O corpo de Damian Wayne, partido ao meio, caiu perante seu pai.
—NÃO! NÃO! NÃAAAAO!!- o homem bombardeava a cena com seus berros de lamento. E o maníaco da cara queimada ria de sua desgraça.
—Não...
Krueger se ajoelhou para ficar cara a cara com Bruce.
—Eu disse que ia te fazer sofrer.-Ele segurou o queixo dele com a mão nua e lentamente erguia a mão enluvada.
—À propósito...-ele sorriu, o sinal da vitória sobre o Cavaleiro das Trevas.-... feliz dia dos pais, Wayne.
Essa foi a gota d'água.
Batman encarou Freddy com o olhar do mais puro ódio, e com uma das mãos, agarrou o pescoço dele, pegando-o de surpresa. Com a outra, recuou o braço, e quebrando a corrente, arrebentou o rosto de Freddy!
Caindo de costas no chão, ele observou estupefato o Homem-Morcego levantar-se, rompendo a segunda corrente, e avançar em sua direção,com punhos de aço e o Inferno no olhar.
Freddy levantou e correu em sua direção pensando que ia intimidá-lo. Não conseguiu, só fez Batman correr ainda mais. Quando ele ia ser acertado pelo punho do Morcego, teleportou-se para trás dele e chutou suas costas. Apenas para ter sua perna agarrada e quebrada em três pontos por sua "vítima".
—AAARGH! Seu filho da puta!
Como Freddy se regenerava rapidamente no mundo dos sonhos, logo estava com a perna melhor. Socando o rosto de Bruce, desapareceu no ar e fez o cenário da fábrica voltar.
Batman parou e começou a olhar ao redor, como um animal atrás da presa. Olhou o ambiente e gritou:
—SAIA DAS SOMBRAS, COVARDE! OU EU VOU TE ACHAR E TE ESPANCAR ATÉ MINHAS MÃOS SANGRAREM!
Um rangido metálico ecoou pela caldeira, onde ele estava. E então, um tonel vazio de cerca de uma tonelada caiu sobre ele, esmagando Batman por completo.
O serial killer reapareceu ao lado do tonel. Rindo como nunca havia rido antes, parecendo o Coringa.
—Saí! Vai fazer o quê?
E continuou a gargalhar.
—Foi bom enquanto durou, Morcego. Mas você devia saber que não me chamam de Lorde dos Pesadelos à toa.
Virou-se e saiu caminhando, despreocupadamente, não percebendo que o tonel estava se erguendo, e uma figura debaixo dele o erguia e o empurrava para fora do caminho.
Freddy só ouviu o grito de raiva quando o vulto se jogou em cima dele, e o prendeu no chão.
O olhar de Batman, em cima de Freddy, estava da cor vermelha-incandescente das caldeiras da fábrica. E ele deu um soco.
E outro.
E outro.
E outro.
Ele só socava o rosto do maldito, o desgraçado, o miserável que enganou e matou seu filho! Suas mãos doíam, mas ele não ligava. Ia vingar a morte de Damian como vingava a morte dos pais.
Quando parou, suas mãos estavam mesmo sangrando. Mas isso não se comparava ao rosto do "pobre" Krueger. Seu nariz estava praticamente explodido, uma gosma escura que era seu sangue cobria sua face. Alguns de seus dentes podres faltavam. E seu maxilar estava praticamente pendurado.
Cheu bashtardo...- Freddy conjurou uma bola de fogo, que acertou Bruce e o atirou para o outro lado da fábrica.-Vai ter o que mereche...
Quando ajustou sua mandíbula, virou-se para encarar Batman. A visão que teve o assustou...
Debaixo do traje, Bruce se transformou. Pêlo começou a brotar em seu corpo. Suas mãos e pés se deformavam, virando patas de três dedos. A capa se fundia aos seus braços, formando um tipo de membrana de pele.
Logo Freddy olhava apavorado um morcego gigante, que o encarava de volta.
E ele não estava para brincadeira.
O homem queimado corria pelos corredores da fábrica, com o (agora) homem-morcego atrás dele. Se sentindo como suas vítimas se sentiam.
—Não! Sai daqui! Você não vai me pegar!
E o morcego ria, uma risada inumana, áspera e arrastada, capaz de gelar os ossos e paralisar corações.
Freddy lançou uma bola de fogo. Errou. Mais uma. Passou perto. E outra, agora acertando o alvo. Mas ele não parava. E por fim, o alcançou.
Voando por cima do demônio, o Morcego aterrissou, garras rasgando a pele dele. Ele investia, presas à mostra, enquanto a vítima se defendia com os braços. O sangue gosmento escorria. Quando Freddy parou de se debater, o animal agarrou sua cabeça.
Freddy já sabia o que ele pretendia.E enquanto ele não quebrava seu pescoço, foi sua chance de, com sua luva, esfaqueá-lo no estômago. O morcego caiu, o mundo estava saindo de foco...
Então a escuridão o dominou.

...

Bruce acordou sobressaltado.
Olhou para si mesmo. Ainda era humano. Estava com queimaduras horríveis, cortes, perfurações. Sua barriga sangrava. Seu olho direito estava roxo.
Então se lembrou do que houve no pesadelo.
—Não...
No passo mais rápido que podia dar, ele subiu até a Mansão Wayne. Arrastando-se até a escada, subiu-a, e foi até o quarto de Damian.
Alfred estava lá. Desacordado no chão.
Quando Bruce olhou sobre a cama do filho, ele não pôde fazer nada.
Exceto cair de joelhos.
E chorar.

...

—Gotham amanheceu num clima de pesar nesse Dia dos Pais. O jovem herdeiro das Empresas Wayne, Damian, foi encontrado morto em sua cama durante a madrugada por seu pai, Bruce Wayne. O estado da vítima não foi revelado por completo - definido apenas como "perturbador" pelo mordomo Alfred Pennyworth - ,mas tudo indica que o menino foi vítima do assassino de Elm Street, a julgar pelo modus operandi. O que o trouxe a Gotham é incerto, mas por ora, o luto pelo jovem abalou toda a cidade. O enterro está sendo realizado aqui, no cemitério da Mansão Wayne. Aqui é Vicki Vale, para a Gazeta de Gotham.