Opiniões podem mudar

A morena anotou o endereço em um papel e entregou ao garoto, que pegou sua harley e foi até o apartamento da ruiva:

– Julian, o que faz aqui as 4:00 da manha?

– Posso entrar? Preciso falar com você.

– Claro entre.

– Russell está? Meu pai me contou que vocês estão namorando. Disse o rapaz sem papas na língua.

– Não está. DB tem seu próprio apartamento e eu e Lindsey temos o nosso. Já que está aqui eu gostaria de perguntar como você sabia que eu me chamava Catherine e não Mugs?

– Quando eu cheguei ao hospital para visitar meu pai, vi sua foto ao lado da cama dele. Perguntei a uma morena simpática chamada Sara quem era a mulher da foto e ela me contou toda história de vocês dois inclusive o beijo de meu pai e Finn. A ruiva ficou um pouco incomodada com o assunto do beijo.

– Se não se importa eu prefiro não tocar nesse assunto!

– Claro, não vim aqui para falar sobre isso. Eu vi e ouvi o que você disse a meu pai. Catherine não faça Lindsey passar pelo mesmo que eu passei, sei como é terrível por não ter seu pai ao seu lado. Sei como é se sentir diferente das outras crianças por não ter seu pai por perto. Por favor, Lindsey precisa do pai assim com ele precisa dela! A ruiva sabia muito bem do que Julian estava falando. Era terrível não poder dizer todos os dias a seu pai o quanto o ama.

O rapaz foi embora sem ao menos esperar Cath dizer algo. A ruiva ficou pensando em como Vartann sofreu por estar longe do filho. Mesmo que tivesse machucado e traído ela, Catherine ainda o amava e não podia deixar ele passar por isso novamente.

O dia seguinte foi um pouco exaustivo, Cath, Nick e Russell passaram quase todo o turno analisando as vitimas. Louis estava ocupado fazendo relatórios importantes para o Ecklie. Felizmente, o caso progrediu, os três encontraram algo na roupa de uma das vitimas. Era uma pequena flor arroxeada, presumiram que a planta poderia ter sido transferida do assassino ou do local onde elas estavam aprisionadas. Depois de finalizarem as analises Cath e DB ficaram conversando no corredor sobre o que Julian tinha dito a ela, então alguém os atrapalhou:

– Ora,ora,ora.Quem diria que eu encontraria o grande agente do FBI de Califórnia, Diebekern Russell em Las Vegas.

– Quer dizer que Julie Filey Uma renomada especialista em marcas sanguíneas está trabalhando na cidade do pecado? A loira concordou.

– Vocês dois já se conhecem?

– Sim Catherine, já trabalhamos juntos.

– Soube que vocês estão namorando! Ao falar isso DB congelou e a ruiva confirmou o que Finn disse. – Fiquei muito surpresa ao saber disso. Essa atitude não me parece vir do Russell que eu conhecia, aquele que fazia questão de mostrar a todos o orgulho que sentia de sua família.

– Pois é Finn, incrível com as coisas mudam não é? Perguntou DB nervoso.

– É verdade, elas mudam. Hey Catherine, soube também que você tem uma filha com Vartann.

– Sim tenho, ela se chama Lindsey, e você Finn? Já casou com ele? Julie riu.

– Eu casar com ele? Faça mil favor, Vartann foi apenas uma pequena história no passado, agora eu estou namorando com o detetive Moreno! Estranhamente Cath sentiu uma sensação de alivio penetrar seu peito.

Enquanto as duas pareciam se entender, Vartann terminou de organizar os relatórios. Depois de finalizá-las ele resolveu tomar uma xícara de café antes de ir embora para casa. Quando chegou à sala de descanso, ele se deparou com a filha chorando nos braços da avó:

– Ainda bem que você chegou. Poderia segurar Lindsey para mim enquanto eu faço uma ligação?

– Claro! Ao ser posta no colo do pai, a criança cessou o choro imediatamente.

– incrível, ela reconheceu o colo do pai! Disse Lily, Louis soltou um belo sorriso.

Quando a mulher saiu da sala, a menina repousou sua cabeça sobre o peito de seu pai. Lou a abraçou forte como se jamais fosse solta-la. Aos poucos, com o calor e o carinho do pai, o sono e o conforto foram invadindo a garota e seus olhos foram se fechando. Vartann se sentou no sofá com a filha dormindo sobre ele.

Catherine finalizou sua conversa com DB e Finn, depois foi pegar a filha que estava com a mãe na sala de descanso, mas quando adentrou o local viu Louis dormindo sentado no sofá e Lindsey também adormecida sobre o peito dele. A ruiva soltou um leve sorriso e alguém tocou seu ombro:

– Não sei qual foi o motivo que separou vocês, mas deixe-o viver esse momento. Ele nunca teve contato com ela, você sabe muito bem como é não ter seu pai presente em sua vida. Por isso não o impeça- os de viverem os melhores momentos de suas vidas juntos.

– Não se preocupe mãe, não proibirei Louis de conviver com minha pequena!

– Está fazendo o certo querida, está fazendo o certo, boa noite.

Após Lily ir embora, Catherine sentou-se ao lado dele e repousou sua cabeça sobre o ombro de Vartann, fechou os olhos e segurou levemente sua mão. Ficou a pensar em como ainda amava aquele homem, poderiam estar felizes se ele não tivesse resolvido traí-la com Finn. Eles estariam casados e morando junto com Julian e Lindsey. Cath sentiu Louis apertar sua mão então abriu imediatamente seus olhos:

– Desculpe por tê-lo acordado Lou! Disse ela sem graça depois de desprender sua mão da dele.

– Não estava dormindo, apenas aproveitava esse belo momento!

Catherine não podia negar que também aproveitava esse momento, então tomou coragem e convidou Vartann para um passeio:

– Amanha estaremos de folga, eu levarei Lindsey para uma manha no parque, você não gostaria de nos acompanhar? Pode levar Julian se quiser.

– Claro, Julian irá adorar essa ideia, mais Russell irá conosco?

– Não, não irá! Disse ela sorrindo e pegando a filha no colo com cuidado para não acordá-la.

– Então passaremos amanha bem cedo para pegar vocês,certo?

– Certo, até amanha! Disse ela puxando o investigador e lhe dando um beijo no rosto. Aquele beijo desmontou Louis inteiro.