Rose estava feliz, seu coração transbordava felicidade, ela não conseguia parar de rir. E, Scorpius a acompanhava em sua felicidade. Era bom finalmente não precisar se esconder, contar a história de como haviam se conhecido.

Rose estava atarefada. Apesar de finalmente não ter mais que esconder Scorpius da sua família, os dois tiveram pouquíssimo tempo para aproveitar a liberdade de não precisarem se esconderem. Pois Astoria ainda estava grávida e Rose ainda precisava encontrar a cura para a Doença Black. No meio de suas pesquisas descobriu que Astoria não era a primeira paciente que havia se “curado” da doença e engravidado. Porém, todas as crianças morreram no parto. Algumas mães se salvaram. Além disso, nenhuma delas tinha feito o mesmo tratamento que Astoria estava fazendo com Steve e Rose.

Encontrar a equipe ideal, no entanto, foi mais difícil do que imaginava no início. Porém, chefiar uma equipe era ainda mais difícil. Havia toda uma disputa de egos. E, saber sopesar todas as opiniões era uma tarefa extremamente complicada. Mesmo assim estava feliz com a equipe que tinha construído. Principalmente com o Arturo Gimenez, ele era um medibruxo latino americano, ex-pupilo de Gregory. Os dois possuíam uma sintonia sobre a Doença Black e estavam fazendo alguns avanços significativos na pesquisa. A pesquisa, no entanto, não parecia perto de um resultado útil.

...

No último mês Scorpius estava empenhado em conquistar a família de Rose. Sabia o quanto eles eram importantes para ela e queria conquistá-los, desejava que eles o vissem como parte da família. Afinal, não havia desisto da ideia de pedir Rose em casamento, mas decidiu que iria se tornar parte da família Weasley primeiro.

O primeiro passo foi desistir de abri a loja de logros no Beco Diagonal. Apesar de Rose entendê-lo e de Ronald e George não aparentarem estarem tão raivosos com isso, ele sabia que em algum momento aquela loja poderia ser um motivo de atrito entre ele e a família de Rose. Contudo, não desistiu totalmente da ideia.

—Ele ficou maluco? Deve ter perdido uma grana alta fazendo essa troca de última hora.

Comentou Fred sem acreditar.

—Ele deve gostar muito de Rose para fazer isso.

Ronald comentou pensativo. Gui sorriu do irmão.

—Scorpius não está fazendo pelo Rose. Ele está fazendo por você. Não percebe que o garoto quer te agradar?

—Me agradar? Acha mesmo que ele iria abrir mão de todo esse dinheiro para me agradar?

—Rose sempre deixou claro que não era contra ele abrir a loja. Ele quer o seu consentimento.

—Mas eu já permiti que ele namorasse Rose.

Ronald respondeu como se fosse óbvio.

—Eles estão junto há um bom tempo Roniquinho. Talvez ele esteja cansado de namorar e queria se casar com a pequena Rose.

George comentou rindo da expressão assustada de Ronald.

—Acho que ele vai ter que se esforçar mais.

Louis disse.

...

Hermione estranhou quando recebeu o convite de Scorpius chamando-a para almoçar, mas não recusou.

...

—Então quando vai me explicar porque me chamou para almoçar.

—Porque você é importante para Rose. Rose é importante para mim. E, acho devemos nos conhecer melhor. Ter uma boa relação.

—Entendo. Ela te contou que eu estava à procura de um noivo…

Hermione disse finalmente entendo o motivo daquele almoço.

—E eu vim me candidatar.

Interrompeu ele.

—Então a senhora não odiaria se eu fosse noivo de Rose?

—Sei que tenho uma relação meio complicada com Rose. Mas, de verdade, eu só quero que ela seja feliz. Enquanto você a fizer feliz terá meu apoio.

A barriga de Astoria já começava a crescer. E, alguns boatos sobre a sua gravidez já haviam começado a rolar.

—Acabei de sair de uma consulta com Rose e Steve.

—Está tudo bem com a senhora?

Perguntou levemente preocupado.

—Comigo sim. Tudo certo. E você e Rose? Estão bem?

—Não. É só eu acho que faltava alguma coisa nela.

—Como assim mãe?

Scorpius perguntou confuso. Astoria riu.

—Está faltando uma aliança no dedo daquela garota.

Scorpius revirou os olhos.

—Estou falando sério Scorpius. Você a ama?

—Claro.

—Então não perca seu tempo.

—Porque está dizendo isso? Steve e ela...

Astoria riu.

—Acha mesmo que ela tem interesse em outro cara? Estou dizendo isso, porque acredito que vocês estão mais que prontos para o próximo passo.

Scorpius chegou mais cedo do que o esperado em casa. Tomou um banho. Releu alguns contratos, mas não conseguia tirar a conversa que teve mais cedo com Astoria da cabeça. Será que ele estava sendo um tolo ao não pedir logo Rose em casamento? E, como se ela pudesse ler seus pensamentos, chegou uma mensagem em seu celular.

—Vic, me pediu para cuidar de Peter hoje. ME AJUDA.

Rose e Scorpius estavam descansando no sofá. Os pais de Peter tinham buscado ele há poucos minutos.

