e ela é muito importante para essa situação.

—Não queria ser tão grosseiro, mas sim. É o que meu colega falou.

—Está bem, está bem- murmurou Winston, retirando-se e fechando a porta.

Assim que ele saiu, Bruce olhou com raiva para Constantine, que simplesmente disse "o que foi?". Já se arrependendo de não ter pego o Bat-Plano quando teve a chance, focou na porta à sua frente. Que de novo, abriu.

Dessa vez, uma mulher entrou. Usava uma cartola, com um terno e uma espécie de meia calça. Uma rosa branca na lapela, e uma varinha de mágico na mão. Ficou surpresa por ver os homens em seu camarim, mas não intimidada. Ela perguntou:

—O que estão fazendo aqui?

— Preciso de ajuda, Zatanna. É importante.