Bad Karma

29. Meteoro, Manipulação e... OUTRO MINOTAURO?


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POV Silena Beauregard

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— Agora é minha vez de fazer alguém beber do veneno. – Clarisse olhou para mim com aqueles olhos de um demônio que está prestes a selar um pacto em troca de uma alma. – Eu nunca... Roubei um absorvente da enfermaria porque estava com vergonha de pedir.

Eu semicerrei os olhos.

Seria essa a hora perfeita para um meteoro se chocar com a Terra e destruir todo o tipo de vida existente?

Ainda precisamos cuidar do seu carma, Si.

Concordo com a Madre Sheila, nada disso, Silena! Ainda temos muita maldade a fazer nesse mundo!

Pssh, meus deuses, cancela! O que eu estava pensando? Ainda nem tive a chance de ir naquele encontro com o deus sarado ft. bronzeado ft. lindo ft. dono da minha libido, vulgo Charles!

Eu hein.

Será que se eu engolir saliva conta? Ela disse veneno, certo? Tenho certeza que se eu estiver em um dia inspirado, posso matar um elefante simplesmente por cuspir nele.

Acho que se eu fingir que não é comigo, ela me deixa em paz...

— Anda logo, Silena! Bebe esse negócio antes que eu vá até aí e vire esse copo na sua goela até que não reste uma gota!

Respirei fundo, engoli meu orgulho e, em seguida, a maldita mistura alcóolica.

Arrrgh. Que gosto horrível!

Minha expressão era tão mortal que eu tinha certeza que se colocassem a cena projetada em algum lugar do campo de batalha, o meu lado ganharia sem ter que erguer uma metralhadora. Ou eu fuzilaria os adversários com o olhar ou eles fugiriam assustados e ganharíamos a batalha por W.O.

Escuto mais risadas dos meus “amigos” e sinto meu rosto queimar. Não, eu não enfiei minha cara na fogueira (acredite, eu cogitei), é só que a humilhação era grande demais para a minha linda existência. Quero dizer, Clarisse pegou muito pesado, muito mesmo. E daí que eu expus a todos como ela perdera a virgindade para aquele gato em uma festa de faculdade? Isso não era nada embaraçoso.

Certo?

Na verdade, Silena, era sim...

Nada disso, Si! Isso mostrou a todos como existia um lado de Clarisse que não era tão agressivo e entediante. Ela deveria te agradecer!

Oh Lilith, por que o mundo não pode pensar como você?

— Não ache que vai se safar dessa, La Rue. – Eu digo entredentes. – Assim voltarmos a civilização eu vou marcar um dia de salão e você só vai sair de lá quando te confundirem com uma Kardashian.

Ela abriu a boca para protestar.

— Ah ah ah... – Interrompi. – Não quero saber. E se reclamar, ainda te levo pra uma sessão de purificação da Rachel.

— Por que você está falando como se isso fosse uma punição? – Rachel parecia indignada. Apenas a encaramos, deixando o silêncio responder por nós. – Vocês devem estar com a energia errada!

E foi antes de ouvir mais um longo sermão sobre cosmos, auras, coisas místicas inúteis que eu resolvi prestar atenção em outro lugar. Bom, o que é melhor para se distrair do que analisar o comportamento humano?

Valdez fechou a cara quando nossos olhares se cruzaram.

Aff. Até quando eu ia ter que passar por isso?

— Você não acha melhor a gente ir atrás dela? – Will perguntou baixo à Reyna. Devo admitir que o cara era discreto, mas meus ouvidos era muito bem treinados para situações de fofoca em potencial.

— Não. Ela só precisa tomar um ar. Você conhece a Katie, a melhor forma de fazê-la melhorar é deixar ela se acalmar sozinha.

Gente me desculpa, mas a Katie é tão inútil que eu nem tinha percebido que ela havia se levantado da roda. O que foi? Ela me chamou de cadela! Ela come mais que um grupo mendigo em rodízio de pizza! Ela sempre acaba roendo as unhas das mãos. NÃO. TEM. COMO. DEFENDER.

Quem perdoa é Deus, eu só vou anotando tudo no caderninho do rancor.

— Eu sei Reyna, mas ela não parecia zangada. – Will retrucou. – Ela parecia... Magoada.

O que será que eu perdi? Olho para o Elfo Diabólico, vulgo Valdez, e percebo que ele tem o olhar intrigado enquanto ouve a mesma conversa. O jogo ainda seguia, mas poucos de nós estávamos interessados, acho que a cota de segredos cabeludos estava finalmente esgotada.

— Se coloca no lugar dela, Will! – Reyna aumentou o tom de voz, parecia estar ficando irritada. Excelente.

O olhar de Will se encheu de raiva em segundos e ele começou a encarar Travis como se quisesse explodir os neurônios dele com o olhar. Okay, devo admitir que ele é bem melhor do que eu nisso.

Eu não entendendo nada, meus deuses, socorro.

Connor, com a sutileza de um rinoceronte negro, acotovelou Travis. Eles discutiram por olhares e Travis suspirou frustrado em seguida, se levantando e caminhando em direção aos bosques.

YOU GO CONNOR!

Olhei para Valdez, mas ele simplesmente fez a egípcia e virou o rosto para o outro lado. Me senti mais ignorada do que coadjuvante em entrevista coletiva.

— Valdez! – Eu disse, exasperada. – Vamos, vamos, preciso falar com você.

Ao contrário do que pensava, eu não precisei de um gincho para mover aquela bunda gorda do lugar, ele estava sendo complacente. Com um sorriso grande no rosto, ele caminhou atrás de mim para um ponto um pouco mais afastado dos outros.

— Okay Valdez, o que diabos está acontecendo? – Eu disse, direcionando o olhar por um momento de volta a fogueira.

Aquela expressão que sempre me dava medo apareceu.

— NÃO SILENA, EU NÃO TENHO NENHUM ABSORVENTE, VOCÊ VAI TER QUE ROUBAR ALGUM POR AÍ.

PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII – Isso foi meu coração utilizando linguagem de Grey’s Anatomy para dizer: “Parei, aqui eu não bato mais”.

Oh, o que seria isso no chão? Ah, sim, apenas a minha dignidade. Eu respiro fundo enquanto escuto as risadas dos meus “amigos” um pouco mais distante. Não é como se eu pudesse matar o Valdez diante de tantas testemunhas então, ainda que o lugar fosse propício, acredito que ficaria para uma próxima oportunidade.

Hoje não, Faro.

— Você tá maluco? – Eu sussurrei um grito, se é que isso é possível. – Perdeu o amor a própria vida?

— Ah, minha querida irmã, isso sou eu dando o troco. Carma é uma vadia. – Ele disse sorrindo ainda mais, enquanto se encostava no tronco de uma árvore.

— Olha Valdez, me desculpa, ok? – Suspirei. – Eu só fiz aquilo porque sei que você não teria concordado.

Esse é o momento que preciso colocar em prática a minha cara de filhote de gatinho perdido no Safari. Valdez sempre teve um fraco por emoções femininas então...

— Silena, eu realmente quero te exportar para as profundezas do mundo inferior por ter feito isso. – Ele massageou as têmporas. – Você sabia o quanto essa viagem era importante para mim.

— Mas Leo... Eu- Eu sinto muito. Me perdoa, por favor.

Hahaha, já consigo ver a expressão dele se suavizando. Trouxa.

Bem, digamos que Leo passara o dia sem falar comigo. Desde que ele descobriu que eu o traí, ele me olhava com bastante desgosto. A situação estava ficando bastante incômoda. Não que eu me importe com o que o Valdez sente em relação a mim, mas eu precisava dele para dar continuidade aos meus planos.

Você não pode ser o cupido sem o assistente gordo que carrega a bolsa com as flechas!

Ele me encarava intensamente.

— Nossa, eu quase acreditei! – Ele disse, gargalhando em seguida.– Se eu não ocupasse o cargo de seu irmão por tantos anos, teria caído nessa.

Foi a minha vez de rir.

— Eu posso ter te perdoado, mas não vou esquecer o fato de que você me manipulou!

Esse menino só pode estar de brincadeira.

— Leo, nós dois manipulamos as pessoas o tempo inteiro! – Eu me defendi.

Exatamente! É uma coisa nossa, dos super gêmeos! Você não pode sair por aí me manipulado. É algo pra ser feito em parceria.

— Tudo bem, mas eu não te traí exatamente! – Eu disse, dando de ombros. – Octavian veio, Rachel acha que foi uma coincidência do destino e o Charles está se saindo melhor do que imaginávamos...

