— Ok, estamos todos aqui Mestre Gerik! – Diz Oliver cumprimentando o mestre dos Assassinos.

O velho mestre ergue sua cabeça e confirma:

Vejo isso meu jovem e fico feliz que vocês três estejam aqui hoje.

— Todos nós estamos Mestre Gerik. – Responde a jovem princesa que estava ao seu lado. – Eu esperei muito por isso, é até difícil expressar meus sentimentos. – Completa Anna enxugando uma lagrima que caia de seus olhos.

— Minha criança, eu sei como se sente, mas no momento temos que passar a mensagem para os meninos, temos pouco tempo.

­Anna ao ouvir as palavras do mestre dos Assassinos afirma com a cabeça e ao olhar para seus três escolhidos sorri, mas também tinha seu coração pesado, pois passaria um grande fardo para eles.

Ao lado de Gerik estava seu irmão mais velho Frei Thomas, que ao ver os três adentrando o circulo pergunta:

— Então meu irmão, hora de sabermos o que vamos enfrentar?

Sim, mas antes... Serge!

O Assassino de Masyaf da um passo a frente.

— Aqui estou mestre!

Diga-me? O que apreendeu no mundo de Crissaegrim?

— Como?

Sim, meu jovem, conte-nos o que passou lá naquele mundo e que experiências isso lhe valeu para seu crescimento e amadurecimento?

O lobo branco se cala, fecha os olhos e busca em sua memoria tudo o que ele viveu dentro daquele mundo, pequeno, mas cheio de vida.

— Apreendi como a vida é preciosa... – Recorda-se de quando viu as princesas sofrendo e não pode fazer nada e orou para o Santo das Espadas lhe dar forças para proteger quem lhe era querido.

— Como o amor por alguém pode operar milagres... – Recorda-se do amor de Anna que salvou a vida de sua irmã e de seu reino.

— O verdadeiro significado de uma promessa... – Lembrou-se das palavras de Arendelle, que lhe confiou Fernir.

— E que cada historia, por menor que seja se torna grande quando fazemos parte dela.

Olha para Anna e depois para seu fiel amigo lupino.

— E apreendi o que é ter um amigo para a vida toda. – E afaga a cabeça do lobo, que fecha os olhos aceitando de bom grado o cafune.

E você meu amigo lupino? O que apreendeu com Serge?

O Ra-Seru encara o mestre com seriedade e responde em tom serio:

Apreendi com ele o como é forte o sentimento de amizade. Que ele esta disposto a tudo, para salvar quem precisa, sei que não podemos salvar a todos... Não somos deuses infelizmente. – Faz uma pausa e olha para Anna. – Também vi o como ele é zeloso com as pessoas que ele ama, com aqueles que são diferentes em forma física ou espiritual. O que estou tentando dizer é... Que a esperança dele é tão ou maior que meus antigos mestres! E eu estou orgulhoso por ter me tornado seu Ra-Seru e ele meu regente.

Completa Fenrir sorrindo e olhando para cima onde encontra os olhos de Serge que estavam marejados, não tinha ideia que lobo tinha todo esse sentimento por ele, foi então que se lembrou das palavras de Arendelle, que o Ra-Seru te vê mais que um amigo, ele é parte de você, até o dia de sua morte.

Serge poderia ficar pensando nisso por dias, mas um bater de palmas o chama atenção.

Excelente! Eu não poderia esperar resposta melhor vinda de vocês! – Exclama Gerik orgulhoso.

O jovem Assassino sente seu coração bater mais rápido com aquelas palavras, então vira seu rosto e vê sua princesa quase se debulhando em lágrimas, depois olhou para trás e viu Allen sorrindo orgulhoso para ele e um pequeno discípulo que tinha duas cachoeiras, literalmente jorrando por seus olhos.

— Eu não estou chorando! Só caiu um baita cisco no meu olho tá!

Serge segurou o riso, até...

— E é por isso meu caro que eu e meu irmão te entregamos nosso maior tesouro. – Foi à voz de Frei Thomas, que tomou a palavra. – Hoje é um dia especial, achava que nunca mais veria meu irmão, que nosso tesouro ficaria esquecido para sempre e que Valência estava perdida... Nunca fiquei tão feliz de estar errado!

E se aproxima do Assassino.

— Será que agora, está disposto aceitar nosso presente?

E com um olhar de determinação ele responde.

— Será uma honra!

E sem falar mais nada Frei Thomas o abraça e o Assassino retribui, então guia o jovem até o pedestal onde sua espada esta.

