Os dias foram passando, mas Callie ainda estava intrigada com aquela paciente e num momento de “descanso” resolveu passar no quarto para tentar conversar foi ai que Emma começou a contar a sua historia,

Meu nome é Emma Swan uma cidadã do mundo, 28 anos bem vividos por sinal, nunca tive endereço certo, uma casa, família ou algo que me fizesse querer voltar no final do dia. Fui abandonada assim que nasci, cresci num orfanato, fui jogada em vários lares adotivos e sempre que meus “pais” temporários achavam algo mais interessante me devolviam pro lugar de onde eu nunca deveria ter saído. Não é fácil lidar com a rejeição mas com o tempo me adaptei a essa vida, não sei se revolta é o nome correto mas sempre me julgaram dessa forma. Quando completei 14 anos fugi do orfanato e dessa vez tive sucesso, não conseguiram me encontrar. Aprendi a me virar nas ruas, cometi pequenos delitos, um furto aqui e outro ali. Até achava divertido, sempre me virei muito bem. Mesmo sem ter meus pais por perto consegui estudar, não dependia de ninguém para nada. Quando a situação apertava num lugar, rapidamente eu arrumava minha mochila e caia na estrada atrás de um novo lugar, novas experiências. Nessa minha jornada tive uma amiga quase inseparável, Lily também fora abandonada pelos pais. Por muitos anos viajamos juntas por todos os cantos dos Estados Unidos, atualmente não sei do seu paradeiro. Depois que mergulhei nessa vida ela me abandonou, preferiu não se arriscar. Alias quisera eu não ter entrado nesse jogo, hoje vejo que perdi o ser que mais amei e como a sorte nunca esteve do meu lado acho pouco provável que a terei novamente em meus braços. 4540 Kms nos separam, ela ficou em New York e eu estou aqui em Seattle contra a minha vontade óbvio mas não tive escolha.


