Ela corria pela floresta. Precisava se esconder. O que estava acontecendo? Ela simplesmente se deitou, dormiu... e agora, fugia de alguém. Tropeçou numa pedra, quase quebrando o pé.

—Ah, merda!- a garota sussurrou. Seguiu em frente, alcançando uma mina. Enquanto corria, tinha a certeza: alguém estava atrás dela.E não pretendia ajudá-la.

Achou um carrinho. Subiu nele e seu peso o fez andar nos trilhos, rápido demais.

Alguns minutos depois, algo entrou no caminho das rodas do carrinho.

—AAAAHHHHHH!

Ela saiu voando, caindo dentro de uma galeria. O estrondo causado quando ela acertou uma parede ecoou por toda a mina - e fez uma grande rocha cair sobre ela.

—NÃO! - Ela rolou para a esquerda, mas não foi rápida o suficiente. A pedra caiu em cima de sua perna direita, esmagando-a completamente.

Chorando de dor, a pobre garota retirou, com muito esforço, a pedra de cima de sua perna. Encostou na parede.

—Ah, meu Deus, eu não posso morrer, eu não quero morrer... alguém me ajude, por favor...

De repente, passos ecoaram pelos trilhos: alguém estava vindo.

—SOCORRO! ME AJUDE! POR FAVOR! -ela gritou, o mais alto que pôde, na direção dos trilhos. Mas percebeu -tarde demais- que em seu sonho, só haviam duas pessoas: ela mesma... e ele. Ouviu, então, os sons que trariam sua morte.

"Um, dois, Freddy vai te pegar..."

Um som, além da canção, se destacava: algo metálico arranhava a parede enquanto descia.

"Três, quatro, tranque seu quarto..."

Por fim, ele a alcançou. O perseguidor entrou na galeria, andando lentamente. Ele usava um chapéu marrom. Suéter vermelho, com listras verde-escuras. Uma luva de couro, com garras de metal nos dedos. A pele, totalmente queimada, com tecido e músculos expostos.

Freddy Krueger.

"Cinco, seis, agarre sua cruz..."

Ora, ora, ora- disse o assassino, aproximando-se com calma, e um sorriso maligno no rosto. -A pequena Cassandra. Você me deu muito trabalho, sua pirralhinha. Pelo menos, você não vai fugir.

"Sete, oito, fique acordado..."

Freddy pôs uma das garras na testa da menina. Foi passando-a suavemente, até a bochecha. Um fio de sangue decorava o rosto dela agora, escorrendo por ele. Cassandra começou a chorar.

—Shh- disse Freddy, pondo uma das garras nos lábios. -Não tenha medo, o tio Freddy está aqui. Quer jogar um pouco? Vamos ver quem grita mais alto.- Ele ergueu a mão enluvada, uma das garras tingida de vermelho.

"Nove, dez..."

Agora... grita pra mim!

"...nunca durma de novo..."

O grito de terror que encheu a mina só chegou aos ouvidos de Krueger. Ninguém mais pôde ouvi-lo, pois foi só um sonho. E, tão rápido quanto tinha começado, o grito silenciou, com o som de alguém se afogando no próprio sangue.