As terras, montanhas e as rochas são escuras naquele lugar.

As areias que piso é igualmente negra como as sombras mais escuras.

É uma terra bela, um mundo diferente que cresce sob meus pés agora. Terra gloriosa, de aura reluzente emprestada pelo sol que parece sorrir somente pra ela.

Caminhei todas as selvas sufocantes, escalei todas as montanhas intransponíveis, todos os desertos escaldantes e nadei todos os mares revoltosos sem nunca imaginar a existência de tal paisagem. Gratifico-me contemplando cada detalhe desta terra negra,

O sol frio para diante do alvorecer em meio a uma confusão de cores psicodélicas. Azuis, verdes e laranjas.

A brisa matinal recusava-se a deixar a paisagem, mesmo com o levantar do sol em direção ao topo do céu incrivelmente azul.

Sinto a umidade em meus pés enquanto avisto lá bem longe, águas revoltosas se rebentando nas pedras e pássaros riscando o céu em círculos.

Ouço os ventos gritando blasfêmias pela terra negra, abafando todos os sons, trocando de rumo indefinidamente.

A fogueira que montei a noite passada em meio à depressão entre o mar e as montanhas, ainda crepitava, tremeluzindo e lutando contra os ventos.

Ao redor, muitas poças d’água cintilavam pureza, subindo e descendo entre as vísceras das pedras pretas luminosas quer reproduziam a noite no dia, com nuvens e estrelas.

Muitos peixes grandes, em muita pouca água, rodopiavam unidos numa celebração mítica – poderosa, acompanhando as poças enchendo e esvaindo-se vagarosamente.

Prontifico-me diante de uma delas e me preparo para agarrar um peixe descuidado. Consigo! Ainda debatendo-se o atiro as brasas.

Aquele era um momento único.

O sol se debruçava na terra, enchendo e conquistando todo o céu com seu dourado sinuoso e vivo que jamais se verá outra vez diante das terras existentes.

Do lado oposto – acima da depressão – as montanhas negras imponentes, formando uma muralha até onde os olhos alcançavam, escondendo o resto do mundo, íngremes, sutilmente inclinadas, com símbolos e imagens gigantescas amarelas ou rosas, expelindo magia de seus cumes.

Terra negra, desabitada e sem nome: chamo-lhe de China, e diante de um monólito a batizo, para que outros como eu, a contemplem com honra e sabedoria.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.