Ele observa bem sua arma, cada detalhe não lhe escapava. Em sua mente vários golpes e técnicas já eram calculados e ao colocar sua mão sobre o cabo ele diz:

— Vamos trazer a brisa da esperança para os mais fracos e o inverno eterno para nossos inimigos... O que me diz Elsa?

Na mesma hora um intenso redemoinho de vento irrompe da espada, cristais de gelo cruzam o ar e Serge tem a nítida certeza de ver a rainha do gelo olhando para ele. Ela sorria com jubilo para o escolhido de sua irmã e assim como ela apareceu desapareceu na mesma hora, um grande uivo é ouvido e na frente de Serge surge alguém trajando uma imponente armadura azulada com detalhes em branco como a neve e elmo em forma de cabeça de lobo. Mas não era uma imagem quando se deu conta de que era ele mesmo quem estava ali vestindo sua armadura Ra-Seru e então puxa a espada do pedestal e aponta para o céu e sua lamina reluz com a luz da lua, depois a coloca perto do rosto, encosta sua testa na lâmina e diz:

— Hoje e sempre seremos um só. Cavaleiro, Ra-seru e Espada.

Como resposta a espada ressoa, estava ali o Cavaleiro das Presas de Gelo!

— Que irado!!! – Exclama Oliver. – A armadura dele é ainda mais legal que a minha!

— A armadura toma a forma que reflete o espirito, no caso de Serge... É o lobo branco, assim como seu Ra-Seru que combina perfeitamente com ele. – Diz Allen enquanto observava Serge embainhar Crissaegrim em uma longa bainha negra com detalhes em prata que lembravam a lobos que surgiu junto com sua armadura. Logo depois sua armadura se desfaz em cristais de gelo restando só à espada com ele e Fenrir reaparecendo a seu lado todo contente.

To me sentindo muito mais forte, do que quando estava dentro da espada!

Eu também. – Diz Serge olhando sua mão sentido sua aura fluir por ela.

Óbvio! Lá dentro seu poder era limitado, mas aqui o céu é o infinito! – Responde Gerik.

Gostei disso! – Responde o jovem que na mesma hora sente um pequeno corpo abraçar seu braço direito. Ele nem precisava olhar para dizer quem era. – Obrigado, mais uma vez... Por tudo!

A princesa não erguia a cabeça, só ficava ali abraçando o braço de seu cavaleiro, escondendo as lagrimas de felicidade.

Foi uma honra! – Ergue seu rosto. – Cuida bem dela, tá?

Serge nem precisou perguntar para saber o que Anna quis dizer.

— Pode deixar.

— Cuide bem de nossa herança meu filho. – Diz Frei Thomas.

— Cuidarei sim frei.

Ô, Serge temos um probleminha! – Exclama Fenrir.

— Problema, que problema? – Pergunta o rapaz preocupado.

Tipo... A espada é ótima e tudo mais, mas... Como você vai andar com ela por ai... ELA É ENORME!!! –Exclama o Ra-Seru com as patas dianteiras pra cima.

Na mesma hora o Assassino olha para sua espada e percebe que Fenrir tinha razão.

— Ai, caramba é verdade! Como vou poder pular, esquivar, escalar e correr com ela?

— Eu resolvo isso.

Todos se viram encarando o mago.

— Oi?

— Eu disse que posso dar um jeito de você usar sua espada sem ter com o que se preocupar, se me permitir é claro?

O jovem olha para o mago e depois para sua espada e responde.

— Se você puder é claro que vou aceitar.

— Obrigado! – Responde o mago de maneira educada. – Primeiro preciso saber... Você é destro ou canhoto?

— Hum?

— Por favor, isso é importante, preciso saber qual é seu braço mais forte.

Serge pensa um pouco.

— Olha, eu sou ambidestro, uso tanto um quanto o outro, mas se for para uso da lâmina oculta prefiro o direito.

Concordo! Foi com ele que você desferiu-o os golpes mais fortes contra Agatha. – Responde Fenrir.

— Então será o direito. Anna pode se afastar um pouco, vou precisar de espaço.

Nessa hora a princesa repara que ainda estava abraçada a Serge, quando percebe isso da um pulinho ficando longe, toda sem jeito e Oliver riu disso.

— Muito bem, Serge estique seu braço esquerdo e segure sua espada com firmeza.

O Assassino obedece e estica o braço que segura Crissaegrim e o que se seguiu fez o jovem entender um pouco dos poderes do mago.

