Despertei aos suspiros, lembrando as ultimas horas, aquela tinha sido a melhor noite de amor que eu já tive em toda a minha vida, Derek havia conseguido superar sua primeira performance, olhei para o lado ele dormia profundamente, me ajeitei na cama para observá-lo melhor, toquei em seu rosto contornando seus lábios e deslizando os dedos por todo seu peito até o umbigo, suspirei alto, não acreditando que depois de todos os acontecimentos passados, traições, seqüestro, ameaça, eu fosse viver um momento tão delicioso como aquele, já não tinha mais dúvidas, apesar do pouco tempo estava realmente apaixonada por ele, aproximei meus lábios para beijá-lo e ao tocá-los Derek despertou correspondendo ao beijo.

_Bom dia meu Amor. Dormiu bem? – As palavras saíram involuntariamente, não queria parecer uma boba apaixonada, os homens não gostam de mulheres assim, mas escapou, tinha que controlar meus anseios se quisesse continuar com aquele romance.

_Bom dia Sam. Com certeza dormi bem sim e por muito tempo pelo jeito. – Derek alcançou o relógio na cabeceira e deu um salto da cama se vestindo rapidamente e ordenando que eu fizesse o mesmo, fiquei por alguns segundos procurando o homem carinhoso da noite passada, saí da cama um tanto quanto decepcionada com aquela pressa toda.

_Para onde vamos? – Já estávamos arrumados, Derek subiu para a cabine de comando e ligou a lancha, era uma manhã linda de sol, o céu azul, propicio para um dia de folga e um banho de mar.

_Precisamos voltar e investigar mais sobre esse “Patrão”.

_Eu acho que Cindy é mais vulnerável que Cleiton para abrir o bico.

_Pensei nisso também, mas não podemos chegar juntos, preciso armar um plano com Carlos. – Derek ficou pensativo, eu não acreditava que a essa altura do campeonato íamos nos separar, eu não podia ficar isolada, eu tinha que saber o que estava acontecendo.

_Não, de forma alguma, quero ir com você. Não me deixa sozinha Derek, por favor!

_Calma Gata, não posso arriscar sua vida. Deixarei você em um lugar seguro até conseguir descobrir quem é o dono, depois que resolver tudo voltarei para pegá-la. Teremos muitas noites como essa, prometo. – Derek sorriu e me deu um beijo na testa.

_Espero que você consiga mesmo resolver isso. Não estou com um pressentimento muito bom dessa história. Tenho medo do que possa nos acontecer, ele não vai sossegar enquanto não conseguir nos eliminar. – As últimas palavras foram pronunciadas com dificuldade, lembrar que somos alvos de um assassino me deixava tremendo de pavor.

_Confie em mim! – Já nos aproximávamos do cais, assim que atracamos, dois homens nos recepcionaram, indicaram onde o carro de Derek estava estacionado, Carlos havia arrumado tudo para ele, notei que alguns policiais ainda estavam no píer onde houve a explosão, nós ancoramos do outro lado sem levantar suspeitas.

_Derek, tem uma coisa que não entendo. Você explodiu seu próprio carregamento? Você fez isso mas de qualquer forma não vai cumprir o combinado com seu cliente, não teve muita lógica isso não.

_Ohhh minha doce Samantha, achei que você fosse mais esperta, é claro que eu não explodi minha carga, não sou louco de queimar dinheiro. Carlos e eu reprogramamos tudo depois que descobrimos que seríamos interceptados, na realidade o carregamento já está nas mãos de nosso cliente, chegou já faz alguns dias, o que você viu chegando ontem na realidade eram caixas com sacas de trigo, nós manipulamos as informações e eles caíram direitinho.

_Nossa vocês realmente foram muito espertos. E do que se trata esse carregamento? Posso saber?

_Para sua segurança é melhor não. Sam, eu sou um lobo mal bonzinho digamos assim. – Derek riu da própria definição que lhe dera.

