Como dito naquela noite, Ban havia encontrado seu motivo de manter-se fora das celas: meio de trazer de volta a vida a sua querida amada, que para isso, primeiramente deveria acompanhar seu Capitão Meliodas para reunir-se com todos os membros dos Sete Pecados Capitais. O primeiro passo que decidiram entre si, fora procurar o membro King, o Pecado do Urso da Preguiça, em uma cidade conhecida como Capital dos Mortos.

Ban que aceitou seguir Meliodas, bebia todos dias a cerveja do bar de seu amigo: “A Taverna do Javali” e passava a maior parte do tempo dormindo, tendo sonhos que lembravam sua amada. Acordando definitivamente após chegar a uma pequena cidade próxima a Capital dos Mortos, uma pequena vila com casas abandonadas e sem sinais de vida.

Para adquirir informações sobre a Capital e o membro King, Meliodas dá-lhes as ordens que rapidamente fora ignorada por Ban, caminhando em direção da cidade. O local estava totalmente deserto, sem nenhuma espectativa de que encontraria alguém dentre as ruínas de uma vila.

—Ué... – Ban murmura ao ver a silhueta de uma mulher no fim do caminho. Ela estava de costas, deixando nítido os cabelos medianos e negros, indo pouco abaixo de seus ombros, e a vestimenta branca com detalhes em lilás que não era típica em Britânia, era um kimono. Ele caminhava em direção a mulher que continuava imóvel e ao aproximar-se dela, sua voz suave e tristonha ressoa nos ouvidos do maior:

—Pensei que estivesse embriagado – A frase fez o homem paralisar, sentindo um sorriso de canto surgir.

—O que esteve fazendo durante este tempo, Crow? – Ele pergunta ao fita-la pelos cantos dos olhos, ao manter-se ao seu lado.

—Fugindo, como havia lhe dito – Recebera uma resposta seca, sem nenhum sorriso em troca, apenas os mesmos olhares mortos que não ousava olhar o mais alto. Ban não compreendia o que passava nos pensamentos da mulher que passou por anos ao seu lado, o que estava por trás de seus olhos indiferentes com a vida – Por que está aqui?

—Eu que lhe pergunto – Sem responder nada, convida Crow para caminhar ao seu lado para verificar a cidade vazia.

—Eu quero ir a Capital dos Mortos – Ela responde sem importar-se com a opinião do outro.

—Por quê? – A pergunta saíra cortante da garganta de Ban, que a fitava friamente.

—Não importa... – Ela diz dando as costas a ele – Adeus Ban.

Novamente um adeus, Ban que odiava escutar estas palavras, sentia a raiva borbulhar por seu corpo pouco vestido pela roupa pequena de couro tingido de vermelho. Hesitou em ir atrás da teimosa, mas apenas ignorou-a e continuou sua busca por informações.

Ban, após encontrar duas crianças em meio as ruínas, o membro que procuravam aparece diante aos seus olhos e lhe fincando a enorme lança em que controlava. Ban que nunca lhe reconheceria com sua aparência habitual, começa uma luta contra King: uma fada com a aparência de um garoto com cabelos curtos e castanho claro, da mesma cor de seus olhos, vestia-se com uma blusa grande e verde azulada e uma calça azul. A luta encerrou-se com desistência de King que logo fugiu voando, fazendo Ban levar as crianças para a Taverna do Javali para alimenta-los e receber informações sobre a Capital.

“O sentimento pelos mortos leva à Capital” fora o que as crianças disseram, logo explicando que Ban não era o único a procurar o local e que King e Crow já haviam perguntado sobre.

—Crow... Essa é a... – Elizabeth perguntava.

—Sim, a Cavaleira Sagrada – Meliodas responde rangendo os dentes.

Em busca da entrada para o Mundo dos mortos, todos vão em direção a vila com pensamentos diferentes, mas o que conseguira abrir o portal para a Capital fora as lembranças de Ban junto com sua amada. Lembrava dos momentos felizes e dos piores momentos, isto fez com que todos pudessem ser levados para a Capital.

O local era coberto por cristais verde azulados e o céu esverdeado com poucas nuvens, não parecendo ser o paraíso ou o inferno. Ban que correra atrás de uma silhueta feminina com cabelos louros, era seguido por King que estava cego pelo ódio contra o humano imortal, acreditando que o homem tenha assassinado sua querida irmã para adquirir a vida eterna com a fonte da juventude do Reino das Fadas.

King que finalmente conseguiu prender Ban em uma das formas de sua lança, aproveita-se para revelar sua vingança por sua irmã e petrificá-lo com a terceira forma de sua lança: Lança Espiritual Chastiefol. Assim estava concluído seu objetivo, sua vingança.

Um brilho surge a frente de Ban, esta era a sua amada e a irmã de King, Elaine. Seus cabelos medianos e louros, pouco abaixo de seus ombros, e vestindo-se com um longo vestido branco, aproxima-se do homem petrificado e lhe dá um beijo, retirando toda a magia que o cobria.

—E aí, Elaine – Ban diz com um largo sorriso, ao vê-la com um suave sorriso em seu rosto pálido. Ambos apenas trocaram algumas palavras, sendo interrompidos por um alto som vindo da direção dos companheiros de Ban – Essa sensação... É um Cavaleiro Sagrado? – “Crow?!” Ele pensava aflito, mas que logo desistira da ideia ao lembrar-se de que ela havia partido e não estaria naquele lugar.

Elaine pergunta do motivo por ter vindo, recebendo apenas uma resposta que ela já conhecia muito bem: “Um dia irei rouba-la", fazendo-a agradecer chorosa. Enquanto King apenas assistia a cena sem entender.

—Espere Ban! – Elaine pede pela última vez, antes que Ban corresse para ajudar seus amigos – Por favor, cuide de Nathalia.

—Natha... Quem? – Ban pergunta confuso.

—Por favor... Foi tudo culpa minha... – Elaine murmura suas últimas palavras, lembrando-se daquele dia. Enquanto Ban, sem entender, apenas corre em direção das explosões.

Meliodas e Diane que lutavam contra Cavaleira Sagrada chamada Guila, com a habilidade de causar explosões a partir de sua rapieira, já não aguentavam mais, caídos com vários arranhões. Sendo rapidamente socorridos por Ban que a enfrenta sozinha.

—Ban, o Pecado da Raposa da Ganância, solte a minha Rapier – Guila pedia educadamente ao sentir que ele utilizada sua magia para atrair os objetos para si. Recebendo a negação de Ban, lhe solta uma esfera de fogo que explode no rosto de Ban, deixando-o com alguns cortes que logo se regenerariam – Perdão, mas isto já está me entediando. Estou à procura de uma outra pessoa, seu nome é Crow.

—Droga... – Ban murmura, aguardando seus ferimentos se fecharem. “Crow... você avisou que causaria problemas...” Pensa deitado no chão.

—Não os machuque mais Guila – A voz vinha da mesma direção de onde Ban estava deitado, era Crow. Ajoelhando-se para olhar o rosto ferido de Ban, diz – Eu não fugirei mais, por favor, não os envolva.

—Hades estava realmente correto, você fará qualquer coisa para manter Ban a salvo – Guila diz com um sorriso em seu rosto. Seus olhos estreitos, seus cabelos lisos e soltos da mesma cor dos cabelos de Crow, eram o que lhe caracterizavam.

—Não, ele está errado – Crow levanta-se e vai em direção a mulher – Eu apenas estou procurando formas de morrer.