Aventuras Com Um Pegs

Capítulo Dez – Mudanças.


Um dia inteiro passou, Charlie já estava bem melhor, seu pêlo brilhava normalmente e já estávamos prontos para partimos. John olhou demoradamente para ilha.

- Passei anos aqui. Está na hora de voltar para a vida normal. – disse. – Vamos garotas? Charlie está pronto para voltarmos à cidade? – deu uma leve batida em Charlie.

Estávamos para partir, quando outro pégaso com pelagem cinza apareceu. Julie se assustou, eu fiquei sem reação. Outro pégaso?

“Desculpa, por te abandonar.” o pégaso cinza falou para Charlie, sua voz na minha mente era um pouco mais grossa do que a de Charlie, como uma voz de um senhor. “Desculpa filho.” Então passou a asa por cima das costas de Charlie.

O meu pégaso ficou sem reação ao ver o pai.

“Qual é, filhão, eu voltei para me desculpar, pois o que você se arriscou para salvar essas meninas foi realmente lindo” continuou o velho pégaso.

“Ok pai, estavamos de partida mesmo”. Disse finalmente Charlie.

Então, John dividiu as malas e montou em cima do pégaso cinza, enquanto Julie e eu montamos em Charlie. Voamos de volta a cidade normal.

A viagem foi tranqüila. Paramos na minha casa, mas não tinha ninguém lá. A televisão estava ligada, e no jornal a repórter anunciou:

- Vamos a sessão de desaparecidos. Estamos com um pai e um irmão desesperados à procura de duas garotas: Julie e Gisele. Pode falar senhor.

Então, quando o meu pai terminou de falar e deu o telefone dele, fiz a ligação.

- Alô, pai? – eu disse – estamos em casa, eu e Julie. Por favor, volte.

- Sua idiota, por onde andou? Procuramos você por três dias e nada! – meu pai disse, então virou-se para a repórter e disse que estava tudo bem.

Não demorou muito para ele chegar, e tocar a campanhia. Atendi e ele logo perguntou quem era o cara que estava comigo.

- Esse é o John, pai. Pai, John. – apresentei-os.

- O pai de Julie, senhor. – disse John. – Julie mais sua filha foram na minha casa. Pois eu avisei que já estava aqui na cidade.

- Gisele! – começou meu irmão – peguei umas coisas suas, já que pensei que você tinha morrido. Mas, como você voltou né...

- Claro irmão, obrigada. – falei.

- Peguei esse cordão dourado, alias, é muito legal! – continuou.

Um rápido pensamento me veio na cabeça: Aquele era o fio dourado.

- Devolve, é meu. – falei – por favor, este já está velho, vou te dar outro novo depois, porque é meu.

- E daí? Você sumiu. Eu peguei. Tchau Gisele. – e subiu as escadas.

- Senhor, - meu pai falou – devo agradecer eu acho, mas pode levar sua filha com você. Que a Gisele fica aqui.

- A Gih pode passar uns dias comigo? – Julie perguntou.

- Claro... – meu pai disse – pode passar até um ano com vocês. Não gosto dessa menina mesmo.

Corri. Subi as escadas e fui ao meu quarto. Chorei. E chorei muito. Meu pai não gostava muito de mim, isso eu sabia, mas não gostar mesmo?

- Gih – Julie me chamou – arrume suas coisas. Você nem precisa viver mais aqui mesmo.

- Obrigada Julie, você é super sincera, mas, esta é a minha casa. – eu disse.

- John já falou comigo. Eu, você, ele, Charlie... Podemos viver em uma casa como pessoas normais, sabe? Podíamos ser irmãs... – ela me abraçou – como sempre quisemos.

- Obrigada Ju, mas, ok. Você me convenceu.

Arrumamos minhas coisas, e em breve levaríamos meus móveis. Já que meu pai dissera que não queria nada meu lá.

Montamos em Charlie e seu pai, e seguimos viagem. Para um hotel.

Chegando ao hotel, fomos ao quarto, assistimos TV e dormimos. Tive um pesadelo.

Eu estava com uma faca na mão, atrás do monstro de pedra que fugimos no dia que lutamos com Abadir. O monstro parecia revoltado, e só havia eu e ele na mesma arena de pedra. Parecia não me ver, mas eu enxergava ele bem, quando o gigante deu um passo para trás parecendo que ia me matar. Eu me acordei assustada.