_Lobo mal bonzinho, essa é boa, nunca tinha ouvido. – Entendi que ele quis dizer que era um criminoso, pois fazia negociações ilegais, mas não era um assassino que matava por prazer.

_Quanto menos você souber é melhor. Confie em mim.

_Está bem, você está certo, foi por saber demais que estou nessa situação agora.

Derek se aproximou de um galpão, o portão foi aberto por um senhor dos seus 60 anos, cabelos brancos, pele enrugada, vestia um macacão marrom, me pareceu ser uma espécie de operário ou faxineiro e não um segurança.

_Que lugar é esse? – Perguntei apreensiva.

_Vamos nos encontrar com Carlos, você ficará com ele enquanto retorno para a mansão.

Eu não queria me afastar dele, estava me sentindo segura, tinha medo se passar por tudo aquilo novamente.

_Derek, me leva com você. Eu posso te ajudar.

_Não Sam, está decidido você fica. – Entendi pelo seu olhar que não ia adiantar eu suplicar porque ele não mudaria de idéia.

_Carlos, conseguiu descobrir algo sobre o outro cara?

_Não consegui nada, esse cara é como um camaleão muda de cor para seus inimigos não o reconhecerem, você vai precisar usar toda a sua astucia para arrancar do Cleiton, da sua tia ou dessa tal de Elisa.

_Cindy, o nome verdadeiro dela é Cindy! – Eu o corrigi para que notassem que eu estava ali.

_Ahhh sim, obrigado. – Carlos novamente me olhou com olhar malicioso, aquela atitude reforçou o meu desejo de não me separar de Derek.

_Deixa comigo, vou voltar pra casa e investigar mais sobre isso. Você por favor, cuide da Samantha tá legal?

_Claro com todo o prazer. Mas o que vai dizer a eles por estar chegando sem ela?

_É simples, vou dizer que ela ficou com medo e deu um jeito de fugir.

_Vai ser um pouco difícil de eles acreditarem, qualquer um percebe que ela está caidinha por você. – Que ódio, estava tão nítida assim a minha paixão por ele.

_Carlos não se preocupe com isso tá, eu me viro, o importante é você levá-la para um local seguro e ficar lá até o meu aviso.

Arfei, sentindo um alivio por Derek não ter dado muita importância pelo comentário do amigo, tinha que me policiar para não demonstrar.

_Tudo bem amigo, deixe comigo, sua namorada estará segura comigo. – Olhei surpresa para Derek que sorriu para o amigo revelando que ele estava certo.

_Não podemos perder mais tempo. – Derek se aproximou de mim me deu um beijo que eu correspondi apaixonada e um longo abraço, minha intenção não era soltá-lo já que eu não estava com um bom pressentimento, fiquei olhando ele se afastar em direção ao carro.

_Vamos Senhorita?! – Como dizem, estava viajando, só voltei a mim quando ouvi os estalos dos dedos de Carlos próximos do meu rosto.

_Ahhh sim, vamos. – Entrei na pickup que por sinal era muito desconfortável, o encosto do banco parecia ter um caroço que machucava minhas costas, só havia um pedaço do que era para ser o cinto de segurança, Carlos dirigia com dificuldade, dando trancos a cada troca de marcha.

_Desculpa, mas porque vamos nesse carro? Porque não usamos o outro? – Esse outro que me referi era um Ford Fusion Branco zerado, brilhando, nem a sujeira do lugar conseguiu ofuscar a beleza daquele carro.

_HAHAHAHAHA está acostumada com conforto boneca? Nada disso, vamos nesse aqui mesmo.

_Não é isso, é que percebo que você não está se dando muito bem em dirigir essa lat... quer dizer esse carro.

_Lata velha eu sei que você ia dizer isso. E é mesmo uma lata velha, mas preciso dela para poder esconder você. Para onde vamos se eu chegar com um carro luxuoso daquele vão desconfiar.

_E para onde estamos indo?

