Baby Nations

Babysitter Poland


Capítulo 7: Babysitter Poland

Primeira Semana

Desde o mesmíssimo momento em que os novos papás haviam sido escolhidos, certa pessoa não se sentiu satisfeita, pensando que estava a ser ignorada. Exato, Feliks não estava feliz de não lhe terem dado um bebé. Até o inútil do Alfred obtivera um e ele não, isso não, isso jamais admitiria.

Mas a sua fúria recaía maioritariamente sobre uma única nação, aquela que selecionara os tutores, aquela que atribuíra as tarefas, Germany. Como tal, Poland estava mais do que disposto a provar-lhe que este havia errado ao não lhe dar a possibilidade de demonstrar quão bom pai poderia ser, para isso precisava de uma criança e visto que England e France estavam bem longe, nas longínquas Americas, e verdade seja dita, não desejava lidar com eles, demasiado problemáticos para o seu gosto, pelo que só restavam Austria, Italy e Prussia.

Analisemos as opções disponíveis detalhadamente:

Austria estava a uma “casa” de distância, só necessitava atravessar o território alemão, mas… não, não desejava sofrer uma chuva de balas desnecessárias. Ainda que estas não o pudessem matar, não amenizava o facto de que doeriam… e muito! “Descartado!”, pensou a nação loira.

Italy,por sua vez, encontrava-se mesmo ao lado, só tinha de atravessar a fronteira e já estava, mas… pensando bem… Prussia é o irmão de Germany, pelo que causaria um impacto muito maior se tomasse custódia do albino em vez do Amante de Pasta. No entanto… Russia era o inimigo neste caso, além de estar muito longe. “Mas… adoraria ver a cara de Ivan quando se desse conta que perdeu o bebé dele… o problema está no facto de que ele nunca o larga, Toris disse que Russia até dorme no berçário para não deixar que Gilbert saia da sua vista.”

No decorrer do resto da semana, Feliks prestou-se a vigiar diligentemente a moradia de Ivan, aguardando a oportunidade perfeita para se apossar do infante.

Segunda Semana

Por fim, a chance surgiu, Russia tinha saído para se reunir com o seu Chefe de Estado, deixando Lithuania a cargo da casa e responsável pelo pequeno bebé.

Poland dirigiu-se à pesada porta e esperou que alguém o viesse atender. Num momento de descuido dos cuidadores, pegou na criança ao colo, tentando abandonar a mansão o mais rapidamente possível, mas tal não fazia parte dos planos de Gilbert, que decidiu dar uso ao seu belo e saudável par de pulmões nesse preciso instante, alertando os residentes que correram escadas abaixo para ver o que ocorria, apenas para encontrar o parque infantil com a cerca aberta, sem bebé à vista.

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Já no exterior, Feliks tentava em vão calar a criança.

― Cala-te de uma vez! Eu também não queria estar contigo, não sou propriamente teu fã, sabias!? ― exclamou o loiro para o desconsolado bebé. ― Só tens de ir na onda durante um tempito e ajudar-me a provar que cometeram um erro em nem sequer me considerar para a tarefa e devolvo-te ao Cubo de Gelo. ― Prussia começou a soluçar baixinho, cedendo enfim ao cansaço e adormecendo quase de imediato. ― Finalmente, estava a ver que não!

oOo

Poland decidiu que não seria uma má ideia celebrar o sucesso da primeira fase do seu plano com um suculento banquete, pelo que dirigiu-se a um luxuoso restaurante.

A primeira batalha: Alimentar a criança; Poland descobriu que não era tão fácil como pensara inicialmente. Aprendeu que o infante só comia quando lhe apetece e não quando a nação assim o desejava.

Segunda descoberta: Feliks apercebeu-se de que a boca do bebé era um excelente ventilador de comida. A camisa de Poland foi agraciada com umas belíssimas medalhas e flores, obras de arte vindas da inocente boquinha da criança.

De barriguinha cheia, Prussia, sossegou e adormeceu, deixando o loiro deliciar-se finalmente na sua própria refeição.