Allen esticou e dedo indicador direito sobre a espada e começou a murmurar algumas palavras que ele não conseguia compreender. Depois seu dedo começou a brilhar e com ele fez vários glifos no ar com uma luz fosforescente, para em fim direcionar, abrir a mão e os glifos irem de encontro a Crissaegrim que na mesma hora brilha e começa a flutuar.

— Mas, o quê?

Um pequeno turbilhão de luz envolve a espada que começa a encolher, até se tornar um ponto de luz e entra dentro da palma da mão esquerda do Assassino.

— O-O quê foi isso? Onde esta minha espada? – Pergunta sem entender o Assassino.

A resposta foi um sorriso do mago.

— Esta em um lugar extremamente seguro. – E aponta para palma da mão do companheiro. – Esta na sua mão.

— O quê?!

— Eu fiz um feitiço de maximização, ou seja, eu incorporei a arma a seu corpo.

Os olhos de Serge quase saem ao ouvirem isso.

É como ele faz pra trazer ela de volta? – Pergunta Fenrir.

Facil! – Responde Valefor pousando sobre o báculo de seu mestre. – Basta ele fechar a mão esquerda como se estivesse segurando uma bainha e com a mão direita fechada a puxar como se estivesse sacando uma espada de verdade. – Explica o Ra-Seru de Allen.

— Mas você precisa dizer o nome da espada também para que ela poça se materializar só assim o feitiço funciona, entendeu? – Pergunta o mago.

Serge olha para sua mão esquerda, flexiona os dedos, da alguns passos se afastando dos amigos e na mesma hora separa suas pernas, junta a mão esquerda perto da cintura, coloca a mão direita sobre a esquerda e grita:

— CRISSAEGRIM!!!! – E faz um movimento de saque com a espada e para sua surpresa sentiu algo sair de sua mão esquerda e sua mão direita contendo uma longa espada que cortou o ar fazendo cristais de gelo surgirem. E lá estava ela sua espada inteirinha e com um sorriso que misturava alivio e empolgação ele reponde: – Gostei!!!

— Pratico não acha?

— MUITO! – Responde o Assassino. – Agora posso lutar e me movimentar livremente e quando precisar posso usar a espada sem problemas! E o saque perece que sai até mais rápido! Vou poder abater cinco ou até mais guardas de uma vez só! – Exclama agitando a espada.

— Esse era o plano, fico feliz que tenha gostado.

O Assassino olha para o mago, se aproxima e estende a mão para ele.

— Obrigado.

O mago se curva e responde.

— Foi uma honra. Ah! E mais uma coisa para guardá-la basta fechar o punho esquerdo como se estivesse segurando a bainha dela e fazer o movimento inverso.

— Assim? – Serge fecha o punho esquerdo e sente como se tivesse segurando algo e depois direciona a lamina da espada para sua mão e se surpreende quando vê a espada sumindo, quando ela desaparece por completo ele abre as mãos, mexe os dedos e fica impressionado. – Isso foi incrível!

— Incrível nada! FOI FODA!!! – Berra Oliver todo eufórico. – Ai, Allen da pra fazer o mesmo com a minha?

Allen olha para o pequeno cavaleiro, olha bem para sua espada e responde:

— Sabe Oliver, acho que seria melhor você continuar com sua espada desse jeito.

— Ah? Por quê? – Pergunta o menino fazendo bico.

O jovem mago se aproxima e se agacha para falar com ele.

— Porque sua espada tem um tamanho menor e pelo que eu vejo, sua bainha é bem resistente e pode te ajudar a se proteger de ataques vindos por trás, entende.

Oliver ouve aquilo com surpresa, realmente sua bainha tinha essa função.

— No caso da espada de Serge ela era maior que ele, por isso usei aquele feitiço e acho que você fica melhor com a espada pronta para lutar e te acompanhando lado a lado, não acha?

O menino ficou boquiaberto.

— C-Como você sabe disso?

E o mago responde.

— Bem, digamos que eu tenho um bom olho para essas coisas.

A resposta deixou não só Oliver, mas até Serge surpreso, tanto que ele perguntou a princesa discretamente.

— Anna, onde você achou esse cara?

A princesa sorri e responde:

Caminhando por ai.

Obvio que o Assassino não engoliu essa.

— Caminhando, sei?

— Hi, hi, hi. Desculpa Serge, mas só ele pode falar mais sobre ele mesmo e vocês terão tempo para isso. Pode confiar nele.

— Bom... Se é você quem esta dizendo. – E da de ombros. – Quem sou eu para duvidar.

Anna sorri feliz pelas palavras de seu cavaleiro.

— Olha! O mestre Gerik vai continuar.

E como Anna disse, o mestre prossegue: