Havia distância entre o assassino e Juni naquela mesa de jantar. Ele comia sem máscara, ela só via que seu rosto não tinha barba.

"Coma", disse.

Juniper sentia náuseas por estar ali. Era uma refém, não uma convidada especial. "Por quê?", desafiou.

Ficou gelada ao vê-lo se erguendo e se aproximando. Percebia a queimadura no lado direito daquele rosto imberbe — o mesmo lado atingido pelo sinalizador 10 anos atrás.

"Muito magra."

"Me prefere gorda quando for me matar?", ironizou.

Encarou-a com frieza no fundo dos olhos. Passou levemente a faca sobre seu rosto.

"Deseja morrer?"

"Não."

"Então coma."