Callie escutou atentamente tudo o que Emma tinha a dizer, mas ainda não sabe onde entra a tal Regina nessa história.
— Emma, quando chegou no hospital você segurou forte a minha mão e repetiu por diversas vezes Regina. Vocês devem ter uma ligação intensa, por acaso quer que eu informe o ocorrido ? Ela deve estar preocupada. – Callie disparou a falar sem titubear.
— Por favor não faça isso, eu imploro – disse Emma agarrando Callie pela camisa
— Calma, por favor se acalma. Não ligarei para ela se essa é a sua vontade – Callie estava assustada com a reação de Emma.
— Obrigada, essa é uma longa história que não teve um final feliz. – responde Emma com os olhos marejados
Depois disso Callie sai do quarto e corre para contar tudo para Arizona
— Amor, conversei com a Emma ela me contou parte da sua história que foi bem difícil por sinal. Mas não me falou quem é Regina – Callie realmente estava disposta a descobrir toda a verdade.
— Deixa a moça se recuperar primeiro Callie, ela ainda está debilitada devido as fraturas que sofreu. Assim que ela se sentir a vontade, vai contar. E se não contar, não é nosso problema. A meses escuto você falando dessa Emma, daqui a pouco vou começar a ter ciúmes ... – Arizona tentou disfarçar o ciúmes que já estava a corroendo por dentro.
Depois de varias cirurgias para reparar os danos do acidente Emma parece um pouco mais animada, já conversa mais com todos os médicos. Durante uma visita da Callie, Emma pede gentilmente que ela retorne no final do plantão pois gostaria de responder as todas as suas perguntas. Assim que Callie terminou o plantão, correu para ouvir tudo o que queria e o que não queria.
— Pronto, aqui estou se quiser podemos conversar – Disse Callie com um sorriso singelo no rosto.
— Obrigada por dispor do seu tempo para me ouvir – Emma estava agradecida por tudo o que a medica fizera por ela.
Arizona passa e vê as duas confabulando como velhas amigas e não gosta nada da situação, foi ai que ela teve a idéia de fazer uma busca mais avançada para saber quem era a tal loira misteriosa.
Callie havia passado o nome completo da loira, nisso Arizona resolveu procurar em todos os departamentos da policia disponíveis no momento. Nessa pesquisa ela encontra o que não devia. Emma está sendo procurada pela policia.
Arizona imprime todas as informações sobre Emma e vai pra casa aguardar a chegada de Callie.
A porta do apartamento se abre e Callie se depara com Arizona sentada no sofá com diversos papeis na mão.
— Olha o que a sua amiga é ... Uma fugitiva da policia, eles oferecem ate recompensa. Ela é PERIGOSA, será q você entende isso ? – Diz Arizona jogando os papeis no rosto de Callie
— Ei calma ai, você não sabe por tudo o que ela passou. Não a julgue sem conhecer – Callie está indignada como que acabara de ver
— Voce me pede calma ? Isso é um absurdo ... eu deveria ligar para a policia agora mesmo. – Ari está levantando para pegar o telefone quando sente um puxão forte em seu braço, Callie está furiosa e se coloca na frente do aparelho impedindo que Arizona faça a ligação.
— Espera por favor, pelo menos escute o que aconteceu ... - Callie demonstra um certo desespero
No dia seguinte Callie e Arizona chegam juntas ao hospital, começam a atender os pacientes como de costume. Nesse dia as duas medicas estão com inúmeras cirurgias agendadas e ambas com humor péssimo. Entre um procedimento e outro Callie procura Sloan para se aconselhar.
— Mark, ontem eu e Arizona tivemos uma briga horrível por causa de uma paciente – Callie está séria demais
— Nossa que surpresa vocês duas brigando por ciúmes, calma que acho que hoje vai chover – diz Mark gargalhando
— Que droga Mark, você não consegue falar sério por um instante – Callie da as costas pro doutor bonitão e segue com passos firmes.
— Ei ei calma, estou brincando. Pode falar sou todo ouvidos.- Mark está segurando ela pelo braço.
— Se você ficar quieto eu conto o que aconteceu – a medica estava realmente nervosa
— ok ok pode falar – Mark puxa uma cadeira para sentar
— Uma das pacientes do hospital está encrencada com a policia, estou tratando dela já faz tempo, ontem a Arizona descobriu a suposta ficha criminal da moça e está me atormentando por puro ciúmes. Conversei com a moça e ela me explicou tudo o que aconteceu e sinceramente acredito nela. Não sei o motivo, mas ela tem um olhar sofrido só que não perdeu a doçura entende ? – a medica abaixa a cabeça, está triste com a desconfiança da esposa.
— Voce sabe que seria antiético a Arizona entregar a moça seja lá o que ela tenha feito, a paciente pode ser uma criminosa mas merece tratamento digno. Se porventura a Ari, fizer algo que prejudique essa paciente eu entrego ela ao conselho de ética. Ser medico é assumir todo e qualquer risco, não podemos tratar com diferença nenhum paciente e muito menos colocar em primeiro plano nossa vida pessoal. – Mark se levanta e vai atrás de Arizona afim de encerrar esse assunto de uma vez por todas.
Mark desce até a pediatria e pede para conversar com Arizona.
— Você sabe que o seu ciumes está te cegando não é? - disse Mark com tom áspero
— Quem te deu liberdade para falar comigo nesse tom ? - Arizona já estava com a voz alterada
— Sou pai da sua filha, seu amigo, seu colega de trabalho, melhor amigo da sua esposa e seu padrinho de casamento. Tenho liberdade o suficiente para falar com você sobre qualquer assunto.
— Vendo por esse lado ... - Arizona abaixa a cabeça, não tinha mais argumentos
— Ari você sabe que me preocupo com você, escuta o que a Callie tem a dizer, não prejudique uma pessoa por causa do ciumes. De uma chance a quem merece e não julgue por favor. Já passamos por tanta coisa e superamos tudo. Vamos ajudar essa moça, vale a pena não sei porque mas sinto isso.
Arizona balança a cabeça com um sinal de positivo e sai para andar um pouco, quem sabe assim ela consegue colocar as idéias no lugar.
No fundo Arizona sabia que estava passando dos limites, que a tal moça não oferecia nenhum risco. Depois de caminhar um pouco, retornou ao hospital e foi até a lanchonete comprar um café. Mal se sentou na mesa, viu que Amélia e Addie estavam se aproximando.
— Nossa Arizona sua cara está terrível, disparou Addie rainha do sarcasmo
— Obrigada Addie, como sempre gentil. - responde Arizona, ela nao queria conversar
— É sério Ari, aconteceu algo? O que você aprontou dessa vez? - Amélia estava quase fazendo um interrogatório
— Eu não aprontei nada Amélia, só não estou num bom dia. Estou cansada só isso, ok? - Arizona se levanta e procura refúgio num dos quartinhos do hospital.
Descansou um pouco e resolveu procurar Callie para uma conversa, ela já não agüentava mais a frieza da esposa após a discussão que tiveram.
Arizona procura Callie por todo o hospital, mas a encontra sentada na cadeira dentro do quarto de Emma, elas estavam conversando quando Arizona bate na porta e pede licença.
Callie de pronto levanta preparada pra iniciar uma briga, Arizona já começa pedindo desculpa, explica que só queria uma chance de conversar com as duas.
— Callie amor, me perdoa eu fui uma ignorante, não quis te.escutar, fui tola, arrogante, entre outras coisas. Me perdoa por favor - Arizona estava quase se ajoelhando implorando o perdão da amada.
— Concordo plenamente com tudo o que você disse Arizona. Você foi tudo isso e um pouco mais. - Callie está mais tranquila, finalmente conseguiu escutar o que queria.
—Emma me desculpe, eu gostaria de ajudar no que for possível, estou disponível para o que precisar. - Arizona está envergonhada pelas cenas de ciumes e acusações
— Não tem problema Arizona, não tem do que se desculpar. Você estava defendendo a sua esposa, sua família, isso é normal.
Se você tiver um tempo gostaria de conversar, ja contei uma parte da minha história para Callie, se quiser ouvir estarei aqui. Aliás acho q ficarei aqui por um bom tempo. Pelo que disseram, meu tratamento vai ser longo. - Emma abaixa a cabeça, estava triste com a notícia que recebera naquele dia.
— Assim que meu plantão terminar volto aqui para que possamos conversar, você vem comigo Callie ?
— Sim, mais tarde voltamos. - Callie vai saindo do quarto junto com Ari

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.