Nem ao menos era na minha casa!

Quinn antes de ir embora apenas me entregou uma folha de caderno com seu endereço e partiu, deixando-me falando aos quatro ventos todo o meu protesto, muito bem ensaiado, durante toda a aula.

Caminhar até aquela casa estava sendo algo muito ridículo. Eu não queria ir, mas que coisa inconveniente! Na minha cabeça martelavam todos os xingamentos que nunca tinha dito em toda a minha vida, mas que estava preparado para pronunciá-los, caso Quinn merecesse.

Toquei a campainha da mansão dos Allmans. Esse era um dos motivos pelo qual não suportava Quinn. Ele era fútil e extremamente mimado. Era o quarter backer do time de futebol do colégio e tinha tudo e todos que queria na hora que queria. Transformando ele em um dos riquinhos mais inúteis daquele colegial. Logo a porta se abriu, tirando-me de meus devaneios revoltados e pondo-me em novos.
Quinn estava apenas de cueca boxer preta, com os cabelos platinados pingando em sua pele aveludada, e seu perfume era natural, um cheiro gostoso de sabonete, de limpinho.
– Entra. – Ele disse, criando aquele sorriso de hoje mais cedo. – Estamos quase sozinhos. Só meu mordomo está em casa, mas ele já vai sair, então pode ficar a vontade.
– Hm, okay. – Meus olhos seguiam uma única gota que descia saliente por seu peitoral. – Bom, vamos logo, preciso ir embora. – Engoli em seco, tirando minha atenção dali.
– Mas já? Você acabou de chegar! – Seu sorriso se desfez e apenas com um gesto fez-me seguí-lo.
Subimos as imensas escadas de mármore negro chegando até um imenso corredor cheio de portas do segundo andar. Apague o que eu disse, aquilo ali, era um palácio.

Entramos em seu quarto, sentando-me na sua cama – imensa e deliciosa, de casal.
– Uau, bela decoração. – Se não fosse pelo luxo, o quarto iria ser um pouco parecido com o meu. Alguns pôsteres de bandas nas paredes, um computador, uma televisão de plasma, um DVD caro e um aparelho de som. Mas tudo dele era dez vezes mais caro do que meus pertences. Todos os móveis em branco, uma arrumação fora do comum, parecia um quarto de menina.
– Obrigado, eu acho. Bom, vamos começar?
– Sim. – Peguei meu caderno em minha mochila, disposto a começar, mas Quinn interrompeu-me, deitando-se ao meu lado, com um sorriso infantil, bastante inocente. Parei para encará-lo, ele com uma expressão doce no rosto, acabou dissolvendo minha raiva. – O que foi?
– Gosto da sua barba. Te faz parecer mais velho.
– Hm. Qual matéria você tem mais dificuldade?
– No amor, me ensina? – Semicerrei os olhos, encarando a maneira esguia com a qual Allman engatinhava até mim.
– Quinn... Você bebeu? Está de porre? – Sua risada fez com que algo dentro de mim pulasse e até desse cambalhotas.
– Se estou bêbado? Não, estou bastante sóbrio Bertie.
– Então vamos estudar!
– Ok, vamos. – Ele se sentou, colado ao meu corpo, com os olhos pregados no meu caderno. Ignorei a proximidade começando a lhe explicar o que cada uma das fórmulas significava.

O tempo estava passando sem mais distrações, consegui explicar bastante coisa a Quinn e já não o odiava tanto quanto antes. Ele até era inteligente, e dedicado. Fez alguns exercícios e se saiu muito bem. Ele até era agradável;fazia alguns comentários bobos e aleatórios, e estudar com ele já me parecia acessível. Estávamos descendo as escadas em direção a porta, quando uma senhora bonita e muito elegante nos interrompeu.
– Oi! – Seu sorriso era semelhante ao de Quinn, com certeza aquela era a sua mãe. – Quinn, quem é seu amigo?
– Esse é Robert. – Ele abraçou-me pelo pescoço. Quando pensei em apresentar-me, o loiro continuou... – Meu namorado.
Arregalei os olhos, encarando Quinn que sorria meigo pra mim.
– Não. Não! Eu só...
– Não precisa ficar tímido meu amor, minha sabe da minha opção sexual.
– Mas que casal mais lindo! Eu quero um beijo, por favor! – Ela fez manha, semelhante a uma criança.
E antes que eu pudesse responder, os lábios de Quinn estavam sobre os meus, movendo-se graciosamente, fazendo-me uma deliciosa ‘massagem’ labial. Sua língua esguia e experiente serpentou por meus lábios e nem precisou forçar sua entrada, eu acabei cedendo a mesma. Nossas línguas se moviam perfeitamente, uma acariciando a outra com sutileza, brincando por cada cantinho de nossas bocas quentes.Minhas carnes labiais já latejavam devido à intensidade de nosso beijo.
Com toda a certeza, minha boca estava vermelha. Meus pulmões já exigiam oxigênio, os nós de meus dedos reclamavam dolorosamente da força que eu aplicava puxando seus cabelos brancos. Eu nem ao menos notei quando minhas mãos avançaram.
Nos separamos minimamente, encostando nossas testas, depois de longos – e deliciosos, minutos, puxando os dois ao meus tempo, ar para nossos pulmões. Ele riu, desencadeando um sorrio cúmplice meu.
– Acho que ela já foi. – Assenti, descendo a mão até a sua nuca.
– Tenho que ir... – Murmurei, quase em um cochicho.
– Eu te vejo amanhã, certo? – Mais uma vez confirmei apenas acenando com a cabeça. – Então vou chegar mais cedo no colégio.
– Hm, okay. – Minhas bochechas estavam coradas, eu podia sentir. – Até amanhã Quinn.
– Até namorado. – Ganhei um selinho e saí sorridente, em direção a minha casa.

Esta tarde tinha sido totalmente diferente do que pensei e apesar de tudo, eu jamais poderia reclamar.

Eu mal podia esperar por mais aulas de reforço.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.