Aurora

Capítulo 16


O homem loiro se meteu entre Renesmee e Camille, ficando de frente para Camille. Nenhum dos dois morenos igualmente de olho na cena protagonizada por elas gostou do que viu e se aproximaram a passos largos.

- Se importa de me emprestar sua amiga um pouco? Já devolvo. – ele diz olhando Camille. Renesmee solta um risinho ao sentir as mãos de Jacob encima dela, de forma possessiva.

- O namorado dela se importa. – respondeu com raiva em alto e bom tom. O loiro ao perceber que estava totalmente em desvantagem recuou, fingindo que nada tinha acontecido procurando por alguma outra garota que realmente estivesse disponível. – Você perdeu o juízo? – ele questionou – o que Carlisle te disse sobre fazer tanto movimento?

- Carlisle me disse que eu sou totalmente saudável, que o meu bebê está sendo gerado com saúde e segurança,- ela passou a mão devagar por o abdômen de Jacob sugestivamente.- E a única coisa que eu não posso fazer hoje é ingerir bebida alcoólica. Agora, se me dá licença eu tenho muito pra aproveitar e você devia voltar lá pra sua amiguinha siliconada.

Embry escutou a conversa, mesmo com a cabeça na curva do pescoço de Camille, não pode deixar de rir e ela percebeu isso quando os beijos pararam e uma lufada de ar quente tocou a pele sensível do seu pescoço, de certa forma a tentativa de fazer ciúmes também funcionou com a híbrida, ele só lamentou que ela devolveu na mesma moeda para seu amigo.

Jacob olhou a sua volta, avaliou todas as possibilidade de sair rápido dali e principalmente queria sair dali sem chamar muita atenção, pois sabia que no momento em que fizesse o que pretendia sua Nessie começaria um escândalo. Pensou calado, evitando o olhar desafiador da híbrida a sua frente, ela se recusa a baixar a cabeça pra ele.

- Vem, acabou o show. – ele interferiu ao ver ela dando meia volta e já ameaçando continuar a rebolar até o chão como fez a poucos minutos. Ele a segurou pelo punho e praticamente a arrastava para fora. Estava com raiva e com ciúmes, mas sabia que a culpa era dele mesmo e não podia de jeito nenhum arriscar machucar a mulher que carregava seu filho no ventre de jeito nenhum.

- Eu quero ficar ! – ela protestou, conseguindo se soltar dele. Ele foi mais rápido e a trouxe de volta, dessa vez colocando-a contra a parede lateral do prédio da boate. Não havia ninguém ali, e para pessoas comuns a iluminação era péssima quase nula, mas eles podiam ver claramente o que estava estampado no rosto um do outro – Me so-solta – ela tentou ser firme mas sua voz saiu como um sussurro, enquanto ele roçava o nariz em seu pescoço, aproveitando para depositar beijos molhados naquela região macia e cheirosa.

Ela estava entregue a ele no momento em que sua mão mais atrevida desceu pela lateral da perna dela, parando no joelho e a puxou para cima, encaixando seus corpos.

- Nessie, vem comigo- ele chamou, afastando-se um pouco mesmo que sobre os protestos dela. – Quero matar a saudades, e não pode ser aqui. – ele esclareceu e ela prontamente o seguiu entre os carros até encontrar o carro dela.

- Eu dirijo – ela fala enfiando os dedos no bolso da calça dele para pegar a própria chave do seu carro.

Ele conhecia bem aquele caminho, já o tinha feito centenas de vezes décadas atrás. Empurrou todas as lembranças, principalmente as ruins par ao fundo de sua mente, aquelas memórias não importavam mais. Tudo o que importava era o fato dela estar aqui com ele.

Sem se importar de estacionar o carro direito ou retirar as chaves, ela apenas correu para dentro e ele a seguiu.

Jacob havia acordado antes dela, a reforma da casa Cullen tinha sido terminada e alguns móveis como a cama em que se amaram na madrugada e início da manhã já haviam sido comprados e devidamente instalados. Quando ela acordou, viu o que tinha sido seu vestido espalhado por diversos cantos daquele quarto, mordeu o lábio inferior lembrando-se de como aquilo tinha acontecido, tentou se levantar e esse movimento fez sua visão ficar turvada, cambaleou e sentou-se novamente na cama fechando os olhos e aguardando até que a sensação passasse.

Sentiu o cheiro de frutas e ao abrir os olhos viu o pai de seu filho trazendo uma bandeja cheia delas, e se tinha uma comida humana que ela amava eram frutas.

- Trouxe suas favoritas – ele disse colocando a bandeja ao lado dela na cama. – Bom dia

- Bom dia, você acertou estou morrendo de fome. Volto já. – dizendo isso seguiu em direção ao banheiro.

O novo closet de Renesmee também já estava completo, Alice como sempre se atentava a esses pequenos detalhes e enviou tudo para o endereço de Charlie dias atrás. Jacob esperava enquanto a híbrida passava entre as diversas araras do closet que mais parecia uma loja de roupas femininas.

- Nessie, acho que está na hora de darmos um nome a isso que temos. – ele tocou no assunto que ela mais temia.

- Não precisamos dar nomes, não somos esse tipo de casal. – respondeu dando de ombros enquanto analisava duas calças.

- Então, somos realmente um casal?

- Hmmm...não sei Jake, talvez...O que acha dessa calça? – tentou mudar de assunto.

- Colada demais, procura algo que não aperte meu filho – resmungou, já havia visto ela experimentando essa peça lá em Charlie. – E não mude de assunto.

- Vamos ter um filho Jacob, é isso o que nós temos.

- Do que você tem medo? Qual o problema de abrir a boca e dizer que agora vamos viver como marido e mulher realmente? Somos perfeitos um pro outro, e um com o outro. – se aproximou bruscamente, fazendo com que ela recuasse até sentir as costas colando na parede. As mãos dele foram para o quadril descoberto dela, que vestia apenas uma calcinha e sutiã nesse momento. – Seus pais te deram essa casa, duvido muito que Edward tenha feito isso pra você morar sozinha. Ele sabia que eu viria também no instante em que você me permitisse.

- Não dá, Jake. Eu mal terminei com o Nahuel...

- Que se dane o híbrido! Esse bebê foi feito quando tecnicamente vocês estavam juntos. – levou uma das mãos para a barriga dela. – Entendo que não queira morar na minha casa ou na reserva, não gosto mas entendo, só me deixa vir morar aqui com você?

Ela encarou aquele par de olhos escuros que a observava com devoção e encrespou os lábios. Se dissesse sim, não haveria volta. Ela seria a mulher dele para sempre, por outro lado não fazia sentido dizer não afinal ele tinha razão, a criança foi gerada quando ela ainda namorava, Nahuel ficaria furioso de todo o jeito quando descobrisse.

O medo que ela sentia do revide do híbrido, pela primeira vez não foi maior que o desejo de ser reconhecida como a esposa de Jacob Black.