Bad and Good

O Príncipe Caído


Cap 7 – O príncipe caído

Marshall Lee andava em direção ao príncipe como um animal pronto a atacar e matar a presa. Gumball estava apavorado e sem reação. Seu corpo não lhe obedecia e ele precisava fazer algo o quanto antes, se não seria seu fim e o de Marshall. Seu cérebro estava a mil, tentando pensar nas possibilidades que possuia, quando de repente, o vampiro o atacou.

— Aaahh! – Um grito saiu de sua garganta. Gumball atirou-se para o lado, conseguindo escapar do avanço do vampiro. Ele levantou-se e correu, desengonçado, para o mais longe que podia. – Manhã!

Gumball gritava por seu pássaro na esperança de ser salvo por ele, para que pudesse pensar calmamente no que fazer. Foi quando sentiu algo agarrando suas costas com força. Ele ficou apavorado durante alguns segundos, achando que havia sido pego, no entanto, ouviu o som de seu pássaro. Manhã havia o agarrado, e agora ambos estavam no ar. Gumball tentava localizar Marshall voando em Manhã. Sabia que ele podia virar um morcego e voar até eles, e que sua forma de morcego era poderosa e rápida, não tinha certeza se Manhã seria capaz de escapar dele. Quando finalmente o localizou, ele estava distraído com algo e havia começado a correr em outra direção.

“Não! O que eu faço. Preciso parar Marshall Lee.”

— Manhã! Siga ele. “Vou jogar meu rastreador nele.”

Manhã aproximou-se do vampiro, o príncipe, de uma distância segura atirou em Marshall um rastreador que grudou em sua roupa. O moreno continuava a correr desesperadamente. Gumball virou com Manhã para o outro lado e partiu apressado.

...

— Majestade! – Os guardas bananas correram em direção à entrada do castelo, quando viram o príncipe chegar sujo e ferido.

— Temos uma emergência. Preciso que vocês peguem esse localizador e vão até onde ele está apontando. Marshall Lee está com um rastreador preso nele. Cuidado ele está ensandecido. Tentem capturá-lo e evitem que ele machuque alguém, agora vão!

Os guardas obedeceram e sem questionar e correram para fora do castelo. Outros guardas que estavam mais atrás com o Mordomo Menta tentavam convencer o príncipe a ir para a ala médica.

— Não tenho tempo pra isso. Menta, precisa contar Fionna e Cake. E explique pra elas a situação. Peça para irem ajudar os guardas que foram até Lee.

— Sim, senhor.

— Eu vou para meu laboratório. Você vai até a casa de Marshall e me traga todos os papéis que encontrar espalhados pelo chão e dentro de uma caixa.

— O que o senhor fará no laboratório?

— Tenho uma amostra de sangue de Marshall, vou tentar reverter essa situação.

Gumball correu para seu laboratório, fechou a porta e disse para ninguém perturbá-lo a não ser que tivessem notícias sobre Marshall. Quando as portas se fecharam, ele encostou suas costas na parede e encolheu-se, agarrando seus joelhos. Lágrimas começaram a brotar em seus olhos. Ele sentia que havia cometido algum erro. “Como não percebi isso? Como pude deixar que isso acontecesse? Ele sempre falava sobre imortalidade e eu não levei isso a sério. E se eu não conseguir ajudá-lo? E se tivermos que tomar medidas drásticas?” Gumball respirou fundo e correu até sua mesa, precisava fazer algo logo. Seus pensamentos estavam tentando se focar em achar uma solução para o problema o mais rápido possível, mas pensar em Marshall, e o que ele havia feito, o desconcentrava.

BRRRIIIMMMMMM! O telefone do príncipe começou a tocar. BRRRRRIIIMMMMM! O som o tirou de seus pensamentos. De forma automática ele o atendeu.

— Alô.

— Gumball, nós o achamos, mas tá bem complicado. O quê aconteceu? Marshall está louco!

— Fionna! Aguente o máximo que puder. Vou tentar reverter essa maldição. E tome cuidado, por favor.

— Ok, seja rápido Gum. Marshall parece estar sofrendo.

Gumball respirou profundamente e largou o telefone. “Não é hora de me lamentar”. Ele foi até sua mesa e começou a trabalhar. Logo Mordomo Menta apareceu com os papéis do quarto de Marshall e Gumball começou a refazer os passos da magia negra de Gus. Depois de 2h, mais tempo do que ele planejava, ele possuía uma injeção, algo que poderia anular o que Marshall havia bebido, enfraquecendo a magia e fazendo ela se dissipar de seu corpo.

— Senhor?

— Menta, fique aqui e prepare-se para caso eu não volte.

– Não, senhor! Fique aqui. Vamos pedir para Fionna fazer isso.

— Não! Eu não posso... Eu não posso deixá-lo sozinho. – A voz do Gumball estava tremida, ele sentia que iria desmoronar, mas não podia fazer isso, não podia perder o controle.

...

Gumball montou em Manhã e partiu. Quando chegou às coordenadas do rastreador, viu vários guardas bananas feridos. Fionna e Cake ainda lutavam com Marshall e outros cidadãos da floresta haviam se juntado a elas.

— Fionna! – Gumball gritou para ela. – Segure Marshall Lee, preciso aplicar essa injeção nele!

Fiona estava exausta, da mesma forma que o príncipe. Ela havia perseguido e lutado com Marshall durante todo aquele tempo, mas só pararia quando o amigo voltasse ao normal.

