Capítulo 14 - Freddie

Pode parecer clichê da minha parte, mas nunca estive tão feliz na minha vida como estou agora. Estou parado em um canto do quintal da casa de minha mãe observando Sam conversando com a mãe de algumas crianças e Sophie brincando com os coleguinhas.

O cheiro de comida se espalhava por todo lugar, elas optaram por servir hot-dogs e outros tipos de salgados para as pessoas se servirem à vontade, assim como eram disponibilizados refrigerantes, sucos e até mesmo cerveja para os adultos.

Dou mais um gole na minha latinha de cerveja ainda recapitulando todos os acontecimentos dos últimos dias. Meu jantar com a Sam tinha sido incrível e a noite que passei com ela mais ainda. Tê-la mais uma vez totalmente entregue e me entregar a ela era uma sensação fora do normal.

Eu queria reconquistá-la. Continuar uma família com ela e Sophie era tudo o que eu mais queria no momento.

A ideia do encontro já estava formada na minha mente há um tempo, mas só depois de passar em frente ao Alpine Inn com Sophie em um dia, por acaso, foi que tive a certeza do que deveria fazer. Ao passar lá em frente, não pude evitar me lembrar do nosso primeiro encontro oficial, então, não tinha lugar melhor para tentar recomeçar.

Assim que voltei para a casa naquele dia, animado com a ideia, compartilhei com minha mãe e Carly no jantar. Nem preciso dizer que elas aprovaram na hora. Claro que Carly foi um pouco mais relutante, ainda na tentativa de defender a amiga de se magoar, mas ela me deu vários conselhos ótimos.

Quanto a casa, decidi comprá-la no momento em que a vi em um dia desses que estava caminhando pelo bairro. Era para ter sido meu lar com a Sam e eu realmente esperava que se tornasse um dia. A casa estava com algumas reformas a serem feitas, mas isso não seria problema.

—E aí, cara! Tudo na boa? – Gibby se aproximou de mim.

—E aí, Gibson – o cumprimentei de volta e tomei mais um gole da cerveja enquanto ele fazia o mesmo.

—Não quer se enturmar com o pessoal?

—Só estou observando um pouco.

—É, cara, imagino que deva ser estranho para você – ele deu de ombros – Ter que ficar ouvindo as pessoas cochichando e te olhando não deva ser tão legal, mas achei que você estivesse acostumado.

—O que quer dizer com isso? – estranhei. Não havia notado nada de diferente.

—Não notou todo mundo te olhando?

—Não.

—Você é o astro que abandonou a noiva por aqui, esqueceu?

—É – dei mais um gole na cerveja e dessa vez observei o local mais atentamente – Já estou farto dessa história. Me arrependi por isso.

—Cara, relaxa – meu cunhado/amigo riu – Ainda tem algumas mães solteironas que só ficam de risinho por ter um ator por aqui.

—Elas não me importam. Só quero a Sam.

E, então, eu notei. Gibby estava certo. Tinham algumas mulheres passando por mim toda hora dando risadinhas e algumas outras pessoas que olhavam desconfiadas.

—Carly me contou que quer reconquistá-la. Acha que consegue?

—Vou fazer o que estiver ao meu alcance para que sim – sorri sincero.

Por um momento, aproveitei para me perder em pensamentos por uma certa loira que eu amava, mas fui interrompido por um grupo de garotas risonhas que se aproximaram de mim. Só poderiam ser irmãs de algumas crianças que estavam ali presente e pareciam não passar dos 16 anos.

—Ah, meu Deus! Não consigo acreditar – uma delas, a morena, começou a dar pulinhos de alegria enquanto falava.

—Você é mesmo o Freddie Benson? – a ruiva também abriu um enorme sorriso.

—Você é incrível – a outra morena, um pouco mais baixa do que a primeira continuou por elas.

—Por favor, será que podemos tirar uma foto com você? – a ruiva perguntou.

Eu não negaria isso a elas. Na verdade, não negaria a nenhum fã. Eu amava meus fãs e eles fizeram eu estar onde eu estou.

—Claro – sorri.

As três se atrapalharam e brigaram um pouco para ver quem ficaria do meu lado até que por fim tiraram centenas de selfies.

—Muito obrigada! Você é demais – elas repetiam rindo e se afastaram.

Se fosse para comparar com o que eu tinha que encarar em Los Angeles, até que elas eram bem tranquilas.

Gibby já não estava mais ali por perto e quando percorri os olhos pela multidão, encontrei os azuis de Sam. Parecia que ela me observava já fazia algum tempo porque quando percebeu meu olhar, forçou um sorriso.

Resolvi me aproximar dela. Não estava conversando com mais ninguém, apenas ficou parada em pé próxima de onde Sophie estava correndo.

—Muitas fãs por aqui, Sr. Benson? – ela ironizou assim que me aproximei.

—Você viu né? – a observei assentir – É minha carreira, não consigo evitar e não vou tratar ninguém mal.

—É, sei que não – ela parecia perdida em pensamentos.

—Ei, está tudo bem?

—Claro – mais uma vez ela forçou o sorriso.

—Espera – ri quando pensei ter entendido a mudança repentina em seu humor – Você está com ciúmes por eu tirado fotos com aquelas garotas?

—Não – ela respondeu rapidamente – Claro que não.

—Espero mesmo – continuei rindo por um tempo – Porque de todas nessa festa, eu só tenho olhos para uma – a encarei sério.

—Jura? – ela ficou de frente para mim e me encarou como se me desafiasse.

—Juro – a encarei sério e quase me perdi em seus olhos novamente. Isso já estava ficando cada vez mais frequente – E ela está bem aqui na minha frente.

Ela corou e eu não resisti. A puxei pela cintura e rocei meus lábios nos delas. Apenas um longo selinho.

Eu amava sentir seus lábios colados aos meus. O doce de sua boca era viciante para mim. Eu amava seu beijo. Amava absolutamente tudo nela. O sentimento só ficou mais forte com o tempo e eu me sentia conectado a ela de uma maneira mais intensa do que antes.

Nos separamos e ela se afastou com um sorriso e com as bochechas mais rosadas.

—Tem muita gente aqui – ela falou baixo ainda corada.

—E o que tem? – dei de ombros – Já nos beijamos na frente dos outros antes.

_É, isso foi antes.

_Não quer ser vista comigo? – fingi estar sentindo.

_Não é isso, é só – ela começou, mas não conseguiu terminar.

_No seu tempo – peguei sua mão direita e beijei – Você quem manda – pisquei o olho esquerdo e a observei sorrir.

_Vou ver se a Sophie quer comer alguma coisa.

_Claro.

E, então, ela se afastou de mim, mas continuei a observando por algum tempo.

Eu não me cansava de olhá-la.

Era como se eu estivesse enfeitiçado por ela.

Na verdade, eu estava completamente apaixonado por Sam.