Chegando em casa,resolvi ligar para Jeremy.Afinal,eu não falava com ele desde....desde bastante tempo pra falar a verdade.Peguei um monte de coisas e fiz mais poção rejuvenescedora pois estava acabando.Deixei ela no fogo e peguei o celular.

-Alô?

-Oi Jerm.É a Hayley.

-HAYLEY!!Há quanto tempo,baixinha!!

-Hehe.É,eu sei.Afinal,com todo aquele negócio de magia...eu ficava sem tempo.

-Sei...E como foi em Hogwarts?

-Foi...legal.

-Legal,ou MUITO legal?

-....Muito legal

-Algo anormal aconteceu?Eu não quero ter que te visitar no hospital-Ele deu uma risadinha

-Ha-ha-ha,engraçadinho.Não...nada de anormal...-O que foi?!Eu não estava mentindo!Eu só estava....omitindo a verdade.

-Ah não.Pessoas fazendo objetos levitarem.E fazendo poções da felicidade.Tudo muito normal.Nossa.Todo dia eu vejo isso.

-Ah ta bom....O máximo de normalidade que o mundo bruxo pode ter.Melhor?

-É,melhor.Ei,a gente devia sair um dia desses...

-É,ia ser bom!

-Então a gente....Ah,o Taylor quer falar com você...Peraí,vou passar pra ele.

-Ok.Tchau Jerm.

-Tchauzinho Sponge.

-LITTLE HAYLES!!!COMO VAI?!

-Ah,oi Tay.É,vou bem.E você?-Como sempre,Taylor é muito efusivo.

-É,vou bem.Na verdade,está meio solitário sem você.Mas eu acabei de ganhar do Jeremy no Banco Imobiliário-ele disse,convencido.

-Ah...Sei.Pela 9734628432ª vez.

-É isso aí!

-Besta.

-Ei!

-Tô brincando.Ei,o Josh está aí?

-Hmm...Peraí...É,ele tá sim.Vou passar pra ele.

-Valeu,T.Beijo.

-Beijo.

Esperei por alguns minutos.

-Quem atrapalhou meu ilustre momento de lazer?

-Jogando Left 4 Dead de novo.Não é?

-Hmm....Na verdade é.E aí,tudo bom?

-Maravilha.E com você?

-É,vou bem.E aí,algo de novo?

-Humm...Na verdade não...Ih,peraí.

Olhei para a minha mala e ouvi uns barulhos e gemi.Abri o zíper e uma cabeça peluda apareceu.

-Arf,arf.Finalmente,ar puro!

-Mals aí Honey...

-Já não aguentava mais o cheiro do seu xampu!

-Ei,cheiro de morango é bom!-retruquei,indignada.

-Mas é enjoativo.

-Eu não vou discutir com um ursinho de pelúcia.Agora fica quieto enquanto eu falo no telefone.

Enquanto Honey resmungava algo sobre "Namoradinhos secretos",eu voltei a atenção para o telefone.

-Oi,foi mal.

-Com quem você tava falando?

-Ah....Se eu dissesse,você não ia acreditar.

-Eu descobri que bruxos existem.Nada é estranho para mim depois dessa.

-Bom,tem razão.É que eu ganhei um ursinho de pelúcia mágico...Portanto...Ele fala.

-........................................................Ok,eu preciso admitir que isso ainda foi estranho.

-Não disse?Ah preciso ir,tenho um monte de coisas pra fazer.O Zac tá aí?

-Hmmm não...Ele saiu pra comprar batata frita pra gente.

-Manda um oi pra ele.E deixa eu falar com o Jeremy de novo.

-Tá.Beijo.

-Beijo.

Depois de alguns segundos,Jeremy atendeu.

-Fala Hayles.

-Então,vejo vocês no sábado,as 7 da noite.Nós vamos aonde?

-Hann...Não sei...A gente podia ir pra um restaurante que eu ouvi falar...É,vamos lá.Te pego as 7 então.

-Tá bom.Até lá então.

-Até.

Desliguei o telefone e olhei para Katy.

-Você quer voar,né?-murmurei.Ela me olhou com seus olhos cor de âmbar e eu abri a janela.

-Pode ir-andei até a gaiola e abri a portinhola.Katy me olhou e logo bateu as asas,indo em direção ao céu.Observei-a até ela ser apenas um pontinho marrom no céu.

Eu estava sozinha em meu quarto.Quer dizer,a não ser por Honey,que estava na cama,paralisado como um ursinho comum.Eu me sentei na beira e comecei a pensar.O que tinha sido aquela visão que eu tive?E será que eu devia contar para alguém?

-Pensando na vida?-disse uma voz.

-E por que você se importa,Honey?

-Não me importo-admitiu ele,encolhendo os ombros-Só estou imaginando o porquê de você estar pensando.

Estretei os olhos.Eu não sabia se contava ou não.Eu quase me rendi e contei à ele o que eu estava pensando.

Quase.

-Bom-pulei da cama-Vou descer e montar a árvore junto com os outros.Fique aí e não quebre nada.

-Eu,quebrar alguma coisa?!-ele gritou,indignado.Revirei os olhos.

-Quer saber?-eu disse,pegando ele no colo-Você pode ser útil.Então você vem comigo.

Eu estava rezando para essas férias de inverno serem normais.Só restava saber se alguém ia ouvir a minha prece.

Pelo visto,estavam surdos.