Ela e Cake atiraram-se contra Marshall. Cake esticou-se com seus poderes e se enrolou entorno do vampiro, mas enlouquecido, ele se transformou em um enorme e assustador morcego. Ele e Cake competiam para ver quem era mais forte e quem resistiria mais. Cake estava quase perdendo devido ao cansaço. Fionna subiu até o topo do morcego e socou seus olhos. A criatura caiu no chão, voltado à forma de Lee. Quando isso ocorreu, Gumball já estava ao seu lado, pulando em cima dele e tentando fincar a agulha em Marshall.

– Pare Marsh! – Marshall conseguiu segurar o braço de Gumball, seus dentes aumentaram e ele salivava. Ele tentava morder o príncipe e este tentava acertar a agulha nele, mas Lee era muito forte. No entanto, de repente...

— Ahh!

Marshal fincou suas longas unhas no estômago de Gumball, sangue escorria pelo roupa do príncipe, seu rosto se contorcia de dor, mas ele aproveitou o momento e fincou a agulha em Marshall Lee. Gumball envolveu seus braços em torno de Lee e começou a chorar.

— Desculpe Marshall, desculpe. Mas vai ficar tudo bem, agora vai ficar tudo bem.

— GRUUUU! – Marshall grunhia, um som ensurdecedor, e se debatia, em baixo do abraço de Gumball. Aos poucos, sua movimentação foi diminuindo e seus gritos também. O vampiro parecia perder a força.

— Eu estou aqui, eu não vou te abandonar. – Fionna e Cake observavam de longe, sem saberem como agir.

Marshall Lee recuperou sua consciência. Quando voltou a realidade, em seus braços, Gumball estava caído, desmaiado e com uma mancha de sangue em sua roupa.

— Gum...

Logo, percebeu que havia sido ele a ferir o príncipe.

...

Gumball foi levado ao hospital do Reino Doce. Ele estava ferido, mas fora de risco de vida. Marshall Lee parecia bem, mas Gumball aconselhou que os médicos continuassem a injetar aquela solução líquida nele. Quando os médicos permitiram que Gumball recebesse visitas, ele achava que Lee não apareceria, mas foi o primeiro a vir vê-lo.

— Como você está? – O vampiro estava melancólico e seu rosto era uma máscara de tristeza e culpa. – Os médicos disseram que logo vai ter alta.

Gumball olhava para Marshall enquanto ajeitava-se na cama. Mas não lhe respondia nada.

— Eu... Você tem todo o direito de ficar bravo. Não era minha intenção, não era o que eu queria. – A voz dele estava afetada pela culpa e tristeza.

Gumball, agora estava sentado na cama de frente para Marshall.

— Você não entende como é ser como eu sou. Eu sou imortal! Isso é uma maldição. Tenho que ver todos ao meu redor partirem e tenho que ficar pra trás. Não posso ter uma vida com alguém, porque... porque...

Gumball levantou-se devagar da cama e caminhou alguns passos até Lee.

— Me desculpe, me desculpe. – Lágrimas brotaram em seus olhos. – Achei que daria certo, que Gus me tornaria mortal. Eu queria ficar ao seu lado, envelhecer com você... – Marshall estava desesperado, ele não conseguia se perdoar.

Gumball continuava em silencio.

— Droga! Diga algo, diga que me odeia, que está com raiva, me bata! Faça algo!

Slep! Gumball deu um forte tapa no rosto de Marshall, mas logo em seguida o abraçou. Seus braços o apertaram forte contra si, seu rosto afundou-se no pescoço do vampiro, suas lágrimas molhavam o ombro de Lee.

— Seu... Idiota! O que estava pensando? Por que não me disse o que sentia? Por que não me contou que estava sofrendo, que queria ser mortal? Tem ideia do que fez? De quantos machucou por ter a cabeça tão dura? Você podia ter se matado! De novo você não pensou em mim! Achei... achei que fosse te perder. Vo-você... Eu... Amo você!

Marshall começou a soluçar, e pela primeira vez, deixou toda a dor de seu coração transbordar para fora.

...

(Uma semana depois)

— Fique quieto Marshall. – Gumball aplicava uma injeção em Marshall Lee.

— Quanto tempo ainda Gun?

— Eu não sei. Você se meteu com uma magia muito forte. Se parar de tomar essa injeção, pode voltar a ficar daquele jeito, eu ainda não sei. Estou pesquisando seu sangue, só o tempo vai dizer se terá que tomar durante meses, alguns anos, ou... Pra sempre. – Gumball estava sério. Ele e Marshall estavam bem, mas o príncipe ainda estava um pouco bravo pelo que havia acontecido.

— Hun...

— Essas são as consequências do que fez.

— Não só essas. – Marshall colocou seus mãos sobre a barriga de Gumball, onde agora haviam curativos e pontos. Seus olhos cheios de culpa olhavam fundo nos olhos do príncipe.

– Eu estou bem. Você pode ter cometido um erro em se envolver com magia negra, mas não queria fazer mal a ninguém. Você foi enganado.

Gumball terminou de aplicar a injeção e aproximou-se de Marshall, beijando-o delicadamente nos lábios.

— Eu te prometo Marshall, eu vou achar um jeito de te tornar mortal. Não vou deixar você fugir de mim, terá que me aguentar durante toda sua vida e envelhecer ao meu lado.

— Eu sei! Hahaha. Eu confio em você.

Gumball sorriu e encostou sua testa a de Marshall Lee.

— Agora saia daqui que tenho trabalho pra fazer!

— Droga Gum, você fica tão sexy de jaleco... pensei que podíamos nos divertir...

— Fora!

— Hahahahah!

—_____Continua______