Terminada a refeição, pagou a conta, agradeceu o serviço e seguiu até ao estacionamento.

Tranquilo e saciado, Feliks quase deu um pulo, quando uma mão tocou o seu ombro de repente.

― Passa algo?

― Desculpe-me, mas não se esqueceu de nada, senhor? ― perguntou o empregado que o atendera previamente.

― Hm… Deixa-me ver… carteira, telemóvel, chaves do carro… ― enumerou conforme ia revistando os seus bolsos ― Não, tenho tudo! Não me falta nada.

No interior do restaurante, um pequeno infante, sentando numa cadeira alta, fazia beicinho, contendo as lágrimas… Poland havia-se esquecido de Gilbert no restaurante e nem conta se dera.

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Com a criança por fim a salvo no cestinho, Poland retornou ao carro para regressar a casa, pousando o bebé em cima do teto da viatura, enquanto procurava as chaves para abrir a porta do veículo. Introduziu a chave e ligou o motor, colocando o carro em movimento.

Não demorou muito para que a nação se irritasse com as buzinas a soar e as pessoas a esbracejarem na sua direção. Feliks desceu o vidro da janela, encarando os outros condutores.

― Que foi? Estão com pressa? Passem por cima, seus cabrões! ― gritou fora de si.

Uma mulher, claramente perturbada, apontou para o topo do carro, enquanto tentava em vão fazer-se ouvir.

― Pare, seu idiota! Há um bebé em cima do carro!! Olhe o bebé, seu doido!! ― gritava apontando para cima do carro.

Mais uma vez, Prussia fora esquecido… O cestinho de bebé ainda descansava precariamente em cima do teto do carro.

oOo

Poland suspirou ao descer do helicóptero.

― Lar, doce lar! ― inspirou o ar fresco do seu país, pegou na bagagem e dirigiu-se à saída do heliporto.

Atrás dele vinha o piloto aos gritos… Pobre Gilbert! Quantas vezes seria esquecido numa única tarde?

oOo

A choradeira não cessava, Poland pegou no bebé, sendo rapidamente atordoado pelo odor nauseabundo proveniente da fralda do menino.

― Nem pensar, nem morto mudo uma fralda! Não com esse fedor! ― exclamou a nação, deitando o infante no sofá. Pegou numa echarpe, encharcando-a em perfume e colocando-a em volta do seu rosto, cobrindo o nariz e a boca. Colocou um par de luvas e, muito nauseado, lá deitou mãos à obra, diria antes pontas dos dedos à obra. Mudar uma fralda e limpar um rabinho, tudo só com a pontinha dos dedos, de luvas e echarpe na cara, era na verdade um show de digno de se ver. Principalmente quando o bebé decidiu aliviar-se, fazendo pontaria certeira à cara do sequestrador, sem dúvida dava um filme merecedor de um Óscar.

oOo

O som desesperado da campainha a tocar arrancou as nações bálticas dos seus pensamentos mórbidos, que já imaginavam as suas mortes às mãos de Ivan. Toris abriu a porta, sendo surpreendido pelo seu amigo Feliks que lhe enfiou um bebé na cara, um bebé muito mal-cheiroso, a propósito.

― Toma, devolvo-te a máquina de choro e caca. Trocar outra fralda mal-cheirosa, nem pensar. Já não o aguento ma…

― Como assim? ― Uma voz estranhamente familiar e cantarina soou ao ouvido do loiro. Poland sentiu-se repentinamente pequeno e insignificante, perante a ameaçadora sombra que o cobria. ― Tens muito que explicar, Lithuania.

A alma de Toris forçou saída através da boca do mesmo, alertando o seu amigo, que recuperou a compostura, defendendo a pobre nação báltica e agarrando o espírito fugitivo, enfiando-o goela abaixo à desacordada nação.

oOo

Logo após fechar a porta e repartir os castigos adequados entre os seus subordinados, Ivan ordenou um contentor de minas terrestre e granadas.