...

—O mais importante é o que eu ganhei. Acho que seu pai está começando a gostar de mim.

—Não precisa perder um lucro desses por causa do meu pai.

Rose disse sentando-se.

—É claro que eu preciso. Se eu continuasse com a loja no Beco Diagonal em algum momento isso serviria de atrito na minha relação com seu pai e o resto da sua família. Já pensou quando tivermos filhos? A confusão que eles podem ter por uma bobagem assim? Seu pai dizendo que a loja dele é melhor e que a minha não presta.

—Também conversei com sua mãe hoje.

—Minha mãe? Merlim. Você não quer que eu marque uma reunião em família logo.

Rose sorriu. Estava gostando do esforço de Scorpius.

...

—Vou ver o que posso fazer por você. Mas voltando ao assunto… você falou com minha mãe hoje.

—Sim. Fui me candidatar pro cargo de ser seu noivo.

—Noivo?

—Isso mesmo. Mas ela não aceitou minha inscrição.

—Sinto muito.

—Mas ela me deu a benção dela. Enquanto eu te fizesse feliz.

—Então você está tentando convencer meus pais a te deixarem casar comigo, é isso?

—Era meu plano.

—Era? Não é mais?

—Não. Mudei de plano.

Scorpius fingiu bocejar.

—Estou com sono. Vou dormir.

E levantou-se do sofá deixando Rose perdida.

Scorpius caminhou para seu quarto rapidamente. Assim que entrou no quarto percebeu como as mãos suavam. Seu coração batia tão forte que parecia que pularia pela boca a qualquer momento. Era agora. Deveria ser agora. Pensou ele quando pegou a caixinha dentro do bolso.

Por um ano inteiro ele havia imaginado todas as formas românticas de pedir sua namorada em casamento, dos mais clichês aos mais inusitados. Tinha rascunhos de todos, tentando decidir o melhor local, as melhores frases, a melhor forma e mais inesquecível. Mas, todas as conversas que teve naquele dia lhe levaram àquele momento. Ele não precisava que a família dela gostasse dele naquele momento, os dois teriam o resto da vida para isso. Sua mãe estava certa: os dois estavam prontos para o próximo passo. Eles estavam prontos – foi a última coisa que ele pensou quando se ajoelhou.

Quando Rose foi atrás do namorado a última coisa que imaginou foi encontrá-lo ajoelhado com o anel mais lindo que vira em toda sua vida. Ao redor de Scorpius havia pequenas velas que formavam um coração. Por breves instantes o mundo parou para Rose, antes que ela percebesse lágrimas rolavam pelos seus olhos, seu coração batia rápido, de uma forma ela não achava que seria humanamente possível. Toda a história dos dois passou na cabeça durantes aqueles breves segundos.

—Rose, eu pensei em tantas coisas para te dizer nesse momento, mas eu esqueci todas as elas.

Scorpius também tinha lágrimas nos olhos. Rose se ajoelhou na frente dele e o beijou. Ele se desenvincilhou.

—Eu amo você. Antes mesmo de saber o que era esse sentimento. Com você eu…eu…eu quero passar o resto da minha vida ao teu lado. Rose, minha Rosie, quer casar comigo?

Havia uma explosão de sentimentos no peito de Rose. Ela queria dizer que sim. Que o amava. Que também queria passar o resto da minha ao lado. Que queria casar com ele. Ter filhos. Mas nada disso saia de sua boca. Ela não conseguia dizer. Então beijou Scorpius na esperança de que aquilo demonstrasse tudo o que ela queria, mas não conseguia dizer. Quando se separam. Ela lhe deu um selinho.

—Sim. É claro que eu aceito Scorp. Eu te amo. Muito. Muito.

As mãos de Scorpius ainda tremiam quando ele colocou o anel na mão de Rose.

O dia já estava quase amanhecendo, mas nem Scorpius nem Rose haviam conseguido dormir. O pedido de casamento parecia ter deixando os dois com uma adrenalina louca. Os dois estavam deitados na cama. Riam como crianças no natal.

—Consegui te surpreender?

Perguntou Scorpius.

—Claro. Depois que nós voltamos, o assunto casamento nunca foi tocado… então eu achei que você tinha desisto ou adiado.

—Eu não ia pedir hoje – confessou Scorpius – eu achava que tinha que conquistar toda sua família antes de darmos o próximo passo. Então eu vi minha mãe hoje, ela falou que nós já estávamos prontos. Na hora, nem liguei muito ainda estava com meu plano pré-determinado.

—O que te fez mudar de ideia?

Perguntou curiosa. Scorpius era um exímio cabeça dura.

—Nós, hoje cuidando do Peter. Eu senti que minha mãe estava certa. Nós estamos preparados para isso. Não estou dizendo que devemos ter filhos nesse exato momento, mas…

—Entendo. Também percebi isso.

—A gente precisa contar para as pessoas.

Comentou Rose bebericando seu café.

—Como quer fazer isso? Marcar uma reunião todo mundo ou conversar com os cabeças?

—Conversar com os cabeças?

Questionou Rose sem entender.