— Ok, mas onde a Calipso entra nessa história? – Ele me perguntou semicerrando os olhos.

Nesse momento o meu sorriso deixou o do Coringa no chinelo. Vamos lá, estava na cara que o Leo gostava da empreguete do Motel da mamãe. Com toda certeza eu aproveitaria a oportunidade.

— Octavian não viria se ela não o tivesse convencido. – Eu pisquei. – Então eu pensei “Nossa, vou unir o útil ao agradável. Por que não me aproveitar da situação para juntar o Elfo Diabólico com a empreguete?”. Não é por nada não viu, mas você e a Rachel estão decaindo muito. Se pegando com a classe de serviçais... Tcs... Vocês pelo menos conferiram as vacinas?

— Hey! – Ele protestou, rindo um pouco. – Eu não estou me envolvendo com a Calipso, somos apenas amigos. Ela nos ajudou com o plano do Motel e agora está cobrando o favor prestado. Não é como se fosse alguma coisa além de negócios!

Tirei um elástico do bolso. Tudo o que eu não precisava era de insetos e folhas espalhados pelas minhas madeixas, então prendi meu cabelo com cuidado para não perder meus dedos nos nós. Eu trocaria a minha avó por uma ampola Pantene nesse momento, e olha que só estávamos no Aterro há algumas horas.

— Ah meu irmãozinho, não pense que eu não vi ela saindo do seu quarto na manhã de quarta-feira. – Os olhos dele se arregalaram enquanto meu sorriso presunçoso aumentava minimamente. Ele corou. COROU.

Hahaha. Te peguei, Valdez.

— Não é nada disso! Só estávamos repassando o plano e acabou ficando muito tarde para ela voltar para a vizinhança dela e eu sugeri que ela passasse a noite. EU DORMI NO SOFÁ!

Ergui uma sobrancelha.

— Você não tem um sofá no quarto, Valdez.

Ele abriu e fechou a boca algumas vezes.

— Claro que eu tenho!

— Não, não tem.

— Tenho sim!

— Isso não explica os gemidos. É sério Leo, temos um filhote na casa!

HÁ.

AGORA EU TE PEGUEI.

Claro que não houve gemido algum, mas esse não era o ponto.

— Você é um caso perdido, Beauregard. – Ele revirou os olhos. – Vamos repassar uma coisa: Ela queria que juntássemos Octavian e Rachel, nós queríamos que Rachel achasse que não tínhamos nada a ver com isso e você simplesmente achou que isso não era o suficiente e quer dar uma de cupido para cima de mim pra agilizar seu problema com o carma?

Hm... Sim, exatamente isso, Valdez.

— Pfff, claro que não! – Fiz um movimento de dispensa com a mão esquerda. – Eu só queria te ver feliz; Vocês fariam um casal ótimo.

Espero não ter soado tão falsa quanto estou sendo.

— Eu gosto de outra pessoa, Silena! – Ele disse como se fosse óbvio.

Espera... Como assim gostava de outra pessoa? Piper? Mas eu achei que ele tivesse terminado com ela justamente porque não gostava mais dela. Oh céus, eu devo contar a ele que a Piper está correndo o risco de perder o Pedigree?

A menina está ficando pobre! Ele não pode voltar a gostar dela agora!

— Mas... A Piper, ela-

— Não. – Ele sacudiu a cabeça, e afastou o cabelo que caía na testa. – Eu não estou falando da Piper, Silena.

— Ok, mas entã-

Foi aí que tudo fez sentido. Aquela amizade do primeiro ano, o término do namoro de Reyna e Jason, as discussões durante os treinos, o fato de Leo ter sido provocado quando tocaram no assunto “gostar da namorada de um amigo...”. O fato de ele estar encarando Nico mais cedo no lago, e Piper quando ela chegou no Aterro. E se toda aquela superproteção fosse, na verdade, ciúmes disfarçados?

Eu estava boquiaberta. Com toda teoria da conspiração que se formava na minha cabeça, eu tinha uma opção.

— AI MEUS DEUSES, LEO, VOCÊ GOSTA DO JASON? – Arregalei os olhos, não controlando o volume da minha voz e batendo palminhas histericamente.

— O QUE? Você tá maluca, Silena? – Ele gritou a última parte em sussurro. – Claro que não.

Droga.

— Poxa, Leo! – Disse cruzando os braços. – Por que você não pode me fazer feliz? Você sempre tem que estragar tudo. Sem contar que você guarda segredos, eu nunca sei completamente do que você está falando. Você vive dizendo por aí que somos irmãos, mas você nun-

— Reyna.

— O que?

— Reyna. – Ele repetiu, olhando dentro da confusão dos meus olhos.

— Eu não sou surda não, Valdez, eu ouvi. Eu só não estou entendendo que a Reyna tem a ver com isso e- Ele me olhou como se eu fosse a criatura mais estúpida do planeta e eu entendi. – Oh.

Ele gosta dela.

Okay, fazia sentido.

Francamente, quanto mal gosto...

Fiquei parada assimilando tudo por um minuto inteiro e quando cheguei ao questionamento de porquê eles não estavam juntos, a memória me atingiu como um balde de diet coke com gelo, canudo e tudo.

A culpa era minha.

Certa vez Jason veio até mim bêbado e me contou todo o planinho dos dois para que Reyna caísse nas garras de Leo. Eu não pensei duas vezes antes de contar tudo a ela na primeira oportunidade que eu tive.

Ok, antes de começar a me julgar, saiba que eu só fiz isso porque Leo havia acabado de queimar meu pôster autografado do N’Sync!

NINGUÉM mexe com o meu Justin e sai impune.

— Nós vamos consertar isso, Leo. – Eu disse repassando total confiança, mas a verdade é que eu não fazia ideia de como fazer isso. – Vamos conseguir juntar vocês dois.

Ele riu amargamente.

— Okay, Silena, mas vamos fazer isso juntos. — Ele me puxou para um abraço, que eu retribuí rapidamente. Dois segundos depois eu já estava pensando em todos os piolhos e doenças contagiosas que poderia pegar ali, então me esquivei discretamente. Ew. Estou com cheiro de Valdez! – Como aliados. Vamos, está quase na hora.

— Hora de quê?

— Logo você saberá. - Ele disse enigmaticamente. -É algo do interesse dos super-gêmeos.

Isso acabou por me lembrar de uma intriga, mas antes que eu dissesse qualquer coisa, Leo me guiou até um ponto mais distante e se sentou no chão retirando o seu casaco e o estendendo ao seu lado. Em seguida, fez menção para que eu me sentasse sobre o pano estendido. O que eles estava pensando? Claro que eu preferia sentar no chão do que sentar naquele casaco pulguento, aposto que a última vez que aquilo viu sabão foi no feriado de Ação de Graças.

Optei por me sentar e voltar ao assunto. Incineraria as minhas roupas outro dia.

— Falando em super-gêmeos, Leo, você sabe o que aconteceu ali atrás? – Perguntei franzindo o cenho. – Connor quase chutou Travis da roda.

Leo inclinou a cabeça para o lado, parecendo confuso.

— Do que você está falando? Connor e Travis não são gêmeos... – Franzi o cenho.

COMO ASSIM ELES NÃO SÃO GÊMEOS?

A minha vida foi uma mentira!

É sério gente, os garotos são IGUAIS! Eu só sei a diferença porque Travis geralmente é mais contido e sempre fica recatado quando está perto de garotas. Minha teoria é que ele está sempre planejando o mal, por isso falava menos. O corte de cabelo deles também era diferente, mas isso era quase imperceptível, porque o cabelo deles estava sempre por todos os lados a menos que estivesse preso em uma toca ou boné de baseball.

Sinceramente, como esses garotos eram irmãos de Chris estava além do meu compreendimento.

— Tanto faz. – Dei de ombros, cruzando as pernas. – O que você acha que aconteceu?

— Acho que foi bem óbvio, Si... – Ele disse rindo pelo nariz, mas aquilo não fez sentido algum. – Cruzes, você anda bem lenta ultimamente, huh? Connor só estava mandando Travis ir atrás de Katie. Parece que ela não gostou muito do que ele falou no jogo, por isso Will não estava nada feliz com o Stoll...

Ah, entendi.

Como se o universo estivesse ouvido e tomado como deixa, Travis passa apressadamente, sem ao menos nos notar. Eu não podia ver o seu rosto, mas tenho certeza de que ele não estava no humor para arco-íris e unicórnios.

— Acho que a conversa não correu muito bem... – Eu disse, observando enquanto ele voltava até a roda onde nossos amigos estavam. Olhei para trás, mas não encontrei nenhum sinal de Katie.

Espero que tenha sido raptada por um urso faminto.

— O que diabos...? – Olhei para Leo, que tinha os olhos em um ponto a frente. Abri a boca para perguntar, mas ele apontou com o queixo. – Levanta Silena, eles estão vindo pra cá. Se esconde!

E foi assim que fomos parar atrás das moitas.

— Ai seu Elfo Lazarento, cuidado comigo! – Disse dando um tapa nele, que colocou um indicador sobre meus lábios.

ECA!

Eu teria começado a chorar, mas percebi o que ele tinha visto. Travis estava perto de nós, acompanhado por... Annabeth?

É o que?

Quanto tempo eu dormi?

— Shhh, escuta Silena! – Leo sussurrou. Eu estiquei o pescoço no intuito de enxergar algo além das folhas dessa moita e analisei bem a situação. Eles estavam sentados sobre a mesa de piquenique. Minha curiosidade começou a comer até os meus rins, e, como se não bastasse essa proximidade desconhecida por mim, Annabeth encostou a cabeça no ombro de Travis e então ele esticou um braço pelas costas dela, descansando sua cabeça sobre a dela.

Meus olhos quase saltaram de órbitas.

MAS QUE DIABOS?

AH NÃO, não não... Não depois de todo o trabalho que eu tive para juntar Annabeth com Percy! Se fosse para ele ser chifrudo, que fosse em outro relacionamento, porque em Percabeth eu não aceitava!

Sério, se fosse em outra ocasião, eu até mandaria Percy trocar umas ideias com meu padastro Hefesto, O Minotauro; Olhei para Leo, que nem de longe parecia tão chocado quanto eu e comecei a me arrastar para mais perto no intuito de ouvir a conversa.

Vamos lá Silena, se arrastar está em seus instintos!

Eu iria incinerar essas roupas de qualquer jeito, o babado do momento era mais importante. Leo estava bem ao meu lado, e eu podia sentir que ele estava rindo dos meus esforços para chegar até lá sem ser notada.

— ...Fácil você dizer. – Ouvi Travis dizer quando estávamos próximos o suficiente para ouvir.

— É sério, Trav! A verdade está fadada a aparecer em algum momento. – Annie respondeu.

— É isso que me assusta. – Travis disse. Fala sério, tem como esse papo ficar mais estranho?

Ai meus deuses. Ah minha nossa senhora protetora dos lindos ft. ricos, proteja também os chifrudos...

A Annie está mesmo traindo Percy com Travis? Quero dizer, o Stoll não é de se jogar fora, mas o PERCY? Ele tem o borogodó dos Jackson!

Era mais burro do que uma porta acéfala, mas aquele tanquinho? Compensava.

Yummm.

OK SILENA, FOCO!

— Eu sei bem quem pode nos ajudar, Travis. – Annie disse, e eu podia ouvir um sorriso em sua voz (?). – Mas você pode não gostar nada dos métodos alternativos e tod-

— Eu topo. – Stoll disse,

— Você o que..?

— Estou dentro, Annie. O que eu preciso fazer? – Ele perguntou se virando completamente para ela.

Por mais que isso fique cada vez mais confuso, vou sorrir, acenar, e fingir que estou entendendo tudo.

— Bom, isso são eles que vão te dizer. – Annie deu de ombros. – Leo, Silena, podem sair agora. Vamos lá, precisamos de vocês nessa.

Leo se levantou rapidamente, estendendo a mão para me ajudar a me levantar.

— O que significa isso, Valdez? – Perguntei indignada.

— Isso, Silena, sou eu te dando uma aula de como manipular uma situação para ajudar o seu carma sem prejudicar seus aliados. – Ele piscou e se virou para o casal que ainda estava sentado sobre a mesa de piquenique. Travis parecia tão confuso quanto eu, mas Annie sorria marotamente.

— Devo admitir que foi mais rápido do que eu esperava, Annie... – Valdez disse caminhando um pouco a minha frente. – Então, Travis, seus valores morais te impedem de fazer alguma coisa?

Meu nome é Silena Beauregard, tenho 17 anos e hoje...

Bem, esqueçam o monólogo, hoje eu não estou entendendo nada.