Apesar de ter apenas onze anos, eu tocava piano e dedilhava meu violão, tentando compor. Então quando a professora de gramática e literatura pediu uma sextilha como lição de casa, as seis estrofes vieram com facilidade até mim.

Escrevi sobre a garota que dominava meus pensamentos, Victória. A menina de cachos ruivos e sardas delicadas que estudava três séries acima da minha.

Eu entreguei o bilhete no horário do intervalo, mostrando todos os dentes em um grande sorriso de expectativa.

— Eu tenho namorado, seu perdedor. – respondeu rasgando o papel em mil pedaços.

Ali estava meu coração, pela segunda vez despedaçado.