—Os cabeças. Seus pais, Victoria, talvez Lilian ou Alvo. Se contar pra esses quatro toda sua família vai saber rapidamente.

Rose sorriu.

—Acho que deveríamos contar logo para nossos pais. Individualmente. E marcávamos um jantar para o fim de semana.

—Parece um bom plano.

Rose não conseguia tirar o sorriso do rosto. Sentia uma necessidade de sair gritando toda felicidade que existia em seu peito.

A primeira parada foi o Hospital do Ed. Informou Arturo que ele estaria no comando naquele dia, pois teria que resolver alguns assuntos pessoais, mas que depois ele poderia escolher um dia para tirar folga.

Após o Hospital, foi a livraria de Vic, no Beco Diagonal. A loira ficou surpresa quando viu Rose ali, no meio da semana. Por um instante pensou que alguma coisa poderia ter acontecido com Scorpius, mas descartou a ideia quando viu o olhar de Rose, lembrava que possuía um olhar bem parecido quando Teddy a pediu em casamento.

—Rose! Aconteceu alguma coisa?

—Sim. Podemos conversar em um lugar particular?

Pediu percebendo o alto movimento da loja.

As duas foram para os fundos da loja, onde Victoria havia construído um pequeno escritório. Rose encarou a prima sem conseguir tirar o sorriso do rosto. Ela sabia que provavelmente estava parecendo uma louca, mas nada disso importava.

—Nós vamos nos casar!

Gritou Rose. Victoria que já esperava aquela informação abraçou a prima com força.

—Eu sabia que esse dia ia chegar, Ro. Merlim, espero que vocês sejam muito felizes. De verdade. Como foi o pedido? Quando foi? Quero detalhes Weasley!

Pediu Victoria, conjurando duas xícaras de chá e algumas torradas.

—Foi lindo. Foi logo após vocês saírem… nós estávamos conversando. Ele disse que tinha conversado com meus pais, que estava tentando conquistá-los, antes de fazer a proposta. Então ele falou que tinha desistido desse plano, aí fingiu que estava com sono e foi para o quarto. E eu fiquei no sofá tentando entender o que ele quis dizer, então fui atrás dele, para conversar. Quando cheguei no quarto… ele estava… ele estava ajoelhado com o a caixinha aberta na mão dele, e tinha um coração feito com velas… ele estava bem no meio.

Quando terminou Rose já estava com lágrimas nos olhos de novo. Victoria abraçou-a novamente, também estava emocionada com a nova fase da prima.

—Você e Ted serão meus padrinhos, certo?

—Ro. Isso é… eu ficarei honrada.

Quando Scorpius chegou na Mansão Malfoy naquela manhã carregava um sorriso enorme no rosto.

—Quantas vezes tenho que dizer que você não pode fazer esforço algum?

Exclama um Draco irritado. Astoria revirava os olhos e preparava-se para dar uma resposta atrevida ao marido, contudo, percebeu a presença de Scorpius.

—Ora, ora… quem é vivo sempre aparece.

Astoria disse fazendo Scorpius revirar os olhos.

—Mãe nos vimos ontem.

—Só porque fui atrás de você.

Ela comentou o fazendo rir.

—O que faz aqui tão cedo, Scorp?

Draco perguntou.

—Queria conta uma novidade para vocês?

Astoria sorriu, prevendo a tal novidade.

—Finalmente criou coragem e pediu Rose em casamento?

Ela perguntou sorridente.

—Estamos noivos!

—Eu sabia!

Astoria disse enquanto corria para os braços do filho. Draco demorou um pouco para entender o que estava acontecendo, mas logo depois também se juntou ao abraço. Os dois estavam felizes pelo filho, sabiam o quanto Rose era importante para ele.

—Você também acha isso? Que o Malfoy está querendo meu consentimento?

Perguntou Ronald, enquanto colocava a gravata.

—Acho. Rose nunca se importou com a loja dele. Além disso, ontem ele me convidou para almoçar. Disse que sabia que eu estava procurando um noivo para ela e queria se candidatar.

—Filho da mãe. Mal começou a namorar com minha filha e já quer…

—Tecnicamente eles namoram há nove anos. É mais que natural que estejam pensando em casório.

Hermione retrucou ajeitando o nó da gravata de Ronald.

—Somente ele. Aposto que Rose está pensando no trabalho. Eles são novos não tem porquê se casar agora.

—Nós éramos mais novos que eles quando nos casamos.

Ronald travou com o argumento da esposa.

—Isso não tem nada a ver. É completamente diferente. Tempos diferentes. Nós nos amávamos.

Hermione sorriu da reação do marido. Ronald Weasley ainda não estava pronto para ver a filha casando, o problema é que Rose parecia estar preparadíssima para casar.

—Ron. Eu não sei como te dizer isso, mas você já perdeu a sua filha para ele. Ela o ama. Os dois se amam. Estão juntos há muito tempo. Se eu você fosse já começaria a me acostumar com o fato de que os dois irão se casar logo.

—Eu sei. – Confessou Ronald a contragosto – Ainda não consigo entender porque Rose fez uma coisa dessas comigo. Mas se ele acha que vai conseguir meu consentimento rápido…

Antes que ele pudesse de terminar a frase escutaram Rose chamando-os no andar de baixo.

—O que ela faz aqui?

Ronald sussurrou preocupado.

—Talvez ele tenha percebido que não precisa do seu consentimento.

Hermione comentou somente para atazanar o marido. Mas assim que desceu e viu o sorriso de Rose percebeu o quão certa estava.

—Merlim. Seu pai vai ter um treco.

Comentou Hermione abraçando Rose.

—Como você…

—Porque eu sou sua mãe e não tem como esconder esse anel.

Hermione comentou segurando a mão da filha.

—Esse anel combina com você. É perfeito.

Rose sorriu. Animou-se que apesar de tudo sua mãe estava ali ao dela, ficando feliz por ela.

—É lindo, não é? Quase não acreditei quando o vi.

—O que as duas estão cochichando aí?

Ronald perguntou receoso. O comentário de Hermione ainda o incomodava. Ele sabia que sua esposa só tinha dito aquilo para encher sua paciência, mas não conseguia algo em seu íntimo dizia que era exatamente por isso que Rose estava ali.

—Pai. Eu gostaria de contar uma coisa.

—Uma coisa boa ou ruim?

—Depende.

Comentou Hermione. Ronald encarou a esposa buscando resposta em seu olhar, mas não conseguiu nenhuma dica.

—Apenas sente-se…

—Rose você está me assustando. Não me diga que está grávida daquele Doninha Jr. Por favor não, isso seria pior que casar com ele. Diga, Rose. Diga que não está grávida, não estou preparado para ser avô de uma Doninha.

—Não. Não estou grávida, ainda.

Ronald respirou fundo aliviado, por breves segundos, depois percebeu o que sua filha tinha falado.

—Espera. Ainda? Como assim ainda?

—Por Merlim, papai. É claro que nós vamos ter filhos um dia. Deveria já ir se preparando para ser avô de um Malfoy e, principalmente para ter uma filha Malfoy, porque Scorpius e eu vamos no casar.

Rose respondeu mostrando para o Ronald a aliança em seu dedo. Era a primeira vez naquele dia que estava irritada. De início achou divertido a reação preocupada de Ronald, mas agora já havia passado do limite. Não gostou como o pai havia falado sobre um possível filho de Rose e Scorpius.

Ronald agradeceu por ter se sentado. Olhou para Hermione em busca de algum apoio, mas ela somente deu de ombros e pediu calma ao marido.

—Casar? Você… casar? Tem tanta coisa que vocês deveriam fazer antes de casar. Não acho que agora seja um bom momento…

—Não vim aqui pedir sua permissão. Eu vim porque estava muito feliz e queria compartilhar isso com vocês, mas novamente seu orgulho idiota por uma rixa mais estúpida ainda…

Rose e Hermione possuíam a mesma expressão de raiva – uma veia tomava vida na testa das duas e o olhar era uma mistura de ódio com decepção. Quando percebeu que estava estragando o momento da filha ele rapidamente levantou-se:

—Desculpe. Eu devia reagir melhor. Não estou dizendo que não deveriam casar, ok? Nem quis dizer que não vou gostar dos netos que vocês eventualmente irão me dar… Só não estava preparado que isso acontece agora. Há poucos minutos sua mãe estava me preparando para começar a me preparar para ideia de que um dia vocês iriam se casar, e, agora vocês já estão noivos.

—Eu o amo. Nós nos amamos.

Declarou Rose.

—Eu sei. Rose, eu sei. Eu não estava preparado para essa notícia. Eu amo você, e esse Malfoy não é o pior genro que você poderia me arranjar, vou me acostumar com a ideia, juro. Assim como vou amar cada filho que vocês tiverem. Não quero estragar seu dia, de verdade, mas para mim vocês estão namorando há poucos meses. Nem mesmo aceitei completamente a ideia de que vocês namoram…não sou contra ao noivado de vocês.

—Mas também não é a favor.

Interrompeu Rose.

Ela sabia que seu pai não aceitaria imediatamente a ideia do casamento, mas estava tão feliz, no fundo só queria que ele estivesse feliz por ela. A relação dos dois sempre foi muito intima, ela adorava se gabar com Ronald sobre os seus feitos porque ele sempre a abraçava como se fosse a coisa mais incrível do mundo. Quando foi a casa dos pais contar sobre seu noivado sabia que não receberia um desses abraços, mas, no fundo, era o que ela mais desejava.

Rose não saiu da casa dos pais irritada, com raiva ou qualquer outro sentimento negativo, talvez um pouco triste, por acreditar que a reação do seu pai seria melhor.

Scorpius saiu da casa dos pais direto para o trabalho, apesar de querer passar o dia na cama com Rose tinha que resolver algumas coisas na empresa e o mais importante teria que contar para Zabine, seu sócio e melhor amigo, que estava noivo. Sem nem mesmo se anunciar entrou na sala de Zabine.

Luke o olhou assustado e Scorpius conhecendo bem o amigo soube que ele não estava sozinho na sala.

—Luke, seja ela quem for eu preciso falar a sós com você.

—Scorp, tem certeza que não podemos conversar em outro momento?

Scorpius estranhou o tom desesperado do amigo, a última vez que o escutava daquele jeito foi quando o flagrou em Hogwarts com Lilian Potter. No entanto, aquela hipótese seria ridícula, os dois haviam terminado o lance há muito tempo e ela estava noiva. Porém quando encarou os olhos de Luke soube que estava ali, então lembrou-se que os dois haviam se encontrado há alguns meses…

—Luke, por favor não me diga que…

—Scorpius agora não.

Luke sabia bem que o amigo lhe daria um sermão sobre mulheres comprometidas, sobretudo quando a mulher já partiu seu coração anteriormente.

—Bom se você estiver aqui com quem estou pensando ela vai saber a qualquer momento… Rose e eu vamos nos casar.

Zabine correu para os braços do amigo,

—Estou muito feliz por você, Scorp. De verdade. Ninguém merece ser mais feliz que vocês dois. Nós temos que comemorar! Você, eu e Rose amanhã à noite, não vou aceitar um não como resposta.

—Tá bom. Até mais Luke, até mais Lilian.

Horas depois, Scorpius finalizava suas últimas obrigações quando sua secretária anunciou a entrada de Luke.

—Scorpius sobre hoje mais cedo…

—Ela está noiva. Noiva, Luke.

—Eu sei. Olha, as coisas só foram acontecendo.

—Então vocês voltaram?

Perguntou Scorpius.

—Não. Sim. Não sei, não tivemos essa conversa ainda.

—Sério? O que estão esperando? O dia do casamento.

—Não fala assim, sempre apoiei você e Rose.

—E eu sempre vou apoiar você. Mas no momento você não tem relação alguma com ela. Namorem e terão meu apoio incondicional, porém não fiquem às escondidas enquanto ela tem um relacionamento. Lembro muito bem como você ficou da última vez que ela te deixou… tem certeza que o sentimento dela sobre a motivação do término de vocês mudou? Porque se não mudou você só está enganando a si mesmo, quando deveria gastar suas energias para esquecê-la.

Zabine encarou Scorpius por um tempo. Foi justamente por isso que não contou para o amigo sobre seu lance com Lilian, sabia que ele jogaria em sua cara a triste verdade. Luke tinha medo de perguntar a Lily sobre o futuro dos dois, então se deixava enganar pelas escapadas dos dois, mas Lliy, para ele, nunca foi uma mulher com quem queria dar escapadas, pelo contrário queria ela pelo resto de sua vida.

—Desculpa, Luke – Disse Scorpius quando percebeu a expressão do amigo – é sua vida, eu não deveria me meter, mas eu quero que você seja feliz.

—Vou conversar com ela, Scorp. A Weasley tem sorte em ter você.

Rose não costumava ir ao escritório de Scorpius. Era muito arriscado quando os dois ainda namoravam escondidos, e apesar de estarem noivos o relacionamento deles não era público ainda.

—Bom dia, Scorpius está ocupado?

Emiy trabalhava com Scorpius há pouco mais de um ano, seu chefe possuía inúmeras regras, sobre código de vestimenta, de comportamento, mas a principal era de que ninguém poderia entrar na sala dele sem ser anunciado com antecedência, essa regra só possuía três exceções, duas compreensíveis e uma que sempre foi um mistério para Emily e as secretárias que a antecederam – Rose Weasley.

—Sim, ele está com o senhor Zabine.

—Então não, ele não está ocupado.

Comentou Rose sorrindo.

—Algo assim.

Respondeu educadamente Emily.

—Posso entrar?

—Sim. É claro.

Emily disse apontando a direção da sala de Scorpius, mas estranhou quando notou que Rose já sabia.

—Falando mal de mim garotos?

Rose perguntou atrapalhando a conversa de Luke e Scorpius.

—Rose! Que surpresa agradável.

Scorpius disse indo em sua direção. Luke revirou os olhos.

—Eu estava parabenizando meu amigo pelo noivado. Você é uma garota de sorte Weasley. Fico muito feliz pelo noivado.

Luke disse abraçando Rose que retribuiu.

—Então Scorpius como você vai querer sua despedida de solteiro? Com as strippers de sempre ou vamos inovar?

—Luke!

Scorpius ralhou lhe dando um murro fraco no braço. Rose riu dos dois.

—Não esqueça Scorp que despedida de solteiro é uma festa de duas vias.

—Sem strippers.

Respondeu ele rapidamente.

Luke e Rose sorriram dele.

—Vou deixar vocês sozinhos. Até mais Rose, espero que escolha um segundo marido melhor que esse aí.

—Aconteceu alguma coisa com ele? Senti o clima um pouco pesado quando cheguei.

Scorpius abraçou Rose.

—Não precisa se preocupar.

—Chamei Vic e Teddy para serem nossos padrinhos.

Comentou Rose sentando na mesa de Scorpius.

—Merlim. Esqueci de convidar Luke. Acho que vai ter que chamar alguma prima sua para formar par com ele. Acho que a única mulher que eu poderia chamar para ser minha madrinha seria minha mãe, mas não seria muito legal.

—Nós não decidimos uma data ainda… sua irmã poderá ser sua madrinha.

Scorpius sorriu para Rose. Sabia que a namorada evitava tocar no assunto – gravidez – com ele, por ter medo dele criar expectativas demais e se algo der errado culpá-la.

-Não que eu esteja reclamando, mas a que devo a honra futura senhora Malfoy.

—Eu estava fazendo um passeio pelas ruas de Londres e encontrei uma coisinha para você.

—Para mim?

Perguntou Scorpius surpreso.

Rose puxou uma caixinha, dentro havia um anel de noivado masculino. Scorpius não percebeu, mas estava sorrindo.

—Ontem, você disse que em algum momento eu teria que parar de enrolar você. Pois bem, quer casar comigo Scorpius?

—Para todo o sempre meu amor. Para todo o sempre.

Os dois se beijaram apaixonadamente.

—Quando eu penso que você não pode me fazer mais feliz… você aparece no meu escritório com uma aliança.

—Amo você, Scorpius.. Não importa o que aconteça estarei sempre do seu lado, para sempre. Nada mais vai nos separar.

Scorpius encarou Rose por uns instantes, então percebeu o porquê do passeio por Londres. Ela não tinha ido lá com intenção de comprar um anel de noivado, ela foi porque queria pensar, porque alguma coisa não tinha dado certo naquela manhã.

—Seu pai não gostou muito do nosso noivado, não é?

Rose deu um pequeno sorriu, sempre se surpreendia com a capacidade de Scorpius em entendê-la. Por um instante Scorpius desejou ter seguido seu plano original e ter feito a proposta somente depois que tivesse o consentimento de Ronald.

—O que importa é que eu não poderia desejar estar noiva de mais alguém. Se eu pudesse voltar no tempo erraria tudo exatamente igual, porque nossos erros e acertos nos trouxeram a esse momento. Noivos. Com o futuro inteiro pela frente. Meu pai terá o resto das nossas vidas para ficar feliz com nosso casamento. Nesse momento as únicas pessoas que eu quero que estejam felizes com nosso noivado somos nós, não me preocupo com o resto, não mais.

Scorpius a beijou.

Scorpius e Rose tiraram o fim de semana para eles. Fugiram do mundo. Escondidos na casa do lago dos avós maternos de Scorpius. Sabiam que essa pequena rebeldia lhes custaria uma semana de trabalho direto, mas não se importavam, só queriam estar a sós, aproveitando o novo passo na relação.

Não estavam na cidade quando o noivado dos dois foi anunciado em uma revista de fofoca. Não receberam as cartas dos familiares os parabenizando, ou de desconhecidos desejando felicidade eterna, ou os avisando do grande erro que estavam cometendo.

Antes de viajarem haviam jantando com Teddy, Vic e Zabine. Os cinco, ao contrário do Scorpius achava, até que se divertiram no jantar. Teddy Lupin, apesar de ficar com o pé atrás sobre Scorpius e Zabine não os tratou mal. Victoria, por outro lado sempre tentava incluir os dois nas conversas. Ao fim da noite, Teddy não odiava Zabine e gostava um pouco mais de Scorpius (ele não odiava o Malfoy desde que Peter tinha 2 dois e começou a adorar o amigo de sua tia).

O jantar com os pais de Rose e Scorpius foi um pouco mais complicado. Tudo saiu completamente normal, Ronald já estava mais acostumado com a ideia do noivado da filha e, apesar de não gostar do Malfoy, não repudiava a ideia completamente. O que doeu para Ronald foi perceber que havia perdido sua filha para os Malfoys…. Rose conversava animadamente com Draco sobre pesquisa médica, além de estar sempre atenta e cuidado de Astoria – não como uma médica com uma paciente, mas como uma filha cuida da mãe.

—Não sei o que é pior: perder minha filha pra Scorpius ou para a família Malfoy toda.

Ronald comentou a contragosto quando chegaram em casa. Hermione sorriu da capacidade do marido de sempre ficar com ciúmes das coisas mais idiotas.

—Você preferiria que eles a tratassem mal?

—Sim. Quer dizer não, mas precisavam ser tão próximos. Ela parece adorar eles.

—Isso não é algo ruim, Ronald. Eu amo os seus pais como se fossem os meus. Esse tipo de relação é essencial para criar filhos…

—Filhos? Eles mal noivaram Mione. Além disso é completamente diferente de você e minha família. Eles são Malfoy’s.

—Eles a tratam melhor do que nós o tratamos, então é normal que ela prefira está na presença deles do que com a nossa presença. Se meus pais te amassem e os seus me odiassem, nós com certeza iriamos passar mais tempo com meus pais do que com os seus. Então se eu fosse você começaria sim a pensar nos seus netos… porque se nós não nos adaptarmos a termos um Malfoy como genro… quando eles tiverem filhos, Draco e Astoria provavelmente irão vê-los mais do que a gente.

—Não diga bobagens, Mione.

—Não é bobagem, Ron. É um fato. Se quanto mais você for resistente em aceita-los mais eles irão se aproximar de Astoria e Draco.

Ronald não queria acreditar no que Hermione estava dizendo, mas percebeu nas semanas seguintes o quanto Rose estava mais distante. Não foi um distanciamento brutal, mas em pequenas coisas. Primeiro Rose não respondia suas cartas com a mesma rapidez, perdeu um jantar em família (sempre difícil devido a carreira de Hugo), e por fim se recusou a assistir ao jogo entre Cannons e as Harpias porque tinha prometido fazer compras com Astoria. Ele precisava fazer alguma coisa para não perder sua filha.

—Espera, está dizendo que vai convidar o Malfoy para assistir ao jogo com a gente?

Perguntou Hugo sem acreditar.

—Sim. Rose quer se casar com ele, acho que devemos nos aproximar.

—Não acredito nisso, papai. Tudo bem, já aceitei que os dois estão juntos, mas francamente isso não significa que devemos ser amigos dele.

—Quer dizer sim, filho. Ele irá se casar com Rose. Nesse momento ele é o homem mais importante para ela, e nós estamos em segundo lugar, mas acredito que poderemos perder muito postos se não nos adaptarmos rapidamente a ele, e sobretudo se continuarmos a negar um lugar na nossa família.

—Mas ele é um Malfoy!

—Ele é o futuro marido da sua irmã, logo oficialmente ele pertencerá a nossa família.

...

Scorpius estranhou quando Emily anunciou que Ronald Weasley desejava conversar com ele. Os dois não haviam se falado desde que jantaram há quase um mês.

—Senhor Weasley.

Cumprimentou Scorpius.

—Você gosta de quadribol, Scorpius?

Ronald perguntou rapidamente. Está ali era algo muito difícil para ele. Mais difícil do imaginou, iria chamar um Malfoy para participar de uma tradição da família Weasley.

—Claro! Que bruxo eu seria se não gostasse?

—Muito bem. Tenho um ingresso para o jogo entre Cannos e Harpias, que acontecerá depois de amanhã. Quer ir?

—Sim. Seria um prazer.

—Passo na sua casa às 14h, tente não se atrasar.

Ronald falou retirando-se do escritório, deixando um Scorpius confuso para trás.

...

—Você não vai acreditar onde eu vou depois de amanhã.

Scorpius comentou assim que Rose entrou no apartamento dele.

—Para Liverpool?

Chutou Rose, lembrando-se vagamente que o time de futebol que Scorpius iria ter um jogo importante.

—Não. Seu pai me chamou para assistir ao jogo do Cannons com Harpias.

—Meu pai chamou você?

—Sim.

Scorpius comentou estranhando a reação assustada da noiva.

—Tem certeza que era meu pai?

—Claro que tenho. Esse convite é algo ruim?

—Não. Eu só não acredito que ele te chamaria.

Scorpius não percebeu, mas fechou a cara. Rose notou e tratou-se de se explicar:

—Não é isso. Meu pai, desde que Hugo e eu somos pequenos, sempre nos levou para o último jogo da temporada dos Cannons. E, isso meio que se tornou uma tradição nossa. De nós três. Por isso, que não entendi o fato dele ter te chamado.

—Se é tão importante porque você não vai ao jogo?

—Eu estou tão atolada de trabalho que acabei marcando outro compromisso no dia do jogo. Marquei de sair com sua mãe para fazermos compras.

—A gente devia trocar então... Eu vou às compras com minha mãe e você vai assistir ao jogo com o seu pai.

Ao contrário do que Scorpius pensou Rose não sorriu com a proposta.

—Você não marcou outro compromisso sem querer. Na verdade, não quer sair com o seu pai e Hugo.

Scorpius comento percebeu o olhar da noiva. Ela apenas assentiu.

—Você devia ir ao jogo.

Ele insistiu.

—Não estou pronta para vê-lo.

Confessou Rose.

—Por quê?

—Porquê da última vez que eu o vi, no jantar, ele me olhava como se eu o tivesse decepcionado. E, eu estou em um ótimo momento da minha vida, não quero... não quero que ele estrague, só porque não concorda com as minhas escolhas.

Scorpius sentiu-se culpado. Rose sempre teve uma relação muito particular com seu pai, e ele sentia-se mal por causa um mal-estar nessa relação.

—Rose, eu...

Mas ele não conseguiu concluir sua sentença, pois ela o beijou.

—Nunca peça desculpas por ser a melhor pessoa que eu conheço, e sobretudo por ser meu noivo.

...

O jogo foi um dos mais disputados do campeonato e, apesar das Harpias possuírem um time infinitamente superior ao dos Cannons, a vitória delas foi bastante apertada (320 a 300).

—Foi um bom jogo, apesar da derrota.

Comentou Hugo.

—Deveríamos comemorar em algum bar.

Ronald comentou.

—Pai, nós perdemos.

Hugo comentou como se fosse óbvio.

—Mas perdemos lutando, e isso deve ser comemorado.

Os três entraram em um bar perto do estádio. Pediram cervejas amanteigadas. Conversaram sobre o jogo, os jogadores, táticas de time. Pareciam três velhos conhecidos. Não demorou muito para Hugo começar a flertar com a jovem bartender. Logo, o Weasley mais novo despediu-se dos dois, piscando o olho.

