Enquanto isso, Alfred estava na casa de parentes, pensando em como Bruce estava indo no recrutamento. Ele ficou recordando-se das palavras de Batman.

...
Antes de partir, seu patrão havia dito a ele:
—Alfred. Vamos ter que nos separar.
—Desculpe, mestre Bruce, como?
—Você é a pessoa mais próxima a mim que não pode se defender contra Krueger, o que já te torna um alvo. Se continuar trabalhando comigo, a mira em você fica ainda maior.
—Bruce, eu entendo que queira me proteger. Mas vou correr o risco.
—Não está entendendo? Você é a única pessoa da minha família que sobrou! Primeiro meus pais, mortos de novo, e depois Damian! Não posso perder você também!
—...
—Você é meu segundo pai, Alfred. O único membro da família que sobrou. E que não tem como se defender do Freddy. Você precisa se afastar de mim, por ora.
—Entendo. Tudo bem, senhor. Mas saiba: você disse que continuar trabalhando com o senhor vai aumentar o alvo em mim. Significa que já sou um alvo. Então nos separarmos vai facilitar muito o trabalho dele.
Ele ficou quieto por um momento. Então, se virou para o Bat-Plano, pôs a máscara, e se foi com Superman.

...
—Tio Alfreeed!- disse sua sobrinha, de 11 anos, da porta da casa. - Tem um homem bonito na porta dizendo que é seu amigo! E quer te ver!
—Já vou, Sophie- ele respondeu. Um homem "bonito", ela dizia? Talvez fosse Bruce.
Chegando à porta, ele viu alguém de sobretudo bege e chapéu marrom. Seu cabelo era castanho bem escuro, pele clara. Por baixo, um suéter vermelho, listrado de verde escuro...
—Ei, Alfie- disse a versão não-desfigurada de Freddy Krueger, adentrando a casa.
—Você--
—Calma, amigo, calma-o mesmo o interrompeu, fazendo um pequeno gesto com os dedos. -Sua sobrinha vai estar bem comigo.
Então o mordomo começou a se sentir cansado... mais fraco... e Krueger pôs uma mão em seu peito, empurrando-o para o sofá e deitando-o ali. E Alfred Pennyworth fechou seus olhos.
Quando os abriu de novo, estava numa maca, acorrentado como um louco em Arkham. Lâmpadas no rosto, cegando-o, uma mesinha com objetos cirúrgicos.
Logo, chegou o cirurgião.
Vestido de médico, com a touca e avental azuis e luvas de borracha, um homem entrava na sala. Ao seu lado, uma jovem menina - aparentemente, 18 anos - que ele imediatamente reconheceu como sua sobrinha, entrou sofrida, ensanguentada, se arrastando.
—Como está o paciente, dr. Krueger?- ela perguntou, preocupada.
—Bem, Sophie, percebi que ele está em estado gravíssimo dessa doença chamada saúde. Não posso deixá-lo assim.
Ele abriu os braços. Em cada uma de suas mãos, ele usava uma luva com as garras.
Alfred se debatia, tentando escapar. Inútil. E levou um corte na testa apenas pela tentativa, mais um braço perfurado pelas garras. E foi espancado, ainda na maca. Sua boca sangrou, o nariz quebrou. Um dos olhos arroxeou e inchou.
—Vamos começar?
O pobre mordomo, já cansado, suplicou:
—Se vai me matar... faça isso logo.
Freddy olhou-o, divertido. Um de seus dedos virou uma seringa.
—Ah, eu não vou te matar. Só vou te machucar muito, muito, mesmo.
...
Quando abriu os olhos, Batman e a equipe estavam em uma biblioteca. Mas uma bem diferente das normais. Suas paredes brilhavam em cor dourada, os livros flutuavam, em pedestais, haviam alguns artefatos desconhecidos aos visitantes. Olhando para o teto, viam- se escadarias, em todas as direções e ângulos possíveis. E os chegados olhavam a figura que descia, no ar, de roupa azul e dourada, usando o Elmo de Nabu.
—Bem vindos à Torre do Destino- cumprimentou-os o próprio Senhor Destino. Logo, notou a única pessoa não-mágica ali presente. -Batman! Que surpresa agradável. O que vocês fazem aqui?
—Preciso de sua ajuda, Doutor*. Um demônio do sono está me atormentando, e precisei reunir uma equipe mística para me ajudar a derrotá-lo. A questão é: você é a peça que falta.
—Aceito ajudá-lo.
—Simples assim?-perguntou Ravena.
—Sim. O Elmo de Nabu e seu portador têm a obrigação de proteger nossa realidade de ameaças sobrenaturais. E então, me diga, sr. Wayne. Como é esse demônio? Sabe o nome dele?
—Freddy.
—Krueger?- Destino perguntou, ao que Wayne assentiu.
O mago hesitou um pouco, pensativo.
—Não estou voltando atrás. Mas qual é sua motivação para ir atrás dele?
—Ele trouxe meus pais do mundo dos mortos e matou-os de novo, levando meu filho junto com eles.
—Então uma pergunta. Ainda há alguém próximo de você que ele possa ferir?
Todos o olharam, apreensivos. Então Zatanna murmurou:
—Tem o Alfred...
—Seu mordomo, Wayne- concluiu Constantine.
Chegando ao nível do chão, Destino encarou o morcego.
—Onde ele está?
—Na casa de parentes. Afastei-o de mim, pela segurança dele...
—Seu tolo!- Destino gritou. -Ele não pode se defender sozinho contra Krueger! Vamos para lá, agora!
Destino fez alguns gestos e ordenou:
—Batman, pense no lugar!
Enquanto se esforçava para pensar na casa onde Alfred estava, Bruce só viu a luz dourada.
Quase imediatamente, estavam na soleira da porta. O Morcego não hesitou em entrar, nem em esmagar a porta.
—Não...
Na parede da sala de estar, estava escrito com sangue, em letras garrafais: TARDE DEMAIS!
Alfred, deitado tranquilamente no sofá, cheio de sangue, olhos roxos, nariz quebrado, cortes no rosto. E ainda, o corpo de uma criança, num estado ainda pior que o de Alfred, com o corpo aberto de cima a baixo, sem alguns dos membros e com as entranhas espalhadas pelo chão.
Quando o resto da equipe entrou, o único que não se mostrava horrorizado era Destino, apesar de sua presença na cena exalar uma aura de pesar.

—Puta merda...- soltou Constantine.
—Alfred...
Bruce se agarrava ao corpo inanimado do mordomo, sujando-se de sangue. Foi quando o mesmo tossiu, soltando um pouco de sangue na tossida.
—Meu Deus...- sussurrou Zatanna.

Totalmente em choque, fora de si, Batman ouviu Alfred murmurar:

Mestre... Bruce...
—Nos leve para o Hospital Geral de Gotham - ele ordenou, olhando para Destino. - AGORA!