_Vamos para um lugar seguro é próximo daqui, ficaremos melhor acomodados lá. – O homem riu com certo olhar de malicia, decidi então prestar atenção no caminho caso eu precisasse fugir novamente, Carlos não me inspirava confiança mesmo depois de Derek ter me afirmado isso.

_Você e Derek são sócios há muito tempo?

_Ahhhh sim, você devia ser apenas uma menina quando nos aliamos. Somos praticamente irmãos, dificilmente entramos em desacordo.

_Hummm que interessante, tenho uma amiga que a considero assim também, mas hoje depois de tudo isso estou um pouco receosa de confiar nela. Não sei se está envolvida nessa sujeira.

_Essa amiga por acaso seria a Cristine? – Olhei espantada para ele, eu acabara de conhecê-lo e ele demonstrava que sabia algo sobre mim.

_Sim, como você sabe? Quer dizer você a conhece?

_Samanthinha sabemos muito sobre você, mas para matar sua curiosidade, já há algum tempo atrás tive um lance com a Cris para tentar descobrir sobre Xavier, era para ser algo rápido, mas como ela era muito discreta, nunca quis se envolver nesses assuntos e não falava nada sobre seu trabalho ou sobre seu chefe, desisti quando percebi que ela queria um compromisso mais sério, ao contrário de Derek, nunca pensei em me amarrar a uma mulher.

_Então você acha que Cris não se envolveu nessa história? Podemos confiar nela?

_Bom, eu não tenho certeza, seria melhor você não tentar contato com ela para nos proteger e também garantir a segurança de Cris, é melhor não envolver mais gente nessa história.

_É você tem razão, melhor não colocá-la no meio disso. Tomara que Derek descubra quem é esse “Patrão”, ele é a chave para terminarmos essa história, quero minha paz novamente.

_Para viver feliz para sempre com o novo amor. – Entre risadas ele completou minha frase enquanto arranhava o câmbio da pickup.

_Está maluco? Pára com isso. – Fui incisiva em meu tom de voz, demonstrando que não havia gostado do comentário.

_Não precisa ficar envergonhada, já percebi o que rola entre vocês. Esse é um defeito que até hoje não consegui corrigir no meu amigo.

_Do que você está falando? Você acha que ele realmente está apaixonado por mim? – Perguntei com ar de desdém, não queria que ele percebesse minha euforia de imaginar que poderia ter algo mais serio com Derek.

_Estou falando o que vejo, mas vamos deixar esse assunto para depois, temos coisas mais importantes para nos preocupar. – Percebi que ele quis desconversar, resolvi não insistir para não dar mais bandeira, passávamos por um vilarejo bem simples, agora entendi o porquê ele usou a pickup, Carlos cumprimentava as pessoas na rua, me pareceu ser bem popular ali, ele reduziu a velocidade, pois havia muitas crianças brincando na rua.

_Você conhece todos eles?

_Ahhh sim, eu morei aqui, conheço cada detalhe desse lugar.

_Entendi agora porque todos o conhecem.

Já afastados do vilarejo, Carlos estacionou em frente a uma casa grande, de arquitetura história muito bonita, porém degastada pelo tempo descemos do carro e fomos em direção a porta principal.

_Mademoiselle! – Carlos abriu a porta e fez um gesto para que eu entrasse, como se fosse um servo a sua rainha, eu somente ri e me adentrei no recinto, a decoração era rústica, porém de muito bom gosto.

_Não tem mais ninguém aqui? – Perguntei receosa, mesmo ele sendo amigo de Derek, tive uma pontinha de medo em ficar sozinha com ele.

_Sim, estamos somente eu e você aqui, mas não precisa ter medo, não sou o lobo mal e também já estou saindo. Você poderá aproveitar todos os recursos desta casa, tem uma porção de DVDs ali no home, a piscina lá fora também é ótima e está limpa, você pode usá-la também, ahhh que cabeça a minha, Derek pediu para providenciar roupas novas para você, vamos vou mostrar seu quarto.

Subimos as escadas em direção aos quartos, Carlos abriu a primeira porta do corredor, fiquei impressionada ao entrar, era realmente um quarto de princesa, a cama imensa recheada de travesseiros, me dirigi até a varanda abri as cortinas à vista era para uma linda paisagem, sempre gostei de apreciar o verde da natureza.

_Bom aqui estão suas roupas, como eu não entendo nada disso comprei uma porção delas, à moça da loja que indicou espero que goste de alguma.

_Ahhh claro, vou dar uma olhada. Obrigada.

_Agora tenho de deixá-la, preciso resolver alguns assuntos, a senhorita, por favor, fique aqui e espere Derek chegar ok?

_Mas eu vou ficar aqui sozinha? Derek falou para você esperar o aviso dele.

_Não há necessidade da minha presença, você está segura aqui, aproveite as instalações da casa e relaxe até um de nós voltarmos.

_Se é assim, então está bem. – Não estava muito confortável em ficar ali sozinha, mas eu não tinha outra opção senão obedecer, Carlos saiu e eu fiquei observando pela varanda até que ele passou pelo portão aos trancos com a pickup e em pouco tempo já tinha sumido da minha vista.

***

Depois de um banho refrescante resolvi explorar aquele lugar, vasculhei as outras suítes e não encontrei nada de interessante, somente livros velhos, voltei para o quarto onde Carlos havia me deixado, parei na porta e fiquei observando todo o ambiente, me chamou a atenção a alça de uma bolsa embaixo da cama, corri para alcançá-la, era uma mochila grande de viagem, joguei-a em cima da cama e abri o zíper para verificar o que havia dentro dela, fiquei surpresa quando retirei de um envelope, várias fotos de Xavier com uma mulher, Derek disse que eu e Alice somos parecidas então deduzi que a moça da foto fosse sua esposa por sua semelhança comigo, as fotos revelavam claramente que os dois estavam tendo um caso, então Derek sabia o tempo todo que a morte dela era uma farsa, eu não entendia porque ele demorou tanto para tomar uma ação contra eles, caminhei até a varanda tentando encontrar a lógica daquilo tudo, fiquei por alguns minutos inerte, olhando para o horizonte, percebi uma movimentação na edícula que ficava um pouco distante da casa principal, me agachei e fiquei olhando pela fresta dos balaustres.

Carlos havia voltado e estava com Xavier, certamente havia tirado ele do primeiro cativeiro e trouxera para cá. Decidi ir ao encontro dele, guardei as fotos na mochila coloquei-a novamente em baixo da cama, desci em direção a porta da sala, girei a maçaneta e constatei que estava trancada, fui até a cozinha e também encontrava-se trancada, verifiquei todas as janelas e todas possuíam grades fixas.

_Mas que droga, Carlos me deixou trancada aqui. – Gritei de raiva.

Voltei para a cozinha de onde podia ver a edícula e não avistei mais a pickup, ele tinha ido embora e deixado Xavier ali, me apoiei sobre a mesa, pensando em como sair dali, levantei a cabeça e na minha frente havia um porta-chaves pendurado na parede, corri até ele e apanhei o único molho de chaves que estava ali, corri para a porta da cozinha e testei todas as chaves, até que por fim encontrei uma que destravou a porta, por um momento tinha pensado que Carlos me trancara ali, mas me enganei já que ele havia deixado uma cópia das chaves, corri até a edícula para verificar a situação de Xavier.

_Por favor, me ajude! Socorro! – Ouvi bem baixinho os pedidos de socorro de Xavier, a voz era de quem estava extremamente exausto, sem forças até para gritar.

Abri a porta e entrei devagar, o lugar estava vazio, sem moveis algum, andei pela casa toda e não encontrei Xavier em nenhum cômodo.

_Aqui em baixo, por favor, estou aqui em baixo. Socorro! – Fui me guiando pela voz de Xavier, até que encontrei na sala um recorte no piso que poderia ser um acesso ao porão, consegui abrir e desci as escadas, somente uma luz fraca iluminava o ambiente.