—Eu queria ter um terço dessa coragem quando era mais novo.

Ronald comentou com certo orgulho do filho.

—O senhor faz parte do trio de ouro, acho que deveria ter muita coragem.

—Vou te confessar uma coisa garoto, Harry e eu só sobrevivemos àqueles tempos por duas coisas: sorte e Hermione. Sem ela não teríamos durado nenhum dia.

—Mas o senhor ficou com ela no fim, então acho que a sorte ainda o acompanha.

Ronald sorriu.

—Rose é muito parecida com mãe sabia? Muito mais do que comigo. Quando ela crescia sempre imaginei como seria o marido dela, o tipo de cara que a merecia...

Scorpius desviou o olhar, sabia que Ronald provavelmente diria que ele não era merecedor de Rose, mas estranhamente ele só se calou, como se percebesse o que iria dizer e preferisse não falar.

—Acho que lhe devo um pedido de desculpas.

Scorpius comentou após um breve momento em silêncio.

—Por que exatamente?

—Quando Rose e eu voltamos... eu tinha um plano. Eu gosto muito de planos, de coisas certas e geralmente sempre que planejo algo sigo corretamente. Eu tinha o plano de conquista-lo antes de pedi-la em casamento. Você é o homem mais importante da vida dela, e eu desejei que o senhor desejasse passar o “bastão” para mim, mas para isso eu tinha que fazê-lo gostar de mim. Era o plano. Então um dia, Victoria pediu para que cuidássemos do Peter e passamos a noite ali, cuidando dele, e eu soube que não poderia esperar mais.

Ronald encarou Scorpius por algum tempo, por fim sorriu.

—Eu soube que queria casar com Hermione um ano antes de realmente pedi-la em casamento. Mas queria que tudo estivesse certo na nossa vida até fazer a proposto. Então, nós estávamos separados há alguns meses, porque eu estava no treinamento para ser auror e ela estava determinada a mudar o mundo bruxo, vivia em reuniões com duendes, gigantes, todo tipo de criatura... Em meio a tudo isso só conseguimos nos encontrar no Natal, mas ela passaria com os pais e eu com minha família. Combinamos de nos encontrarmos depois da meia noite. Durante o jantar a Fred estava mostrando um feitiço que ele tinha inventado, mas não deu muito certo e de repente todo o chão se encheu de catarro, para o desespero da minha mãe. E, eu me lembrei de quando estávamos no primeiro ano e um trasgo montanhês invadiu Hogwarts e Harry e eu salvamos Hermione com uma varinha no nariz dele. E, lembro de ter pensando em como aquela pequena Hermione e aquele pequeno Ronald cresceram, e que nós estávamos maduros o suficiente para quem sabe termos pequenas versões nossas. Levantei da mesa de jantar e aparatei na casa dos pais dela, me ajoelhei e a pedi em casamento. Também não pedi a benção ao pai dela.

Os dois se olharam cumplices.

—Mas você está errado sobre uma coisa, garoto. Eu não sou o homem mais importante da vida dela, você não precisa que eu passe o “bastão”, você já está com ele.

Ronald confessou.

—Entendo o porquê pensa assim, mas acho que não tem razão.

Discordou Scorpius.

Ronald encarou Scorpius durante breves momentos, internamente estava em conflito, não tinha nenhum motivo justificável para não gostar dele, mesmo assim não conseguia pensar que ele não era suficiente para sua Rose.

—Foi um bom jogo, garoto.

O ruivo disse antes de virar sua caneca de cerveja e ir em direção ao balcão para pedir a conta.

....

Rose sentia-se apreensiva, não gostava de ficar criando expectativas quando se tratava de Scorpius e seu pai, mas simplesmente não conseguia. Assim que Scorpius chegou no apartamento dela, Rose se controlou para não perguntar como havia sido a saído dele com Hugo e Ronald, e, tratou de falar na tarde maravilhosa que teve com Astoria.

—Não vai me perguntar sobre como foi a minha tarde?

Questionou Scorpius, deitando-se nas pernas de Rose.

—Estava esperando que me contasse.

—Foi surpreendentemente agradável.

Rose o encarou sem acreditar.

—Juro. Não mentiria para você.

—Mentiria sim. Para me fazer sentir melhor, após o que te falei sobre meu pai e eu. Você faria qualquer coisa para melhorar essa relação, inclusive mentir sobre o encontro de vocês.

Scorpius sorriu. Como sempre Rose tinha razão.

—Ok. Eu de fato, faria isso, mas é verdade. Não foi uma tarde ruim. Senti como se ele estivesse querendo me dar uma chance. Acredito que com o tempo ele vai gostar de mim, sabe? Ele te ama mais do que odeia minha família.

Rose não percebeu, mas deu um pequeno sorriso, cheio de esperança.

—Então foi uma tarde muita proveitosa?

—Poderia ser melhor. os Cannons poderiam ter vencido o hoje, você poderia estar lá. Ou, nós poderíamos ter ficado o dia inteiro juntinhos.

Disse Scorpius mordiscando a perna da noiva.

Rose sorriu maliciosamente quando entendeu as intenções dele.