Atashi To Tenshi To Akuma

Capítulo 11 (Ponto de vista do Sam)



Oi, oi, oi, criançada!!! Agora começa o lado pedófilo da história!!! Aplausos, aplausos!

Sou Sam, um cara lindo, gostoso, maravilhoso, ou seja, de dar inveja! Não gostou? Deita na BR, amor e mil beijos pra você!

Tudo começou em um lindo dia. O sol brilhava, o céu estava azul, borboletas - tão coloridas quanto eu - voavam por aí com a graça de uma jiboia. Entrei num colégio lindo, que nem o dia, que nem o sol, que nem o mundo. E o meu companheiro de quarto era um lindo e maravilhoso loirinho deprimido.

Esse fantástico e estupendo loirinho – Danny, era seu nome - tinha cara de irritável, só com isso ganhei o meu fabuloso e feliz dia.

Ah, como não estar feliz? Pessoas normais. Pessoas que só forçavam ser algo que não eram por falta de auto-estima, e não o contrário. Não é perfeito?

E foram nesses lindos e maravilhosos dias de férias que objetos começaram a falar comigo. Bem, é sempre bom ser uma pessoa eclética e versátil, certo? Conversar com espelhos não era um hobbie tão estranho... Enfim, querido leitor, leitora, os dois ou um pouquinho de cada. O que eu quero dizer é: Espelhos começaram a rir e falar comigo. Vou explicar melhor:

Lá estava eu, todo lindo e descolado como sou, arrumando meu cabelo, tão perfeito quanto eu, quando uma linda e perfeita ameaçadora voz grossa começou a falar comigo.

– Ei, verme maldito, tem mais alguém morando nesse quarto? – Perguntou com um ma-ra-vi-lho-so mau humor.

– Por que quer saber, querido? – Perguntei, sem dar muita importância, concentrado em coisas mais produtivas, meu cabelo, por exemplo.

– Tem um tal de Zarathos aí, não? – Olhe, que beleza, o sobrenome de Danny é quase isso, quem diria que ele se envolvia com esse tipo de gente? – Podemos te dar o que quer, anjo. – Opa, opa, opa, agora a porra ficou linda e maravilhosamente séria.

– E como saberia o que eu quero? – Sorri.

– Ora, não é muito difícil, não acha? – Deu uma linda e maravilhosa risadinha.

– Então, o que quer com Zarathos e como vou conseguir o que eu quero? – Fiquei fabulosa e fofamente interessado.

– Ah, ele é um fugido, igual a você. – Explicou. – Queremos trazê-lo de volta, ele foi um bom garoto...(Acho que ele disse isso no mal sentido) – Deu um lindo suspiro. – Ele tinha futuro, sabe? Quer ocupar o lugar dele? Nada melhor do que um foragido...

– Não, dessa vez não, obrigado. E o que eu quero? Não se esqueça, senhor...

– A-Ah, sim, claro... Hum... O nosso Senhor pode falar com o seu-

– Ele não é mais meu senhor. – Falei linda e rispidamente.

– Ok. O nosso Senhor pode falar com o Senhor lá de cima. Por bem ou por mal.

– Ele realmente vai conseguir? Você não parece muito seguro com essa proposta. Já sei! Quero falar com ele. – Propus, o pressionando lindamente.

– C-Com o Senhor? – A linda e poderosa voz fraquejou novamente. – Vou ver o que posso fazer.

– E negociações justas, por favor... – Acrescentei. Chega de lindo, deu pra entender. – Afinal, uma mão lava a outra. – Terminei de arrumar meu cabelo e saí. Nada melhor que uma boa saída triunfal.

Dias depois apareceu uma garota na Academia. Fiquei um tanto surpreso. Mas, bem, quanto mais pessoas no jogo melhor. Muahahahaha!

Tentei descobrir alguma coisa dando umas beijocas por aí. P.S.: Eu era um cupido, então posso controlar os sentimentos de amor das pessoas por beijos, bem útil.(O normal são flechas, mas acho que é muito perverso ficar espetando flecha na poupança dos outros, e clichê, agora os tempos são outros...) Mas o que me aparece? A garota, Lô, me espionando quando sondei o Joshy.

Pensei com meus botões: “Ah, quem sabe ela tem alguma informação?”, mas justo quando fui tentar ganhar alguma, apareceu o demoniozinho. Ah, maldito! Não perde por esperar, ainda vou te dar uma bitoca pra saber seus segredinhos... Bem, eles não têm que gostar de mim mesmo, de acordo com meus planos eu vou manipulá-los para ganhar minha liberdade.

No mesmo dia, mais tarde, minha chamada do além pelo espelho repetiu. Só não quebro aquele infeliz para não ter 7 anos de azar, já tenho o suficiente. Dessa vez era o Senhor Capetão mesmo, em chifre e osso. Não que tenha dado pra ver muita coisa, a imagem estava meio embaçada, mas a presença era esmagadora demais pra ser outro diabo qualquer.

Bem, como não foi uma conversa das mais agradáveis vou só ressaltar que fizemos um contrato, ele me daria liberdade se eu tirasse o Dan pra fora da academia. Selamos com sangue e etc e tal... Um pacto com o Diabo, a coisa mais corriqueira do mundo.

Bem, assim o dia foi passando, e eu tentando tirar o Dan do colégio. Saco, ele estava desconfiado demais desde que beijei a Lô, não dava nenhuma brecha.

Uma hora ele acabou de cara nas saladas, num jantar. Que feio Dan, nunca te falaram que não é bom brincar com comida? Voltei pro quarto e mais uma vez o espelho ficou me encarando – na medida do possível – até eu atender a ligação “interdimensoniana”.

Me mandaram fazer o Dan beber um tipo de remédio, pra dar pra conseguir rastreá-lo mesmo no território do colégio, na verdade até persegui-lo, – não me falaram como – mas eu ainda teria que quebrar o encanto que a terra santa exercia sobre ele, tirando ele do território, porém isso eu ia pensar depois.. . Ele não tinha chegado ainda, nem Lô e era bem tarde. Era bem provável que tenha sido levado pra enfermaria por causa do desmaio. Então, eu, lindo, maravilhoso e muuuuuuuito discreto fui checar se ele realmente estava lá. Estava. Fui pro quarto e montei um plano para drogá-lo.

Acabou que com um selinho (ela era fraca), controlei a enfermeira e dei um remédio pra Sam como se fosse da parte dela. Sarah iria confirmar que não era nada de mais caso perguntassem, claro, eu sabia que Dan e Lorene iam desconfiar.

Ah, Lorene. Me deu muita inveja de Dan. Tá olhando o quê? Eu ERA um anjo, eu não preciso ser perfeito agora. Imagina. Ter alguém que saiba de seus segredos e de seus podres e ela não importar, apoiar, ser amiga... Talvez eu conseguisse ser amigo dela, mas já era tarde demais. E era esse o dia em que as coisas realmente teriam seu desfecho.

Depois do café, segui eles até o campo de futebol, onde, depois deles se instalaram, eu subi numa árvore pra observar. Droga, ainda estava vestido de enfermeira. Não sei como essas mulheres conseguem subir em árvores de saia... Foi realmente divertido me vestir assim, mas a graça acabou quando o primeiro galho agarrou em lugares não muito agradáveis...

Bem, enfim, eu já tinha esquematizado meu plano para jogar o demônio pra fora da academia. Só que precisava de calças. Urgente.

–-x—

Depois de ter roubado as calças de um infeliz – que Deus lhe pague em dobro. Amo colocar minhas coisas na conta dele... Já deve estar devendo umas 20 calças - que estava passando perto de mim com cara de assustado, voltei pro campo de futebol, onde roubei a bola e isolei ela, forte o bastante pra sair da escola – dessa vez eu realmente tinha me superado... – e saí correndo, rezando pra que Dan fosse pegar a bola.

Como me pareceu que ia sobrar pro magrelo alto, beijei ele (sem ninguém notar, claro, não queria que tudo fosse por água abaixo) e fiz com que se negasse a ir pegar a bola. E aos poucos fui seguindo os dois. Cá entre nós, o Dan era meio bobalhão... Nem notou minha presença. Mas isso foi bom pra mim, então deixemos de lado.

Ele foi atraído pra fora, teve uma “lutchenha” básica com um demônio que veio buscar Dan, várias reviravoltas. Sinceramente, não gostei muito porque Lô e mais uma mãe e sua filha foram metidas no meio, mas era a minha liberdade, então deixei estar. Eles conseguiram escapar, mas eu já tinha feito meu trabalho e ia ganhar o que queria. Quer algo melhor? Ainda mais, ninguém se machucou. Tudo está bem quando acaba bem... Que olhar é esse? Eu não sou completamente malvado, só sou um homem – ou nem tanto - que quer alcançar seus objetivos a todo custo.

Pelo menos eu achava que estava tudo bem. Até que, na frente dos dois, mortos de cansaço depois de correrem fugindo do chifrudo que foi atrás do Dan, abriu-se um sorriso maligno no chão, contornado por dois olhos vermelhos, cruéis.

Isso não fazia parte do meu trabalho, nem iria fazer. Alarmado eu pulei da árvore, tomando minha forma real – de fraldinha, muito tosco, prefiro me vestir de mulher, pessoalmente, ser cupido é uma merda. – e usando minhas asas para parar o impacto. Tudo aconteceu rápido demais. Cuidando para estar fora da vista da aberração-feia-que-nem-plástica-resolve. Segurei os dois, um em cada braço – três vivas às aulas de pilates - e alceei vôo com eles.

– S-Sam? – Perguntou Lô, espantada. – Q-quComCaralh... A gente tá muito alto!!

– É, eu sei, amore... – Sorri orgulhoso.

Dan primeiramente não disse nada, olhou pra mim por alguns minutos e finalmente concluiu.

– Belas fraldas.

– Obrigado, querido.

Ouvi sons de helicóptero às minha costas. O que mais poderia acontecer nesse dia lindo, maravilhoso e fatídico.

– Ora, ora, meus caros jovens, o que fazem aí? - Um velho carismático se pendurou no seu transporte, olhando para nós.

–D-Diretor Chrow? - Todos falaram em uníssono.