Fiquei assustada ao ver o estado de Xavier, ele havia tomado uma tremenda surra, estava todo ensangüentado, mal conseguia abrir um olho de tão inchado que estava. Carlos deixou-o amarrado a uma cadeira, ao mesmo tempo em que senti satisfação, já que ele havia me traído e me jogado na cova com os leões, vê-lo naquele estado me deu pena, nenhum ser humano merece ser tratado daquele jeito, por pior que ele seja.

_Samantha, que bom que você está aqui. Me ajude! Veja o que fizeram comigo.

_Como você é sínico Xavier, eu sei que você está por trás do meu seqüestro, eu vi você, acreditei que fosse meu amigo, mas você me traiu, não espere de mim piedade, não vou te perdoar nunca pelo que fez comigo, essas horas eu podia estar morta. Só vim aqui porque quero saber quem é o Patrão. Vai, fala! Quem é ele?

_Não! Você está enganada. Eu não traí você pelo contrário, fui até lá para te salvar. – Xavier estava com muita dificuldade para falar, fazia pausas constantes para respirar.

_Não pense que vou cair nessa sua conversinha, você me pareceu bem intimo daqueles caras, quem é ele? Me diga.

_Eu não sei quem ele é, acr... acredite em mim. Eu falei para o Roger e o outro comparsa que não era para machucar você, queríamos somente que você atraísse o Derek. Quando eu descobri que iam te matar fui até lá para te resgatar, eu saí com o “Patrão” para tentar convencê-lo e consegui, só que quando voltamos você havia fugido, fiquei aliviado. – Xavier pausou buscando o ar para continuar a falar.

_Eu preciso de água, por favor, me dê um pouco d’agua.

Procurei algo naquele porão que pudesse servir de recipiente, achei uma caneca velha de alumínio, subi até a cozinha e peguei água para Xavier, estava confusa com aquela história precisava ouvir mais para ter certeza em que campo estava pisando. Desci até o porão ele parecia ter desmaiado, joguei água em seu rosto e bati levemente para acordá-lo.

_Beba, vai te fazer bem. – Aproximei a caneca em sua boca ele bebeu ansiosamente.

_Você precisa acreditar em mim. Precisamos fugir daqui, o Derek não presta Sam, ele e o Carlos são dois assassinos, você também está correndo perigo.

_Pára, pára, pára com essa história, como você pode ser tão medíocre, baixo, frio a ponto de me dizer isso? Eu sei que você roubou a mulher do cara e faz de tudo para entrar nos negócios dele e que você e sua quadrilha estão tentando eliminá-los.

_NÃO! Não foi bem assim, ela me procurou me pedindo ajuda, Derek assassinou o irmão de Alice, ela me pediu para ajudá-la a se vingar dele, nos aproximamos tanto que acabamos nos relacionando. Samantha presta atenção aos fatos.

_E se o Derek matou o irmão dela certamente ele fez alguma coisa errada.

_Ai Samantha você está tão iludida por esse homem que não consegue ver ou não quer ver. Me escuta, lembra do lenço que você disse que jogaram para você?

_Lembro! O que tem?

_Então, o lenço é dele as iniciais DH significa Derek Holtz, eu também te salvei aquele dia te tirando da mansão, armei para ele sair da casa e mandei um taxi lá para te buscar, queria te proteger, mas não podia te contar, já estávamos com o cerco armado para pegá-lo se você soubesse poderia por tudo a perder. Você precisa acreditar em mim, precisamos sair dessa casa e procurar ajuda, eles não vão parar até acabar com todos nós.

Fiquei em choque com as informações que Xavier me dissera, DH era Derek, ele era um assassino, foi meu amigo que me “salvou”, mas algumas peças ainda não encaixavam naquele jogo.

_Como eu posso saber que está me dizendo à verdade? – ao mesmo tempo em que eu acreditava eu duvidava de Xavier, estava muito confusa, precisava investigar mais sobre os dois, não sabia agora em quem confiar.

_Todas as provas contra Derek, estão no cofre da boate, nós vamos até lá e te mostrarei tudo.

_Ok, eu vou, mas você fica. Me diz qual o segredo do cofre?

_ O que? Você está brincando? Vai me deixar aqui? Não, nada disso, você vai me deixar apodrecer aqui. Você me leva junto ou nada feito.

_Escuta aqui Xavier, cansei desse seu joguinho. Me fala logo o segredo desse cofre, eu vou até lá e você pode ter certeza que voltarei com seus amigos para resgatá-lo. Eles não vão te matar pode acreditar em mim. - Eu sabia que Xavier estava jogando comigo e eu não ia cair nessa historia, se eu o soltasse, estava claro que iria aprontar para cima de mim novamente.

_Tá bom, droga, não tenho escolha né. Estou confiando minha vida a você, por favor, volte assim que descobrir que tenho razão.

_Tudo bem, prometo. Agora fala.

_O segredo é 52 a direita, 44 a esquerda e 18 a direita. Mas por favor, Samantha, tome cuidado se te pegarem é o nosso fim.

_Certo, fique tranqüilo. – Olhei fixamente nos olhos de Xavier e o deixei ali sozinho novamente.

Derek e Carlos ainda não tinham chego, fui para o quarto peguei a mochila com as fotos, coloquei algumas roupas dentro dela, desci para a cozinha e peguei uma garrafa de água, o calor era quase que insuportável e eu já me preparava para caminhar bastante, ainda bem que já não sentia mais dor por causa da torção, sai em direção a estrada, precisava chegar na cidade antes do anoitecer, andei alguns quilômetros, parei um pouco para descansar, sentada com a cabeça abaixada entre os joelhos, fiquei olhando o chão, relembrando os últimos acontecimentos, ouvi o barulho de um veiculo se aproximando, dei sinal pedindo carona.

O carro estacionou ao meu lado, o motorista fez sinal para que eu entrasse, dei a volta no carro e entrei rapidamente, o motorista era um rapaz de seus 26 anos, magro, pele queimada de sol, aparentava ser servente de pedreiro ou algo parecido, logo que entrei no carro pude sentir o cheiro de cimento e a poeira de construção.

_Oi senhorita, me chamo José e você?

_Muito prazer, sou Samantha. Obrigada pela carona.

_Não há de que? Você ia andar um bocado hein, para onde está indo?

_Preciso chegar o mais próximo da cidade.

_Que sorte a sua, estou indo justamente para lá.

_Sorte mesmo.

Depois dessa pequena conversa, ele aumentou um pouco mais o volume do carro e viajamos por horas sem trocar uma só palavra, mais uma vez estava eu tentando juntar as informações e chegar a uma conclusão de quem estava com a razão naquela história toda, era complicado, difícil de acreditar, mas muitas das coisas que Xavier me disse fazem mais sentido do que eu pensava, não percebi o tempo passar e quando me dei conta já havíamos chegado na cidade.

_Eu vou para o lado norte da cidade quer que eu a deixe em algum lugar? – Olhei para fora a fim de identificar onde eu estava e aquele era meu dia sorte, o caminho dele era justamente o caminho mais rápido para a boate.

_Nossa, ficaria muito agradecida se o senhor me deixasse próximo ao shopping Plaza que é no mesmo caminho. – A boate ficava na rua atrás do shopping.

_Claro, vamos então. – Não faltava muito para chegarmos ao destino, meus batimentos cardíacos começavam a aumentar, estava ficando nervosa, pensando no que eu iria encontrar dali em diante.

_Prontinho, entregue.

Já estávamos em frente à entrada do shopping, senti minhas mãos geladas, me despedi do Sr José lhe agradecendo o imenso favor que me fez, olhei para a rua que me daria acesso a entrada da boate e caminhei em sua direção, agora era tudo ou nada.